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Sexta-feira, 5 de Junho de 2009

Procura-se um Amante

Muitas pessoas têm um amante, e outras gostariam de ter um. Há


também as que não têm, e as que tinham e perderam. Geralmente são
estas últimas que vêem ao meu consultório para me contar que estão
tristes ou que apresentam sintomas típicos de insónia, apatia,
pessimismo, crises de choro, ou as mais diversas dores.
Elas contam-me que as suas vidas correm de forma monótona e sem
perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem
como ocupar o tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas
encontram para dizer que estão simplesmente a perder a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, já tinham estado noutros consultórios,
onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão"...
além da inevitável receita do anti-depressivo do momento. Assim, depois
de as ouvir atentamente, eu digo-lhes que elas não precisam de nenhum
anti-depressivo. Digo-lhes que o que elas precisam é de um Amante!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem o meu
conselho. Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se
atreva a sugerir uma coisa destas ?!".
Há também as que, chocadas e escandalizadas, despedem-se e não
voltam nunca mais. Às que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu
explico-lhes o seguinte: Amante é "aquilo que nos apaixona". É o que
toma conta do nosso pensamento antes de adormecermos, e é também
aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. O nosso Amante é o que
nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o
que nos mostra o sentido e a motivação da vida.
Às vezes encontramos o nosso amante no nosso parceiro, outras vezes,
em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores
paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na
pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no desporto,
no trabalho, na necessidade de nos transcendermos espiritualmente,
numa boa refeição, no estudo, ou no prazer obsessivo do nosso
passatempo preferido...
Enfim, Amante é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar" a vida e nos
afasta do triste destino de "ir vivendo". E o que é "ir vivendo"?
"Ir vivendo" é ter medo de viver. É vigiar a forma como os outros vivem,
é o deixarmo-nos dominar pela pressão, andar por consultórios médicos,
tomar remédios multicoloridos, afastarmo-nos do que é gratificante,
observar decepcionados cada ruga nova que o espelho nos mostra, é
aborrecermo-nos com o calor ou com o frio, com a humidade, com o sol
ou com a chuva. "Ir vivendo" é adiar a possibilidade de viver o hoje,
fingindo contentarmo-nos com a incerta e frágil ilusão de que talvez
possamos realizar algo amanhã.
Por favor, não se contentem com "ir vivendo". Procurem um amante,
sejam também um amante e um protagonista da vossa vida...
Acreditem que o trágico não é morrer, porque afinal a morte tem boa
memória e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver,
por isso, e sem mais delongas, procurem um amante.
A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo
transcendental:
"Para se estar satisfeito, activo, e sentirem-se jovens e felizes, é preciso
namorar a vida".
Dr. Jorge Bucay

Posted by Sevilhano at 12:54 0 argumentos

Quarta-feira, 22 de Abril de 2009


Continuando a "falar" de Sabedoria...

Posted by Sevilhano at 18:58 0 argumentos

Sexta-feira, 17 de Abril de 2009


Conhecimento e Sabedoria

Hoje em dia a aprendizagem resume-se a um acumular de informação.


Quanta mais informação conseguirmos recolher, mais espertos,
inteligentes, informados somos. E nos dias que correm a informação está
a um clique ou a uma visita às "Fnac's" de distância.
Será que está correcto? Será que é o acumular de informação nos faz
evoluir e crescer? Será que é suficiente?
Para mim, e não só, a diferença entre o conhecimento e a sabedoria
reside no que fazemos com a informação. O que concebemos como
sendo aprendizagem?
A aprendizagem deveria ser muito mais que a colecta
e armazenamento de informação.
Quantas pessoas sábias conhecem que não têm muita informação?
Quantas pessoas conhecem que possuem muita informação e que delas
não retiramos nenhuma aprendizagem?
Aqui surge a importância da experiência. Da sua vivência, antes de mais,
e da análise e reflexão posteriores.
Na era tecnológica em que vivemos é fácil ignorar a experiência, a
tecnologia ajuda-nos a recolher informação mas dificulta-nos a ligação
com o contexto, com o ambiente que nos rodeia.
Convido-os a ver este curto video que satiriza aquilo que acabo de dizer.

Posted by Sevilhano at 1:01 0 argumentos

Quinta-feira, 16 de Abril de 2009


Explicações e seus Fenómenos. Ou será ao contrário?

"Fenómeno é tudo o que a nossa consciência ou os nossos sentidos


podem apreender. Segundo Kant, é tudo o que é objecto de experiência
possível, isto é, tudo o que aparece no tempo ou no espaço e que
manifesta as relações determinadas pelas categorias" In Infopedia.
Penso que a definição acima ajudará à reflexão que quero desenvolver e
partilhar.
Julio Olalla disse que "sempre que nós nos deparamos com um
fenómeno, apressamo-nos a arranjar uma explicação." Eu acrescento
que a falta desta é-nos insuportável.
Tomo o exemplo da morte, de como o fenómeno "morte" nos levou a
criar as religiões ou a Medicina. No fundo, uma série de explicações para
o mesmo fenómeno. Veja-se, quando não se sabe a causa de morte, ou
seja, quando esta não tem uma explicação imediata torna infimamente
mais dolorosa ou mesmo insuportável.
Num exemplo menos dramático, acreditava-se que a chuva era o choro
dos deuses até se arranjar uma nova explicação, corroborada por aquilo
que criámos e chamamos de Ciência. Hoje sabemos que a chuva se deve
a fenómenos de evaporação e condensação da água.
Olalla diz igualmente que fácil e automaticamente atribuímos a
explicação ao fenómeno. Que a explicação faz parte do fenómeno.
"Chove porque a água evapora, condensa e cai". É assim e pronto!
As explicações não mudam apenas com o tempo. Mudam também de
pessoa para pessoa. Eu posso estar triste e ter uma explicação.
Contudo, a minha explicação para a minha tristeza pode ser diferente da
de um outro.
Podemos ter também várias explicações para o mesmo fenómeno.
Exemplo, a crise surgiu por: 1-falta de confiança, 2-falta de ética, 3-
corrupção...
A explicação pode ainda mudar individualmente e é aí que se dão as
transformações e a verdadeira aprendizagem. Se encararmos as
explicações como sendo nossas e não pertencendo ao fenómeno abrem-
se novas possibilidades. A mesma lógica se aplica aos grupos,
organizações, sociedades, países e até a todos os humanos. Relembro o
fenómeno da chuva, será que o povo Ndani da Papua Nova Guiné tem a
mesma explicação para a queda de água do céu?
As explicações que vemos e que contemplamos definem o modo como
actuamos na vida. Se sou rígido em relação às explicações que uso
limito as minhas alternativas de actuação e comportamento. Se, por
outro lado, estou aberto a novas explicações, a conhecê-las, aceitá-las e
integrá-las, posso mudar aquilo que faço e também aquilo que sou.
Iria mais longe, se nos abrirmos a novas explicações não nos
limitados a "ser", vamos "sendo".

Posted by Sevilhano at 23:37 0 argumentos

Terça-feira, 7 de Abril de 2009


Criatividade
Visitem!!
e
A continuação!

Posted by Sevilhano at 12:18 0 argumentos

Quarta-feira, 14 de Janeiro de 2009


Espelho

Quando nos olharmos ao espelho poderemos encontrar algumas coisas


que não gostamos de ver... Que fazer? Podemos partir o
espelho... Podemos não olhar...

Podemos mudar aquilo que projectamos, ou seja, mudar o modo como


olhamos para nós próprios. Para isso precisamos de espelhos. Os
espelhos são todos os outros. Outros que têm presentes para nos dar.
Precisamos é de nos permitir a liberdade de os receber como presentes,
perceber qual o seu valor e utilizá-los para mudar qualquer coisa em
nós. Para desaprender e com isso aprender.

Muitas vezes dão-nos presentes que não precisamos... Ou que não nos
servem... O que fazer? Por exemplo, aceitar com delicadeza, e, com a
mesma delicadeza, colocá-los de lado...

Posted by Sevilhano at 19:10 0 argumentos

Regresso...
Dei-me conta que há muito tempo que nada de novo se passava neste
blog... O que não coincide que o que se tem passado nesta minha
cabeça...

Para mim tem uma explicação que gostaria de partilhar.

Não é por falta de temas, pelo contrário. É por um desejo e necessidade


de parar para poder "calçar" uns sapatos antigos. Antigos mas pouco
usados, que apesar da sua idade estão na vanguarda do que é ser
melhor. Sapatos de um grande conforto apesar de ao início nem os
conseguirmos calçar. Sapatos que serão muito mais facilmente, sem
tanta resistência e sem tanta saudade, postos de lado assim que
conseguirmos encontrar outro par que melhor nos sirva.

Estou a calçar estes velhos novos sapatos, a tirar as rugas das meias ou
os grãos de areia que me dificultam a entrada do pé.

Penso que a partir de agora, agora que escrevi, voltarei a partilhar mais
ideias.

Até já!

Posted by Sevilhano at 11:36 0 argumentos

Quinta-feira, 3 de Julho de 2008


(des)conforto
Ocasionalmente vejo um programa que me atrai pela capacidade do
protagonista em experimentar coisas que normalmente nunca
ponderaríamos fazer. Trata-se de um programa sobre sobrevivência em
determinados pontos do planeta, cada qual com as suas características e
dificuldades. O protagonista percorre esses locais mostrando técnicas
para a sobrevivência que se adaptam e permitem ultrapassar as
situações que vão surgindo. Provavelmente sabem do que estou a falar,
se não penso que a descrição serve para ilustrar o seguinte ponto.

"As pessoas que mais facilmente conseguem sair da sua zona de


conforto têm mais capacidades de sobrevivência em situações
extremas", disse o protagonista do tal programa depois de acabar de
provar um insecto que daria vómitos apenas de olhar para ele, quanto
mais comê-lo vivo...
Se nos esquecermos de situações extremas de sobrevivência, este
princípio pode aplicar-se à vida em geral.
Sobre este tema há muito que escrever... O que me apetece dizer agora
é: atrevam-se a descobrir as vossas zonas de conforto, aquelas que
estão tão incorporadas, aquelas que nos são tão confortáveis/familiares
que nem nos damos conta que assim são... Aí está uma excelente
oportunidade de aprendizagem, para não dizer crescimento, evolução,
entre outras. Pelo menos para mim tem sido.

Posted by Sevilhano at 23:12 0 argumentos

Sábado, 17 de Maio de 2008


Presente (2)

...o que podemos dizer aos outros, torna-se verdadeiramente um


presente quando sabemos o que dizer, como dizer, quando dizer, em
que contexto o dizemos...

Posted by Sevilhano at 0:49 1 argumentos


Quarta-feira, 7 de Maio de 2008
Presente...

Quando temos algo a dizer a alguém e não o dizemos, estamos a privá-


lo de uma oportunidade de aprendizagem.
Estamos a ficar com um pedaço dessa pessoa, mesmo que isso a vá
incomodar... Em último caso, não aproveita a oportunidade que lhe
damos e "segue sendo" como era...
Tudo o que os outros digam de nós é um presente, desde que estejamos
abertos a escutar o que têm para nos dizer.

Posted by Sevilhano at 20:20 0 argumentos

Duas coisas...

Hoje consegui ver duas coisas de maneira diferente da que via antes:

As "correntes" que me impedem de confrontar, gritar ou dar um murro


são as mesmas que me impedem de abraçar, beijar, ou até falar com
alguém.

Quem tem a chave dos cadeados dessas correntes sou eu! Eu já sabia
isto, mas não o tinha sentido como hoje...
Consegui vê-lo porque estavam rodeado de pessoas, que ali estavam,
prontas para me ajudar... Obrigado por me deixarem ser!

Posted by Sevilhano at 20:09 1 argumentos

Terça-feira, 15 de Abril de 2008


Entre a Vida e a Morte

Uma pessoa que considero um guia disse-me uma frase que descreve
muito do modo como vejo a morte.

Foi algo como: "A Morte é uma experiência dos vivos. Dos vivos que
sentem a morte dos outros. Porque da sua própria morte ninguém tem
experiência".

Podemos pensar que a angústia de morte é uma questão relacional. Esta


perspectiva, deixa-nos a pensar que a angústia que sentimos perante a
morte é muito do sofrimento que experienciamos quando alguém que
nos é significativo nos deixa ou o facto de pensarmos no estado em que
ficam os que deixamos para trás quando morremos.

De facto, a morte é certa e inevitável. O que podemos fazer para


podermos lidar melhor com este facto, tão causador de sofrimento da
humanidade, é aproveitar a vida! Seja lá o que isso quer dizer...

É daquelas frases feitas onde cabe tudo e mais alguma coisa. Será que
por isso faz menos sentido?

Posted by Sevilhano at 23:42 0 argumentos

Sexta-feira, 11 de Abril de 2008


O poder das palavras
Continua a fascinar-me o poder das palavras. A capacidade generativa
da linguagem...

Trocar a palavra "problema" pela palavra "desafio" no nosso discurso


dá-nos uma perspectiva completamente diferente do mundo.

AVISO! Vou ser extremamente redutor mas servirá para ilustrar o meu ponto de vista,
por isso que se lixe!

Se olharmos para o antigo e tradicional "problema de matemática"


poderemos encontrar uma das razões porque esta disciplina é tão mal-
amada, se lhes chamássemos "desafios de matemática" não dava mais
vontade de os ultrapassar??

Isto para dizer que os problemas desmobilizam enquanto os desafios nos


impulsionam para a frente.
Todos os problemas podem ser transformados em desafios. Se não
acreditam, desafio-vos a tentar!

Posted by Sevilhano at 0:47 2 argumentos Labels: desafio, problema

Ser MAIS
Como todos os outros, este é um post de partilha.

A psicoterapia pode ter muitas definições, muitos contornos, muitas


influências, métodos, settings, muitos estilos, etc. Pode-se ter muitas
razões ou nenhuma para iniciar uma terapia .

É um local onde sobretudo se sente MAIS. Não melhor, nem pior (este
não é com certeza o desejo de alguém que decide iniciar uma
psicoterapia nem tão pouco deve ser do terapeuta), mas sim diferente e,
sobretudo, MAIS. Falo da posição de alguém que recebe terapia mas
também como alguém que deseja poder vir a ser um psicoterapeuta.
Não para já, mais tarde. Preciso de mais tempo...

É de uma satisfação plena perceber que tudo o que fizemos tem hoje
uma explicação, pelo menos uma, ainda que não nos faça sentido
imediatamente. Se nos "deixarmos de tretas", isto é, se formos
verdadeiramente honestos connosco e se a pessoa com quem
partilhamos a sala está lá para nós acabará por fazer sentido (atenção que
estas "tretas", apesar de lhes ter dado este nome por ter sido a expressão que me
apeteceu utilizar, não devem ser entendidas como tal. São por vezes estas "tretas"
que causam um sofrimento de tal ordem que chega a ser incapacitante e, portanto,
patológico).

E que bom é ter ajuda! Ajuda a pensar sobre coisas que já pensámos
1000000 vezes mas nunca daquela maneira (que no fundo é a "nossa",
apenas não a vemos...).

É bom sentir que engolimos em seco, que suamos, que gaguejamos, que
falamos daquelas coisas que nunca falámos mas sempre quisemos falar,
que ficamos "sem jeito" vezes sem conta. Ali, naquela sala, podemos
fazê-lo. E isso permite-nos, "cá fora", ser cada vez MAIS...

Posted by Sevilhano at 0:10 0 argumentos

Sexta-feira, 21 de Março de 2008


(des)educação

A importância do que transmitimos bem capturada por esta campanha.

Sem mais comentários...

Posted by Sevilhano at 17:29 1 argumentos

Quarta-feira, 19 de Março de 2008


(de)pressa

Tenho cada vez menos pressa. Sobretudo menos pressa de crescer,


menos pressa de ser melhor, menos pressa de saber mais... Não
confundam com menos vontade, pelo contrário.
Simplificando algo que não é de todo simples, é a aceitação de que o
tempo é necessário e essencial para o crescimento e a consolidação da
experiência, para a sua incorporação. Para "transformar o conhecimento
em sabedoria", como diz o meu companheiro e guia.
Este não é um exercício fácil, pelo contrário. Contudo, é algo que me
tenho esforçado por fazer e me tem dado prazer, portanto será legítimo
dizer que é difícil? Talvez não... Talvez apenas demore tempo, desde que
esteja disponível para suportar esse tempo...
Na minha opinião a pressa que existe no dia-a-dia de muitos deve-se a
diversos factores. As pressões sócio-culturais a que estamos sujeitos e
somos sensíveis impelem-nos para a frente, muitas vezes a uma
velocidade que não permite a incorporação da experiência,
nomeadamente da experiência afectiva. Somos pressionados a
corresponder nos nossos empregos com prazos apertados e muitas
vezes pouco razoáveis, somos pressionados a ser algo que vá de
encontro a um ideal social que é muitas vezes desprovido de afecto e
emoções, apenas racional/intelectual e operacional, de plástico.
Somos confrontados com uma necessidade de mudança imediata,
violenta.
Esta tem sido das demandas mais difíceis a que me propus, o desafio
está em deixar de a ver como difícil e passar a vê-la como natural.
Aceitar que tudo tem o seu tempo, que este tempo pode ser mais longo
do que havámosdesejado. Que, possivelmente, o desejávamos não por
nós próprios mas por alguém real ou do mundo fantasia por nós criada
que nos "obrigava" a ser cada vez melhor e mais depressa não nos
permitindo avançar, na realidade. Que buscar respostas simples, que
solucionam o "aqui e agora" e que nos confortam no momento, não nos
permite ver a complexidade das coisas. Que analisar não é racionalizar.
A exigência, a procura do sucesso constante não nos permite desfrutar o
processo de mudança e de caminhar em direcção aos objectivos a que
nos propomos, se formos sempre exigentes não chegamos, realmente, a
alcançar nenhum objectivo. Quando chegamos onde previamente nos
tínhamos proposto isso não nos chega, sentimos necessidade de
procurar mais. Procuram-se novos desafios sem valorizar os que
alcançámos. Se enveredarmos pelo caminho da excelência, podemos
apreciar o caminho e valorizar o sucesso estando confortáveis para
abarcar novo desafio.
Parar, parar para pensar, para desfrutar, para aproveitar e para
nos darmos conta que o tempo nos foge. Nunca teremos tempo
para saber tudo, por isso, aproveitemos para desfruir o que
temos tempo de saber.

Posted by Sevilhano at 0:22 1 argumentos


Quinta-feira, 22 de Novembro de 2007
Identidades

Numa das conversas mais interessantes que tive nos últimos tempos
fiquei com algumas ideias que não são, de todo, apenas minhas e ainda
não estou em condições de, porque não sei, dizer de quem são ou em
quem se baseiam. Não obstante, gostaria de as partilhar.

A identidade da humanidade implica a desumanidade, isto a meu ver


tem a ver com a lógica do seguinte facto: na saúde existe doença. Se
pensarmos que a normalidade é saúde, então é normal uma pessoa ao
longo da sua vida adoecer... Para uma pessoa ser feliz é necessário
conhecer e aceitar a sua tristeza, portanto existe tristeza na felicidade...

Ao aceitarmos que fazemos parte da humanidade temos de viver com o


que é desumano e a história não deixa de nos relembrar e alertar que
existiram e existem pessoas capazes de desumanidades. Seremos nós
capazes de gostar destas pessoas?! Seremos capazes de as considerar
como pares, como pessoas iguais a nós?! Seremos nós capazes de
desumanidades?!

Aceitar é o mesmo que tolerar?!

Posted by Sevilhano at 23:31 2 argumentos Labels: aceitar, desumanidade,


humanidade, identidade, tolerar

"Eu tenho muita Psicologia..." (2)

Cá estou, como prometido, para desenvolver a minha opinião sobre o


tema que lancei.

Antes de mais, gostaria de agradecer os comentários. Foi com agrado


que registei a participação de quem participou, passo a redundância.
De facto, a minha opinião vai na linha do que foi dito nos comentários.
Parece-me que, nos dias que correm, toda a gente é, ou tenta ser, um
pouco de tudo. Todos nós queremos saber, ser e ter um pouco de todas
as profissões e saberes, pelo menos achamos que temos direito de
opinar sobre qualquer assunto como se de entendidos nos tratássemos.

A meu ver, isto deve-se a uma multiplicidade de factores.

O primeiro tem a ver com uma dificuldade crescente em nos expormos,


ou seja, ao dizermos que não sabemos, que não estamos informados,
que não percebemos do assunto estamos a dar provas da nossa
ignorância e isso é intolerável para muitos. Parece que nos esquecemos
que, já há muitos anos se diz, que uma das virtudes da sabedoria é a
aceitação da nossa capacidade limitada, da nossa ignorância.

Este primeiro factor está directamente ligado com a necessidade de


mostrarmos que sabemos, mesmo que não o saibamos. Quantas vezes
já ouvimos que já alguém viu aquele filme que, por acaso, ainda nem
estreou...? Que já sabia daquele tema pessoal que ainda não tínhamos
contado a ninguém...?

Por outro lado e em terceiro lugar, é uma forma de lutarmos contra um


crescente movimento de especialização. Hoje em dia promove-se o
individuo que é muito bom numa determinada área, nomeadamente a
nível profissional. É apreciada a capacidade de ser especialista,
principalmente se der origem a lucro, a desempenhos elevados e à
obtenção de objectivos propostos, do sucesso em geral.

Voltando ao tema, a Psicologia, que não está apartada da discussão já


referida, pelo contrário, está directamente implicada porque, como disse
um dos participantes, a psicologia mistura-se e confunde-se com a vida.
É esta proximidade com o senso comum que nos leva a considerar
psicólogos, ou pelo menos com jeito para a coisa. Até pode ser verdade,
mas quando falamos de Psicologia não nos podemos esquecer que
estamos a falar de uma disciplina científica que obedece a um método,
códigos de ética e a procedimentos fundamentados e apoiados em
teorias testadas, experimentadas e com alguma credibilidade (mas
sempre criticáveis).

De facto, depende de quem diz que "tem muita psicologia", depende do


objectivo, do propósito, da forma, do contexto, de quem está ouvir... A
palavra depende cria-me alguma "alergia", faz-me alguma comichão,
especialmente quando está desacompanhada...
Correndo o risco de entrar em confronto com o que foi dito
anteriormente, esta questão da proximidade da Psicologia com a
sabedoria comum, pode levar ao exercício do que usualmente se chama
de "psicologia barata". Felizmente, segundo o meu ponto de vista,
parece que a população em geral está mais alerta para estes temas e a
crescente sensibilização que existe em relação à Psicologia leva-nos a
ser mais exigentes. Por outro lado, um maior conhecimento pode impelir
para o risco, o arriscar ser psicólogo, o "deixa-me ver se resulta". E
atenção que não estou a dizer que isto acontece apenas com não-psis.
Muitos psis sentem-se confortáveis com pouco sentido de
responsabilidade...

Há muito mais a dizer sobre este tema, mas neste altura que estou a
escrever não me chegam mais ideias. Quem sabe, mais tarde possa
voltar a este assunto ou ser inspirado por vós!

Posted by Sevilhano at 0:05 0 argumentos

Quinta-feira, 1 de Novembro de 2007


"Eu tenho muita psicologia..."

...quantas vezes já ouvimos esta expressão ou equivalente?! Quantas


vezes já não pensámos isto?! Quantos de nós não estamos convencidos
de que é verdade?!

Porque será? É verdade? O que significa ao certo?


Desenvolverei em breve mas gostaria de pensar "em conjunto"
convosco. Aguardo opiniões, sugestões, comentários e argumentos mas
desenvolverei o tema, mesmo que permaneçam tímidos.

Até breve!

Posted by Sevilhano at 17:32 3 argumentos

Quinta-feira, 11 de Outubro de 2007


Ervas daninhas

"A Psicologia sempre se tem preocupado com o funcionamento negativo


da personalidade e com as emoções negativas. Vivemos um período de
mudança onde se olha para a Psicologia disciplina preventiva, a
preocupar-se mais com a felicidade e com as emoções positivas."
Li isto algures...Tudo bem, é verdade. Mas...
Imagine-se um jardim e a psicologia a arte de jardinar. Poderia
preocupar-se em arranjar sementes de plantas novas, bonitas, vistosas
e imponentes. E as ervas daninhas? Desse modo ficariam
imperceptíveis?! Continuariam lá.
Se, se preocupasse em controlar as ervas daninhas o jardim ficaria mais
sólido, mais bem estruturado e, quem sabe, tão imponente e vistoso
como o primeiro.

Posted by Sevilhano at 13:14 4 argumentos Labels: ervas daninhas,


jardinagem, Psicologia, Psicologia Positiva

Terça-feira, 9 de Outubro de 2007


Contra os "Pro's"
A verdade é que já tinha pensado nisso mas não tinha tido vontade/
coragem/iniciativa para publicar no Argumentário. Como os Gato
Fedorento referiram o assunto que desenvolverei a seguir, com as costas
quentes decidi também avançar.

Não há muito tempo, num dos programas de 2ª feira da RTP1, o Prós e


Contras, debateu-se o caso Maddie. Lá estavam representantes de
diferentes áreas e/ou entidades: Psicólogos, Juristas, Psiquiatras,
Polícias... Especialistas, estavam presentes especialistas de várias áreas.

Estava a ser um debate bastante interessante onde eram bem claras as


dificuldades de especialistas de diferentes áreas do saber em integrar os
discursos de intervenientes que não da sua especialidade. Até é
compreensível visto que cada disciplina tem a sua própria linguagem, a
sua própria base de saber, etc. (como exemplo, o conceito de culpa
difere circunstancialmente caso se trate da área do Direito ou da
Psicologia). Considerei esta situação interessante.

Mas onde quero chegar mesmo é a uma intervenção de um especialista


da psicologia que dedicava o seu tempo a analisar as expressões faciais
e através do seu estudo, "rigoroso e em ambiente de laboratorial!!",
poder conhecer os comportamentos e mesmo a personalidade dos seus
observados.
Antes disso, um psiquiatra nuestro hermano deu a sua opinião acerca do
caso Maddie. Muito resumidamente, analisava a situação relacional do
casal, da sua cumplicidade, como lidavam com os média e apontava a
mãe como estando desconfortável indicando que poderia estar a
esconder algo, teria um comportamento que não lhe seria natural...
Opinião controversa que gerou bastante desacordo e "sururu" na sala. É
verdade que foi uma opinião controversa, fundamentada "apenas" nos
anos de prática, experiência e estudo de um psiquiatra conhecido no país
nosso vizinho. Ao que parece não é suficiente e talvez seja a posição
mais certa. Não podemos eliminar o lado científico e não pensar nas
consequencias da interpretação de quem as ouve. Mas, não deixa de ser
uma opinião pessoal, aspecto que o interveniente não se cansou de
repetir.
Foi convidado também um psicólogo português, o tal especialista em
reconhecimento de expressões faciais, que se recusou a dar a sua
opinião por não estar num ambiente controlado onde pudesse estudar e
daí tirar conclusões científicas e por isso verdadeiras.

Nem 8 nem 80. É verdade que só por se ter um título académico se


ganhe o direito de opinar sobre o que se apetecer e esperar que os
outros aceitem. Por outro lado, as verdades científicas só o são até
serem refutadas por novas. É verdade também que, a ciência tem de
obedecer a métodos controlados rigorosamente para que sejam
replicáveis, mas não vale a pena escondermo-nos e/ou protegermo-nos
utilizando o rigor ciência como escudo evitando assim dar opiniões
educadas, que não são científicas.

Foi isso que me parece que os Gato Fedorento perceberam e mostraram


no seu "noticiário". Parabéns aos Gatos e obrigado por não me fazerem
sentir sozinho. Mas sem dúvida que explicaram tudo isto em muito
menos tempo e com um bocadinho, mas só um bocadinho de mais
piada.

Posted by Sevilhano at 16:05 2 argumentos Labels: especialista, Gato


Fedorento, Maddie, Prós e Contras, Psicólogos

Quinta-feira, 27 de Setembro de 2007


Brincar com coisas sérias: Infidelidade(s)

Ora aí está um tema que nos toca a todos. Não que já nos tenha
acontecido obrigatoriamente, mas mesmo assim há a fantasia, desejo ou
medo, de poder vir a acontecer.

Deixo-vos uma análise, minha, baseada em várias leituras passadas e


presentes. De referir que não é uma análise séria mas também não está
isenta de algum conhecimento científico.

Olhando para o reino animal, podemos aproveitar diversos


comportamentos observados em diferentes espécies para analisar a
nossa própria conduta, neste caso específico, no que diz respeito à
infidelidade entre mulheres e homens.

Correndo o risco de ser demasiado reducionista, a fidelidade pode ser


reduzida a uma simples ideia: o comportamento de todos os
indivíduos de todas as espécies de conservação e transmissão do
seu património genético.

Os etólogos, cientistas que estudam o comportamento animal, até há


algum tempo pensavam que todos os comportamentos animais,
nomeadamente os relacionados com a procriação, seriam com o
objectivo de fazer proliferar a sua espécie. Pois bem, viram a sua teoria
refutada pelo comportamento de uma espécie e a partir daí todos os
outros comportamentos de todos os outros animais passaram a ser
vistos através de outro ponto de vista. É sabido que os leões comem as
crias de seus rivais com vista a acasalar e ter as suas próprias crias. Este
comportamento favorece não a espécie mas sim o indivíduo. Passo a
explicar, se o objectivo fosse a manutenção do fundo genético da
espécie não faria sentido este comportamento por parte dos leões
macho, este comportamento só é justificável se o que se pretende é que
a herança genética do próprio indivíduo seja a que perdure.

Consoante a espécie animal que se trate podemos observar uma


diversidade de rituais e comportamentos de acasalamento quase tão
vasta quanto o número de espécies existentes. Em alguns destes
animais, há comportamentos que podemos observar também, de forma
mais ou menos semelhante nos seres humanos. Por exemplo, tal como
algumas espécies de pinguins, o ser humano tende a acasalar e a
conservar um parceiro para a vida (pelo menos do ponto de vista da
Igreja Católica, mas isso é outra história...), o que faz com que tantos
de nós rompamos com este paradigma. O que nos faz "cair em
tentação"? Ou atracção?
Por outro lado, é comum em alguns de nós o saltitar de parceiro em
parceiro, não mantendo nenhuma relação duradoura. Podemos observar
isto em diversas espécies.

No fundo estão aqui duas estratégias distintas:


1. Manter uma relação com o parceiro o mais estável e duradoura
para que as crias tenham as melhores condições de sobrevivência
prezando a estabilidade, constância e homogeneidade.
2. Espalhar a semente, entenda-se herança genética, o mais possível
aumentando assim a probabilidade de vir a procriar e de ter mais
crias.
Outro paralelismo que podemos estabelecer é entre os comportamentos
de ostentação animais e humanos. É usual vermos manifestações de
força (ex.: cabra montês), virilidade (ex.: gorila), cor (ex.: pavão),
organização e método (ninhos de algumas aves) em animais. O mesmo
podemos ver em humanos... Quantos de nós não sabemos ou assistimos
a situações de confronto pela disputa de um homem ou de uma mulher?
Quantos de nós frequentam ginásios e, de uma forma geral, cuidam da
imagem para atrair o sexo oposto? Quantos de nós conquistam o
parceiro através do status, do emprego ou da carteira?

Não é tão simples assim. O facto de sermos fieis ou infiéis não se pode
reduzir às duas estratégias referidas, isto porque se sabe que maior
parte das situações de infidelidade entre humanos não têm em vista a
procriação. Será este um comportamento vestigial, parte do nosso lado
animal? Com certeza estarão aqui factores e forças sociais, culturais,
psicológicos e fisiológicos a operar em conjunto...

O que vos posso dizer convictamente, fazendo a analogia com as


violentas lutas das cabras montês, é que nós seres humanos somos
bastante mais complicados que um simples par de cornos! (nos dois
sentidos da expressão...)

Posted by Sevilhano at 12:59 1 argumentos Labels: cornos, herança genética,


infidelidade

Quinta-feira, 13 de Setembro de 2007


Brincar com coisas sérias: Mudar com ajuda da
Oftalmologia

"Na minha opinião aquilo não está certo... Se fosse eu faria trinta por
uma linha para mudar aquela situação... Olha era tão simples... Se ao
menos eu tivesse na posição para... Uma coisa tão fácil e conseguem
estragá-la... Incompetentes..."
Quantas vezes não ouvimos e/ou utilizámos estas expressões e outras
afins?

Este fenómeno de opinar é usual em muitos, para não dizer em todos,


de nós. Considero que seja um bom exercício. Encontrar alternativas
faz-nos sempre pensar numa realidade possível, diferente da existente e
nos sempre pensar numa realidade possível, diferente da existente e que
seja preferencialmente melhor.
Melhor para quem? Temos a tendência de nos colocar no centro da
questão.

É óbvio que vemos o mundo por lentes que são nossas e apenas nossas.
Lentes essas que são moldadas, riscadas mas também limpas e cuidadas
pelos nossos outros significativos, pelas nossas vivências e experiências.
Não nos podemos esquecer nem deixar de tentar ver o mundo pelas as
lentes dos outros, só assim deixamos de ser voyeuristas e passamos e
ter um papel activo na nossa vida e na dos outros de forma mais
positiva.

Não há muito tempo, li que é normal na infância um autocentramento,


na adolescência isso torna-se irritante e na adultez é insuportável.

E já agora, ajuda também não ter palas a encurtar o nosso ângulo de


visão, evitar lentes antigas ou usadas. No caso de termos de mudar de
lentes, não ter medo de pedir ajuda porque qualquer mudança implica
um período de desconforto. Devemos limpá-las tanto quanto possível
tendo o cuidado de não as estragar no processo. Não esquecer que todas
as lentes têm limitações, nunca conseguirmos ver tudo e de todas as
formas possíveis. Lembrar que há lentes que nos ajudam e outras que
têm, precisamente, o efeito contrário.

Enfim... Poderia escrever mil e uma coisas sobre lentes. Mas de lentes
não percebo nada.

Se os oftalmologistas conseguissem mudar o modo como olhamos a


realidade ficaria sem emprego.

Posted by Sevilhano at 23:27 5 argumentos Labels: alternativa, egocentrismo,


Lentes, Visão

Quarta-feira, 5 de Setembro de 2007


O que nos diz Setembro?!
Entre muitas outras coisas, o regresso à "normalidade". Se é que isso
existe...

Posted by Sevilhano at 23:53 3 argumentos

Segunda-feira, 20 de Agosto de 2007


O que nos diz Agosto?

...FÉRIAS...

Posted by Sevilhano at 20:02 2 argumentos

Quarta-feira, 25 de Julho de 2007


O que nos diz a Física Quântica?!

Física Quântica num blog que tem estado mais orientado para as
pessoas pode parecer estranho...Eu próprio não percebo nada desta
disciplina científica. Contudo, o que os que se dedicam a esta área
estudam e descobrem é de extrema importância e relevância para todos
nós. Esta área preocupa-se com coisas tão complexas e ao mesmo
tempo tão básicas como: o que é a realidade? O que é o Universo? O
que é Deus? Quem somos nós? O que fazemos? Como fazemos?

As respostas que se têm encontrado são tudo menos consensuais, mas


também não é isso que se espera da ciência. Espera-se sim que se
façam progressos, sejam em que sentido forem sem condicionalismos,
preconceitos, lobbys, interesses...
Exponho algumas das, no mínimo intrigantes, respostas que têm sido
dadas pela Física Quântica a algumas questões que têm sido levantadas
desde sempre...
• Se acreditarmos que a realidade é concreta tornamo-nos
insignificantes. Não podemos mudá-la. Segundo este paradigma, a
matemática explica os acontecimentos e os movimentos existentes
na realidade (leis convencionais/tradicionais da Física).

• Se a realidade é a minha possibilidade, a possibilidade da
consciência em si, imediatamente surge a questão de como posso
mudá-la. Como posso torná-la melhor. De acordo com este novo
paradigma, a matemática dá-nos as possibilidades dos
acontecimentos e movimentos da realidade mas não determina a
experiência que teremos na nossa consciência. Eu escolho essa
experiência e por isso, literalmente, eu crio a minha realidade.
Esta perspectiva, Matrixiana, diz-nos, basicamente, que a realidade é o
que fizermos dela. Cada um de nós vê o que quer ver. Isto já era
discutido por disciplinas como a Filosofia ou a Psicologia mas os
estudiosos da Física Quântica vêm suportar o que vinha a ser dito.

Nós não conseguimos alterar a realidade de forma consistente porque


não acreditamos suficientemente que podemos. Estamos demasiados
viciados e presos às concepções determinísticas do que consideramos
realidade (por isso é que nos é tão difícil aceitar que a estrutura
molécular da água pode ser alterada com pensamentos, mensagens,
etc.). No entanto, sabemos que a concepção da realidade tem vindo a
mudar historicamente, basta recordarmos que há alguns séculos se
acreditava que o mundo era plano...

Este assunto está longe de estar encerrado. Podemos aprender tanto


com a Física Quântica que certamente voltará a ser tema neste blog!

Posted by Sevilhano at 13:48 1 argumentos Labels: física quântica,


paradigma, realidade

Quarta-feira, 18 de Julho de 2007


O que nos diz a ÁGUA
Masaru Emoto, é um investigador japonês que tem como seu objecto de
estudo a água. Concretamente, interessou-se pela estrutura molecular
da água e o que a afecta.
Visto a água ser o mais receptivo dos quatro elementos, Emoto pensou
que, por essa razão, poderia estar sujeita a eventos não físicos.

O que este investigador fez foi montar uma série de experiências onde
aplicava estímulos mentais à água. Posteriormente, fotografou os cristais
da água congelada. Descobriu que a diferentes águas têm diferentes
cristais, mas o mais interessante foi a descoberta do seguinte facto: a
mesma água com estímulos mentais diferentes apresenta cristais
diferentes.
Criou uma experiência com água destilada, fotografou-a. Em seguida
colocou água destilada em diferentes recipientes rotulando com
diferentes termos e deixou em repouso durante um dia. Verificou que
dependendo das palavras/mensagens nos rótulos, os cristais eram
diferentes. A ciência por detrás deste fenómeno ainda está por ser
explicada, argumenta-se que será o pensamento ou a intenção que será
o motor destas alterações moleculares.

Se mais de metade da nossa constituição é água... Dá que pensar.

Se os pensamentos fazem isto à água, imaginem o que os nossos


próprios pensamentos nos farão.

Posted by Sevilhano at 23:00 4 argumentos Labels: física quântica, Masaru


Emoto, pensamento, água

Domingo, 15 de Julho de 2007


Criatividade

Posted by Sevilhano at 16:42 2 argumentos


Sexta-feira, 13 de Julho de 2007
Optimismo

"Eu não falhei. Apenas encontrei 10 000 maneiras que não resultam."

Thomas A. Edison

Posted by Sevilhano at 13:06 0 argumentos

Quarta-feira, 11 de Julho de 2007


Caminhos

Já aqui escrevi bastante sobre a "escolha" e não por acaso, é que este é
um tema que me interessa particularmente.O que faz com que sigamos
determinados rumos, tomemos certos caminhos e escolhamos uma ou
outra coisa...
Não esqueço o que um professor uma vez me disse: "A normalidade é a
possibilidade de escolha e a consciência dessa hipótese. A doença é a
impossibilidade de escolha ou a escolha forçada, entre uma coisa ou
outra. O funcionamento binário é patológico." (Qualquer coisa parecida com
isto).
Aplique-se esta premissa à vida quotidiana. Lembro-me de tantos
exemplos que não me consigo decidir qual escrever. Será isto
normalidade por me lembrar de tantas hipóteses de escolha, ou doença
por não conseguir escrever nenhum exemplo?!

Posted by Sevilhano at 23:30 0 argumentos Labels: caminho,

Quarta-feira, 11 de Julho de 2007


Felicidade(s)

Todos nós, em determinadas alturas do nosso percurso, colocamos


perguntas tanto a nós próprios como aos outros em que questionamos o
sentido que seguimos, o significado da nossa presença, o porquê de
sermos como somos... São questões que têm incomodado, influenciado
e impulsionado o ser humano a pensar, estudar, filosofar, desesperar...
Para todas estas e tantas outras questões com o mesmo teor, gosto
particularmente de uma resposta: "Prefiro ser feliz do que estar
certo."

Esta resposta, contudo, deixa um grande vazio. E quando não se é feliz


nem se está certo? Aí é que começa a verdadeira experiência humana...

Uma colega bloguista (e não só) escrevia que "na vida o sofrimento é
inevitável." Concordo em absoluto, pensei até que a fuga ou evitamento
do sofrimento poderia fornecer momentos de felicidade (segundo o tio
Freud até pode ser verdade mas...). Depois, de uma ajuda preciosa por
parte desta amiga percebi/relembrei que ser feliz implica lidar, entender
e integrar o sofrimento na pluralidade das vivências e na globalidade da
nossa existência.
Posted by Sevilhano at 23:04 1 argumentos Labels: Crise existencial,
felicidade, sofrimento

Segunda-feira, 9 de Julho de 2007


Sabedoria

Em resposta ao desafio lançado no último post o autor da citação é


Yoda. Deixo mais algumas frases curiosas e interessantes desta imortal
personagem da saga Star Wars:

(O que me espera no desconhecido?) "Apenas o que levares contigo."


(Eu não acredito!) "É por isso que falharás!"
"O teu medo terá de ter um nome antes que possas bani-lo."

A sabedoria não tem de vir dos especialistas...

Posted by Sevilhano at 23:48 0 argumentos

Terça-feira, 26 de Junho de 2007


Afinal quem são ELES?
O título deste novo post serve também um livro que li recentemente.
Trata-se de um livro simples quer, no seu layout, quer na facilidade de
leitura, no entanto passa uma mensagem de grande importância e
relevância.
Quem são eles afinal? Quem são os outros que têm sempre culpa pelos
nossos insucessos, que são responsáveis pelas nossas dificuldades,
quem têm de mudar para que as nossas condições melhorem? Já se
falou aqui de altruísmo, mas esta centração nos outros é diferente e
negativa...
A resposta à questão colocada é de fácil resposta, principalmente para o
Português, para o Tuga! Parece que é qualquer coisa de cultural culpar e
responsabilizar sempre os outros, quando, no fundo, os responsáveis
pela nossa vida somos nós próprios. Não sou ingénuo, ou por outro
lado crente, a ponto de ignorar que os factores que nos são exteriores e
as circunstâncias da vida influenciam o nosso percurso, mas é muito
cómodo não nos responsabilizarmos por nada. Assim a culpa é sempre
dos outros.
Não quero com este discurso tomar qualquer posição política nem
defender os que estão no poder, estes sofrem do mesmo problema,
quero apenas dizer que me irrita a atitude de "coitadinho" com que nos
deparamos recorrentemente no nosso dia-a-dia. É comum ouvir e ler nos
jornais portugueses pedirem-se melhores condições, a reclamações
contra o poder, queixas constantes que "isto tá mau!". Até podem ter
algumas razões mas... BASTA!!
Esta atitude de vítimas e de desresponsabilização já é antiga e chega a
ser enfadonha! Se há algo que tenho aprendido nos últimos tempos é
que esperando nada se consegue. Temos de ser proactivos, conscientes
e responsáveis pelo que nos diz respeito e pelo que, de facto, é da nossa
responsabilidade. Se não o conseguirmos não devemos ter medo de
pedir ajuda! Ajuda para mudar porque, como já referi, temos bastante
enraizado esta atitude de arranjar desculpas! Isto vale para tudo, desde
uma depressão a descontentamento com o trabalho...
Respondendo à questão colocada no título do post, "afinal quem são
eles?": somos NÓS!

No livro referido encontrei algumas expressões curiosas.


Deixo-vos uma que vos desafio a adivinhar o autor: "Não existe tentar,
existe apenas fazer."

Posted by Sevilhano at 0:10 0 argumentos Labels: eles, mudança,


responsabilidade, vítimas

Quarta-feira, 20 de Junho de 2007


Polícias que roubam; Nadadores-Salvadores que se
afogam; "Psi´s" que são loucos! (3)

No post com o título igual ao do presente mas com o nº 2, publicado


anteriormente, um leitor anónimo deixou o seguinte argumento:

«Aqui está uma questão que me intriga na psicoterapia. Pelo que tenho
vindo a perceber é essencial a criação de uma empatia, baseada numa
relação que se estabelece entre paciente e terapeuta, unívoca,
desequilibrada (na medida em que apenas um se expõe), e onde é muito
comum (e tido, penso eu como benéfico para a terapia) resultar no
“despertar” do “amor de transferência” a que o João Sevilhano se refere
neste Post. Ora, se é suposto o terapeuta resguardar a sua vida privada,
falando pouco ou nada de si, não é natural que o paciente o idolatre e
veja nele tudo aquilo que “quer” ver, fugindo assim do “real” que
procura encontrar através da mesma terapia ? Quando isto acontece,
como é que se cura este devaneio? Será que nestes casos não é pior a
“emenda do que o soneto”?»

Considerei o comentário tão pertinente que decidi criar um post de


resposta e dar continuação ao tema.

Gostaria, antes de mais, de agradecer ao leitor pela visita e, já agora,


aproveito para alargar o agradecimento a todos os leitores,
especialmente aos que participam com os seus argumentos.
De facto, as questões que são levantadas são as que pairam também na
minha cabeça. As perguntas colocadas pelo leitor foram algumas das que
coloquei a mim próprio. Infelizmente, ou não, sou incapaz de responder
a estas questões de forma fundamentada. Apenas posso expor as
minhas opiniões baseadas no senso comum e poucos conhecimentos que
estão ainda algo perdidos e desorganizados.

O que o autor no livro citado no post Polícias que roubam; Nadadores-


Salvadores que se afogam; "Psi´s" que são loucos! (2) nos diz é que há
terapeutas que utilizam essa idealização por parte dos clientes numa
fase inicial e que a trabalham com o objectivo dos pacientes deixarem de
a praticar e serem independentes. Outros terapeutas fomentam esses
amores de transferência contribuindo para uma crescente dependência
da relação entre técnico e paciente. É verdade que a situação
psicoterapêutica é sustentada nesta desigualdade propositada e que
fomenta e idealização do terapeuta (pelo menos quando fundamentada
na psicanálise e em teorias decorrentes), há técnicos que aproveitam a
situação, há outros que se aproveitam da situação.
De facto parece que nessa situação a "emenda será pior que o soneto",
qual a cura que existe? O paciente não resolve verdadeiramente o seu
problema, possivelmente até o resolve mas ganha uma dependência ao
seu terapeuta, à relação que estabelece com este.
O devaneio será, na opinião do autor do livro e da qual partilho, do
terapeuta. Será ele que terá de trabalhar em si mesmo a necessidade de
ter que os seus pacientes o idolatrem. Daí a importância de um
terapeuta ter a sua supervisão, a sua terapia pessoal, bom senso e não
esperar da ocupação/profissão de terapeuta reconhecimento social
através dos seus pacientes.
Parece-me a mim que um terapeuta que sustente uma relação de
dependência e em casos extremos e, quem sabe, condenáveis de amor
está pouco centrado no seu paciente mas sim em si mesmo.

Julgo que numa relação, seja ela de que índole for mas particularmente
se for uma relação terapêutica, temos de nos descentrar de nós
próprios, só assim pode haver benefício para o outro (e mutuo, já
agora).

Posted by Sevilhano at 21:52 3 argumentos Labels: Psicanalistas,


psicoterapeuta, psicoterapia

Segunda-feira, 18 de Junho de 2007


Reflexos no espelho

Dei comigo recentemente a repetir um "ritual" que tinha numa fase


menos esclarecida do meu percurso pela vida. Pela noite, em casa, já
com toda a gente a dormir peguei num cigarro e fumei na varanda. Este
era um parêntesis que tinha na minha rotina onde aproveitava para
pensar sobre mim, sobre o que já tinha feito, sobre o que ainda podia
fazer e no que gostaria ou desejaria fazer.
Desta vez foi diferente por diversas razões. Primeiro o cigarro não me
soube bem, não o consegui fumar até ao fim; em segundo lugar, o facto
de pensar sobre algo em que pensava (muito confuso? espero que não)
quando reservava aqueles minutos para os meus botões mudou a
temática e o contexto da situação. Em terceiro lugar, e por último, foi
evidente para mim que foi diferente desta vez. Não só pelo estranho
sabor do cigarro, não só por estar a pensar sobre o que pensava, mas
porque eu próprio estava diferente.
Não deixa de ser curioso, são raras as vezes em que notamos diferença
em nós próprios sem termos acabado de viver um momento marcante (o
que será isso?!) quer seja pela positiva ou de forma negativa. De facto,
mudamos não obstante.
São as viagens que fazemos para fora, os sítios que visitamos dentro de
nós; as pessoas com quem estamos, falamos e nos cruzamos; os sítios,
os cheiros, os sabores, os sentimentos, as emoções que recordamos que
nos permitem chegar a um ponto de balanço onde conseguimos dizer:
"Mudei! Este sou eu ao espelho, não sou o mesmo mas reconheço-me."

Espero que passem por isso! Gosto desses momentos!

Posted by Sevilhano at 2:41 4 argumentos Labels: mudança, reflexos

Quarta-feira, 13 de Junho de 2007


Argumentos soltos

A necessidade pode ser saciada, é do domínio do corpo, da Natureza,


do animal. Necessitamos de comer, comemos. Necessitamos de dormir
dormimos...

O desejo é insaciável, é próprio do humano enquanto ser. No desejo há


o risco de este se tornar no centro da atenção e do investimento, pode-
se tornar incomportável.

Atlas tanto desejou o Mundo que acabou a carregá-lo...

Posted by Sevilhano at 19:09 0 argumentos Labels: desejo, necessidade


Quarta-feira, 6 de Junho de 2007
Polícias que roubam; Nadadores-Salvadores que se
afogam; "Psi´s" que são loucos! (2)

Pois é...

Depois de ter acabado de ler mais um livro, que mais à frente citarei,
fiquei com uma perspectiva completamente diferente deste blog (e de
mim, já que sou eu que o escrevo). A leitura do dito manual, serviu
também para fundamentar o que tinha escrito no post anterior ou seja,
operacionalizou/concretizou a indignação que senti ao ler a referida
reportagem, ou melhor, tornou concreto o que me passou pela cabeça
na altura da composição do último post.

Relembrando e sintetizando o tema do post anterior, falou-se no tom


pretensioso e intelectualoide com que alguns psicanalistas deram as
suas opiniões sobre algumas figuras políticas. Este facto não aconteceu
apenas na reportagem em questão, é recorrente lermos textos, artigos e
livros de autores consagrados que são difíceis de ler, compreender,
integrar e interpretar.

Agora percebo porque há pessoas que escrevem dessa forma. Quando se


produz um texto espera-se que alguém o vá ler, portanto é um acto de
comunicação e de expressão da nossa linguagem (post ...o meio...), é
um acto de relação com os outros. Se o escrevemos com extrema
complexidade e sobre assuntos que sabemos que não muitas pessoas os
vão compreender, estamos á espera de uma idealização por parte dos
leitores. Citando a obra que me iluminou, "os textos obscuros (...) são
concebidos para produzir e alimentar amores de transferência".
Linguagem psicanalítica à parte, textos excessivamente complexos,
pretensiosos e intelectualoides pretendem criar nos leitores (no Outro)
uma idealização/admiração. Se quem está a ler entende pouco maior
tendência terá para idealizar o autor como "o que tudo sabe"...

Concluindo, na reportagem em referência no post anterior distinguem-se


dois tipos de terapeutas (para não especificar psicanalistas), os que
procuram a independência dos seus pacientes e os que "curam" seus
pacientes através de uma dependência a si próprios (terapeutas). Mais
ainda, há os que utilizam a linguagem complexa por vezes visam apenas
a admiração de colegas e leigos e pouco acrescentam ao tema sobre o
qual estão a escrever, não pretendem transmitir o que sabem.

De facto, eu próprio, ao reler o que tenho escrito neste blog, e não só,
constato que caio um pouco neste vício. Tornar complexos temas
de explicar, tornar intelectual algo que pode ser explicado por linguagem
comum... Desejo de ser reconhecido...(sobre isso falarei noutra altura).

Desabafos à parte, vou fazer um esforço no sentido de saber mais sobre


o que falo/escrevo para conseguir explicá-lo sem recorrer ao que é
complexo ou demasiadamente subjectivo. Deste modo ajudo-me a mim
e aos meus leitores...

Aconselho vivamente a qualquer pessoa, mas especialmente aos "psis", a leitura de


Cartas a um jovem terapeuta de Contardo Calligaris. É um livro que se lê num
dia, de uma extrema simplicidade e que nos critica construtivamente de forma
constante.

Posted by Sevilhano at 14:52 6 argumentos Labels: Contardo Calligaris,


Psicanalistas, psicanálise, psicoterapeuta, psicoterapia

Quinta-feira, 31 de Maio de 2007


Polícias que roubam; Nadadores-Salvadores que se
afogam; "Psi´s" que são loucos!

Este tema há muito que me desperta interesse; contudo, só há pouco tempo,


depois de ter lido uma reportagem na revista Visão, me decidi a escrever sobre
ele.

A reportagem, por sinal bastante interessante, era sobre uma análise à


personalidade dos nossos políticos efectuada por especialistas "Psi's" (entenda-se
Psicólogos, Psiquiatras, Psicanalistas...). A ideia é excelente e de louvar e a
reportagem bem conseguida, na minha opinião. No entanto, não deixei de ficar
um pouco triste/desapontado/desiludido por ver especialistas consagrados da
minha área de formação e eleição com alguns comportamentos que considerei
desadequados.
Não sou pretensioso ao ponto de me considerar um especialista, longe disso.
Faltam-me correr maratonas para poder começar a vislumbrar qualquer um dos
convidados. Apesar disso, considero possuir a abertura de espírito, sentido
crítico, ignorância e irreverência próprios de um jovem licenciado.

O que me indignou foi a tentativa de alguns dos ditos especialistas em elaborar


análises e arriscar interpretações num tom mais sério, como é referido pela
jornalista, e por vezes pretensioso e intelectualoide, acrescento eu. Ainda para
mais quando a jornalista, e bem, referiu que não se tratava de um estudo
psicanalítico.
Enquanto que outros, a meu ver correctamente, se salvaguardaram utilizando o
humor ou uma expressão que achei brilhante: "pinceladas intuitivas de contornos
imprecisos, apontando destinos possíveis vagamente determinados".

Felizmente tive professores que despertaram para os riscos de ser um "Psi" e


quais os erros mais comuns destes profissionais, a eles a minha extrema gratidão.
Na minha opinião, são tropeções como os cometidos por especialistas
conceituados e com cargos importantes que mais desacreditam, e por vezes
ridicularizam, estas profissões.

Colocando-me na pele de um não "Psi", há exageros interpretativos, contra os


quais me alertaram, que podem cair no ridículo...

Correndo o risco de estar a ir contra tudo o que escrevi... Algumas das


interpretações que li até parecem ter alguma lógica e, pelo menos, fizeram-me
rir...

Posted by Sevilhano at 15:53 1 argumentos Labels: Políticos, Psicanalistas,


Visão

Quarta-feira, 23 de Maio de 2007


Altruísmo, Filantropia, Caridade, Generosidade...

Serão a dedicação a outrem e/ou o interesse, teórico e prático, pelo bem-estar e


felicidade dos outros genuínos?
Se nos interessamos e ficamos felizes por os outros assim estarem isso não será,
no fundo, "um género de narcisismo inconsciente"?!
Funcionaria uma relação entre duas pessoas interessadas apenas no outro?!
Dariam tanto de si que não restaria ninguém para receber e portanto ninguém
para dar?!
Reparem que, se falarmos de "narcisismo inconsciente", estamos a fazer bem a
nós próprios quando queremos o melhor para os outros. Faz sentido então falar de
altruísmo, filantropia, caridade ou generosidade? Ou são estratégias/posturas que
adoptamos para alcançar a nossa própria felicidade?
Não recrimino estes sentimentos nem esta postura filosófica/moral, pelo
contrário. No entanto tenho dificuldade em aceitar que se ponham os outros em
primeiro lugar sem que haja uma garantia de "sobrevivência" psíquica e/ou
biológica, mesmo a nível inconsciente.
Também não sou defensor do egoísmo, do narcisismo desmedido ou do narcisismo
maligno. Para isso daremos mais argumentos numa outra altura...

Posted by Sevilhano at 14:20 0 argumentos Labels: altruísmo, filantropia

Domingo, 20 de Maio de 2007


Os criminosos são normais?!

Ainda relacionado com o caso da Praia da Luz...


Quem serão as pessoas que terão separado a Maddy de seus pais? Porque o
fizeram? Uma pessoa "normal" seria capaz de o fazer? Serão estes indivíduos
normais?

Para Durkheim (2004) o criminoso não é necessariamente normal, “o facto do


crime ser um fenómeno de sociologia normal não se deduz que o criminoso seja
um indivíduo normalmente constituído do ponto de vista biológico e
psicológico” (p.96). Durkheim apesar de não ignorar o factor individual na sua
teoria, não aprofundou este aspecto, a normalidade ou patologia do criminoso.

Realçamos que a discussão entre o normal e patológico é antiga mas ao mesmo


tempo actual, discussão essa que ao longo do tempo veio alterar as percepções
sobre o que era normal e patológico. No que diz respeito ao indivíduo cremos que
não existem diferenças quantitativas entre o normal e o patológico, também
como Durkheim (2004) nos explica, existe patologia na normalidade e
normalidade na patologia; o estado patológico é um estado que exprime a
normatividade da vida de um indivíduo já que todos nós adoecemos ou temos
flutuações em relação ao meio que nos circunda (Canguilhem, 1975).

Para Canguilhem (1975) a patologia traduz-se na redução constante das


capacidades e normas psico-fisiológicas. Por exemplo, a diferença entre
depressibilidade, que é a capacidade natural que temos em nos deprimir, e
depressão, que é um estado psicopatológico com uma duração relativamente
determinada e de intensidade exagerada (Coimbra de Matos, 2001). Falamos aqui
de patologia e da discussão de normal vs. patológico porque os processos de
segregação social deram-se tanto em relação aos criminosos como aos loucos,
havendo mesmo uma fase na história em que estes dois tipos sociais eram
indiferenciados (Foucault, 2004).

A diferenciação acabou por ser feita com o evoluir de concepções de áreas como
a Medicina e a Psicologia (Franck 1983). Uma questão abordada por Franck (1983)
e tantos outros autores que abordam temáticas como a personalidade criminal e a
anti-socialidade, o facto de haver perturbações psicopatológicas que não
impossibilitam o individuo de assumir a responsabilidade pelos seus actos e ainda
patologias que, pelas suas características, potenciam o sujeito a ter
comportamentos desviantes e a cometer crimes. Para Franck (1983), foi esta
mesma questão que mudou a psicologia, o facto de poder haver “loucura sem
delírio”, o facto de um individuo poder cometer um crime porque a sua condição
o predispõe a ter esse tipo de comportamentos mas mesmo assim estar
consciente e com a percepção do real preservada mas enviesada, ou, numa visão
menos fatalista, poder existir psicopatologia sem que tenha de apresentar
manifestações exuberantes e/ou visíveis do ponto de vista biológico.
A mim, particularmente, não me interessa quem são os raptores. O como e
porque são...Isso é outra história....

Canguilhem, G. (1975). Le normal et le pathologique. (3e ed.). Paris : Presses Universitaires de France; Coimbra de
Matos, A. (2001). A depressão: episódios de um percurso em busca do seu sentido. Lisboa: Climepsi Editores;
Durkheim, E. (2004). As regras do método sociológico. (9ª ed.). Lisboa: Presença; Foucault, M. (2004). Vigiar e punir:
História da violência nas prisões (29ª ed.). Petrópolis: Editora Vozes; Franck, R. (1983). Significação social da
psicologia: Porque se pratica a psicologia clínica? Análise Psicológica, 3 (III), 327-352.

Posted by Sevilhano at 19:15 0 argumentos

O crime é normal necessário e útil?!


Não podia criar um blog na mesma altura em que o caso Maddy está na boca do
mundo e não escrever algo sobre o, no mínimo estranho, desaparecimento da
criança inglesa.
O que podemos aprender com casos destes? Será útil acontecerem casos destes no
nosso país?

Algures no meu percurso de estudante aprendi que o crime é normal, necessário e


útil. O crime tem a sua utilidade porque faz evoluir a Moral e o Direito, já que as
regras de boa conduta moral e as regras tipificadas na lei apenas se criam e/ou
evoluem quando sentimentos colectivos são feridos ou quando a própria utilidade
das leis é posta em causa também por sentimentos colectivos que emergiram ou
mudaram. Portanto a cura para o crime não está na sua erradicação, o crime não
necessita de cura; necessita apenas de controlo para que, numa determinada
sociedade numa dada fase da sua evolução, não se torne num facto social
patológico (ver Durkheim na sua obra "As regras do método sociológico").

Por outro lado o que fazer com a pequena Maddy e a sua família? Como ajudá-los
a perceber que o que lhes aconteceu é útil para os demais. Como agradecer-lhes
por o seu caso dramático nos ajudar a questionar a reacção do nosso país,
consequentemente, fazendo-o evoluir?

Posted by Sevilhano at 18:46 2 argumentos Labels: crime, Durkheim

Segunda-feira, 14 de Maio de 2007


...o meio...
Este será o meio pelo qual faremos chegar o nosso mundo e esperamos que,
também através do mesmo veículo, nos façam chegar pedaços da vossa realidade.
Opiniões, ideias, visões, argumentos.

Falamos de linguagem, será esse o nosso meio (entenda-se veículo). É recorrendo


à linguagem que evocamos o passado e pensamos o futuro; é ainda através da
linguagem que nos posicionamos e nos percebemos como seres individuais e
sociais. No fundo é na linguagem que existimos enquanto seres humanos, é na
linguagem que pensamos sobre a nossa existência; "os seres humanos são seres
linguísticos". Estas ideias, que nos são trazidas por Rafael Echeverría no seu livro
"Ontología del lenguage", fazem todo o sentido quando nos propomos a iniciar um
blog. Consideramos este tipo de publicação on-line um espaço privilegiado para
partilha de linguagem, ou partilha de existências.

O autor explica-nos que linguagem é acção. então se pensamos pela linguagem,


pensamento é acção. Se existimos na linguagem podemos mudar a nossa
existência mudando a nossa linguagem. Portanto, pelo ponto de vista da ontologia
da linguagem, passamos não a "ser" mas podemos pensar-nos em relação a "vir a
ser". Somos nós que dominamos o sentido que damos às nossas vidas e ao mundo
que nos envolve e ao qual pertencemos. "A ontologia da linguagem permite-nos
inventar e regenerar um sentido (caminho) para as nossas vidas".

O que faz o mundo girar somos nós (post "spinning" do photoblog 2 plus 2 is five),
é a consciência da possibilidade de escolha que por vezes nos falta, acrescento.

(Foto por André Penim)

Posted by Sevilhano at 12:51 Labels: ontologia da linguagem, Rafael


Echeverría

Segunda-feira, 7 de Maio de 2007


O começo...
E assim começa a aventura que dará origem a muitas histórias. Factos vividos,
experimentados, percebidos, percepcionados, pensados e que serão aqui
contados.
Pretende-se que este seja um espaço que convida e incita o raciocínio, onde
serão lançados desafios e se aceitarão outros tantos; onde se irão verter ideias e
beber conhecimentos que saciarão a sede que nos afecta a todos: a Curiosidade e
o Desejo de entender a realidade que nos circunda.
Não fosse a definição de argumento, "provas tiradas por raciocínio que se
apresentam a favor ou contra alguma coisa", tão abrangente não conseguiríamos
um lugar multidisciplinar, multi-temático que se multiplicará em opiniões e
conversas (é o nosso desejo.)
Sempre com a tentativa de isenção, ou pelo menos com a consciência dos
enviusamentos existentes, nos lançamos para o mundo da eterna discussão. O
mundo que não o nosso, o mundo do Outro.

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