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Procura-se um Amante
Muitas vezes dão-nos presentes que não precisamos... Ou que não nos
servem... O que fazer? Por exemplo, aceitar com delicadeza, e, com a
mesma delicadeza, colocá-los de lado...
Regresso...
Dei-me conta que há muito tempo que nada de novo se passava neste
blog... O que não coincide que o que se tem passado nesta minha
cabeça...
Estou a calçar estes velhos novos sapatos, a tirar as rugas das meias ou
os grãos de areia que me dificultam a entrada do pé.
Penso que a partir de agora, agora que escrevi, voltarei a partilhar mais
ideias.
Até já!
Duas coisas...
Hoje consegui ver duas coisas de maneira diferente da que via antes:
Quem tem a chave dos cadeados dessas correntes sou eu! Eu já sabia
isto, mas não o tinha sentido como hoje...
Consegui vê-lo porque estavam rodeado de pessoas, que ali estavam,
prontas para me ajudar... Obrigado por me deixarem ser!
Uma pessoa que considero um guia disse-me uma frase que descreve
muito do modo como vejo a morte.
Foi algo como: "A Morte é uma experiência dos vivos. Dos vivos que
sentem a morte dos outros. Porque da sua própria morte ninguém tem
experiência".
É daquelas frases feitas onde cabe tudo e mais alguma coisa. Será que
por isso faz menos sentido?
AVISO! Vou ser extremamente redutor mas servirá para ilustrar o meu ponto de vista,
por isso que se lixe!
Ser MAIS
Como todos os outros, este é um post de partilha.
É um local onde sobretudo se sente MAIS. Não melhor, nem pior (este
não é com certeza o desejo de alguém que decide iniciar uma
psicoterapia nem tão pouco deve ser do terapeuta), mas sim diferente e,
sobretudo, MAIS. Falo da posição de alguém que recebe terapia mas
também como alguém que deseja poder vir a ser um psicoterapeuta.
Não para já, mais tarde. Preciso de mais tempo...
É de uma satisfação plena perceber que tudo o que fizemos tem hoje
uma explicação, pelo menos uma, ainda que não nos faça sentido
imediatamente. Se nos "deixarmos de tretas", isto é, se formos
verdadeiramente honestos connosco e se a pessoa com quem
partilhamos a sala está lá para nós acabará por fazer sentido (atenção que
estas "tretas", apesar de lhes ter dado este nome por ter sido a expressão que me
apeteceu utilizar, não devem ser entendidas como tal. São por vezes estas "tretas"
que causam um sofrimento de tal ordem que chega a ser incapacitante e, portanto,
patológico).
E que bom é ter ajuda! Ajuda a pensar sobre coisas que já pensámos
1000000 vezes mas nunca daquela maneira (que no fundo é a "nossa",
apenas não a vemos...).
É bom sentir que engolimos em seco, que suamos, que gaguejamos, que
falamos daquelas coisas que nunca falámos mas sempre quisemos falar,
que ficamos "sem jeito" vezes sem conta. Ali, naquela sala, podemos
fazê-lo. E isso permite-nos, "cá fora", ser cada vez MAIS...
Numa das conversas mais interessantes que tive nos últimos tempos
fiquei com algumas ideias que não são, de todo, apenas minhas e ainda
não estou em condições de, porque não sei, dizer de quem são ou em
quem se baseiam. Não obstante, gostaria de as partilhar.
Há muito mais a dizer sobre este tema, mas neste altura que estou a
escrever não me chegam mais ideias. Quem sabe, mais tarde possa
voltar a este assunto ou ser inspirado por vós!
Até breve!
Ora aí está um tema que nos toca a todos. Não que já nos tenha
acontecido obrigatoriamente, mas mesmo assim há a fantasia, desejo ou
medo, de poder vir a acontecer.
Não é tão simples assim. O facto de sermos fieis ou infiéis não se pode
reduzir às duas estratégias referidas, isto porque se sabe que maior
parte das situações de infidelidade entre humanos não têm em vista a
procriação. Será este um comportamento vestigial, parte do nosso lado
animal? Com certeza estarão aqui factores e forças sociais, culturais,
psicológicos e fisiológicos a operar em conjunto...
"Na minha opinião aquilo não está certo... Se fosse eu faria trinta por
uma linha para mudar aquela situação... Olha era tão simples... Se ao
menos eu tivesse na posição para... Uma coisa tão fácil e conseguem
estragá-la... Incompetentes..."
Quantas vezes não ouvimos e/ou utilizámos estas expressões e outras
afins?
É óbvio que vemos o mundo por lentes que são nossas e apenas nossas.
Lentes essas que são moldadas, riscadas mas também limpas e cuidadas
pelos nossos outros significativos, pelas nossas vivências e experiências.
Não nos podemos esquecer nem deixar de tentar ver o mundo pelas as
lentes dos outros, só assim deixamos de ser voyeuristas e passamos e
ter um papel activo na nossa vida e na dos outros de forma mais
positiva.
Enfim... Poderia escrever mil e uma coisas sobre lentes. Mas de lentes
não percebo nada.
...FÉRIAS...
Física Quântica num blog que tem estado mais orientado para as
pessoas pode parecer estranho...Eu próprio não percebo nada desta
disciplina científica. Contudo, o que os que se dedicam a esta área
estudam e descobrem é de extrema importância e relevância para todos
nós. Esta área preocupa-se com coisas tão complexas e ao mesmo
tempo tão básicas como: o que é a realidade? O que é o Universo? O
que é Deus? Quem somos nós? O que fazemos? Como fazemos?
O que este investigador fez foi montar uma série de experiências onde
aplicava estímulos mentais à água. Posteriormente, fotografou os cristais
da água congelada. Descobriu que a diferentes águas têm diferentes
cristais, mas o mais interessante foi a descoberta do seguinte facto: a
mesma água com estímulos mentais diferentes apresenta cristais
diferentes.
Criou uma experiência com água destilada, fotografou-a. Em seguida
colocou água destilada em diferentes recipientes rotulando com
diferentes termos e deixou em repouso durante um dia. Verificou que
dependendo das palavras/mensagens nos rótulos, os cristais eram
diferentes. A ciência por detrás deste fenómeno ainda está por ser
explicada, argumenta-se que será o pensamento ou a intenção que será
o motor destas alterações moleculares.
"Eu não falhei. Apenas encontrei 10 000 maneiras que não resultam."
Thomas A. Edison
Já aqui escrevi bastante sobre a "escolha" e não por acaso, é que este é
um tema que me interessa particularmente.O que faz com que sigamos
determinados rumos, tomemos certos caminhos e escolhamos uma ou
outra coisa...
Não esqueço o que um professor uma vez me disse: "A normalidade é a
possibilidade de escolha e a consciência dessa hipótese. A doença é a
impossibilidade de escolha ou a escolha forçada, entre uma coisa ou
outra. O funcionamento binário é patológico." (Qualquer coisa parecida com
isto).
Aplique-se esta premissa à vida quotidiana. Lembro-me de tantos
exemplos que não me consigo decidir qual escrever. Será isto
normalidade por me lembrar de tantas hipóteses de escolha, ou doença
por não conseguir escrever nenhum exemplo?!
Uma colega bloguista (e não só) escrevia que "na vida o sofrimento é
inevitável." Concordo em absoluto, pensei até que a fuga ou evitamento
do sofrimento poderia fornecer momentos de felicidade (segundo o tio
Freud até pode ser verdade mas...). Depois, de uma ajuda preciosa por
parte desta amiga percebi/relembrei que ser feliz implica lidar, entender
e integrar o sofrimento na pluralidade das vivências e na globalidade da
nossa existência.
Posted by Sevilhano at 23:04 1 argumentos Labels: Crise existencial,
felicidade, sofrimento
«Aqui está uma questão que me intriga na psicoterapia. Pelo que tenho
vindo a perceber é essencial a criação de uma empatia, baseada numa
relação que se estabelece entre paciente e terapeuta, unívoca,
desequilibrada (na medida em que apenas um se expõe), e onde é muito
comum (e tido, penso eu como benéfico para a terapia) resultar no
“despertar” do “amor de transferência” a que o João Sevilhano se refere
neste Post. Ora, se é suposto o terapeuta resguardar a sua vida privada,
falando pouco ou nada de si, não é natural que o paciente o idolatre e
veja nele tudo aquilo que “quer” ver, fugindo assim do “real” que
procura encontrar através da mesma terapia ? Quando isto acontece,
como é que se cura este devaneio? Será que nestes casos não é pior a
“emenda do que o soneto”?»
Julgo que numa relação, seja ela de que índole for mas particularmente
se for uma relação terapêutica, temos de nos descentrar de nós
próprios, só assim pode haver benefício para o outro (e mutuo, já
agora).
Pois é...
Depois de ter acabado de ler mais um livro, que mais à frente citarei,
fiquei com uma perspectiva completamente diferente deste blog (e de
mim, já que sou eu que o escrevo). A leitura do dito manual, serviu
também para fundamentar o que tinha escrito no post anterior ou seja,
operacionalizou/concretizou a indignação que senti ao ler a referida
reportagem, ou melhor, tornou concreto o que me passou pela cabeça
na altura da composição do último post.
De facto, eu próprio, ao reler o que tenho escrito neste blog, e não só,
constato que caio um pouco neste vício. Tornar complexos temas
de explicar, tornar intelectual algo que pode ser explicado por linguagem
comum... Desejo de ser reconhecido...(sobre isso falarei noutra altura).
A diferenciação acabou por ser feita com o evoluir de concepções de áreas como
a Medicina e a Psicologia (Franck 1983). Uma questão abordada por Franck (1983)
e tantos outros autores que abordam temáticas como a personalidade criminal e a
anti-socialidade, o facto de haver perturbações psicopatológicas que não
impossibilitam o individuo de assumir a responsabilidade pelos seus actos e ainda
patologias que, pelas suas características, potenciam o sujeito a ter
comportamentos desviantes e a cometer crimes. Para Franck (1983), foi esta
mesma questão que mudou a psicologia, o facto de poder haver “loucura sem
delírio”, o facto de um individuo poder cometer um crime porque a sua condição
o predispõe a ter esse tipo de comportamentos mas mesmo assim estar
consciente e com a percepção do real preservada mas enviesada, ou, numa visão
menos fatalista, poder existir psicopatologia sem que tenha de apresentar
manifestações exuberantes e/ou visíveis do ponto de vista biológico.
A mim, particularmente, não me interessa quem são os raptores. O como e
porque são...Isso é outra história....
Canguilhem, G. (1975). Le normal et le pathologique. (3e ed.). Paris : Presses Universitaires de France; Coimbra de
Matos, A. (2001). A depressão: episódios de um percurso em busca do seu sentido. Lisboa: Climepsi Editores;
Durkheim, E. (2004). As regras do método sociológico. (9ª ed.). Lisboa: Presença; Foucault, M. (2004). Vigiar e punir:
História da violência nas prisões (29ª ed.). Petrópolis: Editora Vozes; Franck, R. (1983). Significação social da
psicologia: Porque se pratica a psicologia clínica? Análise Psicológica, 3 (III), 327-352.
Por outro lado o que fazer com a pequena Maddy e a sua família? Como ajudá-los
a perceber que o que lhes aconteceu é útil para os demais. Como agradecer-lhes
por o seu caso dramático nos ajudar a questionar a reacção do nosso país,
consequentemente, fazendo-o evoluir?
O que faz o mundo girar somos nós (post "spinning" do photoblog 2 plus 2 is five),
é a consciência da possibilidade de escolha que por vezes nos falta, acrescento.