Vous êtes sur la page 1sur 4

TEMPO PASCAL. OITAVA DA PÁSCOA.

SEXTA-FEIRA

52. CONSTÂNCIA NO APOSTOLADO


– A pesca milagrosa. Quando estamos unidos ao Senhor, os frutos são sempre abundantes.
Saber reconhecer o Senhor no meio dos acontecimentos da vida.

– O apostolado exige um trabalho paciente.

– Contar com o tempo. Quanto maior a resistência de uma alma, mais necessários os meios
humanos e sobrenaturais.

I. JESUS CRISTO [...] é a pedra angular. Em nenhum outro há salvação,


porque debaixo do céu não nos foi dado nenhum outro nome pelo qual
possamos ser salvos1.

Os Apóstolos partiram de Jerusalém e foram à Galileia, como o Senhor lhes


havia indicado2. Estão junto do lago, no mesmo lugar ou perto daquele em que
um dia Jesus os encontrara e os convidara a segui-lo. Agora voltaram à sua
antiga profissão, àquela que tinham quando o Senhor os chamara. Jesus acha-
os novamente entregues às suas lides. Estavam juntos Simão Pedro, Tomé,
chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu
e outros dois discípulos3. É a hora do crepúsculo. As outras barcas já saíram
para a pesca. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles:
Nós também vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite,
porém, nada apanharam.

Ao romper da aurora, Jesus apareceu na praia. Jesus ressuscitado vai em


busca dos seus discípulos para fortalecê-los na fé e na amizade que lhe
dedicam, e para continuar a explicar-lhes a grande missão que os espera. Mas
os discípulos não o reconheceram. Estão a uns duzentos côvados, a uns cem
metros. Dessa distância, no lusco-fusco, não se distinguem bem os traços de
um homem, mas pode-se ouvi-lo se levantar a voz.

Tendes alguma coisa que comer?, pergunta-lhes o Senhor. Não,


responderam-lhe. Disse-lhes ele: Lançai a rede à direita da barca e achareis. E
Pedro obedece. Lançaram-na, pois, e já não podiam arrastá-la por causa da
grande quantidade de peixes. João confirma a certeza interior de Pedro.
Inclinando-se para ele, diz-lhe: É o Senhor! Pedro, que se contivera até aquele
momento, salta como que impelido por uma mola. Não espera que as barcas
cheguem à praia.

Na ausência de Cristo, tinham trabalhado inutilmente em plena noite, por


conta própria; tinham perdido o tempo. Pela manhã, já com luz, quando Jesus
está presente, quando é Ele que ilumina com a sua palavra, quando é Ele que
orienta a faina, as redes chegam à margem cheias de peixes.

Acontece o mesmo em cada um dos nossos dias. Na ausência de Cristo, o


dia se faz noite; e o trabalho, estéril: não passa de mais uma noite, de uma
noite vazia na vida. Para obtermos frutos, não bastam os nossos esforços;
necessitamos de Deus. Ao lado de Cristo, quando o temos presente, os nossos
dias enriquecem-se. A dor e a doença convertem-se num tesouro que perdura
além da morte; e a convivência com os que nos rodeiam torna-se um mundo de
possibilidades de fazer o bem.

O drama de um cristão começa quando deixa de ver Cristo na sua vida;


quando a tibieza, o pecado ou a soberba nublam o seu horizonte; quando faz
as coisas como se Jesus não estivesse a seu lado, como se Ele não tivesse
ressuscitado. Devemos pedir muito à Virgem que nos ajude a reconhecer o seu
Filho no meio dos acontecimentos da vida; que possamos dizer muitas vezes:
É o Senhor!

II. QUANDO TOMARAM TERRA, viram umas brasas preparadas, com um


peixe posto em cima e pão. Jesus disse-lhes: Trazei alguns dos peixes que
acabais de apanhar. Subiu Simão Pedro e puxou a rede para terra, cheia de
cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não
se tinha rompido.

Os Santos Padres detêm-se com frequência neste episódio e comentam-no


assim: a barca representa a Igreja, simbolizada na sua unidade pela rede que
não se rompe; o mar é o mundo; Pedro, na barca, simboliza a suprema
autoridade da Igreja; o número de peixes é uma referência aos que são
chamados4. Nós, como os Apóstolos, somos os pescadores que devem levar
as pessoas a Cristo, porque as almas são de Deus5.

“Por que o Senhor contou com tantos pescadores entre os seus Apóstolos?
Que qualidades viu neles? Penso que havia uma coisa que Ele apreciou
particularmente naqueles que viriam a ser os seus enviados: uma paciência
inquebrantável [...]. Tinham trabalhado toda a noite, e nada haviam pescado;
muitas horas de espera, em que as luzes cinzentas da aurora lhes trariam o
prémio, e não tinha havido prémio nenhum [...].

“Quanto a Igreja de Cristo não esperou através dos séculos [...], oferecendo
pacientemente o seu convite e deixando que a graça completasse a sua obra!
[...] Que importância tem se num lugar ou noutro trabalhou duramente e
recolheu muito pouco para o seu Mestre? Apoiada na sua palavra, apesar de
tudo, voltará a lançar as redes, até que a graça divina, cuja eficácia ultrapassa
o poder do esforço humano, lhe traga uma nova pesca” 6. Sem sabermos
quando nem como, todo o nosso esforço apostólico acabará por dar o seu
fruto, ainda que muitas vezes nós não o vejamos. O Senhor pede aos cristãos
a paciente espera dos pescadores. Devemos ser constantes no apostolado
pessoal com os nossos amigos e conhecidos, não abandoná-los nunca, não
deixar ninguém de lado por parecer-nos impossível que nos escutem.

A paciência é parte principal da virtude da fortaleza e leva-nos a saber


esperar quando a situação o requer, a empregar mais meios humanos e
sobrenaturais, a recomeçar muitas vezes, a contar com os nossos defeitos e
com os das pessoas que queremos levar para Deus. “A fé é um requisito
imprescindível no apostolado, que muitas vezes se manifesta na constância em
falar de Deus, ainda que os frutos demorem a vir.

“Se perseverarmos, se insistirmos, bem convencidos de que o Senhor assim


o quer, também à tua volta, por toda a parte, se irão notando sinais de uma
revolução cristã: uns haverão de entregar-se, outros tomarão a sério a sua vida
interior, e outros – os mais fracos – ficarão pelo menos alertados”7.

III. JESUS CHAMOU OS APÓSTOLOS apesar de conhecer os seus


defeitos. Depois de ter comido com eles naquela manhã, diz a Pedro: Simão,
filho de João, amas-me mais do que estes? Apascenta os meus cordeiros...
Apascenta as minhas ovelhas8. Conta com eles para fundar a sua Igreja: dá-
lhes o poder de realizar em seu nome o Sacrifício do altar e o de perdoar os
pecados, torna-os depositários da sua doutrina e dos seus ensinamentos...
Confia neles e forma-os com paciência; conta com o tempo para torná-los
idóneos para a missão que irão desempenhar.

O Senhor também previu os momentos e o modo de nos santificar a cada


um, respeitando o ritmo da nossa correspondência pessoal. Cabe-nos ser bons
canais da graça do Senhor, facilitar a acção do Espírito Santo nos nossos
amigos, parentes, conhecidos, colegas... Se o Senhor não se cansa de nos
ajudar, como podemos nós desanimar, se somos simples instrumentos? Se a
mão do carpinteiro continua a trabalhar com afinco sobre a madeira, como
pode ser rebelde na sua tarefa a plaina que lhe serve de instrumento?

O caminho que conduz ao Céu não é curto. E Deus não costuma conceder
graças que permitam alcançar a santidade de modo instantâneo e definitivo.
Normalmente, os nossos amigos aproximar-se-ão do Senhor pouco a pouco.
Oferecerão resistência, por força muitas vezes do pecado original – que deixou
as suas sequelas na natureza humana –, bem como dos pecados pessoais.
Cabe-nos facilitar a acção de Deus nessas almas, com a nossa oração e o
nosso sacrifício, com o nosso afecto, com o exemplo e a palavra oportuna...

E se demoram em corresponder à graça, isso significa que devemos


multiplicar as manifestações de amizade, tornar mais sólida a base humana
sobre a qual se apoia a acção apostólica. O trato cordial com quem parece não
querer comprometer-se a dar o passo que pode aproximá-lo de Cristo é sinal,
da nossa parte, de amizade verdadeira e de pureza de intenção, isto é, de que
só queremos verdadeiramente que Deus tenha muitos amigos na terra, e de
que só desejamos o bem desses nossos amigos.

A cena descrita pelo Evangelho de hoje mostra-nos como o Senhor era


amigo dos seus discípulos e lhes dedicava todo o tempo necessário: inicia o
diálogo com eles perguntando-lhes se têm alguma coisa que comer, depois
prepara-lhes uma pequena refeição nas margens do lago, a seguir retira-se
com Pedro, enquanto João os segue, e diz-lhe que continua a confiar nele. Não
nos pode surpreender que uns amigos, assim tratados pelo Amigo, dêem
depois a sua vida até o martírio por Ele e pela salvação do mundo.

Peçamos a Santa Maria que nos ajude a imitar Jesus, de tal modo que, no
nosso relacionamento, não sejamos “apenas um elemento passivo. Tens de
converter-te em verdadeiro amigo dos teus amigos: «ajudá-los». Primeiro com
o exemplo da tua conduta. E depois com o teu conselho e com o ascendente
que a intimidade dá”9.

(1) At 4, 12; Primeira leitura da Missa da sexta-feira do Tempo Pascal; (2) cfr. Mt 28, 7; (3) Jo
21, 2 e segs.; (4) cfr. Santo Agostinho, Comentários sobre São João; (5) cfr. São Josemaría
Escrivá, Amigos de Deus, n. 267; (6) R. A. Knox, Sermão pregado na festividade de São Pedro
e São Paulo, 29-VI-1947; (7) São Josemaría Escrivá, Sulco, n. 207; (8) Jo 21, 15-17; (9) São
Josemaría Escrivá, Sulco, n. 731.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

Vous aimerez peut-être aussi