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Trabalho elaborado por

Ana Rita G. Graça


Alfred Wegener e a Deriva
Continental

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Alfred Wegener e a Deriva
Continental
Índice

Introdução pp.3

Teoria da Deriva Continental pp.4

Evidências Geográficas pp.4

Evidências Geológicas e Paleontológicas pp.5

Evidências Oceanográficas pp.7

Movimento dos Continentes pp.8

Conclusão pp.11

Webgrafia pp.12

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Alfred Wegener e a Deriva
Continental
Introdução

Com os avanços científicos e tecnológicos o Homem parece ter


descoberto novas formas de ultrapassar os obstáculos que até há pouco tempo
se assemelhavam incontornáveis, atingindo objectivos considerados
impossíveis e que durante séculos só puderam ser sonhados pela humanidade.
Hoje em dia, os mais incríveis destinos são tidos como possíveis e as mais
loucas construções são algo palpável e não apenas teórico.
A 20 de Julho de 1969, Neil Armstrong deu um dos mais importantes
passos alguma vez dados e mostrou que a humanidade é capaz de explorar o
impensável. Desde então os avanços têm sido tantos que o que se passou há
40 anos é agora algo comum e ultrapassado. Mesmo tendo sido o primeiro
passo na Lua.
Todos os dias há novas e incríveis descobertas seja a nível astronómico,
biológico, geológico ou em qualquer outro ramo de estudo. Todos os dias os
limites são cruzados e novas metas são estabelecidas. Cada vez mais virados
para o futuro e para o exterior, ignorando o facto de que ainda há muito mais a
explorar no passado, aqui.
Em 1990 foi enviada para o espaço a sonda Magalhães. O seu principal
objectivo era traçar um mapa completo da superfície do planeta Vénus com
vista a ser possível descobrir-se mais sobre o planeta Terra. A filosofia inerente
a este acontecimento prendia-se no facto de que Vénus, o planeta mais
próximo de nós, seria também o mais parecido. Outra vantagem seria também
o facto desse planeta ter muito menos actividade geológica que a Terra, cuja
superfície é relativamente nova devido ao movimento das placas continentais,
sendo um espelho dos acontecimentos passados do nosso planeta e dos quais
não temos registos.
Assim, cruzando-nos com quem passa por nós em direcção oposta,
vamos virar-nos para trás e estudar o que se passou e continua a passar por
baixo dos nossos pés e não acima das nossas cabeças.

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Continental
Teoria da Deriva Continental

Devido à constituição do nosso planeta torna-se mais fácil ir à Lua do que


enviar uma sonda para o centro da Terra. Hoje em dia estuda-se o passado
através da observação de outros planetas. Há algumas décadas atrás, o
estudo era feito a partir de mapas do nosso próprio planeta.
Alfred Wegener, em 1912, examinando as costas dos vários continentes,
deduziu que um dia eles teriam estado todos encaixados, como peças num
puzzle. Claro que Wegener não foi o primeiro a pensar nisso. Muitos outros
antes dele terão constatado o mesmo. O que o destaca é o facto de não se ter
deixado ficar por aí, desenvolvendo a ideia o mais possível e apresentando um
conjunto de provas sólidas. Este meteorologista alemão viu a sua teoria ser
ridicularizada e recusada mas após a sua morte, esta acabou por se
estabelecer, provocando grandes alterações em várias áreas de estudo, tais
como a geologia, a geofísica, a oceanografia e a paleontologia, entre outras.

Evidências Geográficas
Como referido, tudo começou quando
Wegener observava a forma como as costas
de África e da América do Sul pareciam
encaixar. Admitiu então que há 300 milhões de
anos os continentes estariam todos
condensados num único supercontinente,
Pangeia. Há 200 milhões de anos (altura em
que terão surgido os dinossáurios) esta grande
massa continental formou fissuras que
acabaram por dividir o continente na
Gondwana (mais a sul) e na Laurásia (mais a
norte) que posteriormente deram origem a
vários outros mais pequenos pedaços de terra
que se foram afastando uns dos outros,
movendo-se em direcção aos locais que Figura 1. A deriva dos continentes ao longo do
ocupam hoje em dia. tempo.

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Na altura acreditava-se que há milhões de anos atrás teriam existido
pontes continentais que cruzavam os oceanos, possibilitando a travessia dos
seres entre diferentes pontos do globo terrestre. Essas pontes teriam cedido
devido ao arrefecimento e contracção da Terra acabando por se afundar no
oceano. Para o alemão, como os continentes são constituídos por rochas
menos densas que o basalto vulcânico que forma o fundo do mar, flutuariam no
manto como icebergs na água. Wegener acreditava que se as pontes
continentais tivessem realmente existido, devido às diferenças de densidade,
teriam vindo à superfície.
Refutada então a hipótese das pontes continentais e visto que as provas
fósseis e geológicas mostravam que os continentes teriam estado unidos, a
única alternativa lógica era que teriam sido parte integrante de um
supercontinente antes de se começarem a afastar.
Outra evidência da teoria de Wegener prendia-se com as cadeias
montanhosas. Segundo a teoria do arrefecimento e contracção do planeta
Terra, as cadeias montanhosas formavam-se na crosta terrestre como rugas na
pele de uma maçã seca. Se isto fosse verdade teriam de estar espalhadas
equitativamente pela superfície terrestre, o que não acontece. As cadeias
montanhosas existem em bandas e, como notou Wegener, na costa dos
continentes. Com base nessas observações o cientista afirmou que tais
cadeias se formavam devido ao movimento dos continentes e ao seu embate
uns contra os outros. Por exemplo, o choque da Índia com a Ásia deu origem
aos Himalaias.
Hoje em dia sabemos que não são os continentes que se movem, mas
sim as placas nos quais eles assentam, e que se encontram sobre uma
camada líquida viscosa formada de material rochoso fundido em condições de
grande pressão e temperatura. Nos locais onde as placas colidem formam-se,
como referido, cadeias montanhosas. Onde as placas se afastam o espaço é
preenchido por magma que irrompe até à superfície dando origem a lava.
Surgem desta forma zonas de rifte em que novo material está constantemente
a ser formado. Os riftes encontram-se no fundo dos oceanos.

Evidências Paleontológicas e Geológicas

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Ficou intrigado, também, com o facto de existirem fósseis únicos das
mesmas espécies animais e vegetais em lugares completamente dispares do
planeta, separados por oceanos, como por exemplo, os fósseis de Glassopteris
(plantas), Mesosaurus, Lystrossaurus e Cynognathus (animais). Wegener não
acreditava que os seres tivessem atravessado tão longas distâncias por
qualquer meio de locomoção conhecido. Apenas se as distâncias a percorrer
fossem menores tal dispersão seria possível. A única hipótese era os
continentes estarem mais próximos.

Figura 2. O registo fóssil como evidência paleontológica.

Mesmo hoje em dia os mamíferos de Madagáscar são muito parecidos


com os da Índia mas são completamente diferentes dos de África, que está
mais perto.
Como a sua teoria indicava que as pontes continentais nunca teriam
existido, os defensores da existência das pontes foram extremamente hostis
em relação ao meteorologista e à sua teoria, já que para a aceitarem teriam de
admitir que tudo o que sabiam até então estava errado. O alemão viu-se assim
obrigado a apresentar mais provas acerca do que afirmava.
A descoberta de fósseis de Glassopteris na Antárctica mostrava que o
continente teria estado mais próximo do equador. Mas não eram os únicos.
Apenas provavam que a maioria dos continentes teria tido climas diferentes
dos actuais. Por exemplo, em África, encontrou depósitos glaciais. Em muitos
outros locais encontrou formações geológicas de clima frio onde hoje existem
climas tropicais ou semi-tropicais. Esses continentes teriam constituído a
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Gondwana, situada mais a sul do equador. É por isso que os continentes hoje
em dia mais a norte não têm marcas de glaciações: estariam sobre o equador.

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Evidências Oceanográficas
Só em 1950 com a análise do fundo oceânico a teoria de Wegener foi
aceite. A 200 quilómetros da costa as evidências de que os continentes
encaixavam eram ainda maiores.
Durante a segunda guerra mundial, graças aos avanços tecnológicos,
através de submarinos e outros instrumentos como os sonares, o estudo dos
fundos oceânicos pode ser aprofundado. Descobriu-se que as placas
oceânicas eram basálticas e a sua espessura era fina. Encontravam-se sobre a
astenosfera que, sendo mais densa que a placa oceânica e continental mas
menos que a mesosfera, permitia o movimento das placas. Surgiu uma teoria
segundo a qual nas dorsais oceânicas existiria formação de crosta oceânica.
Como a placa deslizaria paralelamente ao rifte iria colidir com placas
continentais que, sendo mais rígidas, iram fazer com que a placa oceânica
sofresse subducção. A placa oceânica sofre assim um princípio de convecção:
forma-se no seu ponto de origem, arrefece, torna-se mais densa e sofre
subducção. Esta teoria apenas foi aceite quando bem fundamentada e, para
isso, utilizou dados do paleomagnetismo.
O paleomagnetismo é o magnetismo fóssil evidenciado por certas rochas
que podem registar e manter as características do campo magnético terrestre
no momento da sua formação. Essas características são interpretadas pela
análise da orientação dos cristais das rochas.
A lava emitida pelos vulcões contém ferro na sua composição química.
Com o arrefecimento da lava, inicia-se a cristalização seguida de solidificação.
Os pequenos minerais adquirem polaridade e dispõem-se em linhas paralelas
às linhas de força magnética. Estas rochas registam o magnetismo que existia
aquando da sua formação. Se estas não forem reaquecidas, a magnetização é
permanente e estável.
O campo magnético terrestre é definido num determinado ponto da
superfície pela intensidade do campo e pela sua direcção. Com o decorrer do
tempo, o campo magnético terrestre foi submetido a inversões. Denomina-se
polaridade normal a polaridade verificada actualmente em que o Norte
geográfico coincide com o Norte magnético e polaridade inversa a polaridade
contrária à verificada actualmente.

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Os sedimentos marinhos constituem um registo mais completo das
inversões de polaridade do campo magnético terrestre, na medida em que a
sedimentação é um processo geológico ininterrupto, enquanto que os
acontecimentos vulcânicos são intermitentes e a possibilidade de coincidência
de ocorrência da inversão do campo magnético com o momento de formação
das rochas é pequena. A existência de faixas da crosta com anomalias
positivas e negativas são uma consequência da inversão de polaridade do
campo magnético terrestre. Apresentam-se nos mapas segundo linhas
paralelas e simétricas em relação ao centro emissor de lavas (o rifte).
O paleomagnetismo veio comprovar que a formação de crosta oceânica
ocorre simultaneamente para ambos os lados do rifte, isto porque o
paleomagnetismo se manifesta segundo bandas paralelas e simétricas, com
determinada polaridade, a partir do rifte. Assim fica comprovado que cada
banda simétrica foi outrora a zona de rifte, comprovando a movimentação dos
continentes, como afirmava Wegener na sua teoria.

Movimento dos Continentes


A maior dificuldade de Wegener foi indicar a força que movimentava os
continentes. Sugeriu a força de centrifugação causada pela rotação da Terra e
a força das ondas das marés provocadas pela força gravitacional. Os críticos
destas opções realçaram o facto de que a deriva iria quebrar e distorcer os
continentes de tal forma que hoje em dia não seriam nada do que teriam sido
originalmente. Além disso as forças mencionadas não teriam poder suficiente
para mover os continentes. O próprio Wegener não estava confiante quanto às
opções expostas.
Sabemos hoje que estava muito errado no que toca ao movimento dos
continentes como icebergs. Em vez disso, tanto os continentes como o fundo
oceânico (ou seja, a camada mais superficial da Terra) formam placas sólidas
que flutuam na astenosfera, uma camada rochosa que se comporta como um
liquido viscoso mais quente. As forças das correntes de convecção são
suficientes para deslocar as placas. Estas correntes ocorrem na astenosfera e
são provocadas pelas diferenças de temperatura. O magma movimenta-se
desta forma. O mais quente sobe, chega ao pé da crosta, arrefece, torna-se
mais denso e desce.
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Figura 3. Constituição do planeta Terra.

O planeta Terra é constituído por camadas. À superfície temos a crosta


terrestre com uma espessura de 40 quilómetros na zona continental e 7 nos
fundos oceânicos. Esta camada é formada por rochas menos densas do que as
que se encontram por baixo, logo flutua no magma. A crosta está apoiada em
placas tectónicas, formadas pela camada externa do magma endurecido. O
manto é a camada que surge de seguida e é formado por magma a 2000 ºC
submetido a altas pressões, mantendo-se líquido. No interior do planeta temos
o núcleo. O núcleo interno é sólido e constituído essencialmente por ferro. O
núcleo externo é líquido e gira a uma velocidade maior do que a da rotação da
Terra. É esse movimento que cria o campo magnético terrestre que protege o
planeta da maioria das radiações solares a que está sujeito.

Tudo o que sabemos hoje da constituição da Terra e do seu


comportamento geológico tem por base a teoria da deriva continental de
Wegener.
Hoje em dia há quem afirme que temos informação e mecanismos
tecnológicos e científicos suficientes para prever onde os continentes vão estar
dentro de alguns milhões de anos. Alguns defendem que daqui a 250 milhões
de anos vamos ter uma Pangea Ultima. O oceano Atlântico só vai tocar
algumas zonas da América do Norte e de África. O norte do Brasil vai fazer
fronteira com a actual África do Sul. A Antárctica vai subir. O Saara vai estar

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onde hoje é a Gronelândia. A Europa estará onde hoje é o Pólo Norte. O
Pacífico vai ser o maior oceano e vai conter quase toda a água salgada do
mundo enquanto que o Índico vai dar origem a apenas dois pequenos lagos de
água salgada semelhantes ao mar Morto.
Muitas destas hipóteses são consideradas teorias loucas tal como a teoria
de Wegener foi vista há algumas décadas atrás. O comportamento das placas
tectónicas é demasiado imprevisível para termos certezas quanto ao futuro.
Ainda para mais um tão afastado. A Pangeia só se dividiu há 200 milhões de
anos. Até acontecer algo daqui a 250 milhões de anos ainda há muito caminho
a percorrer.
Daqui a 250 milhões de anos pode já nem existir planeta Terra…

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Conclusão

A teoria de Wegener não foi logo aceite porque deitava por terra muitas
das bases fundamentais da paleontologia e física da altura. As novas ideias só
foram totalmente aceites muito recentemente, quando as evidências físicas
eram demasiado explícitas para serem ignoradas. A teoria só foi aceite pois
resolvia muitos problemas de diferentes áreas de estudo, colmatando lacunas
que as anteriores teorias não conseguiam explicar.
Wegener teve um papel de extrema importância no facto de conseguir
entrelaçar conhecimentos de várias áreas e assim mostrar que os diferentes
ramos de estudo das ciências não podem ser vistos em isolado mas que todos
os acontecimentos devem ser vistos como acontecimentos complexos e
amplos, que envolvem e necessitam de um estudo aprofundado e alargado de
vários ângulos. Só dessa forma um dia poderemos perceber melhor o nosso
planeta.
Desde 1930 os cientistas já exploraram os fundos oceânicos, descobriram
novas formas de datação paleontológica, foram um pouco mais fundo no
estudo da crosta do planeta e adquiriram conhecimentos muito mais avançados
em relação ao que se sabia nessa década. Apesar de tudo, as bases em que
se apoia a teoria de Wegener continuam válidas e a cada nova descoberta
tornam-se um pouco mais sólidas.
Vivemos num planeta geologicamente activo e tendo por base o estudo do
movimento das placas podemos um dia conseguir prever a ocorrência de
sismos e erupções vulcânicas.
Se Wegener não tivesse lutado pelas suas crenças hoje em dia ainda
acreditaríamos que os continentes são estáticos e os seres cruzaram o globo
cruzando pontes continentais.

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Continental
Webgrafia

• www.nature.com

• super.abril.uol.com.br

• www.nasa.gov

• geology.com

• www.gsajournals.org

• www.iscid.org

• www.usgs.gov

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