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E assim foi. Ao fim penso que de um mês, durante o qual fui a casa pelos
meus próprios meios, os serviços contactaram-me, disseram-me que as
minhas viagens ficariam a cargo da Assembleia da Republica e indicaram-
me o nome das agências pelas quais deveria obrigatoriamente passar. E
assim passou a ser. Não houve portanto nenhum pedido especial da minha
parte.
Qual não é pois o meu espanto quando ao comprar hoje o Expresso , leio
num artigo assinado por si esta extraordinária frase, que passo a citar: “Só
que a parlamentar residindo efectivamente na capital francesa deu como
morada a que consta do seu bilhete de identidade (…) Lisboa”.
Dei? Onde? Quando? Pois nas suas mãos estão todos os papeis que
entreguei na altura e dizem exactamente o oposto, e no meu bilhete de
Identidade também está claramente escrito que a minha residência é em
França.
Sr. Costa, que nome daria a alguém, e neste caso especifico a um jornalista,
que tem entre as mãos documentos oficiais e que escreve exactamente o
oposto do que lá está? E já agora porque “teve” de faltar tão
escandalosamente à verdade que conhecia. Foi também um imperativo da
sua consciência?
Tal como também lhe disse e mostrei, o único documento que de facto
ainda tem uma morada em Lisboa é o cartão de eleitor. Crime ou falta sem
dúvida muito grave que me vou apressar a corrigir. Se ainda não o fiz foi, tal
como lhe disse e tal como o escreve, por razões sentimentais. Por gostar de
votar em Santa Catarina. Mas perante a hombridade do seu texto pode um
deputado ter motivos sentimentais?
Não, não tenho ajudas de custo especiais e absurdas como corre pela
internet.
Inês de Medeiros