Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
regra constante do art. 306, segundo a qual o pagamento feito por terceiro,
com desconhecimento ou oposio do devedor, no obriga a reembolsar
aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ao.
O novo Cdigo promoveu ali substanciosa alterao no correspondente art.
932 do CC/16, para prever hiptese em que o devedor se eximir da obrigao
de reembolsar o terceiro que houver pago o dbito, independentemente do
benefcio que tenha experimentado, sempre que o pagamento se d sem o seu
consentimento ou com a sua oposio, quando tinha, ele, devedor, meios ou
instrumentos de evitar a cobrana do dbito pelo credor, como, se d, por
exemplo, nas hipteses em que o devedor dispe de defesas pessoais, s
oponveis ao primitivo credor. Na antiga redao do art. 932 do CC/16 o
devedor, mesmo opondo-se ao pagamento pelo terceiro no interessado,
estava obrigado a reembols-lo, ao menos at a importncia em que o
pagamento lhe foi til. O art. 306 do novo cdigo promove importante
modificao na regra de reembolso, passando a dispor que o devedor, mesmo
aproveitando-se, aparentemente, do pagamento feito pelo terceiro, no estar
mais obrigado a reembols-lo, desde que dispusesse, poca, dos meios
legais de ilidir a ao do credor, vale dizer, de evitar que o credor viesse a
exercer o seu direito de cobrana. Na verdade, se o devedor tinha meios para
evitar a cobrana, e ainda assim, com a sua oposio ou seu
desconhecimento, vem um terceiro e paga a dvida, sofreria prejuzo se tivesse
que reembolsar quele, significando inaceitvel onerao de sua posio na
relao obrigacional por fato de terceiro.
Para melhor compreenso do art. 306 do Cdigo Civil, mais uma vez, faz-se
necessrio recordar os efeitos jurdicos do pagamento feito por terceiro
interessado e por terceiro no interessado. Em relao ao terceiro no
O que se tem que ter em mente e entender que, se o devedor tinha meios
para se opor ao pagamento, e se o mesmo fora realizado sem a sua
autorizao ou seu conhecimento, o devedor no obrigado a reembolsar o
terceiro, porque ele foi todo intil ao devedor. Porm, se em qualquer das
hipteses citadas acima, parte do montante for til ao devedor, este dever
reembolsar o terceiro exatamente pelo o que lhe foi til.