Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
%HermesFileInfo:E-2:20150712:
O ESTADO DE S. PAULO
Capa
GETTYIMAGES
Padecer.
A dor, em
especial a
crnica, um
maremoto que
arrasta tudo
sua passagem
A duras penas
Num mundo anestesiado, a dor virou escria que a medicina tem de resolver
ENTREVISTA
ARQUIVO PESSOAL
DAVID LE BRETON
ANTROPLOGO E PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE ESTRASBURGO, FRANA
Mnica Manir
Escrever
Sim, a dor, especialmente a crnica, arruna a vida. Ela torna irreconhecveis os pacientes, que sentem que sua existncia
lhes foi arrebatada. Impe uma vida rompida, destroada. um maremoto que arrasta tudo sua passagem. Nada mais como antes, e cada lembrana anterior instalao da dor est envolta na nostalgia de
um nunca mais. A antiga segurana, as
familiaridades dos comportamentos so
suspeitas. O indivduo coloca em xeque a
evidncia do seu prprio ser. Da a felicidade sentida, a sensao de renascimento
quando a dor diminui, se torna tolervel
ou desaparece completamente. / TRADUO
DE TEREZINHA MARTINO