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O Ideário Republicano e a Instrução

Ser republicano significava ser contra a Monarquia, a Igreja e os


Jesuítas, corrupção política e os partidos monárquicos, os grupos
oligárquicos, mas também pela afirmação categórica de princípios de
defesa do municipalismo, do federalismo, do associativismo, do sufrágio
universal, do predomínio do legislativo sobre o executivo, da defesa da
liberdade dos cidadãos.

Destaca-se – para os trabalhadores: direito à greve; um


dia de descanso semanal; oito horas de trabalho por dia
e 48 horas de trabalho semanal; seguro de acidentes de
trabalho.

A "educação republicana", voltada para a auto-consciencialização,


através de uma "instrução segura e experimental", seria uma das vias
fundamentais para a concretização deste ideário.
A elevada percentagem de analfabetos (75,1% em 1911, em que
81,2% são mulheres) faz com que se determinasse prioritária a reforma
do ensino de 1911 - ensino primário e ensino superior.
A publicação de um amplo conjunto de diplomas e de
regulamentações, antes mesmo de se ter concluído o primeiro ano de
governação, é um facto comprovativo da crença republicana na
instrução e na educação como factores decisivos de desenvolvimento.

Destaca-se – ensino infantil para crianças dos 4 aos 7 anos


ensino obrigatório e gratuito para as crianças entre os 7 e os
10 anos; combate ao
analfabetismo; escolas
"móveis" para o
ensino de adultos
criação de escolas
para Formação de
professores; criação
das novas
Universidades de
Lisboa e do Porto;
reforma do ensino
técnico e superior.
in http://www.cm-palmela.pt/NR/rdonlyres/2699A4EF-465D-4C5E-B8D7-C4544B81B2B0/39794/Escolas1Republica.pdf,
[acedido em 06/03/10]
A Mulher na 1ª República
A Liga Republicana das Mulheres Portuguesas

A Liga Portuguesa das Mulheres Portuguesas, dirigida por mulheres


enérgicas e cultas como Ana de Castro Osório, Adelaide Cabete, Maria
Veleda e outras, lutou pela criação de um Portugal novo, aberto às ideias
modernas e encerrado à ditadura tradicional do outro sexo.
Dos seus estatutos constava a igualdade entre os direitos do
marido e da mulher, autonomia económica para a esposa, igualdade de
direitos perante a lei, estabelecimento do divórcio (pela Lei de 3/11/1910
marido e mulher foram considerados iguais no que respeita aos efeitos do
divórcio; mais tarde duas leis promulgadas no dia de natal tornaram o
casamento civil obrigatório, concederam direitos iguais a ambos os sexos no
casamento, protegeram os direitos dos filhos nos casos de legitimidade,
adopção e ilegitimidade), concessão do direito de voto (a Lei eleitoral de
1911 era ambígua quanto ao direito de voto feminino, visto não especificar o
sexo dos “cidadãos” eleitores – esta ambiguidade levou Carolina Beatriz
Ângelo, médica, a solicitar ingresso nos cadernos eleitorais, a ser inscrita
como votante e a votar efectivamente nas eleições de 1911. A Lei eleitoral de
1913 negou o direito de voto às mulheres; só com o Estado Novo esse direito
foi-lhes concedido, mas de forma limitada), serviço militar obrigatório para
ambos os sexos.

Educação

A propaganda republicana insistia na necessidade urgente de resolver o


problema cultural de Portugal e muito embora na década de 1900-1911 a
taxa de analfabetismo para maiores de 7 anos tenha baixado 5,3%, estes
resultados não eram satisfatórios se comparados com o resto da Europa. Daí

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que as reformas republicanas tenham influenciado a qualidade da instrução
oficial aberta a todos.
Assim, a legislação de 1911 estabeleceu a instrução oficial e livre para todas
as crianças aos níveis infantil e primário, escolaridade obrigatória e gratuita
para crianças entre os 7 e os 10 anos, criação de escolas temporárias
móveis em especial para o ensino de adultos, criação de escolas normais
com métodos de ensino e apetrechamento actualizados, com vista à
formação de professores, instituição de escolas de Educação Física anexas
às Universidades de Lisboa e Coimbra. Apesar da amplitude de toda a
legislação nestas áreas da educação, a constante pobreza do Estado fez
com que os resultados práticos fossem escassos pois, quando a República
Democrática chegou ao fim, mais de metade da população portuguesa era
analfabeta, o que punha mais uma vez em causa o problema da educação
de massas.
Também neste ano foi concedida uma dispensa de serviço de dois meses ao
todo, sem perda de vencimento, às professoras durante o último período de
gravidez e imediatamente a seguir ao parto.
Quanto ao ensino secundário e técnico, as reformas mais visíveis foram no
Técnico.
O Instituto Industrial e Comercial e a Escola de Agronomia e Veterinária
transformaram-se em duas escolas elevadas a nível universitário com
amplos programas disciplinares, novos métodos e moderno apetrechamento.
Por todo o país inauguraram-se diversas escolas técnicas agrícolas,
comerciais e industriais.
A instrução superior mereceu toda a atenção. Para terminar com o
monopólio centenário da escola coimbrã, a República tentou nivelar Coimbra
com Lisboa e Porto, estabelecendo para isso duas novas universidades. O
Governo Provisório reuniu as escolas superiores já existentes nas duas
cidades, elevou-as a Faculdades e criou as Universidades de Lisboa e do

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Porto. Todas foram reformadas com novos e revolucionários planos de
estudos, aumento dos quadros docentes e moderno apetrechamento
científico.
A ideologia republicana levou à abolição das classes obrigatórias, à extinção
do foro académico e à descentralização do ensino superior, tornando
electivos os reitores e outras autoridades académicas, concedeu autonomia
financeira às escolas, aumentou o número de bolsas de estudo a alunos
necessitados, decretou a primeira Reforma Ortográfica da Língua
Portuguesa, visando uma mais fácil aprendizagem da escrita (12 de
Setembro de 1911 – entre outras modificações, abolição das consoantes
dobradas e dos símbolos ph, th, rh, y e ch com o valor de K e na
introdução ou normalização dos acentos agudo, grave e circunflexo e do
trema).
Apesar de todas as medidas, a falta de meios materiais impediu a
efectivação de muitas das medidas preconizadas e dificultou o recrutamento
de professores e apetrechamento de bibliotecas, laboratórios e outros
centros de pesquisa.

CURIOSIDADE
A propósito deste período da nossa história, consulte-se o documento
“Feminismo em Portugal na voz de mulheres escritoras do início do séc. XX”, de Maria Regina Tavares da Silva

FONTES:
Marques, A. H. de Oliveira (1976). História de Portugal. Lisboa, Palas Editores, vol.II

Ramos, Rui [1994] História de Portugal. Lisboa, Círculo de Leitores, vol. IV

Vitorino, Francisco Manuel (2000), “1890-1926”, in António Simões Rodrigues (org.), História de Portugal em Datas.
Lisboa: Temas e Debates, 233-303.

BE-ESOD
Centenário da República
Centenário da Comemoração do Dia Internacional da Mulher
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