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5322 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 226 — 29 de Setembro de 2000

MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS Assim:


Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Aviso n.o 186/2000
Por ordem superior se torna público que o Governo
CAPÍTULO I
de Portugal depositou, a 6 de Abril de 2000, o seu
instrumento de ratificação à Convenção sobre a Ava- Objecto, definições e âmbito
liação dos Impactes Ambientais num Contexto Trans-
fronteiriço, assinada em Expoo a 25 de Fevereiro de Artigo 1.o
1991.
Objecto
Portugal aprovou a Convenção através do Decreto
n.o 59/99, publicado no Diário da República, 1.a série-A, O presente diploma regula a autorização de intro-
n.o 292, de 17 de Dezembro de 1992. dução no mercado, o fabrico, a importação, a expor-
Nos termos do artigo 18.o, n.o 3, a Convenção entra tação, a distribuição, a cedência a título gratuito, a deten-
em vigor em Portugal a 5 de Julho de 2000. ção ou posse e a utilização de medicamentos veterinários
Direcção-Geral dos Assuntos Multilaterais, 1 de imunológicos.
Setembro de 2000. — A Directora de Serviços das Orga- Artigo 2.o
nizações Internacionais, Liliana Araújo.
Definições

Para efeitos do disposto no presente diploma, enten-


de-se por:
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, a) Medicamento — toda a substância ou compo-
DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS sição que possua propriedades curativas ou pre-
ventivas das doenças e dos seus sintomas do
Decreto-Lei n.o 245/2000 homem ou do animal com vista a restaurar ou
modificar as suas funções orgânicas ou a esta-
de 29 de Setembro belecer um diagnóstico médico;
b) Medicamento veterinário — todo o medicamento
Com a publicação e entrada em vigor do Decreto-Lei destinado aos animais;
n.o 289/94, de 14 Novembro, e da Portaria n.o 488/95, c) Medicamento veterinário imunológico — todo
de 22 de Maio, iniciou-se uma nova era no regime jurí- o medicamento veterinário administrado aos
dico dos medicamentos veterinários imunológicos, regu- animais com o fim de provocar uma imunidade
lamentando-se a sua introdução no mercado, fabrico, activa ou passiva ou diagnosticar o estado
importação, comercialização e utilização de acordo com imunológico;
as directivas comunitárias vigentes. d) Vacina para uso veterinário — todo o medica-
Entretanto, face aos novos procedimentos comuni- mento veterinário imunológico que contém subs-
tários, impõe-se harmonizar o quadro legislativo nacio- tâncias antigénicas destinadas a criar imunidade
nal com as disposições comunitárias aplicáveis, desig- activa específica contra as doenças provocadas
por bactérias, toxinas, vírus ou parasitas,
nadamente as contidas na Directiva n.o 81/851/CEE, de
podendo conter microrganismos vivos ou inac-
28 de Setembro, com as alterações que lhe foram intro- tivados, parasitas, fracções antigénicas ou subs-
duzidas pelas Directivas n.os 90/676/CEE, de 13 de tâncias elaboradas por estes mesmos organismos
Dezembro, e 93/40/CEE e 93/41/CEE, ambas de 14 de tornadas inofensivas, mas tendo conservado no
Junho. todo ou em parte as suas propriedades anti-
A criação de um quadro normativo claro, específico génicas;
e inequívoco é condição necessária para a garantia dos e) Alérgeno para uso veterinário — todo o medi-
critérios de qualidade, segurança e eficácia dos medi- camento veterinário imunológico que contém
camentos veterinários imunológicos. substâncias elaboradas por microrganismos ou
A salvaguarda da saúde pública, da saúde animal e fracções destes, destinadas ao diagnóstico in vivo
do meio ambiente exigem que seja implementada a nível através de reacções verificadas nos animais com
do aparelho organizativo uma capacidade de resposta eles inoculados;
totalmente coincidente com o nível de exigência con- f) Soro para uso veterinário — todo o medica-
substanciada no presente diploma. mento veterinário imunológico contendo imu-
noglobulinas dotadas do poder de neutralizar
Neste sentido, prevê-se que a competência nas áreas
especificamente as toxinas formadas ou de se
da produção, importação, exportação, distribuição,
fixar especificamente sobre os antigénios uti-
comercialização, utilização, farmacovigilância e aqui- lizados na sua preparação e destinadas a criar
sição directa de medicamentos veterinários imunoló- imunidade passiva específica contra doenças
gicos seja da Direcção-Geral de Veterinária, com a provocadas por bactérias, toxinas, vírus ou
adequada articulação com o Laboratório Nacional de parasitas;
Investigação Veterinária e direcções regionais de g) Representante legal — a pessoa, singular ou
agricultura. colectiva, que representa o titular da autoriza-
Foram ouvidos os órgãos de governo próprios das ção de introdução no mercado quando este não
Regiões Autónomas. esteja sediado em território nacional;
N.o 226 — 29 de Setembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5323

h) Alteração de uma autorização de introdução no CAPÍTULO II


mercado — a modificação dos termos em que
a autorização foi concedida; Autorização de introdução no mercado
i) Procedimento de reconhecimento mútuo — pro-
cedimento comunitário baseado no reconheci- SECÇÃO I
mento da autorização de introdução no mercado
concedida por outro Estado membro; Procedimento nacional
j) Estado membro de referência — aquele que
emitiu a autorização sobre a qual o procedi- Artigo 4.o
mento de reconhecimento mútuo se baseia;
Autorização de introdução no mercado
l) Contraste — a realização de ensaios para veri-
ficação da conformidade do medicamento imu- 1 — A introdução de medicamentos veterinários imu-
nológico com as especificações aprovadas, res- nológicos no mercado, adiante designada AIM, carece
peitante unicamente ao lote de fabrico sobre de autorização da Direcção-Geral de Veterinária,
o qual incidiram as provas; adiante designada DGV.
m) Práticas de bom fabrico — a parte da garantia 2 — A AIM só pode ser concedida aos requerentes
de qualidade que assegura que os produtos são estabelecidos no território do espaço económico euro-
produzidos e controlados com padrões de refe- peu.
rência adequados, conforme o que foi referido
na autorização de introdução no mercado; Artigo 5.o
n) Garantia de qualidade — o conjunto de medi- Pedido de introdução no mercado
das destinadas a garantir que os medicamentos
veterinários imunológicos tenham a qualidade 1 — O pedido da AIM é dirigido ao director-geral
necessária para a utilização prevista; de Veterinária, em requerimento, redigido em língua
o) Publicidade — qualquer forma de comunicação portuguesa, do qual conste:
alusiva aos medicamentos veterinários imuno- a) Nome ou designação social ou domicílio ou sede
lógicos com o objectivo de promover a sua aqui- social do requerente e, caso sejam diferentes,
sição ou consumo; do ou dos fabricantes com indicação dos res-
p) Distribuição por grosso de medicamentos vete- pectivos locais de fabrico;
rinários imunológicos — a actividade comercial b) Número atribuído pelo Registo Nacional de
que consiste no abastecimento, posse ou for- Pessoas Colectivas ou número de identificação
necimento de medicamentos veterinários imu- fiscal, excepto se o requerente tiver domicílio
nológicos destinados à revenda, excluindo o for- ou sede noutro Estado membro;
necimento ao público e a distribuição daqueles c) Nome proposto para o medicamento veterinário
por um fabricante, desde que apenas inclua imunológico;
medicamentos por si fabricados; d) Indicações;
q) Estabelecimentos de distribuição por grosso de e) Forma farmacêutica, composição qualitativa e
medicamentos veterinários imunológicos — o quantitativa no que respeita a princípios activos,
estabelecimento comercial onde, a título prin- dosagem, modo e via de administração, espécies
cipal ou acessório, é exercida a actividade de animais alvo, apresentação;
distribuição por grosso de medicamentos vete- f) Número de volumes que constituem o processo.
rinários imunológicos;
r) Colocação em circulação — a detenção de medi- 2 — O requerimento referido no número anterior
camentos veterinários imunológicos para efeitos deve ser acompanhado da seguinte informação:
da sua venda ou de qualquer outra forma de
a) Descrição do processo de fabrico;
transmissão para terceiros, a título gratuito ou
b) Posologia para as diferentes espécies animais
oneroso, bem como a venda e as outras formas
alvo, modo e via de administração, esquema de
de transmissão.
vacinação proposto;
c) Indicações, contra-indicações, efeitos secundá-
Artigo 3.o rios;
d) Descrição dos métodos de controlo utilizados
Âmbito de aplicação
pelo fabricante;
São excluídos do âmbito de aplicação do presente e) Descrição e resultados dos ensaios analíticos
diploma: (físico-químicos, biológicos e microbiológicos),
de segurança e de eficácia efectuados nos termos
a) Os medicamentos constantes do anexo I ao pre- do anexo II ao presente diploma;
sente diploma, do qual faz parte integrante, cuja f) Indicação dos ensaios de estabilidade realizados
autorização de introdução no mercado seja e seus resultados que permitam estabelecer as
objecto de procedimento centralizado de acordo condições de conservação e fixar o prazo de
com o disposto no Regulamento (CE) validade;
n.o 2309/93, do Conselho, de 22 de Julho; g) Indicação do intervalo de segurança;
b) As vacinas de rebanho e as autovacinas inac- h) Informação sobre as condições de conservação
tivadas. do medicamento veterinário imunológico, medi-
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das de precaução e de segurança a adoptar na Artigo 6.o


administração aos animais e na eliminação do Resumo das características do medicamento
produto não utilizado ou dos seus desperdícios,
caso existam, assim como a indicação dos riscos O RCM referido na alínea j) do n.o 2 do artigo anterior
potenciais que o medicamento veterinário imu- deve ser apresentado em língua portuguesa e conter
nológico possa apresentar para o meio as seguintes informações:
ambiente, para a saúde humana e animal; a) Nome do medicamento veterinário imunoló-
i) Relatórios dos peritos e respectiva tradução em gico;
língua portuguesa; b) Composição qualitativa e quantitativa em subs-
j) Resumo das características do medicamento tâncias activas, em constituintes do excipiente
veterinário imunológico, adiante designado por ou do adjuvante, se for caso disso, sendo uti-
RCM, nos termos do artigo 6.o do presente lizadas as denominações comuns internacionais
diploma; recomendadas pela Organização Mundial de
l) Projectos de rótulo contendo a informação a Saúde sempre que estas existam ou na sua falta
fornecer nos recipientes e embalagens exterio- as denominações comuns usuais ou as denomi-
res, de acordo com o disposto no artigo 62.o nações químicas;
do presente diploma; c) Forma farmacêutica;
m) Projecto de folheto informativo que acompanha d) Propriedades imunológicas (farmacocinéticas e
o medicamento veterinário imunológico, de dados de segurança pré-clínica);
acordo com o disposto no artigo 64.o do presente e) Espécies animais alvo;
diploma; f) Indicações terapêuticas;
g) Contra-indicações;
n) Amostras do medicamento veterinário imuno-
h) Efeitos secundários ou indesejáveis (frequência
lógico sob a forma de apresentação final em
e gravidade);
quantidade suficiente para permitir eventuais i) Precauções especiais de utilização;
ensaios e verificação pelos métodos de controlo j) Utilização durante a gestação e a lactação;
propostos pelo fabricante, quando solicitadas; l) Interacções medicamentosas e outras formas de
o) Documento oficial autêntico ou autenticado, interacções;
acompanhado de tradução reconhecida em lín- m) Posologia, modo e via de administração, com
gua portuguesa, que comprove que o fabricante indicação da dose imunizante e esquema vaci-
está autorizado a produzir o medicamento vete- nal;
rinário imunológico nesse país, de acordo com n) Sobredosagem (sintomas, medidas de urgência
os princípios e directrizes das práticas de bom e antídotos, se for caso disso);
fabrico, ou que apresentou um pedido para esse o) Advertências para a espécie animal alvo;
efeito; p) Intervalo de segurança;
p) Comprovativo do pagamento da respectiva taxa. q) Precauções especiais a adoptar pela pessoa que
administra o medicamento veterinário imuno-
3 — Sempre que o medicamento veterinário imuno- lógico aos animais;
lógico tenha sido objecto de autorização anterior num r) Incompatibilidades;
país terceiro, deve ser entregue documento comprova- s) Prazo de validade e prazo de validade após a
tivo da AIM concedida, acompanhado do RCM, pro- primeira utilização ou reconstituição, se for caso
jectos de rótulo e de folheto informativo aprovados pela disso;
autoridade competente, caso existam, bem como a lista t) Precauções particulares de conservação;
u) Natureza e conteúdo do recipiente;
dos países em que foi apresentado um pedido de AIM.
v) Nome ou designação social e domicílio ou sede
4 — Os detalhes relativos a qualquer decisão de
social do titular da AIM, do titular da auto-
recusa da AIM na União Europeia ou num país terceiro rização de fabrico responsável pela libertação
devem ser acompanhados de documentação que fun- do lote, se for diferente, e do distribuidor;
damente a decisão, devendo esta ser actualizada regu- x) Precauções especiais para a eliminação do pro-
larmente durante o período em que decorre a avaliação duto não utilizado ou dos desperdícios derivados
do processo. desse produto, caso existam;
5 — O nome proposto para o medicamento veteri- z) Condições particulares da AIM;
nário imunológico pode ser constituído por um nome aa) Número da AIM, data da primeira autorização,
de fantasia ou marca, pela denominação comum inter- ou da renovação da AIM;
nacional ou nome genérico, seguidos da marca ou do bb) Data da última revisão do texto.
nome do fabricante.
6 — Os nomes de fantasia ou marcas não podem con- Artigo 7.o
fundir-se com as denominações comuns internacionais
nem estabelecer equívocos com as propriedades pro- Peritos qualificados
filácticas e a natureza do medicamento veterinário 1 — Os documentos constantes do processo a que se
imunológico. referem as alíneas d), e) e f) do n.o 2 do artigo 5.o
7 — A verificação do processo deve ser realizada no do presente diploma deverão ser assinados por peritos
momento da sua recepção e, caso se observem defi- que possuam as necessárias qualificações técnicas e
ciências consideráveis, este não é aceite. profissionais.
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2 — De acordo com a qualificação, os peritos devem b) Colaborar em estudos a efectuar sobre o inte-
proceder aos trabalhos no âmbito da sua especialidade resse terapêutico da introdução no mercado de
respeitantes à análise farmacêutica, à farmacologia e novos medicamentos veterinários imunológicos;
ciências experimentais análogas e à clínica e descrever c) Elaborar e coordenar a informação técnico-
objectivamente os resultados obtidos. -científica a dirigir aos médicos veterinários;
3 — Os peritos devem ainda descrever os ensaios que d) Dar cumprimento ao estabelecido no âmbito do
fizeram e mencionar, designadamente: sistema nacional de farmacovigilância e toxico-
a) O perito de qualidade, se o produto está con- logia veterinária.
forme com a composição declarada, fornecendo
toda a justificação sobre os métodos de controlo 4 — A interrupção de funções do director veterinário
que forem utilizados pelo fabricante, indicando, deverá ser comunicada à DGV com a antecedência
por exemplo, qualquer reserva sobre a qualidade mínima de 30 dias, findos os quais deve ser feita noti-
do produto, tal como a consistência dos lotes, ficação nos termos do n.o 2.
ou a necessidade de uma actualização dos agen-
tes estranhos ensaiados face às alterações do Artigo 9.o
quadro sanitário; Instrução e avaliação do processo de autorização
b) O perito de segurança, além de comentar todos de introdução no mercado
os ensaios de segurança efectuados, deve indicar
nas suas conclusões quais as recomendações do 1 — Os processos relativos aos pedidos de AIM de
RCM e do projecto folheto informativo que medicamentos veterinários imunológicos são entregues
foram efectivamente fundamentadas com na DGV acompanhados do respectivo requerimento,
ensaios, como, por exemplo, as espécies alvo devendo o seu conteúdo obedecer às directrizes em
abrangidas, a idade mínima, as vias de admi- vigor, designadamente em matéria de qualidade, segu-
nistração recomendadas, as especificações do rança e eficácia dos medicamentos veterinários imuno-
produto utilizado nos ensaios (potência máxima lógicos constantes da legislação aplicável ou de instru-
ou título e o grau de atenuação ou passagem), ções aos requerentes que tenham sido ou venham a
os avisos que devem ser adicionados ao RCM ser emitidas pela DGV ou pela União Europeia.
e ao folheto informativo, reflectindo os efeitos 2 — Após a verificação e validação do pedido da AIM,
secundários observados, o risco para as espécies a DGV remete-o à Comissão Técnica de Medicamentos
não alvo, incluindo o utilizador ou outros huma- Veterinários Imunológicos, prevista no artigo 25.o, abre-
nos, bem como os riscos para o meio ambiente viadamente designada por CTMVI, para avaliação téc-
(ecotoxicidade); nico-científica, elaboração do respectivo relatório de
c) O perito de eficácia, além de apresentar uma avaliação e emissão do parecer final.
avaliação crítica dos ensaios clínicos pelo fabri- 3 — O relatório de avaliação referido no número
cante, deve apresentar nas conclusões quais as anterior é baseado em observações produzidas durante
indicações e as recomendações de utilização a apreciação do pedido, especialmente as respeitantes
referidas no RCM e no folheto informativo que aos resultados dos ensaios analíticos, de segurança e
foram fundamentadas com ensaios, como, por eficácia do medicamento veterinário imunológico em
exemplo, o grau de protecção conferido e em questão, devendo ser actualizado sempre que nova infor-
que espécies alvo, a posologia e vias de admi- mação relevante em termos de qualidade, segurança e
nistração, as especificações do produto utilizado eficácia seja disponibilizada
nos ensaios (potência máxima ou título e o grau 4 — Após homologação pelo director-geral de Vete-
de atenuação ou passagem) e a duração da rinária do parecer elaborado pela CTMVI, caso seja
imunidade. concedida a AIM, é atribuído pela DGV o respectivo
número de registo.
4 — Os peritos devem assinar e anexar ao respectivo
relatório um breve curriculum vitae, indicar a relação Artigo 10.o
profissional com o requerente e opinar se o medica- Prazos para a concessão da autorização
mento em causa oferece garantias suficientes quanto
à sua qualidade, eficácia e segurança. 1 — A autorização referida no artigo 4.o do presente
diploma deve ser concedida no prazo de 210 dias segui-
dos a contar da data da recepção do respectivo pedido.
Artigo 8.o 2 — O prazo referido no número anterior é suspenso
Direcção veterinária sempre que ao requerente sejam solicitadas informações
adicionais ou exigida a correcção de deficiências, man-
1 — As empresas que solicitem a AIM de medica- tendo-se a suspensão até que os dados exigidos sejam
mentos veterinários imunológicos, bem como os seus apresentados e arquivando-se o pedido decorridos que
representantes legais, deverão ter ao seu serviço um sejam 120 dias seguidos após a ausência de qualquer
médico veterinário como director veterinário, inscrito resposta às questões formuladas.
na Ordem dos Médicos Veterinários. 3 — Caso se constate que um pedido de AIM de um
2 — A direcção veterinária deve ser comunicada à mesmo medicamento veterinário imunológico se encon-
DGV através de notificação, da qual conste a identi- tra em análise noutro Estado membro, pode ser suspensa
ficação completa da empresa e do médico veterinário, a análise do pedido, afim de se aguardar a recepção
acompanhada de fotocópia do bilhete de identidade e do relatório de avaliação elaborado nesse Estado mem-
da cédula profissional deste. bro, aplicando-se neste caso as disposições previstas na
3 — Ao director veterinário compete: secção II do presente capítulo.
a) Participar na elaboração de programas de lan- 4 — A DGV comunicará ao outro Estado membro
çamento de novos medicamentos veterinários em questão e ao requerente a decisão de suspender
imunológicos; a análise pormenorizada do pedido em questão.
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Artigo 11.o lógicos assim o requeiram pela sua natureza ou


Notificação da decisão
características, podendo as restrições impostas
incluir a limitação da comercialização, detenção,
1 — A DGV notifica o requerente da decisão sobre posse ou utilização, sob controlo oficial ou
o pedido de AIM do medicamento veterinário imuno- impondo o cumprimento de determinados
lógico, indicando, no caso de indeferimento, os respec- requisitos;
tivos fundamentos. c) Exigir a inclusão de um marcador;
2 — No caso de deferimento do pedido de AIM, a d) Exigir que a AIM esteja sujeita a obrigações
DGV envia ao requerente uma cópia da versão final específicas e a uma revisão anual visando a rea-
aprovada para o texto do RCM, rótulos e folheto infor- lização de estudos complementares e a comu-
mativo, juntamente com o número da AIM. nicação de reacções adversas, no âmbito da far-
3 — A decisão sobre o pedido de AIM deve ser comu- macovigilância veterinária.
nicada à Agência Europeia de Avaliação do Medica-
mento, adiante designada por Agência, bem como ao 2 — A DGV deve comunicar ao titular da AIM o
Laboratório Nacional de Investigação Veterinária, prazo para proceder às alterações das condições de auto-
adiante designado por LNIV, acompanhada do texto rização, bem como a respectiva fundamentação, dando
do RCM aprovado. desse facto conhecimento ao LNIV.
4 — Do processo de autorização deve constar, para
consulta do requerente, o relatório de avaliação com Artigo 15.o
as observações produzidas na apreciação do pedido, em
especial as respeitantes aos resultados dos ensaios ana- Duração da autorização
líticos, farmacotoxicológicos e clínicos do medicamento A AIM tem a validade de cinco anos, renovável por
veterinário imunológico. iguais períodos, nos termos previstos no artigo 16.o

Artigo 12.o Artigo 16.o


Fundamentos do indeferimento Renovação da autorização
O pedido de AIM é indeferido sempre que: 1 — O pedido de renovação deve ser apresentado
a) O processo não for instruído de acordo com pelo titular da AIM em requerimento dirigido ao direc-
as disposições do presente diploma; tor-geral de Veterinária pelo menos 90 dias antes do
b) O medicamento veterinário imunológico for termo da autorização, sem o que esta caduca.
nocivo nas condições de utilização indicadas; 2 — Do requerimento referido no número anterior
c) O medicamento veterinário imunológico não devem constar o nome e domicílio ou sede social do
induzir o grau de protecção preconizado para titular da AIM, o nome e número da AIM do medi-
o produto; camento veterinário imunológico, as suas indicações e
d) O medicamento veterinário imunológico não apresentações autorizadas.
apresentar as composições qualitativa ou quan- 3 — O pedido de renovação da AIM deve anexar a
titativa declaradas; documentação exigida nas instruções aos requerentes
e) O medicamento veterinário imunológico apre- que tenham sido ou venham a ser emitidas pela DGV
sentar risco para a saúde humana ou animal ou pela União Europeia.
ou para o meio ambiente. 4 — Os pedidos de renovação da AIM não devem
conter quaisquer alterações aos termos desta e, sempre
que o requerente pretenda no momento da renovação
Artigo 13.o alterar os termos da AIM, deve apresentar em simul-
Responsabilidade tâneo um pedido separado de alteração.
5 — A recusa do pedido de renovação implica sempre
A AIM não isenta de responsabilidade civil e criminal a retirada do medicamento veterinário imunológico por
o fabricante e, se for caso disso, o responsável pela AIM parte do titular da AIM, num prazo a fixar pelo direc-
do medicamento veterinário imunológico. tor-geral de Veterinária.
6 — Dos pedidos de renovação apresentados e da
Artigo 14.o decisão que recaia sobre os mesmos, dará a DGV conhe-
cimento ao LNIV.
Alteração ou restrição das condições de autorização
Artigo 17.o
1 — A DGV pode, por sua iniciativa ou por proposta
Alteração dos termos da autorização
do LNIV, por razões de saúde pública, saúde animal
ou protecção do meio ambiente: As normas aplicáveis ao procedimento dos pedidos
a) Alterar ou restringir as condições de autorização de alteração da AIM, bem como a sua tipologia, são
de um medicamento veterinário imunológico as constantes do anexo III ao presente diploma, do qual
autorizado, podendo exigir que o titular da AIM faz parte integrante.
introduza nos textos da rotulagem ou folheto Artigo 18.o
informativo menções essenciais para a segu- Obrigações do titular da AIM
rança ou protecção do homem, animal ou meio
ambiente, incluindo precauções particulares de 1 — Após a obtenção da AIM, o titular da mesma
utilização e quaisquer outras advertências; deve ter em consideração o progresso técnico e científico
b) Sujeitar a regime específico a autorização, sem- e introduzir as alterações consideradas necessárias, de
pre que os medicamentos veterinários imuno- modo a garantir que o fabrico e o controlo do medi-
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camento veterinário imunológico sejam efectuados de 2 — Os processos relativos aos pedidos de AIM
acordo com os métodos científicos validados. devem cumprir o disposto no n.o 1 do artigo 5.o e no
2 — As alterações referidas no número anterior n.o 1 do artigo 9.o, devendo ainda ser instruídos com:
devem ser submetidas à apreciação da DGV.
a) Cópia da autorização inicial concedida pelo
Estado membro de referência, adiante desig-
Artigo 19.o nado por EMR, acompanhada de tradução em
Autorização de utilização especial língua portuguesa, devidamente autenticada
pela autoridade competente;
1 — A utilização de medicamentos veterinários imu- b) Declaração do requerente certificando a iden-
nológicos não possuidores da AIM prevista no artigo 4.o tidade do processo com o aceite pelo EMR e
do presente diploma carece de autorização da DGV, com os dos restantes Estados membros envol-
a qual pode ser concedida quando: vidos no procedimento;
a) Por razões de saúde pública ou animal sejam c) Alterações eventuais que o requerente pretenda
considerados imprescindíveis ao diagnóstico ou introduzir;
prevenção de determinadas patologias; d) Declaração do requerente certificando a iden-
b) Se destinem exclusivamente a fins de investi- tidade do RCM proposto com o RCM auto-
gação, análise ou ensaios clínicos. rizado pelo EMR, no caso de este conter adi-
tamentos ou alterações ao original.
2 — Para os animais produtores de alimentos, o dis-
posto no presente artigo pode ser aplicado mediante 3 — Para os efeitos do disposto no n.o 1, o requerente
as seguintes condições: deve:
a) O medicamento veterinário imunológico é admi- a) Informar o EMR do pedido e dos aditamentos
nistrado a um número identificado de animais; ou alterações ao processo original;
b) O médico veterinário responsável fixa um inter- b) Informar a Agência do pedido de reconheci-
valo de segurança apropriado, a fim de assegurar mento, bem como de quais os Estados membros
que os alimentos provenientes dos animais tra- envolvidos e datas de apresentação dos pedidos;
tados não apresentem resíduos que possam pôr c) Enviar à Agência cópia da autorização conce-
em risco a saúde dos consumidores; dida pelo EMR e, sempre que for caso disso,
c) O médico veterinário regista e mantém à dis- das autorizações concedidas por outros Estados
posição das autoridades para efeitos de con- membros;
trolo, durante três anos, as seguintes informa- d) Solicitar ao EMR a elaboração de um relatório
ções: data do exame clínico dos animais, iden- de avaliação sobre o medicamento em causa ou
tificação do proprietário/criador, número de o envio à DGV do relatório actualizado.
animais tratados, motivo do tratamento, medi-
camentos prescritos, dose administrada, dura- 4 — Após a recepção do pedido e do relatório de
ção do tratamento e intervalo de segurança avaliação, a DGV remete o processo à CTMVI.
recomendado. 5 — No prazo de 90 dias a contar da data de recepção
de um pedido válido e do relatório de avaliação, a DGV,
3 — Em nenhuma das situações previstas no n.o 1 após parecer da CTMVI homologado pelo director-geral
o medicamento veterinário imunológico pode ser de Veterinária, deve reconhecer a decisão emitida pelo
objecto de venda ou cedência, devendo ser incluída na EMR e o RCM por ele aprovado.
cartonagem e no rótulo a expressão «Utilização espe- 6 — A AIM concedida nos termos do presente artigo
cial — Proibida a venda». deve ser comunicada ao EMR, aos demais Estados mem-
4 — O disposto no n.o 1 do presente artigo não pre- bros a que o pedido diz respeito, à Agência, ao LNIV
judica a aplicação da legislação existente sobre protecção e ao requerente.
de animais usados para fins experimentais ou outros 7 — Sempre que a DGV verifique que o medicamento
fins científicos. veterinário imunológico pode constituir um eventual
Artigo 20.o risco para a saúde humana, animal ou meio ambiente,
deve disso informar o requerente, o EMR, os demais
Publicação Estados membros a que o pedido diga respeito, a Agên-
Os despachos de AIM, bem como a sua suspensão cia e o LNIV.
ou revogação, são objecto de publicação no Diário da 8 — A comunicação às entidades referidas no número
República. anterior deve ser acompanhada de exposição porme-
norizada dos fundamentos da suposição, indicando as
SECÇÃO II medidas que entenda necessárias para suprir as defi-
ciências do pedido.
Disposições específicas relativas aos procedimentos
comunitários de reconhecimento mútuo e centralizado Artigo 22.o
Arbitragem
Artigo 21.o
Reconhecimento mútuo
Sempre que não houver consenso relativamente à deci-
são a adoptar pelas autoridades dos Estados membros,
1 — A instrução do processo de AIM de um medi- por motivos de saúde humana, animal ou de ambiente,
camento veterinário imunológico já autorizado num aplicam-se os procedimentos comunitariamente previs-
Estado membro deve ser efectuada através do proce- tos, nomeadamente na Directiva n.o 81/851/CEE, do
dimento de reconhecimento mútuo. Conselho, de 28 de Setembro.
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Artigo 23.o CAPÍTULO IV


Suspensão da autorização Fabrico, exportação, importação e contraste
Em casos excepcionais e sempre que seja indispen-
sável tomar uma acção urgente por razões de saúde SECÇÃO I
humana, saúde animal ou ambiente, e até que seja adop-
tada uma decisão final, a DGV pode suspender a comer- Artigo 26.o
cialização ou a utilização em território nacional de um Fabrico de medicamentos veterinários imunológicos
medicamento veterinário imunológico autorizado no
âmbito do procedimento previsto na presente secção, 1 — O fabrico de medicamentos veterinários imuno-
informando desse facto no prazo de vinte e quatro horas lógicos está sujeito a autorização da DGV, ouvido o
a Agência, a Comissão, restantes Estados membros e LNIV e outras entidades no âmbito das respectivas com-
o titular da AIM, especificando os motivos de tal medida petências no que se refere às disposições aplicáveis ao
e dando conhecimento desse facto ao LNIV. fabrico total ou parcial e às operações de divisão, emba-
lagem ou apresentação.
Artigo 24.o 2 — Para o fabrico deve o requerente dispor de direc-
ção técnica, instalações e equipamento adequado com
Procedimento centralizado as características estabelecidas na presente secção.
Aos medicamentos veterinários imunológicos cuja 3 — O pedido de autorização a que se refere o n.o 1
AIM tenha sido concedida nos termos do Regulamento do presente artigo é dirigido ao director-geral de Vete-
(CE) n.o 2309/93, do Conselho, de 22 de Julho, será rinária em requerimento, do qual conste:
atribuído pela DGV, mediante requerimento do titular a) Nome e domicílio ou sede social do requerente;
da autorização, um código nacional. b) Certidão do registo da firma ou denominação
particular na conservatória do registo comercial
CAPÍTULO III e de quem a obriga;
c) Projecto de construção das instalações de fabrico
Artigo 25.o aprovado pela entidade competente;
Comissão Técnica de Medicamentos Veterinários Imunológicos
d) Planta do local de implantação, bem como das
instalações, acompanhada de memória descri-
1 — É criada a Comissão Técnica de Medicamentos tiva, da qual conste informação relacionada com
Veterinários Imunológicos, abreviadamente designada os seguintes aspectos:
por CTMVI.
2 — A CTMVI é um órgão de natureza consultiva, i) Pessoal (qualificações e experiência, orga-
ao qual compete proceder à avaliação técnico-científica nização e relações hierárquicas, programas
dos pedidos da AIM de medicamentos veterinários imu- de reciclagem);
nológicos, suas renovações e suas alterações, avaliar ii) Circuito nas instalações das matérias-pri-
sobre o seu interesse profiláctico e inocuidade, bem mas, do pessoal e do produto acabado;
como das vantagens da sua introdução no mercado iii) Biotério;
nacional, emitir os respectivos relatórios de avaliação iv) Sistema de ar, água, vapor e energia
e parecer final, podendo ainda, sempre que solicitado eléctrica;
pela DGV, emitir pareceres relativos à temática dos v) Sistema de esgotos e efluentes;
medicamentos veterinários imunológicos. vi) Localização das várias operações;
3 — A CTMVI funciona na DGV, que assegura os vii) Listagem do equipamento pesado;
seus serviços de secretaria e expediente.
4 — Os membros da CTMVI são nomeados por des- e) Indicação do director técnico;
pacho do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento f) Listagem dos medicamentos veterinários imu-
Rural e das Pescas, por um prazo de três anos, renovável nológicos a fabricar e respectivas tecnologias de
por igual período, devendo ser especialistas de reco- produção.
nhecido mérito no âmbito das ciências veterinárias e
integrar: 4 — A autorização apenas é concedida após confir-
a) Quatro técnicos, um dos quais exclusivamente mação dos requisitos previstos no número anterior atra-
para assegurar o secretariado técnico, propostos vés de vistoria às instalações a realizar pela DGV e
pela DGV; pelo LNIV.
b) Três técnicos propostos pelo LNIV.
Artigo 27.o
5 — A CTMVI poderá solicitar a colaboração even-
tual de técnicos cujo concurso julgue conveniente para Obrigações do titular da autorização
a resolução de problemas específicos. O titular da autorização de fabrico fica obrigado a:
6 — O presidente da CTMVI será eleito entre os seus
vogais e terá voto de qualidade. a) Cumprir com os princípios e as normas das prá-
7 — A CTMVI deverá elaborar o seu regulamento ticas de bom fabrico, tendo sempre em conta
interno no prazo de um mês após a sua constituição. as especificidades próprias dos medicamentos
8 — A compensação pela prestação de serviços ine- veterinários imunológicos de acordo com o con-
rentes a membros da CTMVI será fixada por despacho teúdo da linha-directriz sobre fabrico de medi-
conjunto dos Ministros das Finanças e da Agricultura, camentos veterinários imunológicos publicada
do Desenvolvimento Rural e das Pescas. no volume IV das Regras Que Regem os Produtos
N.o 226 — 29 de Setembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5329

Farmacêuticos na Comunidade Europeia — Guia 2 — Sempre que sejam solicitadas informações adi-
da Boa Prática de Fabrico de Produtos Far- cionais, o prazo suspende-se até ao seu envio.
macêuticos;
b) Dispor de pessoal qualificado, tanto no que se Artigo 30.o
refere ao fabrico como ao controlo de qualidade,
e instituir e manter um sistema eficaz de garan- Fabrico por terceiros
tia de qualidade; 1 — O fabricante pode encomendar a terceiros a rea-
c) Proceder à análise periódica dos respectivos lização da totalidade ou de certas fases do fabrico ou
métodos de fabrico à luz dos progressos técnicos de determinados controlos previstos neste diploma, se
e científicos; para isso estiverem autorizados.
d) Comercializar apenas os medicamentos veteri- 2 — Qualquer operação relacionada com o fabrico
nários imunológicos para os quais possua auto- executada por terceiros deve ser objecto de contrato
rização de fabrico; escrito entre as partes envolvidas.
e) Facultar o acesso aos representantes dos orga- 3 — O contrato deve precisar as responsabilidades de
nismos oficiais competentes; cada parte e, em particular, o respeito pelas linhas direc-
f) Facultar ao director técnico todos os meios trizes do bom fabrico por parte do executante e o modo
necessários à prossecução das suas competên- como a pessoa qualificada responsável pela aprovação
cias previstas no artigo 28.o do presente de cada lote assume a sua plena responsabilidade, sub-
diploma; metendo-se às inspecções oficiais correspondentes.
g) Instituir e manter um sistema eficaz de garantia 4 — O executante não pode subcontratar ninguém
de qualidade. para a realização de trabalhos que lhe tenham sido con-
fiados em virtude de contrato, sem autorização prévia
Artigo 28.o do contratante.
Direcção técnica
Artigo 31.o
1 — O titular da autorização de fabrico deve dispor
de forma permanente e contínua de uma direcção Matérias-primas
técnica. 1 — As matérias-primas especificamente destinadas
2 — A direcção técnica referida no número anterior ao fabrico de medicamentos veterinários imunológicos
é assegurada por um licenciado numa das seguintes apenas podem ser vendidas a entidades devidamente
áreas: Medicina Veterinária, Medicina, Biologia, Far- autorizadas para o seu fabrico ou preparação, nos termos
mácia, Química ou Química Farmacêutica. do disposto na presente secção.
3 — O director técnico é responsável por todo o pro- 2 — Os fabricantes e distribuidores autorizados a pos-
cesso de fabrico, competindo-lhe, nomeadamente: suir as substâncias referidas no número anterior devem
a) Garantir que cada lote de medicamentos tenha manter registos detalhados de todas as transacções rela-
sido fabricado e controlado de acordo com as tivas a estas durante um período mínimo de três anos
normas das práticas de bom fabrico, seguindo e colocá-los à disposição das entidades oficiais para efei-
os métodos e técnicas constantes dos respectivos tos de controlo, sempre que solicitados para tal.
processos de autorização;
b) Responsabilizar-se pela realização dos ensaios SECÇÃO II
de todos os lotes dos medicamentos veterinários
imunológicos exportados e importados de países Importação e exportação
terceiros;
c) Proceder ao registo de cada lote de fabrico e Artigo 32.o
à elaboração dos relatórios de controlo de qua- Autorização de importação
lidade, colocando-os à disposição dos agentes
de inspecção durante pelo menos um ano após 1 — Os importadores de medicamentos veterinários
a caducidade do lote; imunológicos provenientes de países terceiros devem
d) Diligenciar para que as substâncias activas e dispor de instalações autorizadas pela DGV, bem como
outras matérias-primas sujeitas a operações de de um director veterinário inscrito na Ordem dos Médi-
divisão sejam analisadas, de modo a garantir cos Veterinários.
a sua qualidade e pureza; 2 — Só é autorizada a importação de medicamentos
e) Zelar pelo armazenamento e acondicionamento veterinários imunológicos aos possuidores de uma AIM
dos medicamentos veterinários imunológicos e atribuída pela DGV, salvo o disposto no artigo 19.o
matérias-primas, activas ou não. 3 — Para efeitos do disposto no número anterior,
deve ser apresentado o respectivo pedido ao director-
4 — A interrupção de funções do director técnico não -geral de Veterinária através de requerimento, do qual
pode ultrapassar 30 dias, findos os quais deve ser comu- conste:
nicado à DGV o nome do novo director técnico. a) Nome e domicílio ou sede social do requerente;
b) Certidão do registo da firma ou denominação
Artigo 29.o particular emitida pela conservatória do registo
Prazos
comercial e de quem a obriga.

1 — O prazo para a concessão da autorização de 4 — O requerimento referido no número anterior


fabrico é de 90 dias a contar da data da entrada do deve ser acompanhado dos documentos constantes das
pedido. alíneas b), c), d) e e) do n.o 2 do artigo 39.o, com as
5330 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 29 de Setembro de 2000

necessárias adaptações, e deve conter as seguintes b) Certificado analítico com os resultados do con-
informações: trolo efectuado por um laboratório oficial de
a) Nome ou designação social e sede social do referência de um Estado membro ou pelo res-
fabricante e do titular da AIM; ponsável pelo controlo de qualidade do fabri-
b) Nome e número da AIM do medicamento vete- cante que declare o lote conforme as especi-
rinário imunológico a importar, bem como o ficações aprovadas.
número total de doses e apresentação.
6 — A DGV, por sua iniciativa ou por proposta do
5 — Aplica-se às instalações referidas no n.o 1 do pre- LNIV, sempre que justificado, pode solicitar ao titular
sente artigo o disposto no presente diploma para as da AIM ou ao seu representante legal o envio de amos-
instalações dos estabelecimentos destinados ao comércio tras do lote dispensado das provas de contraste para
por grosso de medicamentos veterinários imunológicos. análise no laboratório oficial ou num laboratório de refe-
rência antes da sua comercialização.
Artigo 33.o 7 — Nos lotes aprovados ou dispensados nas provas
de contraste, nos termos do presente artigo, o reque-
Exportação
rente deve apor as marcas sanitárias de contraste, sendo
1 — À exportação de medicamentos veterinários imu- estas colocadas no recipiente ou, quando este o não
nológicos para países terceiros aplicam-se as disposições permita, na embalagem.
do presente diploma. 8 — O LNIV deve remeter semestralmente à DGV
2 — É proibida a exportação de medicamentos vete- a relação dos contrastes efectuados.
rinários imunológicos que tenham sido suspensos ou
revogados por razões de saúde pública, animal ou de
defesa do meio ambiente. Artigo 35.o
Realização do contraste
SECÇÃO III 1 — Após recepção do pedido de contraste, o director
Contraste do LNIV manda proceder à colheita das amostras neces-
sárias à realização das provas de contraste, bem como
Artigo 34.o à identificação e selagem do lote em causa, do qual
Âmbito
o titular da AIM ou o seu representante legal é cons-
tituído fiel depositário.
1 — Os medicamentos veterinários imunológicos 2 — As provas de contraste a realizar no LNIV devem
fabricados e importados directamente de um país ter- estar concluídas no prazo de 60 dias a contar da data
ceiro carecem de contraste para serem comercializados de colheita das amostras.
e utilizados. 3 — Relativamente ao lote dispensado das provas de
2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior contraste nos termos do n.o 5 do artigo anterior, o titular
os medicamentos veterinários imunológicos importados da AIM, ou o seu representante legal, deve apresentar
de um país terceiro quando existam acordos adequados ao director-geral de Veterinária declaração de respon-
entre a União Europeia e o país exportador que garan- sabilidade que garanta a recolha imediata do mercado
tam que o fabricante do medicamento veterinário imu-
do lote relacionada com qualquer notificação de reacção
nológico cumpre com as práticas de bom fabrico.
3 — O pedido de contraste é apresentado ao director adversa ou reacção adversa grave.
do LNIV pelo titular da AIM ou pelo seu representante 4 — Os encargos resultantes do contraste são supor-
legal devidamente licenciado, conforme o caso, através tados pelo requerente de acordo com a tabela em vigor.
de requerimento, do qual conste:
a) Nome ou designação social e domicílio ou sede Artigo 36.o
social do titular da AIM; Improcedência
b) Nome ou designação social e domicílio ou sede
social do fabricante; 1 — O contraste é improcedente sempre que se
c) Nome do medicamento veterinário imunológico verifique:
e respectivo número da AIM;
d) Indicações; a) Falta de homogeneidade no lote;
e) Apresentações; b) Falta de observância das condições de conser-
f) Quantidade a contrastar, respectivo número de vação imputável ao requerente;
lote e prazo de validade. c) Violação da selagem referida no n.o 1 do artigo
anterior.
4 — Os métodos adoptados nas provas de contraste
são os constantes da farmacopeia europeia ou os descri- 2 — A improcedência e respectivo motivo são de ime-
tos no processo de AIM. diato comunicados pelo LNIV ao titular da AIM ou
5 — Os medicamentos veterinários imunológicos ao seu representante legal, cabendo de tal decisão
fabricados na União Europeia são dispensados das pro- recurso hierárquico para o Ministro da Agricultura, do
vas de contraste, devendo o titular da AIM ou o seu Desenvolvimento Rural e das Pescas, entregue no LNIV,
representante legal apresentar no LNIV os seguintes no prazo de cinco dias.
documentos: 3 — O recurso tem efeito suspensivo e dá lugar à
a) Certificado oficial de aprovação do medica- repetição das provas de contraste, sendo os encargos
mento veterinário imunológico emitido pela suportados pelo requerente nos termos do n.o 4 do artigo
autoridade competente de um Estado membro; anterior.
N.o 226 — 29 de Setembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5331

4 — O lote reprovado ou improcedente é inutilizado e) A localização do estabelecimento onde será


nas condições que o LNIV determinar, sendo lavrado exercida a actividade de distribuição por grosso
auto de inutilização em duplicado, devendo o original de medicamentos veterinários imunológicos.
de cada auto permanecer no LNIV e o duplicado ser
entregue ao requerente. 2 — O requerimento é acompanhado pelos seguintes
5 — Em alternativa à inutilização referida no número elementos:
anterior, o lote reprovado pode ser devolvido à origem, a) Documento comprovativo das habilitações e do
devendo o requerente apresentar ao director do LNIV, título profissional do médico veterinário;
com conhecimento ao director-geral de Veterinária, o b) Termo de responsabilidade do director vete-
respectivo pedido e obrigar-se a apresentar prova docu- rinário;
mental da referida devolução. c) Planta e memória descritiva das instalações
6 — O LNIV deve enviar semestralmente à DGV onde irá ser exercida a actividade de distribuição
relação dos contrastes improcedentes. por grosso de medicamentos veterinários imu-
nológicos;
d) Cópia do alvará da licença de utilização do esta-
CAPÍTULO V
belecimento, emitida pelo órgão competente do
Distribuição de medicamentos veterinários município respectivo;
imunológicos e) Cópia da licença de utilização emitida pelo ser-
viço de bombeiros.
SECÇÃO I

Distribuição por grosso e venda a retalho Artigo 40.o


Requisitos
Artigo 37.o
O exercício da actividade de distribuição por grosso
Distribuição por grosso de medicamentos veterinários imunológicos apenas é
1 — Os fabricantes, importadores, representantes autorizado no caso de o interessado dispor, nomeada-
legais grossistas e outros distribuidores de medicamentos mente, de:
veterinários imunológicos possuidores de AIM apenas a) Direcção técnica que assegure a qualidade das
podem cedê-los aos estabelecimentos destinados ao actividades desenvolvidas;
comércio por grosso, a médicos veterinários ou a socie- b) Instalações e equipamentos adequados e com
dades das quais estes sejam sócios e às restantes enti- capacidade para assegurar uma boa conservação
dades legalmente autorizadas. e distribuição dos medicamentos veterinários
2 — Os estabelecimentos destinados ao comércio por imunológicos, devendo a sala exclusivamente
grosso só podem possuir medicamentos veterinários destinada a estes estar devidamente identificada
imunológicos cuja introdução no mercado esteja auto- e possuir os seguintes requisitos:
rizada, adquiridos aos fabricantes, importadores, repre-
i) Câmara frigorífica com dimensões ade-
sentantes legais grossistas e outros distribuidores por
quadas ao volume de medicamentos vete-
grosso. rinários imunológicos a armazenar com
controlo permanente da temperatura
Artigo 38.o através de termógrafo;
ii) Paredes revestidas até à altura de 1,5 m
Autorização
com material facilmente lavável ou cha-
O exercício da actividade de distribuição por grosso mejável;
de medicamentos veterinários imunológicos está sujeito iii) Pavimento revestido de material suscep-
a autorização da DGV, a qual é comunicada ao LNIV. tível de ser submetido às acções atrás
citadas;
iv) Mesa com revestimento impermeável;
Artigo 39.o v) Protecção adequada de lâmpadas, inter-
Pedido de autorização ruptores e tomadas;
vi) Sistema alternativo de fornecimento de
1 — A autorização prevista no artigo anterior do pre- energia eléctrica.
sente diploma é concedida mediante requerimento do
interessado dirigido ao director-geral de Veterinária, do
qual conste: Artigo 41.o
Instrução do processo
a) A denominação social ou nome e demais ele-
mentos identificativos; 1 — Compete à DGV a instrução do processo de auto-
b) A indicação da sede; rização do exercício da actividade de distribuição por
c) O número fiscal de contribuinte; grosso de medicamentos veterinários imunológicos.
d) A identificação do médico veterinário respon- 2 — Na instrução do processo deve verificar-se a
sável pela actividade de distribuição por grosso observância dos requisitos mencionados no artigo ante-
de medicamentos veterinários imunológicos rior, solicitando ao interessado, se for caso disso, que
com indicação do número da respectiva cédula forneça os elementos e os esclarecimentos adicionais
profissional; considerados necessários.
5332 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 29 de Setembro de 2000

Artigo 42.o b) Possuir os documentos relativos a todas as tran-


Vistoria
sacções efectuadas ao abrigo do disposto no pre-
sente diploma durante um período mínimo de
1 — Para verificação dos requisitos previstos na alí- cinco anos;
nea b) do artigo 40.o do presente diploma, a DGV realiza c) Distribuir exclusivamente os medicamentos vete-
vistoria conjunta com o LNIV às instalações onde o rinários imunológicos possuidores de AIM ou que
requerente pretende exercer a actividade. dela estejam isentos, nos termos da legislação em
2 — No caso de as instalações não cumprirem os vigor;
requisitos previstos no artigo 40.o do presente diploma, d) Distribuir os medicamentos veterinários imuno-
é concedido ao interessado um prazo não inferior a lógicos exclusivamente ao médico veterinário,
30 dias para correcção das deficiências verificadas. a outros estabelecimentos de distribuição por
grosso de medicamentos veterinários imunoló-
Artigo 43.o gicos devidamente autorizados e às restantes
entidades legalmente autorizadas nos termos do
Prazo para a decisão presente diploma;
e) Distribuir apenas medicamentos veterinários
1 — O prazo para a decisão sobre o pedido de auto-
imunológicos em embalagens intactas e não
rização é de 30 dias a contar da data da realização da
violadas;
vistoria, não devendo exceder 90 dias a contar da data
de recepção do pedido que reúna as condições previstas f) Não distribuir os medicamentos veterinários
na presente secção. imunológicos cuja retirada do mercado ou sus-
2 — O prazo referido no número anterior suspende-se pensão tenha sido ordenada pelas autoridades
sempre que ao requerente sejam solicitados elementos competentes ou decidida pelos responsáveis
ou esclarecimentos adicionais ou exigida a correcção legais pela sua introdução, nem sem que as
de deficiências. embalagens originais se encontrem intactas;
g) Facultar o acesso dos agentes de fiscalização
Artigo 44.o às instalações onde exercem a actividade.
Fundamentos para indeferimento
2 — Os documentos a que se refere a alínea b) do
O pedido de autorização de exercício da actividade número anterior devem conter, pelo menos, as seguintes
de distribuição por grosso de medicamentos veterinários indicações:
imunológicos é indeferido sempre que se verifique que
o requerente não satisfaz os requisitos exigidos no pre- a) Data da transacção;
sente diploma, devendo os motivos de indeferimento b) Nome, forma farmacêutica e apresentação do
ser notificados ao requerente. medicamento veterinário imunológico;
c) Número do lote de fabrico e respectivo prazo
de validade;
Artigo 45.o d) Número da AIM;
Notificação e) Quantidade recebida e fornecida;
f) Denominação social ou nome e identificação
A DGV notifica o requerente da decisão sobre o da sede social ou residência do fornecedor e
pedido de autorização do exercício da actividade de dis- do destinatário.
tribuição por grosso, indicando, no caso de indeferi-
mento, os respectivos fundamentos.
3 — É efectuada, pelo menos uma vez por ano, uma
verificação pormenorizada, em que as entradas e saídas
Artigo 46.o são confrontadas com as existências, devendo ser regis-
Início da actividade
tadas quaisquer discrepâncias e ficarem os registos dis-
poníveis para efeitos de inspecção.
1 — A autorização do exercício da actividade de dis- 4 — Para os efeitos previstos na alínea g) do n.o 1
tribuição por grosso caduca no caso de o interessado: do presente artigo, os estabelecimentos de distribuição
por grosso de medicamentos veterinários imunológicos
a) Não iniciar a actividade no prazo de 12 meses devem dispor de um plano de emergência que permita
a contar da data da autorização; a imediata e efectiva retirada do mercado de um deter-
b) Suspender a actividade por prazo superior a minado medicamento veterinário imunológico.
12 meses.

2 — Os prazos previstos no número anterior podem Artigo 48.o


ser prorrogados por iguais períodos, quando devida- Suspensão, revogação e interdição
mente justificado.
Artigo 47.o 1 — A DGV pode suspender a autorização do exer-
cício da actividade de distribuição por grosso de medi-
Obrigações do titular da autorização camentos veterinários imunológicos sempre que não
sejam cumpridas as normas exigidas no presente
1 — O titular da autorização do exercício da activi-
diploma.
dade de distribuição por grosso de medicamentos vete-
rinários imunológicos fica obrigado a: 2 — Quando o exercício da actividade for suspenso
nos termos do número anterior, será concedido ao inte-
a) Cumprir os princípios e as normas das boas prá- ressado um prazo não inferior a 30 dias para corrigir
ticas de distribuição; as deficiências que lhe deram origem.
N.o 226 — 29 de Setembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5333

3 — Sempre que seja determinada a suspensão da Artigo 52.o


autorização do exercício da actividade, a DGV deve
Autorização
comunicar a sua decisão ao LNIV.
As entidades referidas no n.o 2 do artigo anterior
o que pretendam adquirir medicamentos veterinários imu-
Artigo 49.
nológicos directamente aos fabricantes, importadores,
Regime transitório
representantes legais dos titulares de AIM ou grossistas
Os responsáveis pela actividade de distribuição por carecem de autorização da DGV, devendo para o efeito
grosso de medicamentos veterinários imunológicos em apresentar o respectivo requerimento ao director-geral
estabelecimentos que se encontrem em funcionamento de Veterinária, que decide sobre o pedido e dá conhe-
à data da entrada em vigor do presente diploma devem, cimento do mesmo ao LNIV.
no prazo de 180 dias seguidos, requerer a autorização
prevista no artigo 38.o do presente diploma.
Artigo 53.o
Artigo 50.o Requisitos para aquisição directa

Venda a retalho 1 — Com excepção dos médicos veterinários e das


1 — No estádio a retalho, o comércio de medicamen- sociedades referidas no n.o 1 do artigo 51.o do presente
tos veterinários imunológicos é efectuado pelas enti- diploma, só podem adquirir medicamentos veterinários
dades oficialmente autorizadas. imunológicos directamente aos fabricantes, importado-
2 — Na venda a retalho de medicamentos veterinários res e grossistas aqueles que satisfaçam, cumulativa-
imunológicos destinados a animais produtores de ali- mente, os seguintes requisitos:
mentos deve ser registada, por cada transacção, a
a) Tenham ao seu serviço um médico veterinário;
seguinte informação:
b) Disponham de condições adequadas para o
a) Data da transacção; armazenamento de medicamentos veterinários
b) Identificação do medicamento veterinário imu- imunológicos, conforme previsto no artigo 40.o
nológico, incluindo a forma farmacêutica e a do presente diploma;
apresentação; c) Possuam um registo dos medicamentos veteri-
c) Número do lote de fabrico e respectivo prazo nários imunológicos adquiridos e cedidos, com
de validade; indicação, nomeadamente, da data da transac-
d) Quantidade recebida ou fornecida; ção, respectivo nome, número da AIM, forma
e) Nome e morada do fornecedor ou destinatário; farmacêutica e apresentação, número do lote
f) Cópia da receita médica veterinária.
de fabrico e respectivo prazo de validade, iden-
tificação expressa do fornecedor e do destina-
3 — É efectuada pelo menos uma vez por ano uma
tário e cópia da receita médica veterinária.
verificação pormenorizada, em que as entradas e saídas
são confrontadas com as existências, devendo ser regis-
tadas quaisquer discrepância, estando estes registos dis- 2 — O pedido de aquisição directa deve indicar a
poníveis para efeitos de inspecção durante o período denominação e localização da sede e nome, morada e
mínimo de três anos. número da cédula profissional do técnico a que se refere
a alínea a) do n.o 1 do presente artigo, juntar documento
SECÇÃO II em que o mesmo declare que se encontra ao serviço
do requerente e cópia dos estatutos da entidade reque-
Aquisição directa rente.
3 — No caso de cessação de funções do técnico refe-
Artigo 51.o rido na alínea a) do n.o 1 do presente artigo, a entidade
Sujeitos abrangidos abrangida deve proceder à sua substituição e fornecer
à DGV, no prazo máximo de 90 dias, os elementos exi-
1 — A aquisição directa de medicamentos veteriná- gidos relativamente a este no número anterior.
rios imunológicos aos fabricantes, importadores, repre- 4 — A DGV comunica ao LNIV o nome e morada
sentantes legais e outros distribuidores por grosso de do técnico responsável e a sua eventual substituição.
medicamentos veterinários imunológicos pode ser efec-
tuada por médicos veterinários ou por sociedades das
quais estes sejam sócios, quando aqueles se destinem Artigo 54.o
a ser aplicados por eles próprios a animais a que prestem
pessoalmente cuidados médicos veterinários. Revogação ou suspensão
2 — O disposto no número anterior pode igualmente
1 — A autorização concedida nos termos do
aplicar-se a empresários e a empresas agro-pecuárias,
independentemente da sua natureza jurídica, desde que artigo 52.o do presente diploma é revogada caso deixem
os medicamentos veterinários imunológicos se destinem de ser observadas as disposições estabelecidas no
aos seus próprios animais, ou, no caso das cooperativas artigo 53.o do presente diploma.
agrícolas e das organizações de produtores de pecuária, 2 — A DGV comunica ao LNIV as suspensões e revo-
constituídos nos termos da legislação em vigor, quando gações por si determinadas.
se destinem a animais dos seus membros e satisfaçam 3 — A DGV organiza a lista das entidades autorizadas
os requisitos do artigo 53.o do presente diploma. para a aquisição directa de medicamentos veterinários
5334 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 29 de Setembro de 2000

imunológicos nos termos do presente diploma, devendo CAPÍTULO VI


a mesma ser publicada, anualmente, no Diário da
República. Aviso prévio e comunicações relativas ao fabrico, trocas
intracomunitárias e às importações de medicamentos
Artigo 55.o veterinários imunológicos.
Competência dos técnicos
Artigo 59.o
1 — É da competência do médico veterinário assumir Aviso prévio no âmbito do comércio intracomunitário
a responsabilidade pelas condições técnicas de conser- e das importações de países terceiros
vação, transporte, garantia da legitimidade de origem
1 — No âmbito do comércio intracomunitário, os titu-
e cedência dos medicamentos veterinários imunológicos
lares de AIM ou os seus representantes que coloquem
e manter actualizado o registo a que se refere a alínea c) em circulação medicamentos veterinários imunológicos
do n.o 1 do artigo 53.o do presente diploma. devem comunicar à DGV, através de aviso prévio, com
2 — Compete ao médico veterinário zelar pela uti- a antecedência mínima de quarenta e oito horas, em
lização correcta dos medicamentos veterinários imuno- impresso próprio, devidamente preenchido, a chegada
lógicos adquiridos e pelo respeito das suas condições dos referidos medicamentos.
de aprovação. 2 — Os agentes económicos importadores devem
3 — Sem prejuízo do disposto no n.o 3 do artigo 53.o comunicar, através de aviso prévio, com a antecedência
do presente diploma, o técnico referido deve comunicar mínima de quarenta e oito horas, à Direcção-Geral das
à DGV a cessação das suas funções, que do facto dará Alfândegas e Impostos Especiais sobre o Consumo a
conhecimento ao LNIV. chegada dos medicamentos veterinários imunológicos,
de modo à obtenção da livre prática.
Artigo 56.o
Artigo 60.o
Fornecimento de medicamentos veterinários imunológicos
Comunicações obrigatórias relativas ao fabrico nacional
1 — O fornecimento de medicamentos veterinários
imunológicos pelo fabricante, importador e grossistas Para efeitos de informação, coordenação e controlo,
às entidades referidas no n.o 2 do artigo 51.o do presente os fabricantes de medicamentos veterinários imunoló-
diploma só pode ser efectuado mediante requisição assi- gicos comunicam à DGV, até 15 de Fevereiro de cada
nada pelo respectivo médico veterinário responsável. ano, em impresso próprio, a fornecer por aquele orga-
2 — O fornecimento de medicamentos veterinários nismo, devidamente preenchido, os dados relativos ao
fabrico do ano anterior.
imunológicos pela cooperativa agrícola e pela organi-
zação de produtores de pecuária deve ser exclusivamente
efectuado aos seus associados e só mediante requisição Artigo 61.o
do médico veterinário responsável. Comunicações obrigatórias relativas às trocas intracomunitárias

Para efeitos de informação, coordenação e controlo,


Artigo 57.o os titulares de AIM ou os seus representantes que colo-
Fiscalização das vendas quem em circulação medicamentos veterinários imuno-
lógicos comunicam à DGV, até 15 de Fevereiro de cada
1 — Os fabricantes, importadores e grossistas de ano, em impresso próprio, a fornecer por aquele orga-
medicamentos veterinários imunológicos devem facultar nismo, devidamente preenchido, os dados relativos às
aos agentes fiscalizadores, sempre que lhes forem exi- trocas intracomunitárias do ano anterior.
gidos, os duplicados dos documentos referentes aos pro-
dutos vendidos ao abrigo das disposições deste capítulo.
2 — O registo a que se refere a alínea c) do n.o 1 Artigo 62.o
do artigo 53.o do presente diploma deve ser também Comunicações obrigatórias relativas às importações
apresentado aos agentes fiscalizadores sempre que por de países terceiros
estes solicitado, devendo estar disponível por um Para efeitos de informação, coordenação e controlo,
período de três anos. os agentes económicos importadores de medicamentos
veterinários imunológicos comunicam à DGV, até 15
SECÇÃO III de Fevereiro de cada ano, em impresso próprio a for-
necer por aquele organismo, devidamente preenchido,
Prescrição e utilização
os dados relativos às importações provenientes de países
terceiros do ano anterior.
Artigo 58.o
Obrigatoriedade de prescrição e utilização pelo médico veterinário
CAPÍTULO VII
1 — Os medicamentos veterinários imunológicos ape- Administração e utilização de medicamentos
nas podem ser transaccionados com receita passada pelo veterinários imunológicos
médico veterinário.
2 — Os medicamentos veterinários imunológicos ape- Artigo 63.o
nas podem ser administrados pelo médico veterinário
Campanhas de sanidade animal
ou, em condições excepcionais devidamente justificadas,
sob a sua responsabilidade directa, aos animais a quem A DGV, sempre que, por razões de saúde animal,
presta os seus cuidados. realize campanhas de profilaxia sanitária, pode distribuir
N.o 226 — 29 de Setembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5335

medicamentos veterinários imunológicos, de acordo r) A menção «Só pode ser vendido mediante
com normas estabelecidas ou a estabelecer para o efeito. receita médica veterinária»;
s) A menção «Só pode ser administrado pelo
médico veterinário»;
CAPÍTULO VIII t) A menção «Manter fora do alcance das crian-
ças»;
Rotulagem e folheto informativo u) Número da AIM.
Artigo 64.o 2 — Quando se trate de ampolas, ou de pequenos
Rotulagem de recipientes e embalagens exteriores recipientes que contenham uma única dose, as indica-
ções referidas no número anterior devem ser apostas
1 — Os recipientes e as embalagens exteriores dos na embalagem exterior, sendo apenas necessário colocar
medicamentos veterinários imunológicos devem conter naquelas as indicações a que se referem as alíneas a),
obrigatoriamente, em língua portuguesa e em caracteres b), d), l), m) e n) do número anterior.
legíveis, as seguintes menções:
a) A denominação do medicamento veterinário Artigo 65.o
imunológico, que pode ser um nome de fantasia Ausência de folheto informativo e de embalagem exterior
ou uma denominação comum, seguida ou não
de uma marca ou do nome do fabricante, ou 1 — Sempre que os medicamentos veterinários imu-
uma denominação científica ou uma fórmula, nológicos sejam fornecidos sem folheto informativo a
seguida ou não de uma marca ou do nome do informação que dele deve constar nos termos do
fabricante; artigo 65.o do presente diploma deve ser mencionada
b) A composição qualitativa e quantitativa em prin- no recipiente ou na embalagem exterior.
cípios activos por unidade de dose, de volume 2 — Na falta de embalagem exterior, todas as indi-
ou em percentagem, segundo a forma farma- cações que dela deviam constar devem ser apostas no
cêutica, utilizando as designações genéricas, ou recipiente.
as denominações comuns internacionais reco- Artigo 66.o
mendadas pela Organização Mundial de Saúde,
Folheto informativo
sempre que existam;
c) A forma farmacêutica; O folheto informativo deve conter obrigatoriamente,
d) Dimensão das embalagens (conteúdo expresso além das indicações referidas nas alíneas a), b), e), f),
em termos de peso, volume ou número de doses g), h), i), j), p), q), r) e s) do n.o 1 do artigo 65.o do
do medicamento veterinário imunológico); presente diploma, o seguinte:
e) As espécies animais alvo;
a) Contra-indicações;
f) As indicações;
b) Efeitos secundários;
g) A posologia e esquema de vacinação;
c) Indicações para uma administração correcta, se
h) O modo e a via de administração; for caso disso;
i) O intervalo de segurança por espécie para o d) Interacções medicamentosas e outras formas de
medicamento veterinário imunológico a admi- interacções;
nistrar aos animais produtores de alimentos des- e) Incompatibilidades;
tinados ao consumo humano, mesmo que este f) Utilização durante a gestação e a lactação;
seja nulo; g) Denominação da espécie animal de origem no
j) Advertências especiais, se necessário (inclui caso dos soros;
informação essencial para a protecção da saúde h) Data da última revisão do folheto informativo.
e da segurança, precauções especiais relativas
à utilização e quaisquer outras advertências
resultantes de ensaios clínicos e farmacológicos Artigo 67.o
ou da experiência obtida durante a utilização Proibição de referência a outras marcas comerciais
do medicamento veterinário imunológico desde
a sua introdução no mercado); No recipiente, na embalagem exterior ou no folheto
l) Prazo de validade (mês/ano) e prazo de validade informativo que acompanha o medicamento veterinário
após a primeira utilização ou reconstituição, se imunológico não podem figurar referências a marcas
for caso disso; comerciais de outros medicamentos veterinários imu-
m) Número do lote de fabrico; nológicos.
n) Condições especiais de conservação; CAPÍTULO IX
o) Precauções especiais quanto à eliminação do
medicamento veterinário imunológico não uti- Publicidade
lizado ou dos seus desperdícios, se for caso disso;
p) Nome e morada do titular da AIM e do seu Artigo 68.o
representante legal, bem como do titular da
Definição
autorização de fabrico responsável pela liber-
tação do lote, se for diferente; Considera-se publicidade de medicamentos veteriná-
q) A menção «Uso veterinário», impressa em rios imunológicos, para efeitos do presente diploma,
fundo verde; qualquer forma de comunicação, de informação, de
5336 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 29 de Setembro de 2000

prospecção ou de incentivo que directa ou indirecta- Artigo 71.o


mente promova a sua prescrição, dispensa, venda, aqui- Responsabilidade pela informação
sição ou consumo.
O titular da AIM do medicamento veterinário imu-
Artigo 69.o
nológico deve dispor de toda a informação científica
Princípios gerais relativa a este e ainda sobre toda a publicidade realizada
pela sua empresa, em fichas que mencionem os des-
1 — É proibida a publicidade de medicamentos vete- tinatários, o modo de difusão e a data da primeira
rinários imunológicos aos quais não tenha sido conce- difusão.
dida autorização de introdução no mercado.
2 — A publicidade dos medicamentos veterinários Artigo 72.o
imunológicos: Amostras gratuitas
a) Deve promover a sua utilização racional, fazen- As amostras gratuitas destinadas à promoção dos
do-o de forma verdadeira, correcta e objectiva, medicamentos veterinários imunológicos só podem ser
sem exagerar as suas propriedades; cedidas, a título excepcional, aos médicos veterinários
b) Deve ser concebida de maneira que a mensagem e nas seguintes condições:
publicitária apareça claramente expressa, indi-
cando tratar-se de um medicamento veterinário a) Um número limitado de amostras de cada medi-
imunológico; camento veterinário imunológico por ano e por
c) Não pode divergir das informações constantes técnico habilitado a prescrever, a definir na
do RCM, tal como foi autorizado; autorização de introdução no mercado do medi-
d) Não pode ser enganosa; camento veterinário imunológico;
e) Só pode ser realizada em publicações científicas b) Serem objecto de pedido escrito, datado e assi-
de natureza médica veterinária ou suportes de nado, feito pelo destinatário;
informação audiovisual destinados exclusiva- c) Não serem superiores à apresentação mais
mente a médicos veterinários. pequena que for comercializada;
d) Conter a menção «Amostra gratuita — Proibida
3 — Do texto publicitário devem constar, pelo menos, a venda»;
as seguintes indicações constantes do folheto infor- e) Serem acompanhadas de uma cópia do RCM.
mativo:
a) O nome do medicamento veterinário imuno- Artigo 73.o
lógico; Fiscalização
b) O nome e morada do responsável pela intro-
dução no mercado ou do fabricante, se for caso A fiscalização do cumprimento das normas do pre-
disso: sente capítulo compete à DGV.
c) A composição qualitativa e quantitativa do
medicamento em princípios activos;
CAPÍTULO X
d) O número da AIM;
e) As espécies animais alvo, indicações, posologia, Ensaios clínicos
modo e via de administração, esquema de vaci-
nação, contra-indicações, efeitos secundários, Artigo 74.o
advertências e intervalo de segurança, caso exis-
Âmbito dos ensaios
tam, condições de conservação, precauções
especiais de eliminação do produto não utili- 1 — Para efeitos do presente diploma, e sem prejuízo
zado ou dos seus desperdícios, se for caso disso. do disposto na Portaria n.o 124/99, de 17 de Fevereiro,
entende-se por ensaio clínico todo o estudo sistemático
4 — As citações e o material ilustrativo retirados de com medicamentos veterinários imunológicos a realizar
publicações médicas veterinárias ou trabalhos científicos em animais para experiências, saudáveis ou doentes, com
que se destinem a ser usados na documentação prevista o objectivo de:
no número anterior devem ser correctamente reprodu-
zidos e indicada a respectiva fonte. a) Investigar ou verificar os efeitos e ou identificar
5 — A publicidade comparativa só é autorizada desde qualquer efeito secundário dos medicamentos
que fundamentada em trabalhos de índole científica de veterinários imunológicos;
reconhecida idoneidade desde que mencionadas as res- b) Estabelecer a sua eficácia para uma indicação
pectivas referências bibliográficas e correctamente profiláctica determinada;
reproduzidas. c) Conhecer o perfil das suas reacções adversas
para estabelecer a segurança e tolerância em
Artigo 70.o condições normais de utilização.
Publicidade junto do médico veterinário
2 — A realização de ensaios clínicos carece de auto-
1 — A publicidade de medicamentos veterinários rização prévia da DGV.
imunológicos junto dos médicos veterinários deve incluir 3 — O pedido de autorização é instruído com o pro-
um RCM. tocolo e demais documentação de natureza técnico-cien-
2 — Quando a publicidade se destine exclusivamente tífica que fundamente os objectivos do ensaio clínico
a uma chamada de atenção para o nome do medica- e que identifique o medicamento veterinário imunoló-
mento veterinário imunológico, são dispensadas as indi- gico objecto da experimentação e deve ser dirigido ao
cações previstas no n.o 1 do presente artigo. director-geral de Veterinária.
N.o 226 — 29 de Setembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5337

4 — Não pode ser concedida autorização quando do CAPÍTULO XII


protocolo não constem os elementos a que se refere
o artigo 76.o do presente diploma. Controlo, fiscalização e penalidades

Artigo 77.o
Artigo 75.o
Controlo e fiscalização
Protocolo experimental
Compete à DGV e às direcções regionais de agri-
1 — O pedido para a realização de um ensaio clínico cultura, adiante designadas por DRA, dentro do âmbito
com um medicamento veterinário imunológico deve ser das respectivas competências, assegurar o controlo e a
acompanhado das referências bibliográficas com ele fiscalização da observância das normas constantes do
relacionadas, bem como do protocolo respectivo, o qual presente diploma e da respectiva regulamentação, sem
deve conter as seguintes informações: prejuízo das competências atribuídas por lei a outras
a) Os objectivos do ensaio; entidades.
b) A identificação da pessoa e da entidade res-
ponsável pelo ensaio, bem como dos tratadores; Artigo 78.o
c) A indicação da espécie ou espécies animais e
do número de animais a utilizar, bem como as Contra-ordenações
condições de alojamento e manutenção destes; 1 — As infracções ao disposto no n.o 1 do artigo 4.o,
d) A origem dos animais, o período de duração n.os 1, 2 e 4 do artigo 8.o, n.os 1, 2 e 3 do artigo 19.o,
do ensaio e o destino final destes; n.os 1 e 2 do artigo 26.o, artigo 27.o, n.os 1 e 4 do
e) As reacções adversas, os efeitos secundários artigo 28.o, artigo 31.o, n.o 1 do artigo 32.o, n.o 2 do
esperados e as medidas a tomar, se for caso artigo 33.o, n.os 1 e 7 do artigo 34.o, artigo 37.o,
disso; artigo 38.o, n.os 1, 2 e 4 do artigo 47.o, artigo 49.o, n.os 1
f) A especificação do grau de sofrimento previsível e 2 do artigo 50.o, artigo 52.o, n.os 1 e 3 do artigo 53.o,
no decurso do ensaio e ainda se há necessidade artigo 56.o, artigo 57.o, artigo 58.o, artigo 59.o, artigo 60.o,
de aplicação/administração de qualquer outro
artigo 61.o, artigo 62.o, artigo 63.o, artigo 65.o, artigo 66.o,
produto ou substância;
artigo 67.o, artigo 70.o, n.o 1 do artigo 71.o e artigo 72.o
g) As medidas destinadas a garantir que qualquer
sofrimento ou deficiência seja eliminada o mais do presente diploma constituem contra-ordenações
rapidamente possível; puníveis com coima, cujo montante mínimo é de
h) A indicação de que não há outro método cien- 100 000$ e o máximo de 750 000$ ou 9 000 000$, con-
tífico satisfatório alternativo ao ensaio em causa; soante o agente seja pessoa singular ou colectiva.
i) A referência a quaisquer outros pormenores 2 — A negligência e a tentativa são puníveis.
considerados relevantes.
Artigo 79.o
2 — Pode ainda ser solicitada informação adicional, Sanções acessórias
nomeadamente:
a) Calendário; Consoante a gravidade da contra-ordenação e a culpa
b) Análise de informação — datas previstas; do agente, podem ser aplicadas, simultaneamente com
c) Impacte ao nível dos indicadores de produção a coima e nos termos do disposto no regime geral das
ou na qualidade dos produtos provenientes dos contra-ordenações, as seguintes sanções acessórias:
animais tratados, se for o caso; a) Perda de objectos pertencentes ao agente;
d) Método estatístico utilizado; b) Interdição do exercício de uma profissão ou acti-
e) Relatório final conclusivo relativo ao ensaio clí- vidade cujo exercício dependa de título público
nico efectuado. ou de autorização ou homologação de autori-
dade pública;
c) Privação do direito a subsídio ou benefício
CAPÍTULO XI outorgado por entidades ou serviços públicos;
d) Privação do direito de participar em feiras ou
Taxas mercados;
Artigo 76.o e) Privação do direito de participação em arrema-
tações ou concursos públicos que tenham por
Taxas objecto a empreitada ou a concessão de obras
1 — Pelos actos relativos aos procedimentos previstos públicas, o fornecimento de bens e serviços, a
no presente diploma é devida uma taxa, nos termos concessão de serviços públicos e a atribuição
da tabela constante do anexo IV, do qual faz parte de licenças ou alvarás;
integrante. f) Encerramento de estabelecimento cujo funcio-
2 — O produto das taxas relativas à autorização de namento esteja sujeito à autorização ou licença
introdução no mercado, suas alterações e renovações, de autoridade administrativa;
cuja cobrança compete à DGV, destina-se ao pagamento g) Suspensão de autorizações, licenças e alvarás.
das despesas inerentes ao funcionamento da CTMVI.
3 — O produto das taxas relativas à autorização de Artigo 80.o
fabrico, importação, exportação, distribuição por grosso Instrução dos processos e aplicação de coimas
e aquisição directa constituem receitas que se destinam
a ser distribuídas, em partes iguais, pela DGV e pelo 1 — A aplicação das coimas e sanções acessórias com-
LNIV. pete ao director-geral de Veterinária.
5338 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 29 de Setembro de 2000

2 — A entidade que levantar o auto de notícia reme- 5 — A retirada do mercado a que se refere o número
te-lo-á à DRA da área em que foi praticada a infracção, anterior do presente artigo é da responsabilidade do
para instrução do competente processo. titular da AIM e pode incidir apenas sobre os lotes
que forem objecto de contestação.
Artigo 81.o 6 — A DGV deve comunicar à Agência e às auto-
ridades competentes dos restantes Estados membros a
Afectação do produto das coimas decisão de suspensão ou revogação da AIM do medi-
A afectação do produto das coimas cobradas em apli- camento veterinário imunológico.
cação do artigo 79.o do presente diploma far-se-á da 7 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores
seguinte forma: do presente artigo, a DGV pode propor a submissão
à Agência da decisão de suspensão ou revogação da
a) 10 % para a entidade que levantou o auto; AIM do medicamento veterinário imunológico sempre
b) 10 % para a entidade que instruiu o processo; que considere que se encontra envolvido o interesse
c) 20 % para a entidade que aplicou a coima; de outro Estado membro.
d) 60 % para os cofres do Estado. 8 — A DGV deve informar a Organização Mundial
de Saúde e a Organização Internacional das Epizootias
Artigo 82.o sempre que as decisões de suspender ou revogar a AIM
Regiões Autónomas
do medicamento veterinário imunológico sejam suscep-
tíveis de ter efeitos sobre a protecção da saúde pública
Nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, ou da saúde animal em países terceiros.
as competências cometidas à DGV pelos artigos 78.o,
79.o e 80.o são exercidas pelos correspondentes serviços
Artigo 84.o
e organismos regionais com idênticas funções e com-
petências, constituindo receita das Regiões Autónomas Proibição
o produto das coimas aí cobradas.
1 — A DGV pode proibir o fabrico, a importação,
a detenção, a venda, o fornecimento e a utilização de
CAPÍTULO XIII medicamentos veterinários imunológicos, caso se veri-
fique que:
Disposições finais e transitórias
a) A administração do medicamento interfere com
Artigo 83.o o funcionamento de um programa nacional ou
comunitário de diagnóstico, controlo ou erra-
Suspensão e revogação
dicação de uma determinada doença;
1 — A DGV pode, por sua iniciativa ou mediante b) A doença em relação à qual o medicamento
proposta do LNIV ou da CTMVI, suspender, bem como é suposto conferir imunidade é praticamente
revogar a autorização de introdução no mercado, de inexistente em território nacional.
fabrico ou de importação de um medicamento veteri-
nário imunológico sempre que o mesmo seja descon- 2 — A DGV deve comunicar à Comissão sempre que
forme com as normas legais e regulamentares aplicáveis se verifique a aplicação das disposições do presente
ou com as condições da respectiva autorização, nomea- artigo.
damente quando se verifique uma das seguintes con-
dições: Artigo 85.o
a) As circunstâncias previstas nas alíneas b), c), Controlo laboratorial
d) e e) do n.o 1 do artigo 12.o do presente
diploma; A DGV ou o LNIV, no âmbito das respectivas com-
b) Não seja efectuado o controlo de qualidade petências, podem exigir que o titular da AIM submeta
sobre o produto acabado ou sobre os compo- a controlo de um laboratório, público ou privado, de
nentes e os produtos intermédios de fabrico; reconhecida idoneidade amostras dos produtos em dife-
c) Alterações aos termos da AIM não decorrentes rentes fases do fabrico ou do produto acabado.
do previsto no anexo III do presente diploma;
d) O incumprimento das práticas de bom fabrico; Artigo 86.o
e) Exista interferência com o funcionamento de
um programa nacional ou comunitário de diag- Medicamentos veterinários imunológicos já autorizados
nóstico, controlo ou erradicação de uma deter- As disposições do presente diploma aplicam-se aos
minada doença; medicamentos veterinários imunológicos autorizados ao
f) Seja necessário tomar medidas no âmbito do abrigo da Portaria n.o 488/95, de 22 de Maio, devendo
sistema nacional da farmacovigilância e toxico- os titulares das AIM apresentar os respectivos pedidos
logia veterinária.
de renovação, nos termos do disposto no artigo 16.o
do presente diploma, no prazo de cinco anos a contar
2 — No caso de incumprimento do disposto no
da data da sua concessão.
número anterior, há lugar à revogação da respectiva
AIM.
3 — A DGV deve notificar o titular da AIM da sus- Artigo 87.o
pensão e da revogação e seus fundamentos. Regulamentação complementar
4 — A revogação e a suspensão implicam sempre a
retirada do medicamento veterinário imunológico do Por portaria do Ministro da Agricultura, do Desen-
mercado, em prazo a fixar pela DGV. volvimento Rural e das Pescas, sob proposta do direc-
N.o 226 — 29 de Setembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5339

tor-geral de Veterinária, são regulamentadas as matérias ANEXO II


relativas: [a que se refere o artigo 5.o, n.o 2, alínea e)]
a) Às práticas de bom fabrico de medicamentos Normas a que devem obedecer os ensaios analíticos, de segu-
veterinários imunológicos; rança e de eficácia dos medicamentos veterinários imu-
nológicos.
b) Aos princípios e normas das boas práticas de
distribuição; PARTE I
c) À adopção dos impressos ou ao suporte infor-
mático que visa uniformizar as notificações de Ensaios analíticos (físico-químicos, biológicos
aviso prévio e as comunicações para cumpri- ou microbiológicos)
mento do disposto nos artigos 59.o, 60.o, 61.o A) Composição qualitativa e quantitativa dos componentes
e 62.o do presente diploma.
As informações e documentos apensos aos pedidos
o
de autorização de introdução no mercado dos medi-
Artigo 88. camentos veterinários imunológicos devem ser apresen-
Norma revogatória tados em conformidade com os requisitos que se seguem.
1 — Composição qualitativa. — Entende-se por com-
São revogados o Decreto-Lei n.o 289/94, de 14 de posição qualitativa, no que respeita aos componentes
Novembro, e a Portaria n.o 488/95, de 22 de Maio. do medicamento veterinário imunológico, a designação
ou descrição dos:
Artigo 89.o a) Princípio(s) activo(s);
b) Constituinte(s) do(s) adjuvante(s);
Entrada em vigor
c) Componente(s) do(s) excipiente(s), qualquer
O presente diploma entra em vigor no prazo de 30 dias que seja a sua natureza ou a quantidade uti-
após a sua publicação. lizada, incluindo, designadamente, os conser-
vantes, estabilizantes, emulsionantes, corantes
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 27 de correctivos do paladar, aromatizantes e mar-
Julho de 2000. — Jaime José Matos da Gama — Joaquim cadores;
Augusto Nunes Pina Moura — Joaquim Augusto Nunes d) Constituintes da forma farmacêutica adminis-
Pina Moura — Diogo Campos Barradas de Lacerda trada aos animais.
Machado — Luís Manuel Capoulas Santos — Maria
Manuela de Brito Arcanjo Marques da Costa. Estas informações devem ser completadas por quais-
quer dados pertinentes relativos ao recipiente e, caso
Promulgado em 6 de Setembro de 2000. aplicável, ao respectivo modo de fecho, bem como por
elementos sobre os dispositivos por intermédio dos quais
Publique-se. o medicamento veterinário imunológico irá ser utilizado
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. ou administrado e que são fornecidos com o produto.
2 — Entende-se por terminologia habitual, a utilizar
Referendado em 14 de Setembro de 2000. na descrição dos componentes de medicamentos vete-
rinários imunológicos a seguinte:
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira a) No que respeita às substâncias constantes da
Guterres. Farmacopeia Europeia, ou, caso dela não cons-
tem, da farmacopeia nacional de um dos Esta-
ANEXO I dos membros, a denominação principal cons-
[a que se refere a alínea a) do artigo 3.o] tante da respectiva monografia, que será obri-
gatória para todas estas substâncias, com indi-
Medicamentos obtidos por um dos seguintes proces- cação da farmacopeia em questão;
sos biotecnológicos: b) No que respeita a outras substâncias, a deno-
minação comum internacional recomendada
a) Tecnologia de ADN recombinante;
pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
b) Expressão controlada de genes que codificam que pode ser acompanhada por uma outra deno-
proteínas biologicamente activas em procariotas minação comum, ou, caso não exista, pela deno-
e eucariotas, incluindo células transformadas de minação científica exacta; as substâncias que
mamíferos, métodos com hibridomas e anticor- não disponham de denominação internacional
pos monocionais; comum nem de denominação científica exacta
c) Medicamentos veterinários imunológicos obti- devem ser descritas através de uma menção da
dos por outros processos bacteriológicos ou com origem ou do modo como foram preparadas,
um novo modo de administração que, no pare- complementada, se necessário, por outros ele-
cer da Agência, constituam inovações signi- mentos pertinentes;
ficativas; c) No que respeita às matérias corantes, a desig-
d) Medicamentos veterinários imunológicos com nação através do código «E» que lhe foi atri-
uma indicação inteiramente nova que, no pare- buído pela legislação em vigor.
cer da Agência, constitua uma inovação signi-
ficativa do ponto de vista profiláctico; 3 — Composição quantitativa. — Por forma a espe-
e) Medicamento veterinário imunológico cujo fabrico cificar a «composição quantitativa» dos princípios acti-
envolva processos que, no parecer da Agência, vos dos medicamentos veterinários imunológicos,
constituam inovações significativas. importa, sempre que possível, especificar o número de
5340 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 29 de Setembro de 2000

organismos, o teor específico de proteína, a massa, o medidas no sentido de a descrição pormeno-


número de unidades internacionais (UI) ou de unidades rizada do processo de fabrico, do controlo de
de actividade biológica por unidade de dose ou por uni- qualidade durante o fabrico e do processo de
dade de volume e, no que respeita ao adjuvante ou validação serem enviados directamente à DGV
aos constituintes dos excipientes, a massa e volume de pelo fabricante do princípio activo, devendo,
cada um, tomando em devida consideração os elementos neste caso, o fabricante fornecer ao requerente
constantes da secção B) seguinte. todos os dados eventualmente necessários para
Caso se encontre definida, deve ser utilizada a uni- que este se responsabilize pelo medicamento;
dade internacional de actividade biológica. c) O fabricante deve confirmar por escrito ao
As unidades de actividade biológica relativamente às requerente que irá assegurar a homogeneidade
quais não haja dados publicados devem ser expressas dos lotes e que não alterará o processo de
por forma que exprimam inequivocamente a actividade fabrico nem as especificações sem primeiro
dos ingredientes, como, por exemplo, através da refe- informar o requerente, devendo ser fornecidos
rência ao efeito imunológico, em que assenta o método à DGV documentos e elementos justificativos
de determinação da dose. do pedido com vista a uma tal alteração;
4 — Desenvolvimento farmacêutico. — A escolha da d) Os elementos e documentos apensos ao pedido
composição, constituintes e recipientes deve ser justi- de autorização de introdução no mercado
ficada e apoiada por dados científicos no domínio do devem abranger os resultados dos ensaios rela-
desenvolvimento farmacêutico. Deve ser indicada e jus- tivos ao controlo de qualidade de todos os com-
tificada a validade e deve ser comprovada a eficácia ponentes utilizados e ser apresentados em con-
dos conservantes utilizados. formidade com as disposições que se seguem.

B) Descrição do modo de preparação do produto acabado 1 — Matérias-primas constantes das farmaco-


peias. — As monografias da Farmacopeia Europeia são
A descrição do modo de preparação que acompanha
aplicáveis a todas as substâncias que dela constem.
o pedido de autorização de introdução no mercado deve
ser redigida por forma que constitua uma descrição ade- No que se refere às restantes substâncias, cada Estado
quada da natureza das operações efectuadas. Para este membro pode requerer a observância da respectiva far-
efeito, a descrição deve incluir, no mínimo: macopeia no que respeita aos produtos fabricados no
seu próprio território.
a) A menção das diversas fases de fabrico (incluindo Considera-se satisfatório o disposto na alínea e) do
os processos de purificação), por forma que possa n.o 2 do artigo 5.o do capítulo I do presente diploma
ser apreciada a reprodutibilidade do processo de caso os componentes preencham os requisitos da Far-
fabrico, bem como os riscos de efeitos prejudiciais macopeia Europeia ou da farmacopeia de um dos Esta-
nos produtos acabados, como a contaminação dos membros. Em tal caso, a descrição dos métodos
microbiológica; analíticos pode ser substituída por uma referência por-
b) No caso de produção contínua, todas as infor- menorizada à farmacopeia em questão.
mações sobre as precauções a adoptar para Caso a substância não se encontre descrita nem na
garantir a homogeneidade e consistência de Farmacopeia Europeia nem na farmacopeia nacional
cada lote do produto acabado; em questão, é permitida a referência a farmacopeias
c) As substâncias que não possam ser recuperadas de países terceiros; neste caso, deve ser apresentada
no decurso do fabrico; a referida monografia, acompanhada, se necessário, de
d) Informações sobre o processo de mistura, incluindo uma tradução pela qual o fabricante é responsável.
dados quantitativos sobre todas as substâncias As matérias corantes devem observar sempre os requi-
utilizadas; sitos da legislação em vigor.
e) A indicação da fase de fabrico em que se pro- Os testes de rotina a efectuar em cada lote de maté-
cede à colheita de amostras por ensaios de con- rias-primas devem ser os especificados no pedido de
trolo durante o fabrico. autorização de introdução no mercado. Caso se utilizem
testes que não constem da farmacopeia, deve-se com-
C) Produção e controlo das matérias-primas provar que as matérias-primas observam os critérios de
qualidade da mesma.
Para efeitos da presente secção, entende-se por maté-
Caso a especificação ou outras disposições constantes
rias-primas o conjunto de componentes utilizados na
de uma monografia da Farmacopeia Europeia ou da
produção dos medicamentos veterinários imunológicos.
farmacopeia nacional de um Estado membro não per-
Os meios de cultura usados para a produção do prin-
mitam garantir a qualidade da substância, a DGV pode
cípio activo são considerados apenas uma só matéria-
requerer especificações mais adequadas ao responsável
-prima caso se trate de:
pela introdução no mercado do produto em causa.
a) Um princípio activo não descrito na Farmaco- A DGV deve informar desse facto as autoridades res-
peia Europeia nem na farmacopeia de um dos ponsáveis pela farmacopeia em questão. O responsável
Estados membros; ou de pela introdução do produto no mercado deve fornecer
b) Um princípio activo descrito na Farmacopeia às autoridades responsáveis pela referida farmacopeia
Europeia ou na farmacopeia de um dos Estados elementos relativos à insuficiência alegada, bem como
membros obtido através de um método suscep- as especificações adicionais utilizadas.
tível de deixar impurezas que não constem da Caso a matéria-prima não se encontre descrita nem
monografia da farmacopeia e relativamente às na Farmacopeia Europeia nem na farmacopeia de um
quais a monografia se revele inadequada para dos Estados membros, é aceite a observância da mono-
o controlo adequado da sua qualidade e não grafia constante da farmacopeia de um país terceiro;
fabricado pelo requerente, este poderá tomar neste caso, o requerente deve apresentar uma cópia da
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monografia e, se necessário, a validação dos métodos b) A descrição da matéria-prima, em forma aná-


de ensaio constantes da mesma, bem como, se adequado, loga à utilizada no elemento descritivo da Far-
as respectivas traduções. No que respeita aos princípios macopeia Europeia;
activos, dever-se-á comprovar a adequação da mono- c) A função das matérias-primas;
grafia ao controlo da respectiva qualidade. d) Métodos de identificação;
2 — Matérias-primas que não constam de qualquer e) A pureza será descrita em termos do somatório
farmacopeia: global de impurezas previsíveis, especialmente
2.1 — Matérias-primas de origem biológica. — A as que possam ter efeitos nocivos, e se necessário
descrição deve assumir a forma de monografia. as que, dada a associação de substâncias a que
Sempre que possível, a produção de vacinas deve o pedido se refere, podem afectar negativa-
assentar em sistemas de lote semente e em bancos de mente a estabilidade do medicamento imuno-
células de linha. No que respeita à produção de medi- lógico ou distorcer os resultados analíticos. Deve
camentos imunológicos que sejam soros, dever-se-á indi- ser apresentada uma breve descrição dos testes
car a origem, estado de saúde e estado imunológico efectuados para comprovar a pureza de cada
dos animais de que provêm; utilizar-se-ão conjuntos bem lote de matérias-primas;
definidos de matérias de origem. f) Devem-se especificar quaisquer precauções espe-
Deve-se descrever e documentar a origem e a história ciais eventualmente necessárias durante o arma-
das matérias-primas. No que respeita às matérias-primas zenamento das matérias-primas, bem como, se
geneticamente modificadas esta informação deve incluir necessário, o prazo de validade.
determinados elementos, como a descrição das células
ou estirpes de origem, a construção do vector de expres- D) Testes de controlo no decurso da produção
são (nome, origem, função do replicão, promotor e de
activação de outros elementos de regulação), o controlo 1 — Os elementos e documentos apensos ao pedido
da sequência de ADN ou ARN efectivamente inserida, de autorização devem incluir informações relativas aos
as sequências oligonucleotídicas do vector plasmídeo testes de controlo efectuados nos produtos intermédios
presente nas células, o plasmídeo utilizado na co-trans- de modo a verificar-se a consistência do processo de
fecção, os genes acrescentados ou suprimidos, as pro- produção e do produto final.
priedades biológicas da estrutura final e os genes expres- 2 — No que respeita às vacinas que envolvam inac-
tivação ou destoxificação de toxinas, estes processos
sos, o seu número de cópias e estabilidade genética.
devem ser testados imediatamente após a sua execução,
Devem-se testar os materiais de semente, incluindo
em cada ciclo de produção.
os bancos de células e o soro não tratado para a pro-
dução de anti-soros, por forma a determinar a sua iden-
E) Testes de controlo do produto final
tidade e a presença de agentes contaminantes.
Devem ser apresentadas informações sobre todas as Os elementos e documentos apensos ao pedido de
substâncias de origem biológica utilizadas em qualquer autorização de introdução no mercado devem incluir
fase do processo de produção. informações relativas aos testes de controlo do produto
A informação deve incluir: final. Caso existam monografias adequadas e se recorra
a) Detalhes sobre a origem dos materiais; a procedimentos de ensaio e limites não referidos nas
b) Detalhes sobre o processamento, purificação e monografias da Farmacopeia Europeia, ou, caso não
inactivação utilizados, incluindo dados sobre a constem da farmacopeia nacional de um Estado mem-
validação destes processos e dos controlos bro, deve-se comprovar que o produto final, caso fosse
durante a produção; testado em conformidade com as referidas monografias,
c) Detalhes sobre os eventuais testes de contami- satisfaria os requisitos de qualidade daquelas farmaco-
nação efectuados em cada lote da substância. peias para a forma farmacêutica em questão.
O pedido de autorização de introdução no mercado
Caso se detecte ou suspeite a presença de agentes deve especificar os testes efectuados em amostras repre-
contaminantes, o material em questão deve ser rejeitado sentativas de cada lote de produto final e indicar a fre-
ou apenas utilizado em circunstâncias excepcionais, caso quência dos testes não efectuados em cada lote.
o tratamento ulterior do produto assegure a sua elimi- Devem ser referidos os limites para a aprovação.
nação e ou inactivação; dever-se-á comprovar a elimi- 1 — Características gerais do produto final. — Os tes-
nação e ou inactivação dos referidos agentes contami- tes do produto final devem incluir sempre alguns testes
nantes. Caso se utilizem bancos de células, dever-se-á das características gerais de um produto, mesmo que
demonstrar que as características celulares permanecem tenham sido efectuados no decurso do processo de
inalteradas até ao nível de passagem mais elevado uti- produção.
lizado na produção. No que respeita às vacinas vivas Estes testes devem, caso aplicável, incluir, designa-
atenuadas, dever-se-á comprovar a estabilidade das damente, a verificação das massas médias e dos desvios
características de atenuação do material de semente. Se máximos, dos testes mecânicos, físicos, químicos e micro-
necessário, devem ser fornecidas amostras das matérias- biológicos e características físicas, como a densidade,
pH, índice de refracção. Em cada caso específico, o
-primas ou reagentes biológicos utilizados nos procedi-
requerente deve indicar, para cada uma destas carac-
mentos de ensaio, a fim de que a DGV possa diligenciar
terísticas, normas e limites de tolerância adequados.
no sentido de que se efectuem testes de verificação.
2 — Identificação e doseamento do(s) princípio(s)
2.2 — Matérias-primas de origem não biológica. — A
activo(s). — Em todos os testes devem ser descritas, de
descrição deve assumir a forma de monografia e abran-
modo suficientemente pormenorizado, as técnicas de
ger os seguintes pontos:
análise do produto final, por forma que possam ser pron-
a) A denominação da matéria-prima, em confor- tamente reproduzidas.
midade com o n.o 2 da alínea A) e eventuais O doseamento da actividade biológica do(s) ingre-
sinónimos comerciais ou científicos; diente(s) activo(s) deve efectuar-se quer numa amostra
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representativa do lote de produção quer num certo Devem ser descritos os estudos com base nos quais
número de unidades analisadas individualmente. o requerente determinou o prazo de validade. Estes estu-
Se necessário, é efectuado igualmente um teste espe- dos devem ser sempre em tempo real; devem efectuar-se
cífico de identificação. num número suficiente de lotes produzidos em con-
Em casos excepcionais, em que o doseamento de prin- formidade com o processo de produção descrito e em
cípios activos muito numerosos ou presentes em quan- produto(s) armazenado(s) no(s) recipiente(s) final(ais);
tidades muito diminutas impliquem uma investigação os estudos incluem testes biológicos e físico-químicos.
complexa e difícil de cada lote de produção, poder-se-á As conclusões devem incluir os resultados das análises
omitir o doseamento de um ou mais princípios activos e fundamentar o prazo de validade proposto nas con-
no produto acabado, com a condição de que os referidos dições de momento recomendadas.
doseamentos se efectuem nas fases mais tardias de pro- No que respeita aos produtos administrados nos ali-
cesso de fabrico. Esta omissão não é aplicável à carac- mentos para animais, deve-se igualmente especificar o
terização das substâncias em questão. Esta técnica sim- prazo de validade do produto para as várias fases de
plificada é complementada por um método de avaliação mistura, caso esta se efectue, em conformidade com
quantitativo que permita à DGV verificar que o medi- as instruções recomendadas. Caso um produto final deva
camento imunológico se encontra em conformidade com ser reconstituído antes da administração, deve especi-
a respectiva fórmula após a sua introdução no mercado. ficar-se o prazo de validade proposto para o produto
3 — Identificação e doseamento do(s) adju- reconstituído tal como recomendado. Devem ser apre-
vante(s). — Caso existam procedimentos de ensaio, deve sentados dados que fundamentem o prazo de validade
ser verificado no produto final a quantidade e natureza proposto para o produto reconstituído.
do adjuvante e seus constituintes.
4 — Identificação e doseamento dos constituintes do
excipiente. — O(s) excipiente(s) deve(m) ser subme- PARTE II
tido(s), no mínimo, a testes de identificação. Ensaios de segurança
O método analítico proposto para a identificação de
matérias corantes deve permitir verificar que estas cons- A) Introdução
tam da legislação em vigor sobre a matéria.
1 — Os estudos de segurança devem pôr em evidência
Devem ser obrigatoriamente determinados os limites
os riscos potenciais do medicamento imunológico sus-
máximo e mínimo dos agentes conservantes; é obriga-
ceptíveis de ocorrerem nos animais nas condições de
tório verificar o limite máximo de qualquer componente
utilização propostas; os riscos devem ser confrontados
de excipiente susceptível de provocar efeitos secun-
com as vantagens potenciais do medicamento imu-
dários.
nológico.
5 — Ensaios de segurança. — Para além dos resul- Caso os medicamentos imunológicos envolvam orga-
tados apresentados em conformidade com a parte II do nismos vivos, especialmente os susceptíveis de serem
presente anexo, devem ser apresentados detalhes sobre transmitidos por animais vacinados, deve avaliar-se o
os ensaios de segurança. Estes devem constituir pre- risco para animais não vacinados potencialmente expos-
ferencialmente estudos de sobredosagem executados tos, quer os da mesma quer os de outras espécies.
em, pelo menos, uma das espécies alvo mais sensíveis 2 — As informações detalhadas e documentos apen-
e utilizar, pelo menos, a via de administração recomen- sos ao pedido de autorização de introdução no mercado
dada que represente o maior risco. devem ser apresentados em conformidade com os requi-
6 — Esterilidade e teste de pureza. — Devem ser sitos da alínea B) seguinte.
efectuados testes adequados para demonstrar a ausência 3 — A DGV deve assegurar que os ensaios labora-
de contaminação por agentes estranhos, consoante a toriais se efectuem em conformidade com os princípios
natureza do medicamento imunológico, o método e as das boas práticas de laboratório.
condições de preparação.
7 — Inactivação. — Quando aplicável, deve efec- B) Requisitos de carácter geral
tuar-se um teste de verificação de inactivação no produto
contido no recipiente final. 1 — Os ensaios de segurança devem ser efectuados
8 — Humidade residual. — É determinada a humi- na(s) espécie(s) alvo.
dade residual em cada lote de produto liofilizado. 2 — A dose a utilizar deve ser a quantidade de pro-
9 — Consistência entre os lotes. — Por forma a garan- duto recomendada para uso e contendo o título ou
tir a reprodutibilidade da eficácia do produto nos vários potência máximos.
lotes e a demonstrar a conformidade com as especi- 3 — As amostras utilizadas nos ensaios de segurança
ficações, devem efectuar-se no lote a granel ou lote de devem ser recolhidas de um ou mais lotes produzidos
produto acabado testes de potência baseados em méto- em conformidade com o processo de produção descrito
dos in vitro ou in vivo, que incluam substâncias de refe- no pedido de autorização de introdução no mercado.
rência adequadas, caso se encontrem disponíveis; em
circunstâncias excepcionais, os testes de potência podem C) Ensaios laboratoriais
efectuar-se na fase intermédia mais tardia do processo
de produção. 1 — Segurança da administração de uma dose. — O
medicamento imunológico deve ser administrado na
F ) Ensaios de estabilidade dose recomendada por cada uma das vias de adminis-
tração e para todas as categorias de animais da(s) espé-
As informações detalhadas e os documentos apensos cie(s) alvo a que se destina, incluindo animais com a
ao pedido de autorização de introdução no mercado idade mínima para a administração. Os animais devem
devem ser apresentados em conformidade com os requi- ser observados e analisados no que respeita a reacções
sitos que se seguem. sistémicas e locais. Se adequado, estes estudos devem
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incluir exames necrópsicos macroscópicos e microscó- materiais provenientes do nível de passagem menos ate-
picos pormenorizados do local de injecção. nuado entre a semente mãe e o produto final. A primeira
Devem registar dados relativos a outros critérios vacinação deve ser efectuada pela via de administração
objectivos, como medições de temperatura rectal e do recomendada que mais provavelmente conduza à rever-
rendimento zootécnico. são da virulência.
Os animais devem ser observados e analisados até Devem efectuar-se, pelo menos, cinco passagens em
que não sejam previsíveis reacções. Em qualquer caso, série em animais da(s) espécie(s) alvo. Caso tal não
o período de observação e exame nunca deverá ser infe- seja tecnicamente possível em virtude de o microrga-
rior a 14 dias após a administração. nismo não se replicar de modo adequado, devem efec-
2 — Segurança da administração única de uma sobre- tuar-se na(s) espécie(s) alvo tantas passagens quanto
dosagem. — Deve ser administrada uma sobredosagem possível. Se necessário, pode proceder-se à propagação
do medicamento imunológico aos animais das categorias do microrganismo in vitro entre as passagens in vivo.
mais sensíveis da(s) espécie(s) alvo por cada uma das As passagens devem efectuar-se através da via de admi-
vias de administração recomendadas. Os animais devem nistração que mais provavelmente conduz à reversão
ser observados e examinados no que respeita a reacções da virulência.
sistémicas e locais. Devem registar-se dados relativos 6.4 — Propriedades biológicas da estirpe utilizada na
a outros critérios objectivos, como medições da tem- vacina. — Podem ser necessários mais testes, por forma
peratura rectal e do rendimento zootécnico. a determinar tão precisamente quanto possível as pro-
Os animais devem ser observados e examinados priedades biológicas intrínsecas da estirpe utilizada na
durante um mínimo de 14 dias após a administração. vacina (por exemplo, neurotropismo).
3 — Segurança da administração repetida de uma 6.5 — Recombinação ou rearranjo genómico das
dose. — A administração repetida de uma dose pode estirpes. — Deve ser analisada a probabilidade de
ser necessária para revelar quaisquer efeitos nocivos recombinação ou rearranjo genómico com as estirpes
induzidos pela referida administração. Estes ensaios de campo ou outras.
devem efectuar-se nas categorias mais sensíveis da(s) 7 — Estudos de resíduos. — No que respeita aos
espécie(s) alvo, através da via de administração reco- medicamentos imunológicos, é geralmente desnecessá-
mendada. rio proceder a estudos de resíduos.
Os animais devem ser observados e examinados no Todavia, caso o fabrico destes medicamentos envolva
mínimo durante 14 dias após a última administração a utilização de adjuvantes e ou conservantes, deve aten-
no que respeita a reacções sistémicas e locais. Devem der-se à possível persistência de resíduos nos géneros
registar-se dados relativos a outros critérios objectivos, alimentícios. Se necessário, devem investigar-se os efei-
como medições da temperatura rectal e do rendimento tos dos referidos resíduos. Além disso, no que respeita
zootécnico. às vacinas vivas contra zoonoses, para além dos estudos
4 — Exame da função reprodutora. — Deve ponde- constantes do n.o 6.2 anterior, pode ser necessário pro-
rar-se o exame da função reprodutora caso existam ceder à determinação de resíduos no local de injecção.
dados sugestivos de que as matérias-primas utilizadas Deve ser elaborada uma proposta de intervalo de
na produção do medicamento imunológico possam cons- segurança, cuja adequação deve ser exposta com base
tituir um factor de risco potencial. A função reprodutora nos estudos de resíduos eventualmente efectuados.
dos machos e das fêmeas grávidas deve ser investigada 8 — Interacções. — Devem ser especificadas quais-
com o recurso à dose e a cada uma das vias de admi- quer interacções com outros produtos.
nistração recomendadas. Além disso, devem ser inves-
tigados os efeitos nocivos na descendência, bem como D) Estudos de campo
os efeitos teratogénicos e abortivos.
Estes estudos podem ser parte integrante dos estudos Salvo justificação em contrário, os resultados dos estu-
de segurança descritos no n.o 1 anterior. dos laboratoriais devem ser complementados por dados
5 — Exame de funções imunológicas. — Caso o medi- comprovativos, provenientes dos estudos de campo.
camento imunológico possa afectar a resposta imuno-
lógica do animal vacinado ou da sua descendência, E) Ecotoxicidade
devem ser efectuados testes adequados das funções O estudo de toxicidade dos medicamentos veteriná-
imunológicas. rios imunológicos destina-se a avaliar os potenciais efei-
6 — Requisitos especiais aplicáveis às vacinas vivas: tos lesivos para o ambiente resultantes da utilização do
6.1 — Disseminação da estirpe da vacina. — Deve produto e a identificar quaisquer medidas preventivas
investigar-se a transmissão da estirpe da vacina dos ani- eventualmente necessárias para diminuir os referidos
mais vacinados para os não vacinados recorrendo à via riscos.
de administração recomendada mais susceptível de a A avaliação da ecotoxicidade é obrigatória para todos
ela conduzir. Além disso, pode ser necessário investigar os pedidos de autorização de introdução no mercado
a transmissão para outras espécies potencialmente muito de medicamentos imunológicos.
sensíveis à estirpe da vacina viva. Esta avaliação deve geralmente envolver duas fases.
6.2 — Disseminação no animal vacinado. — Deve A primeira fase de avaliação é sempre efectuada. O
verificar-se a presença do microrganismo nas fezes, investigador avalia o possível grau de exposição no
urina, leite, ovos e secreções orais, nasais ou outras. ambiente do produto e dos seus princípios activos ou
Além disso, poderão requerer-se estudos sobre a dis- metabolitos relevantes no ambiente, tomando em con-
seminação no corpo do animal da estirpe utilizada na sideração:
vacina, com especial destaque para os locais de eleição
de replicação do microrganismo. a) As espécies alvo e o tipo de utilização proposta
6.3 — Reversão da virulência nas vacinas atenua- (por exemplo, medicação em massa e medicação
das. — A reversão da virulência deve ser investigada em de um só animal);
5344 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 29 de Setembro de 2000

b) Método de administração, nomeadamente o géneros alimentícios, dos animais tratados. A documen-


provável grau de penetração directa do medi- tação do ensaio deve incluir uma cópia desta notificação,
camento imunológico no sistema ambiental; assinada e datada pelo proprietário dos animais.
c) A possível excreção do produto e dos seus prin- 5 — A menos que se trate de um ensaio cego, o dis-
cípios activos e metabolitos relevantes para o posto no artigo 62.o do presente diploma aplica-se por
ambiente pelos animais tratados e a sua per- analogia à rotulagem de formulações utilizadas em
sistência em tais excreções; ensaios clínicos veterinários. Além disso, a rotulagem
d) A eliminação do produto não utilizado ou dos deve conter sempre a menção «Destinado apenas a
seus resíduos. ensaios clínicos veterinários», bem visível e indelével.

Caso as conclusões da primeira fase sugiram a possível B) Requisitos de carácter geral


exposição do produto no ambiente, o requerente deve
passar à segunda fase e avaliar a possível ecotoxicidade 1 — A escolha das estirpes utilizadas na vacina deve
do produto. Para este efeito, deve ponderar o grau e ser fundamentada com base em dados epidemiológicos.
duração da penetração da exposição no ambiente do 2 — Os ensaios de eficácia efectuados em laboratório
produto e a informação relativa às propriedades físi- devem ser ensaios controlados que envolvam animais
co-químicas, farmacológicas e ou toxicológicas do com- de controlo não tratados.
posto determinadas quando da execução dos restantes Em geral, estes ensaios devem ser confirmados por
testes e ensaios requeridos pelas presentes normas. Se ensaios de campo que envolvam animais de controlo
necessário, são efectuadas investigações adicionais sobre não tratados.
o impacte do produto (solo, água, ar, sistemas aquáticos Todos os ensaios devem ser descritos de modo sufi-
e organismos não alvo). cientemente pormenorizado para que sejam reprodu-
As referidas investigações devem incidir no medica- tíveis em ensaios de controlo efectuados a pedido da
mento imunológico e ou nas substâncias activas e ou DGV. O investigador deve demonstrar a validade de
nos metabolitos excretados e deve efectuar-se em con- todas as técnicas utilizadas. Todos os resultados devem
formidade com os protocolos constantes da legislação ser apresentados o mais pormenorizadamente possível.
em vigor ou, caso uma determinada finalidade não esteja Devem ser especificados todos os resultados obtidos,
adequadamente coberta por estes, a investigação deve favoráveis ou desfavoráveis.
processar-se conforme outros protocolos internacional- 3 — Deve demonstrar-se a eficácia do medicamento
mente reconhecidos. O número e tipos de testes e os imunológico em cada categoria de cada espécie alvo
critérios para a sua avaliação irão depender dos conhe- e para cada uma das vias de administração recomen-
cimentos científicos no momento da apresentação do dadas com o esquema nacional proposto. Deve avaliar-se
pedido de autorização de introdução no mercado. adequadamente a influência de anticorpos adquiridos
passivamente ou através da mãe na eficácia da vacina.
Quaisquer indicações relativas ao início e duração da
PARTE III protecção devem ser apoiadas por dados obtidos em
ensaios.
Ensaios de eficácia 4 — Deve demonstrar-se a eficácia de todos os com-
A) Introdução ponentes de medicamentos imunológicos multivalentes
ou combinados. Caso se recomende a administração
1 — O objectivo dos ensaios descritos na presente combinada ou simultânea do medicamento com outro
parte é demonstrar ou confirmar a eficácia do medi- medicamento imunológico, deve-se demonstrar a com-
camento imunológico. Todas as indicações do reque- patibilidade entre ambos.
rente respeitantes às propriedades, efeitos e utilização 5 — Sempre que um produto se integre num esquema
do produto devem ser integralmente fundamentadas de vacinação recomendado pelo requerente, deve com-
através dos resultados de ensaios específicos incluídos provar-se o efeito da primo-vacinação ou do rappel ou
no pedido de autorização de introdução no mercado. o contributo do produto para a eficácia do esquema
2 — As informações detalhadas e os documentos global.
apensos ao pedido de autorização de introdução no mer- 6 — A dose a utilizar será a quantidade de produto
cado devem ser apresentados em conformidade com as recomendada para utilização contendo o título ou potên-
disposições que se seguem. cia mínima a que o pedido se refere.
3 — Todos os ensaios clínicos veterinários devem ser 7 — As amostras utilizadas nos ensaios de eficácia
efectuados em conformidade com um protocolo de devem provir de um ou mais lotes produzidos em con-
ensaio pormenorizado devidamente analisado e redigido formidade com o processo de produção descrito no
antes do início do ensaio. O bem-estar dos animais sub- pedido de autorização de introdução no mercado.
metidos ao ensaio será objecto de controlo veterinário 8 — No que respeita aos medicamentos imunológicos
e inteiramente analisado aquando da elaboração do pro- utilizados para fins de diagnóstico, o requerente deve
tocolo de ensaio e durante todo o período de duração especificar o modo como são interpretadas as reacções
do ensaio. ao produto.
Devem requerer-se procedimentos escritos sistemá-
ticos e preestabelecidos nos domínios da organização, C) Ensaios laboratoriais
execução, recolha de dados, documentação e verificação
de ensaios clínicos. 1 — Em princípio, a demonstração da eficácia deve
4 — Antes do início dos ensaios, deve-se obter e docu- envolver o ensaio de contraprova em condições labo-
mentar o consentimento do proprietário dos animais. ratoriais bem controladas através da administração do
Este deve ser, designadamente, informado por escrito medicamento imunológico ao animal a que se destina
sobre as consequências da participação no ensaio no nas condições de utilização recomendadas. As condições
que respeita ao destino subsequente, ou à obtenção de em que a contraprova decorrerá devem ser tanto quanto
N.o 226 — 29 de Setembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5345

possível idênticas às condições naturais de infecção, por damente, acompanhados de reproduções de


exemplo, no que respeita à quantidade de microrga- registos, fotomicrografias;
nismos utilizados e à via de administração no ensaio. 6) Natureza, frequência e duração dos efeitos
2 — Se possível, deve-se especificar e documentar o secundários observados;
mecanismo imunológico (celular/humoral, classes 7) Número de animais retirados dos estudos e res-
locais/gerais de imunoglobolinas) desencadeado pela pectivos motivos;
administração do medicamento imunológico aos animais 8) Análise estatística dos resultados, caso tal seja
a que se destina através da via de administração necessário para o programa de testes, de variân-
recomendada. cia dos dados;
9) Ocorrência e evolução de qualquer doença
D) Ensaios de campo intercorrente;
10) Todas as informações relativas aos medicamen-
1 — Salvo justificação em contrário, os ensaios labo- tos imunológicos (para além do medicamento
ratoriais devem ser complementados por dados prove- estudado) cuja administração foi necessária no
nientes de ensaios de campo. decurso do estudo;
2 — Caso os ensaios laboratoriais não comprovem efi- 11) Análise objectiva dos resultados obtidos que
cácia, podem ser eventualmente aceites apenas os resul- conduza a conclusões sobre a segurança e efi-
tados de campo. cácia do produto.

C) Estudos de campo
PARTE IV
Elementos e documentos relativos aos testes de As informações sobre os estudos de campo devem
segurança e aos ensaios de eficácia dos medi- ser suficientemente pormenorizadas para que permitam
camentos imunológicos. um julgamento objectivo.
Devem englobar os seguintes pontos:
A) Introdução
1) Resumo;
Como em qualquer trabalho científico, o processo 2) Nome, morada, função e habilitações do inves-
respeitante aos estudos de segurança e eficácia deve tigador responsável;
conter uma introdução que defina o assunto e espe- 3) Local e data de administração, nome e morada
cifique os testes efectuados nos termos do disposto nas do proprietário do(s) animal(ais);
partes III e IV do presente anexo, bem como um resumo 4) Especificação do protocolo de ensaio, com a
e referências bibliográficas. Deve ser indicada e ana- descrição dos métodos, aparelhagem e materiais
lisada a omissão de quaisquer dos testes ou ensaios enu- utilizados e informações, como a via e o
merados nas partes III e IV do presente anexo. esquema de administração, a dose, as categorias
de animais, a duração da observação, a resposta
B) Estudos laboratoriais serológica e outras investigações efectuadas nos
animais após a administração;
Para cada estudo devem especificar-se as informações
5) No que respeita aos animais de controlo, indi-
que se seguem:
cação sobre se receberam um placebo ou não
1) Resumo; foram submetidos a tratamento;
2) Denominação do organismo que efectuou os 6) Identificação dos animais tratados e de controlo,
estudos; colectiva ou individual, conforme adequado,
3) Protocolo experimental pormenorizado, com a como as espécies, raças ou variedades, idade,
descrição dos métodos, aparelhagem e materiais peso, sexo e estado fisiológico;
utilizados, e informações, como a espécie, raças 7) Breve descrição do método de criação e alimen-
ou as variedades de animais, categorias de ani- tação, com indicação da natureza e quantidade
mais, sua identificação e número, condições em de quaisquer aditivos presentes na alimentação
que foram instalados e alimentados, referindo, animal;
designadamente, a ausência de quaisquer 8) Todos os elementos relativos às observações,
microrganismos patogénicos específicos e ou rendimentos zootécnicos e resultados, incluindo
anticorpos específicos e a natureza e quantidade médias e desvios padrão; caso se tenha proce-
dos aditivos eventualmente presentes na sua ali- dido a testes e medições individuais, devem
mentação, a dose, via, posologia e datas de admi- apresentar-se os dados individuais;
nistração, bem como a descrição dos métodos 9) Todas as observações e resultados dos estudos,
estatísticos utilizados; favoráveis ou desfavoráveis, com indicação de
4) No que respeita aos animais de controlo, indi- todas as observações e resultados dos testes
cação sobre se receberam um placebo ou não objectivos de actividade necessários para a ava-
foram sujeitos a tratamento; liação do produto devem ser justificadas as téc-
5) Todas as observações e resultados gerais e indi- nicas utilizadas e a significância de eventuais
viduais obtidos, bem como médias e desvios variações nos resultados;
padrão, favoráveis ou desfavoráveis. Os dados 10) Efeitos no rendimento zootécnico dos animais,
devem ser apresentados com o pormenor sufi- por exemplo, postura de ovos, produção de leite,
ciente para que possam ser criticamente ava- função reprodutora;
liados, independentemente da interpretação 11) Número de animais retirados prematuramente
dada pelo autor. Os dados brutos devem ser dos estudos e sua fundamentação;
apresentados em quadros. A título explicativo 12) Natureza, frequência e duração dos efeitos
ou ilustrativo, os resultados podem ser, nomea- secundários observados;
5346 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 29 de Setembro de 2000

13) Ocorrência e evolução de eventuais doenças diploma relativas aos pedidos de introdução no mercado
intercorrentes; de medicamentos veterinários imunológicos.
14) Informações integrais sobre os medicamentos, 4 — A cada alteração de uma autorização de intro-
excepto o objecto de estudo, administrados pré- dução no mercado corresponde um pedido, excepto
via ou concomitantemente com o medicamento quando dessa alteração resultem outras, caso em que
testado ou durante o período de observação; as alterações consequentes poderão ser incluídas no
indicações sobre quaisquer interacções obser- mesmo pedido, devendo este descrever a relação entre
vadas; a alteração principal e as consequentes.
15) Discussão objectiva dos resultados obtidos que 5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
conduza a conclusões quanto à segurança e efi- quando forem requeridas simultaneamente, e para a
cácia do medicamento imunológico. mesma autorização de introdução no mercado, várias
alterações, cada pedido deverá fazer referência aos
D) Conclusões gerais outros requerimentos.
6 — Se uma alteração requerer a actualização da
Devem ser apontadas as conclusões gerais sobre todos
informação relativa ao medicamento, designadamente
os resultados dos testes e ensaios efectuados em con-
ao resumo das características do medicamento, à rotu-
formidade com as partes III e IV do presente diploma.
lagem ou ao folheto informativo, esta considera-se parte
Devem incluir uma discussão objectiva sobre todos os
integrante da alteração e o prazo para a concretização
resultados obtidos e conduzir a conclusões sobre a segu-
da referida actualização devera ser fixado aquando da
rança e eficácia do medicamento imunológico em
aprovação da alteração.
questão.
7 — As alterações previstas no presente diploma care-
cem de autorização a conceder pela DGV.
E) Referências bibliográficas
7.1 — As autorizações são concedidas no prazo de
As referências bibliográficas citadas no resumo refe- 60 dias quando se trate de alterações do tipo I, no prazo
rido na alínea A) da parte IV do presente anexo devem de 90 dias quando se trate de alterações do tipo II,
ser pormenorizadamente indicadas. e no prazo de 210 dias no caso das autorizações previstas
na parte B do presente anexo.
ANEXO III 7.2 — Os prazos referidos no número anterior sus-
pendem-se sempre que ao requerente sejam solicitadas
(a que se refere o artigo 17.o) informações adicionais ou exigida a correcção de defi-
Alteração dos termos da autorização da AIM ciências e até que os dados referidos sejam apresentados,
arquivando-se o pedido 30 dias seguidos após a ausência
1 — As alterações classificam-se em: de qualquer resposta às questões formuladas.
a) Alterações do tipo I ou alterações menores — 7.3 — As decisões relativas aos pedidos de alteração
todas as alterações descritas na parte A do pre- são comunicadas pela DGV ao LNIV.
sente anexo; 8 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do presente
b) Alterações do tipo II ou alterações maiores — anexo os responsáveis pela introdução no mercado de
quaisquer alterações não incluídas no âmbito medicamentos veterinários imunológicos podem, em
das partes A ou B do presente anexo; caso de risco para a saúde pública ou animal, adoptar
c) Alterações de valor equivalente a uma nova medidas urgentes de segurança, considerando-se estas,
autorização as alterações descritas na parte B as modificações transitórias de informação sobre o medi-
do presente anexo que, por modificarem de camento veterinário imunológico, por eles efectuadas
modo substancial os termos da autorização, que:
importam a apresentação de um novo pedido a) Restrinjam a(s) indicações e ou dosagem e ou
de autorização de introdução no mercado do espécie animal a que o medicamento veterinário
medicamento veterinário imunológico em ques- imunológico se destina;
tão. b) Introduzam uma contra-indicação ou advertên-
cia em virtude de novos dados relacionados com
2 — O pedido de alteração é dirigido, em requeri- a segurança da utilização do medicamento vete-
mento, ao director-geral de Veterinária e deve ser acom- rinário imunológico.
panhado dos seguintes documentos:
a) Alteração do tipo I — documentos comprova- 8.1 — A adopção de medidas urgentes de segurança
tivos da observância das condições estabelecidas deve ser previamente comunicada à DGV, podendo ser
na parte A do presente anexo para a alteração aplicadas se, sobre elas, a DGV, ouvido o LNIV, não
solicitada, bem como de todos os documentos se pronunciar no prazo de quarenta e oito horas sobre
alterados em virtude do pedido; a comunicação.
b) Alteração do tipo II — documentos iniciais rele- 8.2 — A comunicação a que se refere o número ante-
vantes para a alteração solicitada, dados con- rior, deve fazer-se acompanhar do relatório justificativo
firmativos no que respeita à alteração pedida, da medida.
todos os documentos alterados no âmbito do 8.3 — No prazo de cinco dias a contar do termo do
pedido e uma adenda ou actualização dos rela- prazo a que se refere o n.o 8.1 do presente anexo, o
tórios de peritos existentes que interessem à responsável pela introdução no mercado deve entregar
alteração solicitada. na DGV o correspondente pedido de alteração da auto-
rização de introdução no mercado do medicamento vete-
3 — Aos pedidos de alteração constantes da parte B rinário imunológico em causa, nos termos previstos no
do presente anexo são aplicáveis as disposições deste presente diploma.
N.o 226 — 29 de Setembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5347

9 — Entende-se por transferência de uma AIM o pro- tar de uma denominação comum, a alteração
cedimento que consiste na alteração da titularidade deverá efectuar-se respeitando a seguinte ordem
daquela para um novo titular, desde que não resulte de preferência: denominação comum internacio-
apenas da mudança de nome do titular precedente, caso nal, denominação na farmacopeia ou denomi-
em que se aplicará o n.o 3 da parte A do presente anexo. nação comum.
9.1 — A alteração prevista no número anterior carece
de autorização da DGV, a conceder no prazo de 60 dias 3 — Alteração do nome e ou morada do responsável
a contar da recepção do requerimento elaborado nos pela autorização de introdução no mercado:
termos previstos na parte C e do presente anexo, acom-
panhado da taxa a que se refere a alínea s) do anexo IV Condições a observar: o responsável pela autori-
do presente diploma, e produz efeitos a partir da data zação de introdução no mercado deve continuar
fixada por aquele organismo em comum acordo com a ser a mesma entidade.
o titular da autorização de introdução no mercado e
com o titular a favor do qual a transferência é efectuada. 4 — Substituição de um excipiente por outro exci-
9.2 — O requerimento apenas pode abranger uma piente comparável, excluindo os adjuvantes e os exci-
única transferência de AIM, e deve ser indeferido pientes de origem biológica:
quando se verifique que: Condições a observar: mesmas características fun-
a) A documentação apresentada em apoio do cionais e perfil de dissolução inalterado no que
pedido é incompleta; respeita às formas sólidas.
b) O titular a favor do qual a transferência é efec-
tuada não está estabelecido na União Europeia. 5 — Alteração do sistema de colocação do produto
mediante adição, supressão ou substituição de um
10 — A transferência de uma AIM não prejudica o corante:
disposto nos artigos 16.o e 17.o do presente diploma. Condições a observar: as mesmas características
11 — Dos pedidos de transferência de uma AIM, bem funcionais, sem alteração do perfil de dissolução
como das autorizações concedidas, dará a DGV conhe- em formas farmacêuticas sólidas; qualquer ajus-
cimento ao LNIV. tamento menor da fórmula, para manter o peso
12 — A DGV dará conhecimento ao Estado membro total, deve ser obtido mediante um excipiente
de referência da transferência de titular de um medi- maioritário na fórmula.
camento veterinário imunológico aprovado por proce-
dimento de reconhecimento mútuo. 6 — Alteração do sistema de aromatização do pro-
duto mediante adição, supressão ou substituição de um
aromatizante:
PARTE A
Condições a observar: o aromatizante proposto
Alterações de tipo I deve ser em conformidade com a Directiva
[referidas na alínea a) do n.o 1] n.o 88/388/CEE; qualquer ajustamento menor da
fórmula, para manter o peso total, deve ser
Aplica-se às alterações menores n.os 10, 11, 12, 14, obtido mediante um excipiente maioritário na
15, 16, 23 e 24 adiante indicadas, o procedimento pre- fórmula.
visto para as alterações, maiores, bem como a qualquer
alteração menor sempre que necessária a realização de 7 — Adição, supressão ou substituição de um adju-
uma inspecção específica a um local de fabrico: vante.
1 — Alteração da(s) seguinte(s) modificação(ões) 8 — Adição, supressão ou substituição de um con-
da(s) autorização(ões) de fabrico; servante.
Condições gerais: a autorização modificada deve ser 9 — Alteração na composição qualitativa do material
apresentada à autoridade competente: de acondicionamento primário:
Alteração do nome de um fabricante do medica- Condições a observar: o material de acondiciona-
mento veterinário imunológico; mento proposto deve ser pelo menos equivalente
Condições a observar: o local de fabrico mantém-se ao material aprovado no que respeita às pro-
inalterado; priedades relevantes; a alteração não diz respeito
Alteração do(s) local(is) de fabrico em relação a a produtos estéreis.
uma parte ou à totalidade do processo de fabrico 10 — Supressão de uma indicação:
do medicamento veterinário imunológico;
Condições a observar: inalteração quer do processo Condições a observar: os dados de farmacovigi-
de fabrico quer das especificações incluindo lância, segurança pré-clínica ou qualidade não
métodos de ensaio; põem em causa a segurança da utilização do
Retirada da alteração de fabrico a um local de medicamento. Deve ser apresentada uma jus-
fabrico. tificação.

2 — Alteração da denominação do medicamento 11 — Supressão de uma via de administração:


veterinário imunológico, quer da denominação de fan-
Condições a observar: os dados de farmacovigi-
tasia, quer da denominação comum:
lância, segurança pré-clínica ou qualidade não
Condições a observar: deve evitar-se a confusão põem em causa a segurança da utilização do
com as denominações de outros medicamentos medicamento. Deve ser apresentada uma jus-
veterinários imunológicos já existentes; se se tra- tificação.
5348 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 29 de Setembro de 2000

12 — Mudança do(s) fabricante(s) da(s) substância(s) 18 — Alteração das especificações do medicamento


activa(s): veterinário imunológico:
Condições a observar: as especificações, a via de Condições a observar: especificações mais estritas
síntese e os procedimentos de controlo da qua- ou introdução de ensaios e limites adicionais.
lidade são os já aprovados, ou é apresentado
um certificado da Farmacopeia Europeia respei- 19 — Alterações na via de síntese ou no rendimento
tante à substância activa. de fabrico de excipientes que não constam da farma-
copeia e não foram descritas no dossier original:
12 — a) Mudança do nome de um fabricante da subs-
tância activa: Condições a observar: as especificações não são
modificadas no sentido negativo; não há novas
Condições a observar: mantém-se o fabricante da
substância activa. impurezas nem alteração do nível de impurezas
que exijam novos estudos de segurança; as pro-
12 — b) Mudança do fornecedor de um produto inter- priedades físico-químicas não são alteradas.
médio utilizado no fabrico da substância activa:
20 — Alteração nas especificações dos excipientes do
Condições a observar: as especificações, a via de medicamento veterinário imunológico:
síntese e os procedimentos de controlo da qua-
lidade devem ser iguais aos já aprovados; Condições a observar: especificações mais estritas
ou introdução de ensaios ou limites adicionais.
13 — Alteração menor do processo de fabrico da
substância activa: 21 — Alargamento do prazo de validade previsto
aquando da autorização:
Condições a observar: as especificações não são
modificadas no sentido negativo; as propriedades Condições a observar: foram efectuados estudos
físico-químicas não são alteradas e não há novas de estabilidade em conformidade com o proto-
impurezas nem alteração do nível de impurezas colo aprovado aquando da concessão da auto-
que exijam novos estudos de segurança; rização de introdução no mercado; os estudos
Condição alternativa: ou é apresentado um cer- devem comprovar que as especificações apro-
tificado de adequação pela Farmacopeia Euro- vadas em relação ao fim do prazo de validade
peia. continuam a ser observadas; o prazo de validade
não deve exceder cinco anos.
13 — a) Alteração da especificação relativa ao mate-
rial de base ou intermédio utilizado no fabrico da subs- 21 — a) Alargamento do prazo de validade ou de
tância activa. reensaio da substância activa:
14 — Alteração da dimensão dos lotes da substância
activa: Condições a observar: foram efectuados estudos
de estabilidade em conformidade com o proto-
Condições a observar: os dados de cada lote devem
demonstrar que a alteração não afecta a con- colo aprovado aquando da concessão da AIM;
sistência da produção nem as propriedades os estudos devem comprovar que as especifica-
físicas. ções aprovadas em relação ao fim do prazo de
validade continuam a ser observadas.
15 — Alteração das especificações da substância
activa: 22 — Alteração do prazo de validade após a abertura
inicial:
Condições a observar: especificações mais estritas
ou introdução de ensaios e limites adicionais. Condições a observar: os estudos devem comprovar
que as especificações estabelecidas para o fim
16 — Alterações no fabrico do medicamento veteri- do prazo de validade continuam a ser observadas.
nário imunológico:
23 — Alteração do prazo de validade após a recons-
Condições a observar: as especificações do medi-
tituição:
camento veterinário imunológico não são modi-
ficadas no sentido negativo; o novo processo Condições a observar: os estudos devem comprovar
deve conduzir a um produto idêntico em termos que o produto reconstituído deve continuar a
de qualidade, segurança e eficácia. observar as especificações estabelecidas para o
fim do prazo de validade acordado.
16 — a) Alteração dos controlos de processo aplica-
dos durante o fabrico do produto: 24 — Alteração das condições de armazenamento:
Condições a observar: especificações mais estritas Condições a observar: foram efectuados estudos
ou introdução de ensaios e limites adicionais. de estabilidade em conformidade com o proto-
colo aprovado aquando da concessão da auto-
17 — Alteração da dimensão dos lotes do produto rização de introdução no mercado; os estudos
acabado: devem comprovar que as especificações estabe-
Condições a observar: a alteração não afecta a con- lecidas para o fim do prazo de validade acordado
sistência da produção. continuam a ser observadas.
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25 — Alteração dos procedimentos analíticos da subs- no recipiente, bem como de interacções recipien-
tância activa: te-produto; a alteração não se refere a um com-
ponente fundamental do material de embalagem
Condições a observar: os resultados da validação que afecte o fornecimento ou a utilização do
do método comprovam que o novo procedi- produto.
mento analítico é, pelo menos, equivalente ao
anterior. 33 — Alteração do processo de fabrico de um com-
ponente não proteico, na sequência de um passo
25 — a) Alteração do procedimento de ensaio de um biotecnológico.
material de base ou intermédio utilizado no fabrico da
substância activa: Notas gerais
Condições a observar: os resultados da validação Esta alteração específica não prejudica outras alte-
do método comprovam que o novo procedi- rações do presente anexo que podem ser aplicadas neste
mento analítico é pelo menos equivalente ao contexto particular. A legislação comunitária aplicável
anterior. Especificação não prejudicada. a grupos específicos de produtos (*) deve ser cumprida.
Os medicamentos com componentes proteicos obti-
26 — Alteração dos procedimentos analíticos do dos mediante um processo biotecnológico caiem no
medicamento veterinário imunológico: âmbito da parte A do Regulamento (CEE) n.o 2309/93,
Condições a observar: as especificações do medi- do Conselho.
camento não são modificadas no sentido nega- Alterações no processo de fabrico de componentes
tivo: os resultados da validação do método com- que observem o disposto numa monografia da Farma-
provam que o novo procedimento analítico é, copeia Europeia e sejam verificados por meio de um
pelo menos, equivalente ao anterior. certificado de conformidade emitido pela Farmacopeia
Europeia:
27 — Alterações destinadas a cumprir o disposto nos Condições a observar: mantêm-se as especificações,
suplementos às farmacopeias: as propriedades físico-químicas e todas as carac-
Condições a observar: alterações exclusivamente terísticas do componente.
destinadas a implementar as novas disposições
Alterações no processo de fabrico de componentes
do suplemento.
que careçam de um novo ensaio de análise de impurezas:
Se o titular da AIM se referir à versão actual da Condições a observar: mantêm-se as especificações,
farmacopeia, não há que apresentar qualquer pedido, as propriedades físico-químicas e todas as carac-
desde que a alteração seja efectuada no prazo de seis terísticas do componente. Se o método de fabrico
meses após a adopção da monografia revista. é susceptível de deixar impurezas não descritas
28 — Alteração dos procedimentos analíticos de exci- na monografia da Farmacopeia, estas devem ser
pientes não referidos em farmacopeias: declaradas com descrição de um procedimento
de ensaio adequado. Este ensaio complementar
Condições a observar: os resultados da validação deve ser especificado num certificado de ade-
do método comprovam que o novo processo de quação da Farmacopeia Europeia.
ensaio é, pelo menos, equivalente ao anterior.

29 — Alteração do procedimento analítico do acon- PARTE B


dicionamento primário:
Alterações de valor equivalente a uma nova
Condições a observar: os resultados de validação autorização de introdução no mercado
do método comprovam que o novo processo de [referidas na alínea c) n.o 1]
ensaio é, pelo menos, equivalente ao anterior.
Algumas alterações das AIM modificam de modo sub-
30 — Alteração do procedimento analítico do dispo- stancial os termos destas autorizações e não podem,
sitivo de administração: portanto, ser consideradas alterações na acepção da alí-
nea g) do artigo 2.o do presente diploma, pelo que se
Condições a observar: os resultados dos métodos exclui autorizá-las mediante os procedimentos previstos
de validação comprovam que o novo processo neste anexo. Consoante os casos, a DGV emite uma
de ensaio é, pelo menos, equivalente ao anterior. nova AIM ou modifica a AIM existente.
1 — Alterações da(s) substância(s) activa(s):
31 — Alteração da dimensão da embalagem: 1.1 — Introdução de uma ou mais substâncias activas;
Condições a observar: as especificações do medi- 1.2 — Supressão de uma ou mais substâncias activas;
camento não são afectadas; a nova dimensão é 1.3 — Alteração quantitativa das substâncias activas.
compatível com a posologia e a duração de uti- 2 — Alterações das indicações:
lização aprovadas no resumo das características 2.1 — Nova indicação para uma área diferente, nos
do medicamento; a alteração não se refere a pre- domínios do diagnóstico ou profilaxia;
parações parentéricas; mantém-se o material de 2.2 — Alteração da indicação para uma área dife-
embalagem. rente, nos domínios do diagnóstico ou profilaxia.
3 — Alterações da dosagem, da forma farmacêutica
32 — Alteração da forma do recipiente: e da via de administração:
3.1 — Alteração da biodisponibilidade;
Condições a observar: inexistência de alterações 3.2 — Alteração da farmacocinética, como a alteração
da qualidade e da estabilidade do medicamento da taxa de libertação;
5350 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 226 — 29 de Setembro de 2000

3.3 — Introdução de uma nova dose; curriculum vitae, indicando a morada e os núme-
3.4 — Alteração ou introdução de uma nova forma ros de telefone e fax;
farmacêutica; b) Documento identificando o departamento cien-
3.5 — Introdução de uma nova via de administração, tífico responsável pela informação relativa aos
no que respeita à administração parentérica, importa medicamentos veterinários imunológicos que
distinguir entre as vias intra-arterial, endovenosa, intra- coloca no mercado, a morada e os números de
muscular, subcutânea e outras. telefone e fax.
4 — Adição ou alteração das espécies a que se
destinam. ANEXO IV
5 — Redução do intervalo de segurança de um medi- (a que se refere o artigo 76.o)
camento veterinário imunológico se a alteração não esti-
ver associada ao estabelecimento ou à modificação de Taxas
um limite máximo de resíduos em conformidade com 1 — São fixadas as seguintes taxas, devidas pelos actos
o Regulamento n.o 2377/90. relativos aos procedimentos previstos no presente
diploma:
PARTE C a) Pedido de AIM de um medicamento veterinário
imunológico, pelo procedimento nacional, ao
Transferência de titular da autorização abrigo do artigo 4.o do presente diploma,
de introdução no mercado incluindo uma nova dosagem ou uma nova
[referidas no n.o 9] forma farmacêutica — 400 000$;
b) Por cada espécie animal alvo suplementar do
A transferência do titular da AIM no mercado é soli- medicamento veterinário imunológico referido
citada mediante requerimento deste, no qual conste: na alínea anterior, apresentadas simultanea-
a) Nome do medicamento veterinário imunológico mente com o pedido de autorização ini-
a que a transferência da autorização se refere, cial — 70 000$, até ao limite máximo de
número(s) da autorização e data(s) em que a 700 000$;
autorização foi concedida; c) Pedido de actualização do relatório de avalia-
b) Identificação (nome e morada) do titular da ção, ao abrigo do artigo 21.o, relativo ao pro-
AIM a transferir e identificação (nome e cedimento de reconhecimento mútuo, quando
morada) do titular a favor do qual a transfe- Portugal é Estado membro de referência:
rência é efectuada. i) Para medicamentos veterinários imuno-
lógicos possuidores de autorização de
2 — O requerimento a que se refere o número ante- introdução no mercado nacional há mais
rior deve ser acompanhado dos documentos seguintes: de seis meses — 300 000$;
a) Documento comprovativo de que o processo ii) Para medicamentos veterinários imuno-
completo e actualizado relativo ao medicamento lógicos possuidores de AIM nacional há
veterinário imunológico em questão foi ou será menos de seis meses — 150 000$;
colocado à disposição do titular a favor de quem
a transferência é efectuada ou para ela foi d) Pedido de AIM de um medicamento veterinário
transferido; imunológico, ao abrigo do artigo 21.o relativo
b) Documento a propor a data prevista para a ao procedimento de reconhecimento mútuo,
transferência e a partir da qual, sem prejuízo quando Portugal não é Estado membro de
da decisão final, o titular a favor de quem a referência — 250 000$;
transferência é efectuada pode assumir mate- e) Por cada espécie animal alvo ou forma farma-
rialmente todas as responsabilidades do titular cêutica suplementar do medicamento veteriná-
da AIM em questão em substituição do titular rio imunológico referido na alínea anterior,
precedente; apresentadas simultaneamente com o pedido de
c) Resumo das características do produto, projecto autorização inicial — 40 000$, até ao limite
de embalagem exterior de rótulo e folheto infor- máximo de 400 000$;
mativo contendo o nome do titular a favor de f) Pedido de alteração menor ou tipo I [alínea a)
quem a transferência é efectuada. do n.o 1 do anexo III do presente diplo-
ma] — 60 000$;
3 — Os documentos referidos nas alíneas do número g) Pedido de alteração menor ou tipo I [Regula-
anterior devem ser assinados pelo titular da AIM e pelo mento (CE) n.o 541/95, da Comissão, de 10 de
titular a favor de quem a transferência é efectuada. Março] quando Portugal não é
4 — O pedido de transferência de titular da AIM deve EMR — 60 000$;
ainda ser acompanhado dos documentos necessários, h) Pedido de alteração menor ou tipo 1 [Regu-
fornecidos e assinados pelo titular a favor de quem a lamento (CE) n.o 541/95, da Comissão, de 10 de
transferência é efectuada, para demonstrar a sua com- Março], quando Portugal é EMR — 80 000$;
petência para assumir as responsabilidades regular- i) Pedido de alteração maior ou de tipo II [alínea c)
mente atribuídas ao titular da AIM em conformidade do n.o 1 do anexo III do presente diplo-
com a legislação farmacêutica comunitária, nomeada- ma] — 100 000$;
j) Pedido de alteração maior ou de tipo II [Regu-
mente:
lamento (CE) n.o 541/95, da Comissão, de 10 de
a) Documento que identifique o técnico respon- Março], quando Portugal não é
sável pela farmacovigilância, acompanhado de EMR — 100 000$;
N.o 226 — 29 de Setembro de 2000 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 5351

l) Pedido de alteração maior ou de tipo II [Regu- recursos mais degradados e da generalidade do patri-
lamento (CE) n.o 541/95, da Comissão, de 10 de mónio biológico marinho, prevenindo a sua sobre-ex-
Março], quando Portugal é EMR — 120 000$; ploração e depauperização.
m) Pedido de alteração de valor equivalente a uma O segundo elemento justificativo, e, aliás, um dos
nova autorização [alínea d) do n.o 1 do anexo III mais importantes, resulta do facto de, a coberto de uma
do presente diploma] — 200 000$; actividade lúdica, se desenvolver toda uma pesca ilegal,
n) Pedido de alteração constante do anexo II do a que urge pôr cobro.
Regulamento (CE) n.o 541/95, da Comissão, de Neste contexto, o presente diploma tem por objectivo
10 de Março, quando Portugal não é prioritário combater as situações abusivas, ao mesmo
EMR — 300 000$; tempo que contribuindo para que o exercício das acti-
o) Pedido de alteração constante do anexo II do vidades efectivamente lúdicas se faça dentro da nor-
Regulamento (CE) n.o 541/95, da Comissão, de malidade que sempre as caracterizou, tendo em conta
10 de Março, quando Portugal é as medidas de conservação e gestão destinadas a pre-
EMR — 400 000$; servar a riqueza dos nossos mares e a assegurar melhores
p) Pedido de renovação quinquenal — 150 000$; condições para a sustentabilidade do sector pesqueiro
q) Pedido de autorização de fabrico — 150 000$; nacional.
r) Pedido de autorização de importação — 50 000$; Reforça-se deste modo o âmbito de aplicação do
s) Pedido de transferência de responsável da auto- Acordo n.o 34-A/98, de 13 de Maio, estabelecido entre
rização de introdução no mercado 65 000$; os sectores das pescas e do ambiente, designadamente
t) Pedido de autorização de exportação — 25 000$; o disposto no seu ponto 8, que prevê que a regulação
u) Pedido de autorização para distribuição por das actividades humanas que visam a exploração dos
grosso — 120 000$; recursos aquáticos, quer do ponto de vista lúdico quer
comercial, nos espaços abrangidos por áreas classificadas
v) Pedido de autorização para aquisição directa —
e nas áreas adjacentes, e tendo presentes os objectivos
120 000$;
de conservação da Natureza, aconselha a articulação
de esforços, nomeadamente através da harmonização
2 — O pagamento das taxas previstas no número ante- dos dispositivos legais.
rior será efectuado aquando do pedido de acto respectivo. Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das
3 — Cabe à DGV fazer a entrega ao LNIV, até 60 dias Regiões Autónomas.
após o pagamento das taxas, do montante estipulado no Assim:
artigo 76.o do presente diploma. Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta, para valer como lei
geral da República, o seguinte:
Decreto-Lei n.o 246/2000
de 29 de Setembro
CAPÍTULO I
Durante muito tempo, a abundância dos recursos pis- Disposições gerais
catórios e o relativo pequeno esforço desenvolvido para
se obterem bons rendimentos levaram a que a pesca Artigo 1.o
marítima exercida com fins meramente lúdicos fosse
considerada num plano distante relativamente à explo- Objecto
ração comercial dos recursos vivos marinhos.
O presente diploma define o quadro legal da pesca
O elevado nível de depauperização em que se encon-
dirigida a espécies marinhas, vegetais e animais, com
tram muitos pesqueiros tradicionais e a condição degra- fins lúdicos, em águas oceânicas, em águas interiores
dada de um número elevado de espécies, com relevo marítimas ou em águas interiores não marítimas sob
para as demersais, tem vindo a suscitar, na última jurisdição da autoridade marítima, definidas nos termos
década, uma crescente preocupação quanto ao futuro do artigo 2.o do Decreto Regulamentar n.o 43/87, de
da pesca comercial. 17 de Julho, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto
Mais do que isso, certos casos se verificam já, e outros Regulamentar n.o 7/2000, de 30 de Maio.
mais tenderão a surgir no futuro, que obrigam à tomada
de medidas fortemente restritivas, com impacte signi-
ficativo na actividade desenvolvida com fins comerciais. Artigo 2.o
Casos haverá mesmo, ainda que de momento muito Conceito e modalidades
limitados no que a Portugal se refere, em que a pesca
com fins lúdicos, e em especial a desportiva, contribuirá 1 — Para efeitos do presente diploma, entende-se por
para uma maior limitação da actividade profissional, não pesca lúdica a captura de espécies marinhas, vegetais
tanto por razões de concorrência, mas pelo simples facto ou animais, sem fins comerciais, designando-se por apa-
de poderem restringir ainda mais as oportunidades de nha lúdica quando a recolha é manual.
pesca, resultantes de quotas já de si reduzidas. 2 — A pesca lúdica pode revestir as seguintes moda-
lidades:
Independentemente destes aspectos, outras razões
existem que justificam se olhe para as actividades lúdicas a) De lazer;
com maior atenção. b) Desportiva.
A primeira dessas razões prende-se com a necessidade
de tornar sustentável a pesca lúdica de espécimes mari- 3 — Quando praticada em embarcações no âmbito
nhos, designadamente em áreas sensíveis do ponto de das actividades marítimo-turísticas, a pesca de lazer
vista ecológico, de modo a assegurar a conservação dos designa-se por pesca turística.

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