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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – UFES

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA SOCIAL E DO DESENVOLVIMENTO

Relações entre beleza e auto-estima em mulheres de 40 a 63


anos na cidade de Vitória

Bernardo Puppin Brandão


Jullian Moreira de Souza
Tássio Jubini Ventorin
Yuri Moreira Pereira

VITÓRIA
2006
1.0 Introdução

Neste trabalho são abordadas questões intrínsecas ao desenvolvimento perceptivo


e psicológico feminino no que tange sua participação e envolvimento na sociedade
levando-se em consideração trabalhos anteriores e eventos de cunho psicanalítico, social
e biológico.
Revisão de Literatura
Não foi encontrado estudos com exato tema abordado. Porém com estudos similares
conseguimos fazer uma análise. Tais estudos são:
- Para além da eudaimonia (O bem-estar psicológico em mulheres na idade adulta
avançada) – Rosa Ferreira
-De Cinderela a Moura Torta: sobre a relação mulher, beleza e feiúra – Joana V. Novaes e
Junia de Vilhena
-Corpo e Contemporaneidade - Teresa Cristina Carreteiro
- Gênero e corpo na cultura brasileira – Mirian Goldenberg
-Desporto, corpo e estética – sinais de expressão da cultura contemporânea ocidental -
Teresa Oliveira Lacerda e Paula Queirós
-A sonhada beleza virtual – Carolina Cantarino
-Dormindo com o inimigo. Mulher, feiúra e a busca do corpo perfeito - Joana V. Novaes e
Junia de Vilhena

Esses trabalhos tratam de assuntos que constituem a vida em seu aspecto psicológico das
entrevistadas e o contexto em que se inserem.

Justificativa

“As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental.” Assim disse o poeta
Vinicius de Moraes, assim a sociedade contemporânea de certa forma pensa. Assim, as
pessoas agem: valorizando ou julgando as pessoas pela sua aparência e pela imagem, não
pelo seu caráter ou valor como pessoa. Não é estranho isso já que “na sociedade ocidental
contemporânea , o sentido da visão é privilegiado relativamente a todos os outros.” (1)
“O que é ser bela? Acho que a sociedade nos cobra e nos sufoca demais com isso.
Gostaria de dar menos valor à aparência, mas não consigo, pois vivo num mundo onde os
valores estão em segundo plano e o físico em primeiro. Se eu quiser conquistar algo aqui
neste mundo, sem dúvida nenhuma, a minha aparência influenciará 90%. É triste, mas é a
mais pura verdade, pois comprovei isso na pele – precisei me livrar de todo o meu
recheio.”(2)

O contexto que vivemos é o da super valorização da estética , da“ditadura da beleza” e


de culto ao corpo:

“Revistas especializadas em regimes, dietas e “fitness”, convênios médicos para a


realização de cirurgias plásticas estéticas, aplicações de silicone e botox, academias,
musculação, spas, programas de “transformação da aparência” através de intervenções
cirúrgicas, tanto nos canais pagos de televisão quanto nos abertos. A beleza, no mundo
contemporâneo, é sinônimo de obsessão pela magreza e pela juventude, cada vez mais
alimentada pela mídia e pela publicidade. Em nome delas - e contra a flacidez da pele e a
gordura - uma série de novas tecnologias – médicas e cosméticas - encontram-se disponíveis
para que cada indivíduo possa melhorar a sua “imagem pessoal”, conseguindo, assim, mais
“auto-estima” e sucesso. O objetivo é se aproximar o máximo possível das imagens dos
corpos perfeitos vendidos pelos meios de comunicação de massas.”(3)

Há uma exigência social de “estar bela”, de estar de acordo com os padrões estéticos
ideais impostos pela mídia. Quem não estiver constantemente buscando esse ideal sofrera um
certo constrangimento social e uma certa condenação. Quem não cultivar a beleza é falta de
vaidade, um “qualitativo depreciativo moral”.

“ um reles descascado no esmalte, uma maquiagem fora do tom, uma depilação por fazer ,
o uso e uma roupa fora das ultimas tendências da moda ou uma raiz mal feita, são aspectos
suficientes para fazerem surgir duras criticas a sua imagem” (4)

“A pressão social sobre aqueles que não conseguem (ou não querem) emagrecer ou
corrigir possíveis “defeitos” do corpo também é grande porque recusar a beleza de um corpo
magro torna-se sinal de negligência para consigo próprio. Esse é o tipo interpretação feita por
muitos profissionais da área de recursos humanos nas empresas, responsáveis pela seleção de
novos funcionários, por exemplo. A falta de beleza passa a ser vista como resultado de
frustrações, problemas de auto-estima, enfim, como um “problema psíquico”.(3)

Logo, a beleza torna-se um objeto social valioso já que é representada como “um dever
cultural” (4), um “dever social”e um “dever moral”. (4) Não é à toa que a recente pesquisa
feita pelo New York Times aponta para uma enorme diferença salarial (quando são
contratadas!) entre mulheres bonitas e feias. Alem disso, nota-se que as mulheres mais
bonitas conseguem empregos mais fácil.

A feiúra, então, é algo intolerável e conseqüentemente objeto de discriminação já que o seu


“antagônico é fruto de constante obstinação e perseverança”. (4) “É índice de menos-ser”(2)

“ O impacto que a feiúra tem sobre a imagem de uma mulher é justificado pelo discurso
que diz que a feia é menos feminina”(4). A feiúra, esse rompimento estético, ou a própria
inadequação estética corporal de uma mulher pode ocasionar a perda da auto-estima.“ Visto
assim, o terror que se abate sobre a feiúra traz uma serie de prejuízos sociais, físicos e
psicológicos, produzindo um conjunto de inquietações que se manifestam com relação ao
sujeito e ao seu próprio corpo. Em função dos cânones estéticos, o feio vive uma tensão
constante entre o constrangimento psicológico e as exigência simbólicas, tendo a própria
anatomia como algoz”.(4)

“...conforme já disse quando venho malhar e mantenho o meu peso ideal ta tudo azul,
saio, me divirto, levo mina vida normal; quando não, é depressão na certa, não me relaciono
nem com os meus filhos. Namorado então nessas épocas nem pensar!” ( Novaes, 2001ª, p.85)

Alguns autores consideram que a mulher moderna não possui apenas duas jornadas e sim
três. A primeira é o trabalho em casa e os cuidados com os filhos, a segunda é o trabalho fora
e o terceiro é o seu processo de embelezamento corporal: a busca pela beleza.

“Não basta ser uma boa mãe, uma boa esposa dedicada e uma profissional competente, é
preciso estar enxuta para que cada um desses papéis seja mais valorizado socialmente.”(4)
Nesse contexto, portanto, é que se inserem as entrevistas. Logo, torna-se importante
estudos sobre a percepção e relações de beleza na meia-idade feminina.Como isso influi e de
que modo as mulheres de idade adulta madura vivem isso, posto que vivencia-se um
momento de busca de satisfação com a própria vida e o corpo se torna instrumento nessa
busca pela satisfação e felicidade.

Problema e objetivo do estudo

Temos como problema a relação entre beleza e auto-estima em mulheres de 40 a 63


anos de Vitória. O objetivo é estabelecer uma relação entre os dois.

1.4 Expectativas

Esperávamos que existisse relações diretas entre a interpretação da beleza em si


mesmo e a valorização e a avaliação de si mesmo fundamentados na imagem corporal.
Assim, esperávamos que a mentalidade das entrevistadas fosse um reflexo sócio-cultural
da sociedade capitalista ocidental contemporânea.

1. Método
Delineamento

Realizamos primeiramente pesquisa bibliográfica e posteriormente levantamento.

Participantes

Mulheres de 40 a 63 anos de Vitória.

Instrumentos

Os instrumentos utilizados foram o teste de auto-estima e o questionário que abordava a


percepção e conceitos de belo das participantes, assim como comportamentos, desejos,
intenções e opiniões.
Temos consciência das limitações de medição de auto-estima apenas com um teste em um
único momento. Pois a auto-estima possui traços mais fixos no indivíduo, e também há
aqueles circunstanciais, mais variáveis.
O questionário de percepção de beleza constituía-se de nove questões e o teste de auto-
estima doze questões. Sendo que essas eram objetivas, o que facilitou uma análise
quantitativa em escores.

Procedimentos

Para evitar-se o enviezamento das repostas a partir da ordem de aplicação, a amostra foi
dividida em dois grupos. Em um se aplicava primeiro o teste de auto-estima, e no outro o
inverso ocorria.
A aplicação dos questionários e do teste deu-se de duas formas: na maioria dos casos eles
foram entregues para que as entrevistadas os respondessem. Contudo, devido a certas
circunstâncias, cinco das entrevistas foram executadas verbalmente.
Após a coleta dos dados, fez-se sua quantificação em escores e análise.

3 Resultados:
7
6
5
Nem um pouco
4
Um pouco
3 Bastante
2 Muito
1 Totalmente
0
Questão Questão Questão Questão Questão Questão
1(A) 2(A) 1(M) 2(M) 1(B) 2(B)

Questão 1: Ser bonita é importante para você?

Questão 2: Você se acha bonita?

(A) = Mulheres com Alta auto-estima


(M) = Mulheres com Média auto-estima
(B) = Mulheres com Baixa auto-estima
Alta auto estima:

4
3,5
3
2,5
Sim
2
Não
1,5
Não respondeu
1
0,5
0
Questão 3 (A) Questão 4 (A) Questão 5 (A) Questão 6 (A)

Questão 3: Você já fez alguma cirurgia plástica ou alguma intervenção estética, ex: botox?

Questão 4: Você faria cirurgia plástica? Por quê?

Questão 5: Se a senhora fosse mais bonita a senhora acha que seria mais feliz?

Questão 6: Você está satisfeita com o seu próprio corpo?


Gráfico auto-estima média

12
10
8 Sim
6 Não
4 Não respondeu
2
0
Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6

Questão 3: Você já fez alguma cirurgia plástica ou alguma intervenção estética, ex:
botox?

Questão 4: Você faria cirurgia plástica? Por quê?

Questão 5: Se a senhora fosse mais bonita a senhora acha que seria mais feliz?

Questão 6: Você está satisfeita com o seu próprio corpo?


Gráfico de baixa auto-estima

5
4
3 Sim
2 Não
1 Não respondeu
0
Questão 3 Questão 4 Questão 5 Questão 6

Questão 3: Você já fez alguma cirurgia plástica ou alguma intervenção estética, ex:
botox?

Questão 4:Você faria cirurgia plástica?

Questão 5: Se a senhora fosse mais bonita a senhora acha que seria mais feliz?

Questão 6: Você está satisfeita com seu próprio corpo?


4 Discussão e conclusão:
A partir dos dados coletados não foi possível estabelecer relação direta entre auto-estima e
percepção de beleza de si mesma. Para tal fato, temos duas hipóteses: a falta de sinceridade
nas respostas e a faixa etária das entrevistadas No primeiro caso, nota-se certo
constrangimento das entrevistadas para responder a algumas perguntas de cunho mais
subjetivo e íntimo – causado talvez pela presença da figura do entrevistador, que talvez tenha
inibido a expressão dos seus verdadeiros sentimentos e opiniões. “Há muita diferença entre o
que as pessoas fazem ou sentem e o que elas dizem a esse respeito.”
Já na segunda hipótese, a partir de fontes pesquisadas, pudemos concluir que a faixa etária
das entrevistadas influi na valorização de sua própria imagem corporal. De acordo com
estudos pesquisados e considerados na discussão, o envelhecimento do corpo no sentido de
finitude constitui uma preocupação psicológica central nos indivíduos de meia-idade e
substitui as preocupações com a carreira e com as relações interpessoais nos anos da idade
adulta prévia.
Jung considera duas grandes fases no processo de desenvolvimento na vida
considerando-se o tipo de motivação dos indivíduos. O tipo de motivação
predominante na primeira fase da vida é bem diferenciado do da maturidade e da
velhice, em que se opera um acentuado desenvolvimento do self rumo à individuação.
É através desse processo que a pessoa vai se conhecendo, retirando suas máscaras,
retirando as projeções lançadas anteriormente ao mundo externo e integrando-as a si
mesmo.
Os anos de desenvolvimento primário são forjados na preocupação em seguir os
ideais de comportamento correto, de procura de estatuto social, de prestígio e de
aprovação social, em detrimento da personalidade própria. Estão orientadas sobretudo
para aquisições no meio externo. Ao passo que a motivação da segunda fase da vida
elabora-se a partir de um processo de valorização do seu Eu verdadeiro e tende a
um acentuado desenvolvimento do self rumo à individuação.
5 Referências bibliográficas
(1) Queirós, Paula, Teresa, Oliveira. Desporto, corpo e estética – sinais de expressão da
cultura contemporânea ocidental
(2) Novaes, Joana, Vilhena, Junia. Dormindo com o inimigo. Mulher, feiúra e a busca do
corpo perfeito
(3) Cantarino, Carolina. A sonhada beleza virtual
(4) Novaes, Joana, Vilhena, Junia. Cinderela a Moura Torta: sobre a relação mulher, beleza e
feiúra
(5) Gil, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa;

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