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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

REDES SOCIAIS NOS ARRANJOS PRODUTIVOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E


COMUNICAÇÃO (T.I.C.):
UM ESTUDO SOBRE O SOFTEX - RECIFE

LEONARDO XAVIER HERMÍNIO CAVALCANTI

FERNANDO PAIVA

Recife, quinze de Dezembro de 2007.


UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

REDES SOCIAIS NOS ARRANJOS PRODUTIVOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E


COMUNICAÇÃO (T.I.C.):
UM ESTUDO SOBRE O SOFTEX - RECIFE

LEONARDO XAVIER HERMÍNIO CAVALCANTI

FERNANDO PAIVA

Recife, quinze de Dezembro de 2007.

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Resumo

A economia informacional caracterizada pelo desmoronamento de fronteiras e mudança de foco


na utilização da informação nos processos produtivos, deixando de ser meio de produção para ser
produto final, vem alterando radicalmente o nosso sistema produtivo. Visando um
posicionamento estratégico e a busca de vantagens competitivas, as alianças estratégicas têm
assumido papel de relevância, pois têm favorecido diferenciação e cooperação das organizações
envolvidas. Diante desse contexto, o capital social dá os subsídios necessários para
estabelecimento das alianças estratégicas, pois facilita a cooperação espontânea, minimiza os
custos de transação, além de criar uma parceria entre as partes mais intensa. Por meio de um
estudo de caso do Softex-Recife (uma associação de empresas de base tecnológica) essa
dissertação analisa a atuação dos empreendedores nas estruturas de formação das redes sociais
nos arranjos produtivos que visam à cooperação em entidades ligadas a empresas da Tecnologia
da informação. Foram analisadas variáveis como capital social, redes sociais em arranjos
produtivos e inovação. Como resultado, identificou-se a presença de capital social ao serem
identificados a cooperação, a presença de cultura cívica e a confiança entre os pares.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Forma e escopo de capital social................................................................... 13

Quadro 2 – Mapa Cognitivo das variáveis do Capital Social........................................ 25

Quadro 3 – Freqüência das variáveis............................................................................... 25

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................7

1.1 Apresentação do problema de pesquisa...........................................................................7

1.2 Justificativa.........................................................................................................................8

1.2 Objetivos do estudo............................................................................................................9

1.2.1 Objetivo geral...................................................................................................................9

1.2.2 Objetivos específicos........................................................................................................9

2. METODOLOGIA................................................................................................................10

2.1 A pesquisa científica...........................................................................................................10

2.2 Caracterização da Pesquisa...............................................................................................10

2.3 Procedimento para a coleta de dados...............................................................................11

3. REDES SOCIAIS.................................................................................................................12

3.1 Capital Social......................................................................................................................12

3.2 Redes sociais em arranjos produtivos..............................................................................17

3.3 Empreendedorismo em empresas de Base Tecnológica (EBT)......................................20

3.3.1 Exemplos de articulações em arranjos produtivos em E.B.T’s...................................21

4. O CASO SOFTEX RECIFE.................................................................................................23

4.1 Um breve histórico...............................................................................................................23

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4.2 Estrutura............................................................................................................................23

4.3 Missão.................................................................................................................................24

4.4 Mapa de codificação...........................................................................................................24

5. ANÁLISE DOS DADOS......................................................................................................27

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................34

REFERÊNCIAS........................................................................................................................36

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Apresentação do problema da pesquisa

Desde o século XIV, o mundo vem conhecendo um processo de globalização que começou com a
expansão marítima e comercial da Europa em busca do comércio de especiarias (Aquino, 2003).
Contudo, nas últimas décadas do século XX, esse processo de desmoronamento de fronteiras vem
alterando radicalmente o nosso sistema produtivo (Castells, 2001).

Esse desmoronamento de fronteiras é chamado de economia informacional, em que a informação


deixa de ser o meio de produção e passa a ser o produto final: “O novo paradigma tecnológico
mudou o escopo e a dinâmica da economia industrial, criando uma economia global e
promovendo uma nova onda de concorrência (...) Essa onda conduziu a transformações
tecnológicas substanciais de processos e produtos” (Castells, 2001, p.128). Essas mudanças na
sociedade alteraram a forma de atuação das empresas. Se antes, elas atuavam em mercados
fechados e protegidos, hoje elas atuam em mercados abertos, dinâmicos e competitivos.

Assim, verifica-se a crescente importância dada às empresas de T.I.C. no mundo, pois são elas
que irão ser o centro de produção nesse novo sistema. Além disso, as redes sociais dessas
empresas são essenciais na criação de vantagem competitiva, visto que as organizações mais bem
sucedidas são aquelas que operam sobre uma base do conhecimento coletivo. Isso significa
cooperação eficiente, compartilhamento de informações, geração de novas idéias e o
desenvolvimento para explorá-las. (Filos & Banahan, 2000).

Com isso iremos analisar como atuam os empreendedores nas redes sociais dos arranjos
produtivos de T.I.C., visto a sua importância para a nova economia.

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1.2 Justificativa

As empresas de pequeno e médio porte exercem uma grande importância para o país, na medida
em que elas são responsáveis pela maior parte dos empregos gerados no Brasil, 60,8% da
população economicamente ativa segundo o IBGE (2001). Contudo, elas não têm condições de
competir com as grandes multinacionais da atualidade, atuando isoladamente, devido a razões
como o atraso tecnológico, a escassez de recursos e a dificuldade de acesso ao crédito. Assim a
formação de redes empresariais pode gerar expectativa de vantagem competitiva sustentável para
essas empresas. (Farias Filho, Castanha, Porto, 2001) Embora se tratando das grandes empresas as
redes são essenciais na obtenção da vantagem competitiva. Corroborando com essa abordagem
Castells (2001) conclui que a grande tendência da nova economia é o surgimento das redes
internacionais de empresas e de subunidades empresariais, como a forma organizacional básica
da economia informacional.

Ernst (Apud Castells, 2001) aponta dois fatores como fontes principais nesse processo de
transformação organizacional: a globalização de mercados e insumos e a drástica transformação
tecnológica. Nesse contexto, a cooperação não é apenas uma maneira de dividir custos e recursos,
mas constitui uma apólice de seguro contra alguma decisão inadequada sobre tecnologia.

Entre as vantagens das redes, apontado por RIBAULT et al. (1995), podemos destacar o
aprofundamento da especialização das empresas, a perenidade de todo o know how das
atividades, além disso, esses autores argumentam que a escolha por afinidade das empresas pode
conferir em um grau elevado de exclusividade, o que pode desencadear a inovação.

Nesse sentido, é relevante trazer o conceito de capital social a esse estudo: “capital social é
definido como as normas, valores, instituições e relacionamentos compartilhados que permitem a
cooperação dentro ou entre os diferentes grupos sociais” (Marteleto e Oliveira E Silva, 2004,
p.44), dessa forma, verifica-se a importância do capital social na formação das redes.

Além disso, iremos trazer à tona os elementos geradores de capital social, tais como: ampliação
social da cooperação, fomento de novas parcerias e criação de redes e mobilização de recursos da
sociedade civil (Melo Neto e Froes, 2002).

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Tratando-se de um assunto que é uma tendência global de negócio, e que pode vir a alterar as
atuais estruturas empresariais globais e regionais. Um estudo mais detalhado sobre os formatos,
características, vantagens entre outras questões relevantes das redes sociais locais, é necessário
para o conhecimento dos empreendedores e acadêmicos, com o fim de descrever os desafios e
oportunidade do tema proposto.

1.3 Objetivos do estudo

1.3.1 Objetivo geral

Analisar o papel das redes sociais para as empresas de tecnologia da informação e comunicação
na cidade do Recife, e como essas redes geram oportunidades de negócio de acordo com as
perspectivas dos seus empreendedores.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Analisar as vantagens competitivas trazidas para as empresas de T.I. em decorrência de


alianças estratégicas.

• Descrever os principais obstáculos enfrentados por essas empresas para formar redes
competitivas.

• Identificar as principais razões da formação de alianças estratégicas da empresa analisada.

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2. METODOLOGIA

2.1 A pesquisa científica

A pesquisa científica é o “conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio, que


tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos
científicos” (Andrade, 2005, p. 121). Ao pesquisar estudos sobre redes sociais nos arranjos
produtivos de tecnologia da informação no âmbito local, constatei a quase ausência desse tipo de
estudo, evidenciando assim a necessidade de estudos que complementem o conhecimento nessa
área de estudo.

2.2 Caracterização da Pesquisa

Foi realizada uma pesquisa de campo, que tem como “objetivo de consegui informações e/ou
conhecimento acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese,
que se queira comprovar ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”
(Marconi, apud Andrade, 2005, p. 127).

“A pesquisa de campo pressupõe a apreensão dos fatos/variáveis investigados, exatamente onde,


quando e como ocorre” (Lima, 2004, p.51) A Associação Softex Recife foi o local onde se
desenvolveu a pesquisa de campo do presente estudo, também foi feita uma entrevista com
Eduardo Antonio Paiva de Almeida, Coordenador executivo da Softex, escolhido por deter uma
extensa e importante quantidade de informações sobre o caso da Softex e o proprietário e
presidente da Empresa Provider, escolhido por ser um integrante ativo e influente da rede do
Softex.

O método de pesquisa utilizado foi o estudo de caso que é “uma investigação empírica que
investiga que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real,
especialmente quando os limites entre os fenômenos e o contexto não estão claramente
definidos”. (Yin, 2005, p.32) Esse mesmo autor ainda argumenta que o estudo de caso tem como
forma de questão de pesquisa em questões do tipo como e por que, não exige controle sobre
eventos comportamentais e focaliza acontecimentos importantes.

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Dessa forma, ao analisarmos o nosso objetivo de estudo, verificamos que o estudo de caso é a
estratégia de pesquisa mais apropriada para o nosso estudo, pois ela permite colher e analisar os
dados mais relevantes sobre a questão levantada nesse artigo.

2.3 Procedimentos para a coleta de dados

O levantamento de dados foi baseado na pesquisa bibliográfica, uma vez que constitui primeiro
passo para todas as atividades acadêmicas (Andrade, 2005). Além desta, o procedimento
metodológico também se valeu da pesquisa documental que constitui “(...) o exame ou o reexame
de materiais que ainda não receberam qualquer tratamento analítico, no objetivo de fundamenta
interpretações novas ou complementares sobre o que está sendo investigado” (Lima, 2004, p.52)
Essa é representada por estudos estatísticos de órgão oficiais – IBGE – e de órgãos particulares –
Balanço Social Softex Recife, 2006; e com sites relacionados com essa associação.

A técnica para a coleta de dados e informações utilizada foi a entrevista em profundidade, que
tem como objetivos “averiguar fatos ou fenômenos; identificar opiniões sobre fatos ou
fenômenos; determinar, pelas respostas individuais, a conduta previsível em certas circunstâncias;
descobrir os fatores que influenciam ou que determinam opiniões, sentimentos e condutas;
comparar a conduta de uma pessoa no presente e no passado, para deduzir seu comportamento
futuro” (Andrade, 2005, p. 146) O tipo da entrevista empregada foi a estruturada, orientada por
um roteiro previamente definido.

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3. REDES SOCIAIS

3.1 Capital Social

A palavra capital tem diferentes conceitos e aplicações, dependendo em que contexto essa palavra
é empregada. Para o Banco Mundial (Apud D’Araújo, 2005) a forma de capital, distinguida como
capital social expressa a capacidade de uma sociedade de estabelecer laços de confiança
interpessoal e redes de cooperação com vistas à produção de bens coletivos. Capital social é a
“argamassa” que mantém as instituições em contato entre si e as vincula ao cidadão visando à
produção do bem comum, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social.

Na obra “Social Capital: From Definition To Measurement” Grootaert e Thierry Van (2002),
definem e expõem a importância da utilização prática e tentam medir o capital social de uma
sociedade. Assim, eles avaliam a capacidade da estrutura social e as atitudes básicas de um povo
com o escopo do aumento da eficiência da ação social, analisando diversos setores da sociedade e
diferentes pontos geográficos, na tentativa de medir da forma mais objetiva e ampla possível o
capital social de uma nação. Como modelo de avaliação, demonstram a importância do papel da
interação social, da confiança e reciprocidade, como elemento de capital social.

O banco mundial (2002) define capital social como: “as instituições, relacionamentos, atitudes, e
valores que governam as interações entre as pessoas e contribui para o desenvolvimento
econômico e social”.

Com essa ampla definição, foi necessário distinguir duas formas de capital social, o primeiro
definido por Uphoff (2000) como “capital social estrutural” referindo-se à observação externa de
estruturas sociais, como redes e associações e os seus papeis e os seus procedimentos
incorporados. A outra forma, a qual Grootaert e Thierry Van (2002) chamaram de “capital social
cognitivo” compreende elementos subjetivos e intangíveis, como as atitudes, e normas de
comportamento, valores partilhados, reciprocidade e confiança.

Além disso, esses autores defendem outra distinção de capital social, diferenciando-o de acordo
com o escopo das relações. Argumentam que o capital social pode ser observado no nível micro,

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quando as relações dos integrantes são horizontais, ou seja, as redes são formadas por indivíduos
e comunidades com uma relação de equilíbrio de poder. Observado no nível meso, onde existem
relações horizontais e verticais entre os grupos, ou seja, é um nível localizado entre os indivíduos
e a sociedade como um todo. Finalmente, avalia-se no nível macro, na forma do ambiente
político e institucional, abrangendo toda a sociedade.

Com essas distinções de capital social, uma forma com valores tangíveis e a outra com valores
intangíveis, além das distinções dos níveis micro, meso e macro de capital social, é proposto um
gráfico para classificar os diferentes tipos de capital social, como exposto na figura 1.

Uma avaliação equivocada do capital social, ao tentar avaliar esse conceito da forma mais ampla
possível, pode atrapalhar o seu uso e fazer com que a sua aplicação torne-se inviável, devido à
falta de objetivo e visão específica do problema analisado. Assim, o Banco Mundial sugere que o
pesquisador deve, no entanto, desenvolver metodologias e indicadores mais específicos do
conceito escolhido, que possa produzir resultados sólidos e mensuráveis.

D’Araújo (2005) alerta em sua obra sobre capital social que caso o conceito de capital social seja
mal apreendido, superdimensionado ou focado de maneira messiânica, esse conceito pode vir a
ser desqualificado. Por outro lado, se o conceito for bem utilizado pode constituir-se em
importante instrumento para a consolidação de políticas públicas, desenvolvimento sustentável e
para a revitalização da sociedade civil e da democracia.

D’Araújo (2005) analisa, também, o trabalho de Robert Putnam (1993). Esse trabalho expõe as
razões de duas regiões da Itália (o Norte e o Sul), apesar de possuírem os mesmos instrumentos e
a mesma modelagem institucional, possuíram resultados distintos no que tange ao
desenvolvimento econômico e social dessas regiões.

Para Putnam (1993), a cultura cívica - termo que se refere à participação política dos cidadãos,
levando em consideração as estruturas institucionais de poder, atitudes, crenças e valores
individuais -, associada à confiança interpessoal gera um capital social em que os benefícios são
comuns a todo o grupo. Além disso, ele argumenta que o capital social facilita a cooperação
espontânea e minimiza os custos de transação. Assim, confiar e usufruir as vantagens de confiar

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produz mais confiança, dessa forma o capital social cresce na medida em que é usado. E a
confiança deriva de dois fatores: regras de reciprocidade (regras de constrangimento social) e
sistema de participação cívica (atuação em vários tipos de associação). Além da confiança, o
capital social tem como base a comunidade cívica, ou seja, a consciência do indivíduo de seu
papel e de seus deveres, em conjunto com seu compromisso de igualdade política. Assim,
conclui: “O contexto cívico é importante para o funcionamento das instituições” (apud D’Araújo,
2005, p. 14). Contrariando a visão do institucionalismo defendido por Stuart Mill (apud
D’Araujo, 2005), na qual defendia a tese de que as instituições são o princípio para a mudança e a
transformação social.

Quadro 1 - Forma e escopo de capital social

Macro

Instituições do estado,
direitos e deveres Governança

Estrutural Cognitivo
Meso

Instituições locais, redes Confiança, valores

Micro

Fonte: Adaptado de Grootaert e Thierry Van (2002)

Como Robert Putnam, outro pesquisador, Francis Fukuyama (2000) avaliou o desenvolvimento
econômico em vários países. E ambos enfatizaram a importância da confiança para a
prosperidade de uma nação, e, para ambos, confiança é a base para o capital social (apud

14
D’Araujo, 2005). Isso porque, uma sociedade que confia uns aos outros, colabora mais, e assim
aproveita melhor as oportunidades.

Fukuyama (2000) demonstra que a capacidade de uma nação em formar organizações depende do
capital social existente, pois, é necessário que as organizações confiem uma na outra, pois isso
permite a expansão de contratos horizontais e a ampliação dos negócios. Portanto “as sociedades
fortes em capital social não geram apenas mais riqueza: geram também sentimentos de igualdade,
de justiça, de bem comum” (apud D’Araujo, 2005, p. 40). Características essas essenciais para o
desenvolvimento sustentável e a distribuição de renda de uma sociedade.

O primeiro significado do conceito de capital social foi, essencialmente, ligado à rede de relações
sociais com a vizinhança, definido pelo o educador Lyda Judson Hanifan (1916). Passando pelo
pertencimento de moradores a certos clubes e associações, segundo o sociólogo Jonh Seeley nos
anos 1950 e como sólidas redes sociais em áreas urbanas, defendida por Jane Jacobs (1960).

Contudo, foi nos anos 1980, que o conceito sofreu uma alavancagem na agenda acadêmica.
Sobretudo devido às obras do sociólogo James Coleman. Esse sociólogo analisou o papel das
normas sociais como guias de ação para o indivíduo. Devido às regras de reciprocidade,
defendida mais tarde por Putnam, as normas são internalizadas pelas pessoas. “Normas dão
sentido à sociedade, orientam as ações, tornam previsíveis determinados comportamentos,
conferem textura e densidade à sociedade” (apud D’Araújo, 2005, p. 25). Dessa forma, as normas
podem ser avaliadas com um capital social.

Com base nessas obras, podemos avaliar que o capital social tem como objetivo “uma parceria
mais intensa e uma cooperação mais estreita entre comunidade fortalecida e governo”(D’Araújo,
2005, p.57), e não como uma forma escapista, em que as responsabilidades do estado seriam
transferidas para a sociedade, nem a utopia da teoria do comunismo. A autora também avalia que
o capital social para o mundo pobre deve ser usado como instrumento de apoio à mudança e para
o mundo rico para manter as virtudes do que já existe.

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Para Fukuyama (2000), a economia está permeada pela cultura e depende dos valores morais e da
confiança social. Assim, conclui, que a cultura é uma ferramenta fundamental para o
desenvolvimento econômico sustentável.

Numa interpretação de D’Araujo (2005) de Tocqueville, para haver confiança e relações


horizontais de poder, fatores fundamentais para a existência de capital social, é fundamental uma
sociedade civil organizada, uma cultura cívica e liberdade. Ter uma sociedade civil organizada
significa dizer que essa sociedade possui grupos organizados com independência do estado e do
mercado têm condições de promover ou de facilitar a promoção de diversos interesses da
sociedade. Esse conceito não trata de substituição de responsabilidades ou competências, mas sim
de cooperação, entre a sociedade, mercado e estado, formando assim sinergia na formação do
capital social.

O termo cultura cívica se refere à participação política dos cidadãos, levando em consideração as
estruturas institucionais de poder, atitudes, crenças e valores individuais. Já a liberdade é
essencial na manutenção de um estado democrático bem sucedido.

Fukuyama (2000) afirma que a origem da confiança interpessoal, essencial para a formação do
capital social, é a cultura de uma sociedade. Contudo, D’Araújo (2005) demonstra que
instituições políticas podem ser promotoras de capital social, quando essas instituições ensinam
tolerância, compromisso e participação e formam futuros líderes. Contudo, ela abre uma ressalva
concluindo que além de instituições políticas, uma sociedade precisa de tempo, pois só com uma
nova geração esses valores poderiam ser internalizados na sociedade.

D’Araujo (2005, p.57) conclui: “Capital social não é um instrumento que opera solitariamente.
Reflete uma maneira integrada de agir e de interagir que tem na confiança e na cooperação as
moedas da boa sociedade. Não é substituto de nada”. Além disso, ela propõe que o capital social
valoriza aspectos éticos da vida em comum e valoriza a cultura humana, dessa forma uma cultura
não pode se impor sobre a outra.

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3.2 Redes sociais em arranjos produtivos

Mañas e Pacanhan (2004) analisam os processos organizacionais que encaminham para a


necessidade de posicionamento estratégico e a busca constante de vantagens competitivas. E para
esses autores, o processo organizacional que permite diferenciação e cooperação ao mesmo
tempo é a de alianças estratégicas. Eles definem alianças estratégicas como a união de empresas
em prol de um objetivo comum, utilizando-se para isso de suas competências individuais a fim de
se fortalecerem mutuamente dentro do mercado na qual estão inseridas, sendo elas concorrentes
ou não.

No estudo de Cunha e Melo (2005) é analisado o processo de formação e desenvolvimento dos


relacionamentos interorganizacionais cooperativos em duas empresas de capital tecnológico que
tem em alianças estratégicas um importante diferencial competitivo.

Indústrias que fazem uso intensivo de tecnologia e conhecimento apresentam alterações mais
fortes, se considerado os outros setores da economia (Stuart, 1998), no que tange ao
desenvolvimento e a intensificação das relações entre as organizações e seus ambientes técnicos e
institucionais (Kondra e Hinings, 1998), visando a consecução dos seus objetivos (Aldrich, 1979;
Powell, 1990; Child e Möllering, 2001. Apud Cunha, 2005).

O ambiente do mundo dos negócios está cada vez mais turbulento e rico em conhecimento. Em
conseqüência a esse ambiente, o desenvolvimento de relacionamentos cooperativos entre
empresas têm sido necessário (Powell, 1990).

Assim, as empresas têm utilizado as alianças como um meio de desenvolvimento e expansão


(Gulati, 2001). As alianças envolvem trocas, compartilhamento ou desenvolvimento de produtos
e/ou serviços em conjunto. Pode incluir o conhecimento (Dogson, 1993), o que pode criar um
ciclo virtuoso de aprendizagem. As alianças também são usadas para reduzir riscos e aumentar o
acesso a recursos críticos e informações (Gulatti, 1998).

Dentro do contexto das alianças estratégicas encontram-se diversos modelos de estruturação de


relacionamentos, como joint-ventures, parcerias, consórcios, integração vertical, cluster, acordos

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cooperativos, franshising, organização virtual, integração horizontal, redes empresariais flexíveis,
entre outros. Ressalta-se que essa classificação é contraditória, visto que alguns autores não
consideram as joint-ventures como alianças estratégicas (Lipnack; Stamps, 1994) e outros
diferem as alianças das redes empresariais, no entanto o mais importante é a concepção de que as
alianças são as uniões entre empresas autônomas que buscam um mesmo objetivo comum e para
isso compartilham elementos de suas cadeias de valor (Porter, 1989).

A concepção de alianças estratégicas e o surgimento da economia informacional e


desenvolvimento de uma nova lógica organizacional advinda da transformação tecnológica fez
emergir uma nova estrutura empresarial: a empresa em rede (Castells, 2001).

Enquanto a competitividade nos mercados se intensificou e novas tecnologias vão sendo


desenvolvidas e incorporadas pelas empresas torna-se evidente a necessidade do
compartilhamento do conhecimento e das informações. “Os componentes da rede tanto são
autônomos quanto dependentes em relação à rede e podem ser uma parte de outras redes e,
portanto, de outros sistemas de meios destinados a outros objetivos” (Castells, 2001, p.191).
Assim, a disposição em rede se apresenta como alternativa viável porque consegue estabelecer
uma relação positiva no que diz respeito à combinação de pessoas, tecnologias e conhecimento,
além do capital que deixa de estar concentrado nas mãos de um só proprietário.

Ao analisar as características das composições das redes que possuem posicionamentos


competitivos mais eficazes, Mañas e Pacanhan (2004) concluem que a integração é uma medida
que possibilita aos pares a superação de dificuldades de mercado. Essa conclusão é baseada na
teoria das cinco forças, elaborado por Michael Porter (1989). Pois nos processos de alianças
estratégicas essas forças tendem a se alterar gerando novos cenários concorrenciais.

Ao analisar as alianças estratégicas, baseado no modelo das cinco forças de Porter, Mañas e
Pacanhan (2004) concluem que o fator mais importante para o sucesso desse tipo de disposição
organizacional é a integração de metas e objetivos, sejam eles: de constituírem efetivamente uma
rede, como uma grande empresa, tendo objetivos e metas conjuntas em todo o planejamento
estratégico de suas unidades, ou simplesmente de compartilharem alguns elementos de suas

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cadeias de valor, estabelecendo relações mais superficiais, mantendo suas identidades individuais
e buscando estabelecer vantagens competitivas apenas em determinados pontos desta cadeia.

Contudo esses mesmos autores percebem uma grande dificuldade das empresas que competem
entre si cooperarem com informações estratégicas, assim afirmam que a principal dificuldade e
desafio deste processo é a dualidade entre competição e cooperação, onde “é necessário um
grande grau de discernimento dos gestores para perceberem que estratégias de cooperação podem
ser mais benéficas do que as de competição” (Mañas; Pacanhan, 2004). Para isso uma nova
mentalidade de gestão que privilegie o apoio entre os parceiros é crucial para o sucesso da aliança
e isso implica olhar o concorrente, o fornecedor e o mercado consumidor de forma diferenciada.

Para os autores Ring e Van de Ven (1994), para analisar as alianças como um processo, além das
condições de investimento, é necessário analisar os tipos de estrutura de governança requeridos
para um relacionamento, ou seja, quanto mais dinâmica e estreita for a relação das organizações,
mais importante a eqüitatividade e eficiência do relacionamento para a continuação da aliança.

A interação contínua pode levar a um maior grau de cooperação entre empresas, na medida que
quando o relacionamento se estreita o nível de compreensão e de confiança são ampliados,
melhorando a relação com as incertezas que surgem na aliança.

Como o desenvolvimento tecnológico requer alto grau de troca de informações e conhecimento,


as alianças estratégicas têm sido adotadas nesse intuito. Para isso, é necessário o aprimoramento
de competências que permitam às empresas tornarem-se interessantes para possíveis parceiros,
como também a criação de mecanismos gerenciais que permitam a administração de seus
relacionamentos interorganizacionais (Cunha; Melo, 2005).

Cunha, Melo e Lopes (2005) afirmam em seus estudos que a cooperação como forma processual,
deve ser usada no aprimoramento do relacionamento entre as organizações, e a sua maximização
de resultados. E para isso, a confiança é dada como fator chave de sucesso.

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3.3 Empreendedorismo em empresas de Base Tecnológica (EBT)

Para Galvão (1999), o declínio de certas indústrias baseadas na transformação do aço, construção
naval e carvão está intimamente ligado ao desenvolvimento de tecnologias de miniaturização,
consideradas mais dinâmicas e com maior potencial de impactos econômicos e sociais. Dessa
forma, indústrias de softwares, microeletrônica, biotecnologia, automação e serviços, ganham
cada vez mais espaço em relação às industrias tradicionais como mineradoras e siderúrgicas.

Assim, ao avaliarmos as transformações tecnológicas e informacionais ocorridas, a partir dos


anos 70, percebemos a crescente importância dada às empresas de Base tecnológica, devido,
principalmente, à necessidade de obter e processar informações estratégicas de forma ágil e
eficiente.

Em nosso caso de estudo, iremos avaliar melhor as interações que ocorrem nas alianças
existentes, dentro do Softex, que se constitui, basicamente de empresas de base tecnológicas.

Santos (1987, p.13) classifica as empresas de base tecnológica como:

1. Aquelas que têm pesquisadores de alta qualificação entre seus colaboradores;

2. Aquelas que no custo final têm a tecnologia como fator mais importante na agregação de
valor do produto ou serviço;

3. Aquelas que investem em P&D para a inovação ou aperfeiçoamento e atualização dos


produtos.

Assim, ele conclui:

“(...) a criação deste tipo de empresas (de alta tecnologia) está relacionada aos resultados de
pesquisas aplicadas, onde produtos novos ou inovadores aparecem como potenciais soluções para
problemas de produção ou mercado. O valor do conteúdo tecnológico agregado ao produto destas
unidades é muito elevado”.

20
Furtado (1998, p.28) analisa a origem e aplicação do conceito de tecnologia como um “conjunto
de processos e conhecimentos oriundos da aplicação de princípios científicos a questões
práticas”. Já Stefanuto, citado por Cortês et al. (2005), propõe considerar como EBTs as empresas
de capital nacional que, em cada país, se situem na fronteira tecnológica de seu setor.

Assim, ao compararmos essas definições, podemos perceber a dificuldade de uma definição que
se enquadre em nosso estudo de caso. Por isso, adotaremos como definição, o conceito de
Empresa de Base Tecnológica proposto por Carvalho et al (1998, p. 462), visando delimitar o
escopo da pesquisa e considerando que é o mais adequado para nosso estudo, visto o propósito do
Softex e as empresas participantes desta rede. Portanto Empresas de Base Tecnológicas são
identificas como “as micro e pequenas empresas comprometidas com o projeto, desenvolvimento
e produção de novos produtos e/ou processos, caracterizando-se ainda pela aplicação sistemática
de conhecimento técnicocientífico (ciência aplicada e engenharia)”.

3.3.1 Exemplos de articulações em arranjos produtivos em empresas de bases tecnológicas.

Para Porter (1998) Cluster, pode ser entendido de modo abrangente, como concentração setorial e
geográfica de empresas. Dentre as características mais importantes temos o ganho de eficiência
coletivo, entendido como a vantagem competitiva das economias externas locais e da ação
conjunta. Além disso, Paiva Jr et al (2001, p. 6) defende que “clusters também engloba
instituições públicas e privadas, tais como universidades, institutos de pesquisa e entidades
comerciais, que proporcionam treinamento, informação, estudos e apoio técnico aos integrantes
do conglomerado”.

Em um cluster encontra-se um amplo escopo para a divisão de tarefas entre empresas, bem como
para a especialização e para a inovação, elementos essenciais para a competição além de
mercados locais. De acordo com Amato (1999), há uma grande dificuldade de caracterização de
um cluster, já que os sistemas produtivos nem sempre podem ser claramente separado nas
categorias disperso ou aglomerado.

Paiva Jr et al (2001) argumenta que as empresas integrantes clusters tendem a serem mais
inovadoras e a demonstrar melhor desempenho, por isso as empresas participantes tendem a

21
serem mais competitivas. Isto pode ser essencial para que as micros e pequenas empresas possam
prosperar em um mercado globalizado e extremamente dinâmico.

Outro exemplo de articulação com empresas de Base tecnológica são as incubadoras. Furtado
(1998) define incubadora como uma instalação orientada e estruturada para receber e desenvolver
novas empresas. Sugere que as incubadoras aparecem nos Estados Unidos na década de 1960,
com a UCSC – University City Science Center – adjacente a duas grandes universidades da
Pensilvânia. Entretanto, foi nos anos 70 e 80 que as incubadoras se expandem rapidamente no
Estados Unidos e posteriormente no resto do mundo.

Para o autor, as incubadoras nasceram nos Estados Unidos devido ao seu amplo espírito
empreendedor, e teve como principais objetivos: “assegurar o sucesso de pequenas empresas,
contribuir para novos estágios de desenvolvimento de localidades pela criação de empregos, a
diversificação econômica, expansão da base de receita, a reabilitação de prédios e uma imagem
desenvolvimentista” (Furtado, 1998, p.20).

Já na realidade brasileira, ele conclui que as principais razões do desenvolvimento de incubadoras


são:

1. Desejo de mudar a vocação econômica da cidade;

2. Aplicação prática de pesquisas aplicadas em produtos;

3. Estímulo da universidade e sociedade, e finalmente,

4. Trazer para o Brasil ações bem sucedidas no exterior.

Furtado (1998), defende ainda, que as empresas incubadoras no Brasil ainda se encontra em
processo de construção, devido ao recente crescimento desse tipo de organização. Também
identifica a descentralização da administração das incubadoras, como uma característica local,
defendendo que essa característica é positiva, pois agiliza o processo de criação de incubadoras.

22
4. O CASO SOFTEX RECIFE

4.1 Um breve histórico

O Softex Recife – Centro de Excelência em Tecnologia de Software do Recife – é uma sociedade


civil sem fins lucrativos, criada em 8 de novembro de 1994. Caracteriza-se como uma instituição
de educação, ensino e pesquisa e de apoio ao desenvolvimento.

O SOFTEX Recife faz parte hoje de uma rede que foi lançada pelo ministério de ciência e
tecnologia com o intuito de transformar o Brasil em uma plataforma de exportação de software.
Em junho de 2006 passou a ser considerada uma OSCIP - Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público, porque varia de tecnologia da informação dos mais diversos ramos de atuação.
É uma comunidade de empresas da área de Tecnologia da Informação que dispõe de um espaço
institucional para se aperfeiçoar e promover o seu crescimento e inserção no mercado e na
sociedade local, nacional e internacional.

4. 2 Estrutura

O Softex Recife tem hoje mais de 60 empresas associadas, todas com projetos de
desenvolvimento de software para exportação. As empresas são, na maioria, de pequeno porte e
originadas do esforço de indução promovido pelo Programa Softex. Imagina-se que, com a
concentração das empresas em uma área de marcante realce cultural, histórico, arquitetônico, fica
facilitado o objetivo de fazer confluir os olhares para o local. E também, com a proximidade
física entre as empresas, melhora-se as ações de articulação, única porta de saída para os
mercados globalizados. (www.recife.softex.br)

Do Conselho Deliberativo do Softex Recife fazem parte: a UFPE-Universidade Federal de


Pernambuco, a ASSESPRO-PE, a SUCESU-PE, o Governo do Estado, o CESAR – Centro de
Estudos de Sistemas Avançados do Recife, a Prefeitura da Cidade do Recife, a Federação de
Indústria de Pernambuco, o Porto Digital, O SEPROPE – Sindicato das Empresas de
Processamento de Dados do Estado de PE e uma representação das empresas associadas (Balanço
Social e Ambiental do SOFTEX, 2006).

23
Os recursos do SOFTEX RECIFE são provenientes da contribuição das empresas associadas, de
convênios firmados com organismos públicos e de serviços prestados, tanto ao setor privado,
como ao setor público. Entre os serviços prestados, os mais importantes são:

· O oferecimento de cursos especializados para atender necessidades específicas das empresas.

· Consultoria para habilitação das empresas na obtenção da certificação MPS-BR.

· Consultoria no desenvolvimento de programas de teste para software das empresas associadas.

4.3 Missão

A missão do Softex Recife é "Conceber, desenvolver e executar atividades ligadas à pesquisa e


extensão no campo da Tecnologia de Software, objetivando a promoção, modernização e
competitividade empresarial no Estado de Pernambuco e no País” (www.recife.softex.br).

Para isso, a entidade Softex Recife busca meios de alavancar financeiramente os negócios das
empresas de software e facilitar a articulação de parcerias internacionais para exportação,
adensando uma rede de articulações institucionais capazes de fazer do ecossistema pernambucano
de empresas um cluster de inovações e negócios de informática de classe mundial.
(www.recife.softex.br). Fica claro assim, que o grande diferencial oferecido pelo Softex é a sua
rede institucionalizada que permite a exploração de mercados internacionais.

4.4 Mapa de codificação

No quadro seguinte, constam algumas variáveis analisadas em relação ao capital social dos
participantes do Softex durante o estudo de Caso. Para isso, cada fala foi observada na tentativa
de visualizar a presença das mesmas e, em seguida, mensuradas as freqüências e visualizadas as
possíveis implicações.

24
Quadro 2 – Mapa Cognitivo das variáveis do Capital Social

Código Variável do Capital Social Características

1 Confiança Os participantes são capazes de confiar um no outro.

Os participantes tendem a cooperar voluntariamente uns com os


2 Cooperação outros.

A participação dos associados na Softex é construtiva, levando em


consideração as estruturas institucionais de poder, atitudes,
3 Cultura Cívica crenças e valores individuais.

Fonte: Adaptado de D’araújo, 2005.

Quadro 3 – Freqüência das variáveis.

Código Variável do Capital Social Freqüência Percentagem (%)

1 Confiança 11 44

2 Cooperação 9 36

3 Cultura Cívica 5 20

Fonte: Coleta de dados, 2007

Em relação aos construtos visualizados durante as entrevistas, quadro 2, observou-se que a


‘confiança’ foi a que obteve a maior freqüência, como exposto no quadro 3, também foi
verificado que a variável ‘cooperação’ obteve quase a mesma freqüência da variável mais citada

25
(11 e 09 citações respectivamente) isso pode explicar porque o Softex Recife consegue reunir
diferentes empresas, muitas delas concorrentes, obtendo transmissão de conhecimento e
experiência, a baixo custo.

Por outro lado, a variável ‘cultura cívica’, mesmo aparecendo, durante as entrevistas, menos que
as outras duas variáveis, analisado no quadro 3, tem importância fundamental, uma vez que sem
as participações e influências políticas dos agentes sociais do Softex, não seria possível a relação
da entidade com órgãos públicos e outras organizações do setor.

5. Análise dos Dados

26
A Análise dos dados foi feita a partir das informações coletadas em entrevista realizada, pela
mestranda Larissa Almeida com Eduardo Paiva, Coordenador Executivo do Softex Recife e com
o presidente e proprietário da Provider João Luiz Perez. Escolhemos um representante da
Provider por ser uma das maiores e mais atuantes empresas participantes do Softex Recife. Por
focar a sua atuação no desenvolvimento de sistemas e na área de outsourcing, João Luiz possui
profundo conhecimento das redes articuladoras de empresas de T.I.. Já Eduardo Paiva possui
bastante conhecimento da estrutura e funcionamento do Softex Recife. Ao passo que as
entrevistas são relatadas serão feitas correspondências com a teoria vista anteriormente.

Greve e Salaff (2003) definem empreendedores como alguém que lança, administra e assume
riscos de uma aventura econômica. Eles citam Granovetter e Burt ao afirmar que redes sociais
não são fixas; ao invés disso, essas interações dependem do contexto social dos negócios e
podem ser ativados de acordo com diferentes necessidades. Isso é bem exemplificado no caso de
João Luiz. Isso porque ele deixou a carreira de executivo para investir tudo o que tinha com mais
dois sócios em sua empresa, graças ao seu conhecimento junto a empresas do setor financeiro,
eles conseguiram rapidamente a conta de duas grandes empresas desse setor. Contudo, devido à
instabilidade econômica na época da criação da empresa, eles foram obrigados a se diversificar
tanto geograficamente, tanto quanto nos negócios, assim nasceu a Provider.

João Luiz afirma que as empresas que participam de uma associação como o Softex no primeiro
momento começam a compreender o mercado, as empresas e as necessidades de cada empresa e
tentar se somar ao processo, além disso, afirma que como espaço geográfico é concentrado,
assim, a convivência com os participantes da rede aumenta, além disso ele sugere que em
empresas muito especializadas os participantes podem encontrar nelas competências da qual ela
tem necessidade que pode trazer pra dentro da sua empresa. Visto isso, podemos concluir que o
Softex pode ser considerado um Cluster, pois que o Softex Promove cooperação em um ambiente
competitivo, além disso, reúne na mesma região geográfica muitos tipos de organizações,
incluindo competidores diretos entre si. Porter (1999) afirma que basicamente, clusters podem ser
vistos como grupos de organizações ligadas por características comuns e complementares,
tornando reais a competição e a cooperação, que são, de fato, condições necessárias para o seu

27
sucesso. João Luiz enumera na sua entrevista as seguintes vantagens de se participar de um
cluster como o Softex:

1. Diluição do risco de negócio,

2. Descentralização das ações operacionais,

3. Foco na sua atividade final e,

4. Distribuição e absorção de informação e conhecimento, mas ao mesmo tempo é


preservado as informações estratégicas.

O entrevistado João Luiz afirma também que as empresas participantes de associações, como o
Softex, conseguem abaixar os seus custos quando várias empresas fazem juntas uma mesma ação,
gerando uma economia de escopo, além disso ele afirma que, “uma aprende com a outra,
amadurece com a outra”. Ao avaliarmos que o capital social expressa a capacidade de uma
sociedade de estabelecer laços de confiança interpessoal e redes de cooperação com vistas à
produção de bens coletivos (D’Araujo, 2005) Concluímos que o Softex é um gerador de capital
social, visto que essa entidade facilita a cooperação espontânea e minimiza o custo da absorção
de conhecimento.

Robert Putnam (1993) argumenta que a confiança deriva de dois fatores: regras de reciprocidade
(regras de constrangimento social) e sistema de participação cívica (atuação em vários tipos de
associação). Sobre as regras de constrangimento social, Eduardo Paiva afirma em sua entrevista,
que as organizações que não agiram dentro do código de ética, foram marginalizadas e que com
isso, eles perderam a oportunidade de se manterem dentro da rede, assim essas empresas
perderam capital social.

Já Greve e Salaff (2003) definem capital social como os contatos que resultem no sucesso da
relação para eles capital social é o componente chave das relações empresariais. Assim, esses
autores definem três propriedades das redes para os empreendedores. A primeira propriedade é o
tamanho, pois os empreendedores podem aumentar a sua rede para conseguir informações
cruciais e outros recursos. A segunda é o posicionamento. Isso porque os empreendedores se

28
posicionam na rede de acordo com as suas necessidades. E por último, a estrutura da relação, isto
é os contatos sociais podem variar de acordo os tipos de relações e interações existentes. Ao
avaliarmos a estrutura do Softex e o conteúdo das entrevistas, concluímos que essa associação
permite aos seus participantes modificar a sua atuação na rede, quanto ao tamanho e amplitude
dos seus contatos, o seu posicionamento no ponto da rede e permite novos tipos de interações
para os participantes.

Empreendedores acumulam capital social, que é crucial para iniciar um novo negócio (Hansen,
2001). Baseado nessa afirmação, Greve e Salaff (2003) procuram estudar como e quando
acontece a acumulação de capital social no processo inicial de um novo negócio. Assim, eles
destrincham três fases do processo de geração de um novo negócio. Essas fases são:

1. Fase da Motivação. Nessa fase, os empreendedores discutem a idéia inicial e desenvolvem


seu conceito de negócio.

2. Fase do Planejamento. É a preparação para iniciar a nova empresa, adquirindo conhecimentos


e recursos. Nessa fase poderíamos citar o exemplo de incubadoras.

3. Fase do Estabelecimento. Quando os empreendedores finalmente abrem a firma e se dedicam


a atividades rotineiras. Nessa fase, as associações, como o Softex, são exemplos de capital
social gerado na fase das empresas já estabelecidas.

Na fase 1 (motivação), é avaliado que empreendedores limitam as suas discussões com


integrantes já próximos do seu relacionamento. Na fase do planejamento, o crescimento do
número de atividades aumenta a rede de interação. Como exemplo, podemos citar a rede citada
pelo presidente da Provider, ao comentar sobre a rede que propiciou entrar em outros mercados,
“Entramos mais facilmente no mercado e essas relações partiam de relações técnicas que nós já
tínhamos através da competência técnica e outras relações pessoais da convivência do dia a dia”
(informação verbal, 2007)1. Na fase do estabelecimento, os empreendedores reduzem o tamanho
da sua rede de contatos para apenas os integrantes mais importantes da rede e gastam menos
tempo interagindo em relação à fase do planejamento.

1
Entrevista realizada com João Luiz Perez.

29
Greve e Salaff (2003) afirmam que os empreendedores dedicam boa parte do seu tempo
desenvolvendo e mantendo suas relações sociais para adquirir informações e recursos para o
sucesso do negócio. Nesse sentido, as associações, como o Softex, realizam um importante já que
permitem uma ampliação da rede de contato dos empreendedores participantes. Eduardo Paiva
comenta a importância de participar de uma associação como a Softex, “Ele (o participante da
rede) tem mais chances de participar do spill over, do que está acontecendo, do espalhamento não
só do conhecimento mas de todas informação sobre mercado, evolução, tecnologia o fato dele se
agregar ele tem uma vantagem grande (...) então eles querem se associar pra ficar por
dentro”(informação verbal, 2007)2.

Depois de estudar o comportamento dos empreendedores em quatro países, Greve e Salaff (2003)
concluíram que a fase em que é gasto a maior parte do tempo com relacionamentos é a fase do
planejamento. Isso porque as relações sociais fazem parte de um importante papel no
estabelecimento de uma empresa. Empreendedores utilizam o seu capital social para acessar
recursos em cada fase da geração de um negócio (Greve e Salaff, 2003). È explicitado assim, a
importância da articulação entre empresas na geração de capital social e acesso a novos
mercados.

Greve e Salaff (2003) afirmam em seus estudos que a idade e tempo de residência ajudam a
acumular capital social para novas empresas, pelo fato de os empreendedores conseguirem criar e
manter uma maior rede de contato na sua área de atuação. Assim, como o Softex Recife trabalha
na articulação entre as empresas, na sua maioria, de pequeno porte e geridas por profissionais
jovens e de pouca experiência na operação de mercados complexos, esta entidade se mostra de
essencial importância para a economia local, visto que permite que empresas pequenas e sem
experiência no mercado consigam expandir a sua rede de contato e conseqüentemente o seu
capital social.

Ao avaliar a transição dos empreendedores de uma fase para a outra no processo de criação de
negócios, Greve e Salaff (2003) concluem que o sucesso da transição depende da habilidade de
desenvolver sua rede de contato e de determinar a sua posição na rede. Em sua obra, Castells

2
Entrevista realizada com Eduardo Antônio Paiva de Almeida

30
(2001), também defende que o sucesso da organização depende do ponto da rede em que a
mesma ocupa. As organizações nos melhores pontos da Rede terão mais chances de obterem
sucesso. Podemos, concluir assim, que iniciativas que alavanquem a rede de contato dos
participantes e possibilite o acesso a novos recursos é crucial para o sucesso das organizações
participantes.

Côrtes et al (2005) exploram os resultados de uma pesquisa de campo que analisou as estruturas
das relações de empresas tecnológicas (como os participantes do Softex). Com base nesse estudo,
eles analisaram a distribuição dos parceiros das EBT: Que mostra que as universidades e os
institutos de pesquisa destacadamente figuram mais freqüentemente como parceiras das EBTs
pesquisadas. Do Gráfico 1 pode-se inferir também que as EBTs estão envolvidas em redes pouco
densas, visto que as relações com outras empresas, concorrentes, fornecedores e empresas de
consultoria/engenharia representam apenas 28% das parcerias existentes.

Gráfico 1 – Distribuição dos parceiros de EBT’s em esforços de cooperação.

Fonte: Adaptado de Côrtes et al, 2005

Côrtes et al (2005) atribuem como conseqüências dessa situação que o nível de informações e
troca de conhecimentos para inovação que circula na rede seja limitado, tanto em termos de
conteúdo como de acesso, o que tem impacto negativo sobre a dinâmica inovativa das empresas,

31
ao se considerar as análises de iniciativas de P&D. Eles concluem com esse estudo que: “(...) a
adoção de mecanismos de cooperação é limitada e excessivamente concentrada nas relações com
instituições acadêmicas, tendendo a caracterizar redes pouco densas e com ligações fracas entre
os agentes, um tipo de arranjo que, em princípio, não é o mais favorável ao desempenho
inovativo”(Côrtes et al, 2005, p.93).

Já Furtado (1998) defende a maior interação entre as universidades e os parceiros de empresas de


base tecnológica. Ele argumenta que essa interação facilita e agiliza a ação das empresas, em
aspectos como o desenvolvimento dos produtos, qualidade e controle de qualidade e formação
gerencial. Ele faz uma referência a Gibson (1990): “(...)diversas empresas de alta tecnologia
associadas a universidades técnicas nas vizinhanças, pode facilitar o acesso à laboratórios e
bibliotecas assim como a consultoria de staff gerencial e de professores”.

Dessa forma, as incubadoras e associações de empresas de base tecnológica são vistas como
elemento eficaz de promoção de espírito empreendedor tornando possível maior intercâmbio e
transferência de tecnologia entre universidades /centros de pesquisa e empresas (Furtado, 1998).
Com a mesma linha de raciocínio, Eduardo Paiva faz o seguinte comentário, “mais recentemente
estamos fazendo essa aproximação (com institutos de pesquisa e universidades) porque
reputamos isso como bom, com aporte de investimento, a questão de qualidade e certas
exploração, digamos fundos de investimentos que você sozinho não tem condições de
desfrutar”(Informação verbal, 2007)3.

Mañas e Pacanhan (2004) afirmam que a principal dificuldade e desafio do processo de alianças
estratégicas é a dualidade entre competição e cooperação, com relação a este tema Eduardo Paiva
comenta que no Softex, as empresas concorrentes entre si possuem alto grau de cooperação, isso
porque os gestores dessas empresas percebem que a troca de informações e conhecimentos
podem ser mais benéficas do que a competição.

Cortês et al. (2005) avaliam também que as empresas de maior porte e com maior participação de
mercado demonstram uma tendência maior de cooperar, além disso, estímulos de políticas
públicas geram redes mais ricas de parceiros. Isso é comprovado no depoimento do presidente da
3
Entrevista realizada com Eduardo Antonio Paiva de Almeida

32
Provider, que é a maior empresa participante do Softex, ele afirma que sabe que “as
oportunidades nem sempre vão ser atendidas única e exclusivamente pelo nosso grupo então pra
conseguir continuar crescendo eu obrigatoriamente vou ter que buscar outras empresas que se
associem a gente em risco em novos negócios” (Informação verbal, 2007)4.

6. Considerações Finais

4
Entrevista realizada com João Luiz Perez

33
Nesse estudo de caso, apresentamos o caso Softex e o avaliamos sob a luz do conceito de capital
social. Os autores Grootaert, e Thierry Van (2002) propuseram um modelo de avaliação do capital
social para restringir o escopo de estudo e dessa forma, focar no objetivo do estudo e visão
específica do problema analisado. Ao avaliarmos o caso do Softex, concluímos que essa
associação se encontra entre o nível micro e meso, em relação ao escopo das relações e por ser
uma associação empresarial se encontra mais próximo do “capital social estrutural”. Ao
restringirmos a análise do Softex, conseguimos aprofundar e especificar com maior precisão o
nosso estudo de caso sobre redes sociais nos arranjos produtivos de tecnologia da informação,
com enfoque no Softex Recife.

Como resultado, identificou-se a presença de capital social, na associação de empresas de Base


tecnológica, Softex Recife, ao serem identificados a cooperação entre os membros, a presença de
cultura cívica e a confiança entre os pares. Verificamos que o capital social deve ser usado como
um meio de cooperação, entre a sociedade, o estado e o mercado (D’Araújo, 2005), para a
diluição do risco, melhor uso de oportunidades, e é essencial para o desenvolvimento sustentável,
já que passa a avaliar a cultura como meio de desenvolvimento. No caso do Softex, concluímos
que essa associação permite a geração de capital, visto que ela atende a todos os requisitos acima
e permite a relações com ligações fortes entre as empresas (relações entre concorrentes, clientes e
fornecedores), fornecendo subsídios para a troca de informações, experiências e conhecimento.

Podemos avaliar, assim, que as relações com ligações fortes entre as empresas podem se
constituir em uma grande oportunidade para geração de novos conhecimentos, e criação de valor
via inovação. Contudo, avaliamos que as relações entre empresas e instituto de pesquisa trazem
mais benefícios na medida em que propicia a aplicação prática de pesquisas científicas.

Foram apresentadas importantes conclusões sobre como atuam os empreendedores nas redes
sociais dos arranjos produtivos de T.I.C, e a importância dessas redes para a nova economia e
para o desenvolvimento sustentável do local; e por fim, foram apresentados as razões e vantagens
para que as pequenas e micro empresas participem dessas redes. Para um futuro estudo, seria
fundamental a pesquisa, desta vez no âmbito da participação das grandes empresas nessas redes e
as conseqüências econômicas e sociais desses arranjos produtivos.

34
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