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DIREITO
CONSTITUCIONAL
1.1.2. Território. Espaço físico onde se exerce a soberania. Trata-se de conceito jurídico, não
geográfico.
1.1.4. Fins (ou finalidades). Objetivos a serem alcançados pelo Estado. Discutível a inserção
como elemento constitutivo do Estado.
1
1.5. Regimes Políticos (critério da soberania popular)
2. Constituição
2.1. Conceito. Conjunto de normas jurídicas que organiza os elementos constitutivos do Estado.
2.2. As normas jurídicas constitucionais podem ser regras (fórmulas delimitadas e objetivas
aplicáveis por subsunção - tudo ou nada) ou princípios (fórmulas amplas aplicáveis por
ponderação - de valores/interesses) (Veja outras considerações sobre este tema).
2.4. Concepções.
2.5. Classificações
2.5.1.1. Materiais. Tratam da estrutura fundamental do Estado e dos limites da atuação estatal (ao
declarar os direitos individuais).
2.5.1.2. Formais. São todas aquelas, independentemente do assunto tratado, inseridas no Texto
Constitucional.
2.5.2. Forma
2.5.2.1. Escritas.
2.5.4. Origem
2
2.5.4.1. Populares ou democráticas
2.5.5. Estabilidade
2.5.5.2. Flexíveis. Alteração com as mesmas formalidades utilizadas para edição da legislação
comum.
2.5.6. Extensão
2.5.7. Dogmática
2.5.7.1. Ortodoxas.
2.5.7.2. Ecléticas.
2.6.1. Mundo Antigo. Grécia. Aristóteles. A Constituição de Atenas. Normas esparsas, tradições e
costumes.
2.6.3. Primeiras Constituições Modernas (Liberais): Virgínia (1776). EUA (1787). França (1791).
3. Direito Constitucional
3.1. Conceito. Ramo do direito público que expõe, interpreta e sistematiza as normas (princípios
e regras) fundamentais do Estado.
Características: (a) inicial; (b) ilimitado (ou absoluto). Não se sujeita a regras. Encontra tão-
somente condicionamentos históricos, sociais, econômicos e políticos; (c) incondicionado
(juridicamente).
Titular do poder constituinte. Aquele que o exerce ("o titular do poder constituinte é produto das
circunstâncias históricas"). Pode ser o povo, um ditador, uma classe social, etc. Registre-se o
posicionamento doutrinário que sustenta ser sempre o povo o titular do poder constituinte.
Agentes do poder constituinte. As pessoas físicas que elaboram e editam uma Constituição em
nome do titular do Poder Constituinte.
Item 1
ATENDENDO ao estado de apreensão criado no País pela infiltração comunista, que se torna dia
a dia mais extensa e mais profunda, exigindo remédios, de caráter radical e permanente;
ATENDENDO a que, sob as instituições anteriores, não dispunha, o Estado de meios normais de
preservação e de defesa da paz, da segurança e do bem-estar do povo;
Sem o apoio das forças armadas e cedendo às inspirações da opinião nacional, umas e outras
justificadamente apreensivas diante dos perigos que ameaçam a nossa unidade e da rapidez com
que se vem processando a decomposição das nossas instituições civis e políticas;
Resolve assegurar à Nação a sua unidade, o respeito à sua honra e à sua independência, e ao povo
brasileiro, sob um regime de paz política e social, as condições necessárias à sua segurança, ao
seu bem-estar e à sua prosperidade, decretando a seguinte Constituição, que se cumprirá desde
hoje em todo o Pais: (Constituição de 1937)
Item 2
4
Nós, os representantes do povo brasileiro, reunidos, sob a proteção de Deus, em Assembléia
Constituinte para organizar um regime democrático, decretamos e promulgamos a seguinte
(Constituição de 1946)
Item 3
À NAÇAO
É indispensável fixar o conceito do movimento civil e militar que acaba de abrir ao Brasil uma
nova perspectiva sobre o seu futuro. O que houve e continuará a haver neste momento, não só no
espírito e no comportamento das classes armadas, como na opinião pública nacional, é uma
autêntica revolução.
A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz, não o
interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação.
O presente Ato institucional só poderia ser editado pela revolução vitoriosa, representada pelos
Comandos em Chefe das três Armas que respondem, no momento, pela realização dos objetivos
revolucionários, cuja frustração estão decididas a impedir. Os processos constitucionais não
funcionaram para destituir o governo, que deliberadamente se dispunha a bolchevizar o País.
Destituído pela revolução, só a esta cabe ditar as normas e os processos de constituição do novo
governo e atribuir-lhe os poderes ou os instrumentos jurídicos que lhe assegurem o exercício do
Poder no exclusivo interesse do Pais. Para demonstrar que não pretendemos radicalizar o
processo revolucionário, decidimos manter a Constituição de 1946, limitando-nos a modificá-la,
apenas, na parte relativa aos poderes do Presidente da República, a fim de que este possa cumprir
a missão de restaurar no Brasil a ordem econômica e financeira e tomar as urgentes medidas
destinadas a drenar o bolsão comunista, cuja purulência já se havia infiltrado não só na cúpula do
governo como nas suas dependências administrativas. Para reduzir ainda mais os plenos poderes
de que se acha investida a revolução vitoriosa, resolvemos, igualmente, manter o Congresso
Nacional, com as reservas relativas aos seus poderes, constantes do presente Ato Institucional.
Fica, assim, bem claro que a revolução não procura legitimar-se através do Congresso. Este é que
recebe deste Ato Institucional, resultante do exercício do Poder Constituinte, inerente a todas as
revoluções, a sua legitimação.
5
Em nome da revolução vitoriosa, e no intuito de consolidar a sua vitória, de maneira a assegurar a
realização dos seus objetivos e garantir ao País um governo capaz de atender aos anseios do povo
brasileiro, o Comando Supremo da Revolução, representado pelos Comandantes-em-Chefe do
Exército, da Marinha e da Aeronáutica resolve editar o seguinte.
ATO INSTITUCIONAL
Item 4
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 26
Art 2º. O Presidente do Supremo Tribunal Federal instalará a Assembléia Nacional Constituinte e
dirigirá a sessão de eleição do seu Presidente.
Art 3º A Constituição será promulgada depois da aprovação de seu texto, em dois turnos de
discussão e votação, pela maioria absoluta dos Membros da Assembléia Nacional Constituinte.
Item 5
Item 6
6
- Acao direta de inconstitucionalidade. Paragrafos 1. e 2. do artigo 45 da Constituicao Federal. - A
tese de que ha hierarquia entre normas constitucionais originarias dando azo a declaracao de
inconstitucionalidade de umas em face de outras e incompossivel com o sistema de Constituicao
rigida. - Na atual Carta Magna "compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda
da Constituicao" (artigo 102, "caput"), o que implica dizer que essa jurisdicao lhe e atribuida para
impedir que se desrespeite a Constituicao como um todo, e nao para, com relacao a ela, exercer o
papel de fiscal do Poder Constituinte originario, a fim de verificar se este teria, ou nao, violado os
principios de direito suprapositivo que ele proprio havia incluido no texto da mesma
Constituicao. - Por outro lado, as clausulas petreas nao podem ser invocadas para sustentacao da
tese da inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores em face de normas
constitucionais superiores, porquanto a Constituicao as preve apenas como limites ao Poder
Constituinte derivado ao rever ou ao emendar a Constituicao elaborada pelo Poder Constituinte
originario, e nao como abarcando normas cuja observancia se impos ao proprio Poder
Constituinte originario com relacao as outras que nao sejam consideradas como clausulas petreas,
e, portanto, possam ser emendadas. Acao nao conhecida por impossibilidade juridica do pedido.
Item 7
Reforma: (a) revisão (mais extensa - ver o art. 3o. do ADCT) e (b) emenda (pontual - ver o art. 60
da CF/88).
Limites:
(a) materiais: (a.1) explícitos (art. 60, §4o. da CF) e (a.2) implícitos (titular do poder reformador,
procedimento de reforma, entre outros)
Item 8
Item 9
8
CONCURSO PARA PROVIMENTO DE FISCAL DO IMPOSTO DE CONSUMO OU DO
IMPOSTO ADUANEIRO. PRAZO DE VALIDADE PRORROGADO ATE A NOMEACAO DO
ULTIMO CANDIDATO (LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 41). REGRA QUE PERDEU O
VIGOR, COM O ADVENTO DA LEI 5.987/73, ART. 3., E, POSTERIORMENTE, PELA
EMENDA CONSTITUCIONAL N. 8/77. A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 8/77, FIXOU
EM QUATRO ANOS O PRAZO DE VALIDADE DOS CONCURSOS (ART. 97, PARAGRAFO
3., DA CONSTITUICAO FEDERAL). TRATA-SE DE REGRA IMPERATIVA, QUE INCIDE
IMEDIATAMENTE POR FORCA DE SUA NATUREZA CONSTITUCIONAL.
INOCORRENCIA DE DIREITO ADQUIRIDO CONTRA A CONSTITUICAO.
PRECEDENTES: MS 20.157, PLENO, RTJ 95/51. RE NAO CONHECIDO.
Item 10
Item 11
Não envolve os Municípios (art. 29 da CF e o art. 11, parágrafo único do ADCT: Lei Orgânica
elaborada pela Câmara Municipal).
9
Item 12
Item 13
Item 14
10
RECURSO EXTRAORDINARIO- RE-134584 / CE
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO
Rel. Acórdão
Min. MAURICIO CORREA
Publicação: DJ DATA-13-03-98 PP-00013 EMENT VOL-01902-02 PP-00338
Julgamento: 06/05/1997 - Segunda Turma
CONSTITUCIONAL. PROCESSO LEGISLATIVO. VETO: QUORUM PARA A SUA
REJEIÇÃO. C.F., 1967, art. 59, § 3º. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ, art. 38, § 3º.
SUPERVENIÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. EXIGÊNCIA DE MAIORIA
ABSOLUTA (CF, art. 66, § 4º). ELABORAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS: ART.
11 DO ADCT/CF-88. POSTERGAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CARTA FEDERAL ATÉ A
ELABORAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS. IMPOSSIBILIDADE. 1. A exceção
contida no art. 11 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Carta Federal de 1988,
que deferiu aos Estados-Membros o prazo de um ano para elaborarem as suas Constituições, não
postergou a observância obrigatória dos princípios nela estabelecidos. 1.1. Não se compadece
com esses princípios (CF, art.66,§ 4 ) o entendimento de que si et in quantum se elaborava a
Carta Política do Estado os comandos inatos do poder constituinte originário no campo federal
estivessem subsumidos pela temporariedade estabelecida no art. 11 do ADCT-CF/88. O lapso
temporal nele previsto não poderia implicar o adiamento da observância de regras constitucionais
de cumprimento obrigatório, sobretudo em matéria de ordem pública relacionada com o Poder
Legislativo. 2. Processo legislativo. Veto. Constituição do Estado do Ceará. Exame da questão na
vigência da Carta Federal de 1988: exigência de maioria absoluta. 2.1 - Se o quorum para a
apreciação do veto é o da maioria absoluta (artigo 66, § 4º, CF) e o seu exame ocorreu na
vigência da atual Carta da República, não poderia a Assembléia Legislativa do Estado do Ceará
valer-se daquele fixado na anterior Constituição Estadual para determiná-lo como sendo o de dois
terços. Recurso extraordinário não conhecido.
Consiste na atribuição de novos conteúdos à norma constitucional, sem modificação do seu teor
literal, em razão de mudanças históricas ou de fatores políticos e sociais que não estavam
presentes na mente dos constituintes. É um processo informal de reforma do texto da
Constituição (Luís Roberto Barroso).
Seção 1
Não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua jurisdição, nem escravidão,
nem trabalhos forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente
condenado.
Seção 2
O Congresso terá competência para fazer executar este artigo por meio das leis
necessárias.(Fonte: Site da Embaixada dos EUA no Brasil)
2.2. Recepção
Item 2
12
RECURSO EXTRAORDINARIO - RE-224760/RJ
Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO
Publicação: DJ DATA-19-11-99 PP-00069 EMENT VOL-01972-04 PP-00768
Julgamento: 19/10/1999 - Primeira Turma
Item 3
2.3. Revogação
Item 4
13
ACAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - MEDIDA CAUTELAR .- ADIMC-
129/SP
Relator(a): Min. FRANCISCO REZEK
Rel. Acórdão Min. CELSO DE MELLO Publicação: DJ DATA-28-08-92 PP-13450 EMENT
VOL-01672-01 PP-00001
Julgamento: 07/02/1992 - TRIBUNAL PLENO
Item 5
Item 6
2.4. Repristinação
É a restauração expressa de uma lei revogada por intermédio de outra (lei repristinatória). Assim,
no direito brasileiro, se a lei A é revogada pela lei B, a lei C, que revoga a lei B, não restaura a lei
A. O art. 2o., §3o. da LICC exige manifestação expressa do legislador para a
repristinação/restauração ("Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a
lei revogadora perdido a vigência").
Item 7
Mostra-se inquestionável, no entanto, a despeito das críticas doutrinárias que lhe têm sido feitas
(...), que o Supremo Tribunal Federal vem adotando posição jurisprudencial, que, ao estender a
teoria da nulidade aos atos inconstitucionais, culmina por recusar-lhes qualquer carga de eficácia
jurídica. (...)
Esse entendimento - hoje expressamente consagrado em nosso sistema de direito positivo (Lei nº
9.868/99, art. 11, § 2º) -, além de refletir-se no magistério da doutrina (...), também encontra
apoio na própria jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que, desde o regime constitucional
anterior (...) vem reconhecendo a existência de efeito repristinatório nas decisões desta Corte
Suprema, que, em sede de fiscalização normativa abstrata, declaram a inconstitucionalidade ou
deferem medida cautelar de suspensão de eficácia dos atos estatais questionados em ação direta."
Despacho datado de 17 de abril de 2001. Ministro CELSO DE MELLO. ADIn 2.215-PE (Medida
Cautelar). Informativo STF n. 224.
15
Item 8
Item 9
A mais festejada das teorias acerca da eficácia das normas constitucionais, apresentada por José
Afonso da Silva, identifica a existência de três tipos: (a) eficácia plena - possui normatividade
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suficiente para imediata incidência independentemente de legislação superveniente; (b) eficácia
contida - possui normatividade suficiente para imediata incidência mas prevê a edição de
legislação superveniente que restrinja sua eficácia e (c) eficácia limitada - não possui
normatividade suficiente para imediata incidência. A matéria depende necessariamente da
intervenção do legislador infraconstitucional.
Os dois instrumentos presentes no texto constitucional para garantir efetividade aos direitos
dependentes de normas regulamentadoras são: (a) ação direta de inconstitucionalidade por
omissão (art. 103, §3o.) e (b) mandado de injunção (art. 5o., LXXI).
Item 10
Item 11
Item 12
Item 13
Item 14
Item 15
Item 16
Item 17
Construção significa tirar conclusões a respeito de matérias que estão fora e além das expressões
contidas no texto e dos fatores nele considerados. São conclusões que se colhem no espírito, não
na letra da norma.
(a) superioridade hierárquica: nenhum ato jurídico pode subsistir validamente no âmbito do
Estado em conflito com a Constituição;
(b) natureza da linguagem: apresentam maior abertura ou abstração e menor densidade jurídica na
medida em que são regras principiológicas e esquemáticas. Geram uma indispensável operação
de concretização (liberdade de conformação, discricionariedade);
20
(c) conteúdo específico: ao veicular normas de organização, programáticas, valores a serem
preservados e fins a serem alcançados. Distanciam-se da estrutura típica das normas jurídicas
(ordens e proibições);
(d) caráter político: veiculam as decisões fundamentais em relação à organização política da vida
em sociedade (esforço de juridicização do fenômeno político).
A doutrina e a jurisprudência reconhecem que o Poder Executivo pode deixar de aplicar os atos
legislativos que considere inconstitucionais. A interpretação judicial apesar de final e vinculante
para os outros Poderes pode ser superada pela alteração do texto da própria Constituição.
Item 18
ADIMC-221 / DF
ACAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - MEDIDA CAUTELAR .
Relator(a): Min. MOREIRA ALVES
Publicação: DJ DATA-22-10-93 PP-22251 EMENT VOL-01722-01 PP-00028
Julgamento: 29/03/1990 - TRIBUNAL PLENO
Item 19
- incidirá também:
a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se tratar de bem destinado a
consumo ou ativo fixo do estabelecimento, assim como sobre serviço prestado no exterior,
cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o estabelecimento destinatário da mercadoria
ou do serviço;
a)sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica,
ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim
como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o
domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;
Interpretação quanto aos resultados ou à extensão. Pode ser declaratória, extensiva ou restritiva.
Há certa convergência em torno das premissas de que as regras gerais, as que estabelecem
benefícios, as punitivas e as de natureza fiscal são interpretadas restritivamente. Por outro lado, as
que asseguram direitos, estabelecem garantias e fixam prazos são interpretadas extensivamente.
Item 20
Recurso extraordinário. Dispensa de emprego. Adoção, dentre outros critérios de dispensa pela
necessidade de reduzir seu quadro, da idade de 65 anos por terem os empregados com essa idade
direito a aposentadoria independentemente de tempo de serviço, o que não acontece com os de
idade mais baixa. - Impossibilidade de se levar em consideração, no julgamento deste recurso
extraordinário, a Lei 9.029/95, não só porque o artigo 462 do C.P.C. não se aplica quando a
superveniência da norma legal ocorre já no âmbito desse recurso, mas também porque, além de
haver alteração no pedido, existiria aplicação retroativa da citada Lei. - Inexistência de ofensa ao
artigo 7º, XXX, da Constituição, que nem por interpretação extensiva, nem por aplicação
analógica, se aplica à hipótese de dispensa de emprego que tem tratamento específico, no tocante
a despedida discriminatória, no inciso I desse mesmo artigo 7º que dá proteção contra ela
proteção essa provisoriamente disciplinada nos incisos I e II do artigo 10 do ADCT, que não é
norma de exceção, mas, sim, de transição. - Não estabeleceu a Constituição de 1988 qualquer
exceção expressa que conduzisse à estabilidade permanente, nem é possível admiti-la por
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interpretação extensiva ou por analogia, porquanto, como decorre, inequivocamente do inciso I
do artigo 7º da Constituição a proteção que ele dá à relação de emprego contra despedida
arbitrária ou sem justa causa é a indenização compensatória que a lei complementar terá
necessariamente que prever, além de outros direitos que venha esta a estabelecer, exceto,
evidentemente, o de estabilidade permanente ou plena que daria margem a um bis in idem
inadmissível com a indenização compensatória como aliás se vê da disciplina provisória que se
encontra nos incisos I e II do artigo 10 do ADCT. Recurso extraordinário não conhecido.
Item 21
Item 22
Item 23
Item 24
23
A PALAVRA IMPORTACAO TEM SIGNIFICADO PROPRIO NO DIREITO FISCAL E NAO
PODE SUBORDINAR-SE A INTERPRETACOES EXTENSIVAS. VENDA DE NAVIO
REFUGIADO EM PORTO BRASILEIRO.
Item 25
Item 26
Item 27
(a) gramatical ou literal: considera o conteúdo semântico (o sentido possível) das palavras. O
apego extremo ao texto pode conduzir à injustiça, à fraude ou ao ridículo.
As palavras empregadas na Constituição devem ser entendidas em seu sentido geral e comum, a
menos que resulte claramente de seu texto que o constituinte pretendeu referir-se ao seu sentido
técnico-jurídico (Linares Quintana).
24
Item 28
Item 29
(b) histórica: busca o sentido da lei através dos precedentes legislativos e dos trabalhos
preparatórios.
Apesar das críticas ao método histórico, ele desempenha um papel destacado na interpretação
constitucional.
Item 30
ADIMC-2176 / RJ
ACAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - MEDIDA CAUTELAR
Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE
Publicação: DJ DATA-09-06-00 PP-00022 EMENT VOL-01994-01 PP-00048
Julgamento: 11/05/2000 - Tribunal Pleno
25
I. Contribuição previdenciária: incidência sobre proventos da inatividade e pensões de servidores
públicos (L. est. 13.309/99, do Rio de Janeiro): densa plausibilidade da argüição da sua
inconstitucionalidade, sob a EC 20/98, já afirmada pelo Tribunal (ADnMC 2.010, 29.9.99). 1.
Reservado para outra oportunidade o exame mais detido de outros argumentos, é inequívoca, ao
menos, a plausibilidade da argüição de inconstitucionalidade da norma local questionada,
derivada da combinação, na redação da EC 20/98, do novo art. 40, § 12, com o art. 195, II, da
Constituição Federal, e reforçada pela análise do processo legislativo da recente reforma
previdenciária, no qual reiteradamente derrotada, na Câmara dos Deputados, a proposta de
sujeição de aposentados e pensionistas do setor público à contribuição previdenciária. 2. O art.
195, § 4º, parece não legitimar a instituição de contribuições sociais sobre fontes que a
Constituição mesma tornara imunes à incidência delas; de qualquer sorte, se o autorizasse, no
mínimo, sua criação só se poderia fazer por lei complementar. 3. Aplica-se aos Estados e
Municípios a afirmação da plausibilidade da argüição questionada: análise e evolução do
problema. 4. Precedentes.
(c) sistemática: procura o sentido da norma nas suas relações com as demais (formação de um
todo, de um sistema).
Item 31
(d) teleológica: procura revelar o fim da norma, o valor ou bem jurídico visado pelo ordenamento
com a sua edição.
Item 32
Item 33
Imunidade tributária do patrimônio das instituições de educação, sem fins lucrativos (fundação
autárquica mantenedora de universidade federal) (CF, art. 150, VI, c): sua aplicabilidade de modo
a preexcluir a incidência do IPTU sobre imóvel de propriedade da entidade imune, ainda quando
alugado a terceiro, sempre que a renda dos aluguéis seja aplicada em suas finalidades
institucionais.
Da aplicação dos diversos métodos pode resultar uma convergência ou uma divergência de
resultados. Na última hipótese, duas diretrizes devem ser observadas: (a) os limites e
possibilidades do texto e (b) os métodos objetivos (sistemático e teleológico) têm preferência
sobre os métodos subjetivos (como o histórico).
Os princípios são a síntese dos valores mais relevantes da ordem jurídica. São verdadeiras normas
jurídicas, ao lado das regras ou disposições. Podem ser: (a) fundamentais; (b) gerais e (c) setoriais
ou especiais.
Item 34
27
ADIMC-293/DF - ACAO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - MEDIDA
CAUTELAR
Relator(a): Min. CELSO DE MELLO
Publicação: DJ DATA-16-04-93 PP-06429 EMENT VOL-01699-01 PP-00009
Julgamento: 06/06/1990 - TRIBUNAL PLENO
O intérprete e o aplicador do direito devem observar duas premissas básicas: (a) não sendo
evidente a inconstitucionalidade, havendo dúvida ou a possibilidade de razoavelmente se
considerar a norma válida, deve o órgão competente abster-se da declaração de
inconstittucionalidade e (b) havendo alguma interprtação possível que permita afirmar-se a
compatibilidade da norma com a Constituição, em meio a outras que carreavam para ela um juízo
de invalidade, deve o intérprete optar pela interpretação legitimadora, mantendo o preceito em
vigor.
Item 35
O processo encontra limites. Não é possível torcer o sentido das palavras nem alterar a clara
intenção do legislador.
Difere da declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto porque esta exclui algumas
interpretações admitindo que quaisquer outras são constitucionais.
30
Item 36
RP-1417/DF - REPRESENTACAO
Relator(a): Min. MOREIRA ALVES
Publicação: DJ DATA-15-04-88 PG-08397 EMENT VOL-01497-01 PG-00072
Julgamento: 09/12/1987 - TRIBUNAL PLENO
Item 37
31
"Emprestimo compulsorio". (Dl. 2.288/86, art. 10): incidencia na aquisicao de automoveis de
passeio, com resgate em quotas do Fundo Nacional de Desenvolvimento: inconstitucionalidade.
1. "Emprestimo compulsorio, ainda que compulsorio, continua emprestimo" (Victor Nunes Leal):
utilizando-se, para definir o instituto de Direito Publico, do termo emprestimo, posto que
compulsorio - obrigacao "ex lege" e nao contratual-, a Constituicao vinculou o legislador a
essencialidade da restituicao na mesma especie, seja por forca do principio explicito do art. 110
Codigo Tributario Nacional, seja porque a identidade do objeto das prestacoes reciprocas e
indissociavel da significacao juridica e vulgar do vocabulo empregado. Portanto, nao e
emprestimo compulsorio, mas tributo, a imposicao de prestacao pecuniaria para receber, no
futuro, quotas do Fundo Nacional de Desenvolvimento: conclusao unanime a respeito. 2.
Entendimento da minoria, incluido o relator segundo o qual - admitindo-se em tese que a exacao
questionada, nao sendo emprestimo, poderia legitimar-se, quando se caracterizasse imposto
restituivel de competencia da Uniao - , no caso, a reputou invalida, porque ora configura tributo
reservado ao Estado (ICM), ora imposto inconstitucional, porque discriminatorio. 3.
Entendimento majoritario, segundo o qual, no caso, nao pode, sequer em tese, cogitar de dar
validade, como imposto federal restituivel, ao que a lei pretendeu instituir como emprestimo
compulsorio, porque "nao se pode, a titulo de se interpretar uma lei conforme a Constituicao, dar-
lhe sentido que falseie ou vicie o objetivo legislativo em ponto essencial"; duvidas, ademais,
quanto a subsistencia, no sistema constitucional vigente, da possibilidade do imposto restituivel.
4. Recurso extraordinario da Uniao, conhecido pela letra "b", mas, desprovido.
Item 40
33
- Acao direta de inconstitucionalidade. Paragrafos 1. e 2. do artigo 45 da Constituicao Federal. - A
tese de que ha hierarquia entre normas constitucionais originarias dando azo a declaracao de
inconstitucionalidade de umas em face de outras e incompossivel com o sistema de Constituicao
rigida. - Na atual Carta Magna "compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda
da Constituicao" (artigo 102, "caput"), o que implica dizer que essa jurisdicao lhe e atribuida para
impedir que se desrespeite a Constituicao como um todo, e nao para, com relacao a ela, exercer o
papel de fiscal do Poder Constituinte originario, a fim de verificar se este teria, ou nao, violado os
principios de direito suprapositivo que ele proprio havia incluido no texto da mesma
Constituicao. - Por outro lado, as clausulas petreas nao podem ser invocadas para sustentacao da
tese da inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores em face de normas
constitucionais superiores, porquanto a Constituicao as preve apenas como limites ao Poder
Constituinte derivado ao rever ou ao emendar a Constituicao elaborada pelo Poder Constituinte
originario, e nao como abarcando normas cuja observancia se impos ao proprio Poder
Constituinte originario com relacao as outras que nao sejam consideradas como clausulas petreas,
e, portanto, possam ser emendadas. Acao nao conhecida por impossibilidade juridica do pedido.
(b) necessidade. Não há medida ou caminho alternativo para chegar ao mesmo resultado com
menor ônus a direito ou situação do atingido pelo ato;
(c) da proporcionalidade em sentido estrito. O que se perde com a medida tem menor relevo do
que aquilo que se ganha.
Item 41
Item 42
Gas liquefe ito de petroleo: lei estadual que determina a pesagem de botijoes entregues ou
recebidos para substituicao a vista do consumidor, com pagamento imediato de eventual
diferenca a menor: arguicao de inconstitucionalidade fundada nos arts. 22, IV e VI (energia e
metrologia), 24 e PARS., 25, PAR. 2., 238, alem de violacao ao principio de proporcionalidade e
razoabilidade das leis restritivas de direitos: plausibilidade juridica da arguicao que aconselha a
suspensao cautelar da lei impugnada, a fim de evitar danos irreparaveis a economia do setor, no
caso de vir a declarar-se a inconstitucionalidade: liminar deferida.
6.7. Efetividade
Item 43
Item 44
Item 45
Item 46
Item 47
Por influência do princípio da eficência ou da interpretação efetiva, deve ser atribuída a norma
veiculadora de direito fundamental o sentido que maior eficácia lhe dê.
39
(D. CONSTITUCIONAL I) CAPÍTULO 4 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
1. Sentido
2. Fundamento
3. Origens
Já na Europa, a partir do século XX, foi desenvolvido o modelo de controle abstrato (exame da
lei em tese) por órgão não pertencente ao Poder Judiciário com decisão produzindo efeitos ERGA
OMNES (ou gerais).
4. Formas de inconstitucionalidade
4.2. Por omissão: na ausência de norma para tornar efetivo um preceito constitucional.
São basicamente dois os instrumentos para solução da omissão: (a) ação de inconstitucionalidade
por omissão (art. 103, parágrafo segundo da CF) e (b) mandado de injunção (art. 5o., inciso
LXXI da CF).
5. Formas de controle
Realizado pelo Poder Legislativo no âmbito das Comissões de Constituição e Justiça e pelo Poder
Executivo quando da sanção dos projetos de lei, onde é possível o veto por inconstitucionalidade
(art. 66, parágrafo primeiro da CF).
40
Item 1
I - opinar sobre a constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade das matérias que lhe forem
submetidas por deliberação do Plenário, por despacho da Presidência, por consulta de qualquer
comissão, ou quando em virtude desses aspectos houver recurso de decisão terminativa de
comissão para o Plenário;
(...)
III - propor, por projeto de resolução, a suspensão, no todo ou em parte, de leis declaradas
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (Const., art. 52, X);
(...)
Realizado pelo Poder Judiciário de duas formas: (a) em abstrato e (b) em concreto.
6. Órgãos de controle
6.1. Político: por órgãos não pertencentes ao Poder Judiciário. Exemplo: França.
6.2. Judiciário. Exemplos: EUA e Brasil (arts. 97 e 102, inciso I, alínea a da CF).
7. Critérios de controle
7.1. Difuso: qualquer juiz ou tribunal pode declarar a inconstitucionalidade da lei no caso em
exame.
41
8. Meios de controle
8.1. Incidental ou por via de defesa: como questão prejudicial na discussão de um direito no caso
concreto.
Item 2
EXMO. SR. DR. JUIZ DA ... VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO
FEDERAL
A Empresa 123 ABC LTDA, estabelecida no SCS, Quadra 3, Bloco E, Brasília, DF, por seu
advogado infra-assinado (doc. 01), com fundamento no art. 292 do Código de Processo Civil; art.
5°, caput, 37, caput, 150, inciso I, da Constituição; art. 165 do Código Tributário Nacional, vem,
respeitosamente, à presença de V. Exa., propor a presente
AÇÃO ORDINÁRIA
I - DOS FATOS
Tendo em vista o Decreto-lei n. 2.288, de 1986, ter instituído empréstimo compulsório sobre
aquisição de veículos, com alíquota de 30% incidente sobre o valor da aquisição, a autora
recolheu em favor da Fazenda Nacional a quantia total de $ 30.000. Comprovam os
recolhimentos os DARFs em anexo (docs. 05 a 07).
II - DO DIREITO
III - DO PEDIDO
42
Ante o exposto, pedindo seja a presente ação julgada procedente, declarando-se, incidentalmente,
a inconstitucionalidade do art. 10 e seguintes do Decreto-lei n. 2.288, de 1986, a autora,
respeitosamente, requer:
(a) a citação da UNIÃO FEDERAL/Fazenda Nacional, na pessoa de seu representante legal, para
responder aos termos da presente ação;
Termos em que
Pede deferimento.
Item 3
Do pedido
Por todo o exposto, pede o autor seja suspensa liminarmente a íntegra da Lei Federal 9.882, de 03
de dezembro de 1999. Sucessivamente, pede seja suspensa liminarmente a íntegra do parágrafo
único do artigo 1o.; do parágrafo 3o. do artigo 5o.; do artigo 10, caput, com seu parágrafo 3o., e
do artigo 11 da Lei Federal 9.882, de 03 de dezembro de 1999.
Requer seja citado o Advogado-Geral da União, nos termos do artigo 103, parágrafo 3o. da
Constituição Federal, para defender o ato impugnado, na Praça dos Três Poderes, Palácio do
Planalto, Anexo IV, em Brasília, Distrito Federal.
9. Efeitos da decisão
10.3. Inexistente.
11.2. EX NUNC: a decisão que declara a inconstitucionaldiade não é retroativa. Produz efeitos a
partir da publicação da decisão.
Controle repressivo da constitucionalidade pelo Poder Legislativo: (a) decreto legislativo para
sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (art. 49, inciso
V da CF) e (b) medidas provisórias sem atendimento dos pressupostos (art. 62, §5o. da CF).
Abstrato. Nele o processo tem natureza objetiva. Não se admite a discussão de situações de
interesses concretos. O art. 7o. da Lei n. 9.868, de 1999, abrandou a impossibilidade de
intervenção de terceiros ao admitir a figura do AMICUS CURIAE. Também é digna de nota a
ampliação da legitimação ativa (art. 103 da CF).
Incidental. Nele o processo tem natureza subjetiva. Existe a possibilidade de se conferir efeito
geral à decisão pela inconstitucionalidade mediante intervenção do Senado Federal (art. 52,
inciso X da CF).
44
14.1. Ação direta de inconstitucionalidade (ADIn)
Trata-se de ação de competência originária do STF, a ser proposta pelos legitimados do art. 103
da Constituição. O procedimento a ser observado está regulado na Lei n. 9.868, de 1999.
As principais definições da Lei n. 9.868, de 1999, são as seguintes: (a) a petição inicial indicará
os dispositivos impugnados, os fundamentos jurídicos do pedido e o pedido com suas
especificações; (b) não se admitirá desistência; (c) o relator pedirá informações aos órgãos ou às
autoridades das quais emanou o ato impugnado; (d) as informações serão prestadas no prazo de
trinta dias; (e) em regra não haverá intervenção de terceiros, salvo deliberação do relator pela
relevância da participação; (f) depois das informações serão ouvidos, sucessivamente e no prazo
de quinze dias, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República e (g) o relator
poderá determinar uma série de atos instrutórios.
A maioria absoluta dos membros do Tribunal poderá conceder medida cautelar, dotada de eficácia
contra todos e com efeitos ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia
retroativa. A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente,
salvo expressa manifestação em sentido contrário. A parte dispositiva da decisão pela concessão
da cautelar será publicada em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da
União.
Introduzida pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993. Somente pode ser utilizada em relação a
ato normativo federal. A legitimação ativa foi reduzida, nos termos do art. 103, §4o. da Carta
Magna. Também tem procedimento regulado pela Lei n. 9.868, de 1999.
A ADC possui uma condição especial de procedibilidade. É preciso demonstrar séria divergência
ou controvérsia jurisprudencial (decisões pela inconstitucionalidade) em torno do ato normativo a
ser analisado.
45
Na ADC também não se admite a desistência. A intervenção de terceiros é completamente
vedada. Não há pedido de informações e audiência do AGU. Ouve-se, também no prazo de
quinze dias, o Procurador-Geral da República.
O Supremo Tribunal Federal poderá, por decisão da maioria absoluta de seus membros, deferir
medida cautelar na ADC. Neste caso, a manifestação consiste na determinação de que os juízes e
os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação do ato objeto da
ação até seu julgamento definitivo (no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de eficácia
da cautelar). A parte dispositiva da decisão pela concessão da cautelar será publicada em seção
especial do Diário Oficial da União.
Item 4
Plenário
DECISÕES
Julgamentos
Decisão: O Tribunal, por maioria de votos, vencidos o Senhor Ministro Néri da Silveira, Relator,
e o Presidente, o Senhor Ministro Marco Aurélio, julgou procedente o pedido formulado na
inicial, para declarar a constitucionalidade dos artigos 14, 15, 16, 17 e 18 da Medida Provisória nº
2.152-2, de 1º de junho de 2001, a qual revogou a Medida Provisória nº 2.148-1, de 22 de maio
de 2001, hoje sob o número 2.198-5 e datando de 24 de agosto de 2001. Redigirá o acórdão a
Senhora Ministra Ellen Gracie. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello.
Falou, pela Advocacia-Geral da União, o Dr. Gilmar Ferreira Mendes. Plenário, 13.12.2001.
Pode ser atacada a omissão total ou parcial. A constatação de omissão administrativa implica na
cientificação do órgão competente para elaborar a norma no prazo de 30 (trinta) dias. Já no caso
de omissão legislativa, será realizada uma simples comunicação da existência de mora.
46
Pode ser federal por proposta exclusiva do Procurador-Geral da República perante o STF ou
estadual por proposta do Procurador-Geral de Justiça. A intervenção visa assegurar a observância
dos princípios constitucionais elencados no inciso VII do art. 34 da Constituição.
Encontra-se regulada pela Lei n. 9.882, de 1999 (atacada na íntegra pela ADIn 2.231, pendente de
julgamento). Os legitimados são os mesmos do art. 103 da Constituição. A controvérsia pode
versar sobre lei federal, estadual ou municipal.
Item 5
Informativo
264 (ADPF-4)
Título
ADPF: Cabimento
Artigo
Item 6
Informativo
243 (ADPF-17)
Título
ADPF e Princípio da Subsidiariedade (Transcrições)
Artigo
15. Conceito de lei e ato normativo para efeito de controle em abstrato da constitucionalidade
O vocábulo "lei" deve ser entendido no sentido amplo. Assim, qualquer espécie de ato normativo
pode ser objeto do controle direto da constitucionalidade, desde que seja de caráter geral e
abstrato. Este ato normativo pode ser: emenda à Constituição, lei ordinária, lei complementar,
medida provisória, decreto legislativo, resolução, decreto do Poder Executivo, instrução
normativa, portaria, norma regimental de tribunais, etc.
Registre-se que atos legislativos de efeitos concretos, com destinatários certos, não podem ser
submetidos ao controle abstrato de constitucionalidade.
A lei municipal que contrariar a Constituição Estadual poderá ser objeto de ação direta de
inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça (art. 125, parágrafo segundo da CF). Se a
Constituição Estadual reproduzir norma da Constituição Federal é possível da decisão da ação
direta pelo Tribunal de Justiça, a interposição de recurso extraordinário para o Supremo Tribunal
Federal.
Nos processos em que o controle da constitucionalidade é incidental, o Senado pode (não está
obrigado) suspender, com efeitos ex nunc e erga omnes, a executoriedade da lei reconhecida
como inconstitucional (art. 52, inciso X da CF).
21. Titularidade
51
O Governador do DF e a Mesa da Câmara Legislativa do DF pode provocar o controle abstrato
de leis distritais desde que editadsa em matéria de competência legislativa estadual.
A relação existente entre a norma impugnada e a entidade que ingressa com a ação direta de
inconstitucionalidade (pertinência temática) gera a figura do autor interessado ou especial em
contraponto com o autor neutro ou universal. Os primeiros são as Mesas das Assembléias, os
Governadores de Estado e as confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional,
que precisam demonstrar especial interesse na declaração da inconstitucionalidade da lei ou ato
normativo.
Item 7 (exemplos)
Constitucional
Inconstitucional
D. A investidura nos cargos da carreira de Auditor-Fiscal da Receita Federal far-se-á por força de
concurso público e de provimento derivado.
53
(D. CONSTITUCIONAL I) CAPÍTULO 5 - TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
DO HOMEM
A primeira declaração de direitos moderna foi a Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia,
de 1776. O marco histórico mais importante repousa na Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, adotada na França em 1789. Trata-se de um monumento ao liberalismo, fundada nas
idéias de liberdade, igualdade, propriedade e legalidade. Nos EUA foi adotada uma declaração de
direitos em 1791, na forma de emendas ao texto original da Constituição.
Atualmente, temos uma nítida universalização das declarações de direitos, presentes nos textos
constitucionais (portanto, com caráter normativo). Registre-se, pela sua importância, a
Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela ONU em 1948.
São as prerrogativas e as instituições mínimas ou básicas para que exista convivência humana
digna, livre e igualitária. Possuem dimensão formal e material.
As denominações encontradas são as mais diversas: direitos naturais, direitos humanos, direitos
do homem, direitos individuais, direitos públicos subjetivos, liberdades fundamentais, liberdades
públicas, entre outros. A nomenclatura consagrada na Constituição de 1988 foi justamente:
direitos fundamentais do homem.
Inegavelmente, são normas jurídicas constitucionais. José Afonso da Silva afirma que, em regra,
são de eficácia contida e aplicabilidade imediata. Registra, no entanto, que algumas podem ser de
eficácia limitada e aplicabilidade indireta (aquelas dependentes de lei integradora).
5.4. Características
54
Os caracteres mais marcantes dos direitos fundamentais são: (a) historicidade (nascem,
modificam-se e desaparecem); (b) inalienabilidade (intransferíveis e inegociáveis); (c)
imprescritibilidade (nunca deixam de ser exigíveis); (d) irrenunciabilidade (no máximo, podem
não ser exercidos); (e) universalidade (todos têm direitos fundamentais) e (f) limitabilidade (não
são absolutos).
5.5. Classificação
5.6. Garantias
55
Características: (a) inicial; (b) ilimitado (ou absoluto). Não se sujeita a regras. Encontra tão-
somente condicionamentos históricos, sociais, econômicos e políticos; (c) incondicionado
(juridicamente).
Titular do poder constituinte. Aquele que o exerce ("o titular do poder constituinte é produto das
circunstâncias históricas"). Pode ser o povo, um ditador, uma classe social, etc. Registre-se o
posicionamento doutrinário que sustenta ser sempre o povo o titular do poder constituinte.
Agentes do poder constituinte. As pessoas físicas que elaboram e editam uma Constituição em
nome do titular do Poder Constituinte.
Item 1
ATENDENDO ao estado de apreensão criado no País pela infiltração comunista, que se torna dia
a dia mais extensa e mais profunda, exigindo remédios, de caráter radical e permanente;
ATENDENDO a que, sob as instituições anteriores, não dispunha, o Estado de meios normais de
preservação e de defesa da paz, da segurança e do bem-estar do povo;
Sem o apoio das forças armadas e cedendo às inspirações da opinião nacional, umas e outras
justificadamente apreensivas diante dos perigos que ameaçam a nossa unidade e da rapidez com
que se vem processando a decomposição das nossas instituições civis e políticas;
Resolve assegurar à Nação a sua unidade, o respeito à sua honra e à sua independência, e ao povo
brasileiro, sob um regime de paz política e social, as condições necessárias à sua segurança, ao
seu bem-estar e à sua prosperidade, decretando a seguinte Constituição, que se cumprirá desde
hoje em todo o Pais: (Constituição de 1937)
Item 2
Item 3
À NAÇAO
56
É indispensável fixar o conceito do movimento civil e militar que acaba de abrir ao Brasil uma
nova perspectiva sobre o seu futuro. O que houve e continuará a haver neste momento, não só no
espírito e no comportamento das classes armadas, como na opinião pública nacional, é uma
autêntica revolução.
A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz, não o
interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação.
O presente Ato institucional só poderia ser editado pela revolução vitoriosa, representada pelos
Comandos em Chefe das três Armas que respondem, no momento, pela realização dos objetivos
revolucionários, cuja frustração estão decididas a impedir. Os processos constitucionais não
funcionaram para destituir o governo, que deliberadamente se dispunha a bolchevizar o País.
Destituído pela revolução, só a esta cabe ditar as normas e os processos de constituição do novo
governo e atribuir-lhe os poderes ou os instrumentos jurídicos que lhe assegurem o exercício do
Poder no exclusivo interesse do Pais. Para demonstrar que não pretendemos radicalizar o
processo revolucionário, decidimos manter a Constituição de 1946, limitando-nos a modificá-la,
apenas, na parte relativa aos poderes do Presidente da República, a fim de que este possa cumprir
a missão de restaurar no Brasil a ordem econômica e financeira e tomar as urgentes medidas
destinadas a drenar o bolsão comunista, cuja purulência já se havia infiltrado não só na cúpula do
governo como nas suas dependências administrativas. Para reduzir ainda mais os plenos poderes
de que se acha investida a revolução vitoriosa, resolvemos, igualmente, manter o Congresso
Nacional, com as reservas relativas aos seus poderes, constantes do presente Ato Institucional.
Fica, assim, bem claro que a revolução não procura legitimar-se através do Congresso. Este é que
recebe deste Ato Institucional, resultante do exercício do Poder Constituinte, inerente a todas as
revoluções, a sua legitimação.
ATO INSTITUCIONAL
57
Item 4
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 26
Art 2º. O Presidente do Supremo Tribunal Federal instalará a Assembléia Nacional Constituinte e
dirigirá a sessão de eleição do seu Presidente.
Art 3º A Constituição será promulgada depois da aprovação de seu texto, em dois turnos de
discussão e votação, pela maioria absoluta dos Membros da Assembléia Nacional Constituinte.
Item 5
Item 6
Item 7
Reforma: (a) revisão (mais extensa - ver o art. 3o. do ADCT) e (b) emenda (pontual - ver o art. 60
da CF/88).
Limites:
(a) materiais: (a.1) explícitos (art. 60, §4o. da CF) e (a.2) implícitos (titular do poder reformador,
procedimento de reforma, entre outros)
(c) temporais. Impossibilidade de reforma durante certo prazo ou somente de tempos em tempos.
Item 8
Item 9
Item 10
60
RECURSO EXTRAORDINARIO .- RE-95175 / DF
Relator(a): Min. SOARES MUNOZ
Publicação: DJ DATA-14-05-82 PG-04569 EMENT VOL-01254-02 PG-00472 RTJ VOL-00103-
02 PG-00795
Julgamento: 20/04/1982 - PRIMEIRA TURMA
CONCURSO PARA PROVIMENTO DE CARGO PUBLICO. PRAZO DE VALIDADE.
EMENDA CONSTITUCIONAL N. 8. SUA APLICACAO IMEDIATA, DE VEZ QUE AS
GARANTIAS DO DIREITO ADQUIRIDO E DA COISA JULGADA SE DIRIGEM A LEI
ORDINARIA E NAO A CONSTITUICAO. RECURSOS EXTRAORDINARIOS DE QUE SE
NAO CONHECE.
Item 11
Não envolve os Municípios (art. 29 da CF e o art. 11, parágrafo único do ADCT: Lei Orgânica
elaborada pela Câmara Municipal).
Item 12
Item 13
Item 14
Características: (a) inicial; (b) ilimitado (ou absoluto). Não se sujeita a regras. Encontra tão-
somente condicionamentos históricos, sociais, econômicos e políticos; (c) incondicionado
(juridicamente).
Titular do poder constituinte. Aquele que o exerce ("o titular do poder constituinte é produto das
circunstâncias históricas"). Pode ser o povo, um ditador, uma classe social, etc. Registre-se o
posicionamento doutrinário que sustenta ser sempre o povo o titular do poder constituinte.
Agentes do poder constituinte. As pessoas físicas que elaboram e editam uma Constituição em
nome do titular do Poder Constituinte.
Item 1
63
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL,
ATENDENDO ao estado de apreensão criado no País pela infiltração comunista, que se torna dia
a dia mais extensa e mais profunda, exigindo remédios, de caráter radical e permanente;
ATENDENDO a que, sob as instituições anteriores, não dispunha, o Estado de meios normais de
preservação e de defesa da paz, da segurança e do bem-estar do povo;
Sem o apoio das forças armadas e cedendo às inspirações da opinião nacional, umas e outras
justificadamente apreensivas diante dos perigos que ameaçam a nossa unidade e da rapidez com
que se vem processando a decomposição das nossas instituições civis e políticas;
Resolve assegurar à Nação a sua unidade, o respeito à sua honra e à sua independência, e ao povo
brasileiro, sob um regime de paz política e social, as condições necessárias à sua segurança, ao
seu bem-estar e à sua prosperidade, decretando a seguinte Constituição, que se cumprirá desde
hoje em todo o Pais: (Constituição de 1937)
Item 2
Item 3
À NAÇAO
É indispensável fixar o conceito do movimento civil e militar que acaba de abrir ao Brasil uma
nova perspectiva sobre o seu futuro. O que houve e continuará a haver neste momento, não só no
espírito e no comportamento das classes armadas, como na opinião pública nacional, é uma
autêntica revolução.
A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz, não o
interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação.
O presente Ato institucional só poderia ser editado pela revolução vitoriosa, representada pelos
Comandos em Chefe das três Armas que respondem, no momento, pela realização dos objetivos
revolucionários, cuja frustração estão decididas a impedir. Os processos constitucionais não
funcionaram para destituir o governo, que deliberadamente se dispunha a bolchevizar o País.
Destituído pela revolução, só a esta cabe ditar as normas e os processos de constituição do novo
governo e atribuir-lhe os poderes ou os instrumentos jurídicos que lhe assegurem o exercício do
Poder no exclusivo interesse do Pais. Para demonstrar que não pretendemos radicalizar o
processo revolucionário, decidimos manter a Constituição de 1946, limitando-nos a modificá-la,
apenas, na parte relativa aos poderes do Presidente da República, a fim de que este possa cumprir
a missão de restaurar no Brasil a ordem econômica e financeira e tomar as urgentes medidas
destinadas a drenar o bolsão comunista, cuja purulência já se havia infiltrado não só na cúpula do
governo como nas suas dependências administrativas. Para reduzir ainda mais os plenos poderes
de que se acha investida a revolução vitoriosa, resolvemos, igualmente, manter o Congresso
Nacional, com as reservas relativas aos seus poderes, constantes do presente Ato Institucional.
Fica, assim, bem claro que a revolução não procura legitimar-se através do Congresso. Este é que
recebe deste Ato Institucional, resultante do exercício do Poder Constituinte, inerente a todas as
revoluções, a sua legitimação.
ATO INSTITUCIONAL
Item 4
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 26
Art 2º. O Presidente do Supremo Tribunal Federal instalará a Assembléia Nacional Constituinte e
dirigirá a sessão de eleição do seu Presidente.
65
Art 3º A Constituição será promulgada depois da aprovação de seu texto, em dois turnos de
discussão e votação, pela maioria absoluta dos Membros da Assembléia Nacional Constituinte.
Item 5
Item 6
Item 7
66
CONSTITUICAO EM CUJA FEITURA ENXERGA ILEGALIDADE. EXTINCAO DO
PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MERITO. ART. 267, VI, CPC.
Reforma: (a) revisão (mais extensa - ver o art. 3o. do ADCT) e (b) emenda (pontual - ver o art. 60
da CF/88).
Limites:
(a) materiais: (a.1) explícitos (art. 60, §4o. da CF) e (a.2) implícitos (titular do poder reformador,
procedimento de reforma, entre outros)
(c) temporais. Impossibilidade de reforma durante certo prazo ou somente de tempos em tempos.
Item 8
Item 9
Item 10
Item 11
68
Publicação: DJ DATA-19-04-85 PG-05456 EMENT VOL-01374-02 PG-00217 RTJ VOL-00114-
01 PG-00237
Julgamento: 13/02/1985 - TRIBUNAL PLENO
- MAGISTRADO. INCIDENCIA IMEDIATA DA PROIBICAO CONTIDA NO ARTIGO 114, I,
DA CONSTITUICAO FEDERAL NA REDACAO DADA PELA EMENDA
CONSTITUCIONAL N. 7/77. - NAO HA DIREITO ADQUIRIDO CONTRA TEXTO
CONSTITUCIONAL, RESULTE ELE DO PODER CONSTITUINTE ORIGINARIO, OU DO
PODER CONSTITUINTE DERIVADO. PRECEDENTES DO S.T.F. RECURSO
EXTRAORDINARIO CONHECIDO E PROVIDO.
Não envolve os Municípios (art. 29 da CF e o art. 11, parágrafo único do ADCT: Lei Orgânica
elaborada pela Câmara Municipal).
Item 12
Item 14
70
(D. CONSTITUCIONAL I) CAPÍTULO 2 - PODER CONSTITUINTE
Características: (a) inicial; (b) ilimitado (ou absoluto). Não se sujeita a regras. Encontra tão-
somente condicionamentos históricos, sociais, econômicos e políticos; (c) incondicionado
(juridicamente).
Titular do poder constituinte. Aquele que o exerce ("o titular do poder constituinte é produto das
circunstâncias históricas"). Pode ser o povo, um ditador, uma classe social, etc. Registre-se o
posicionamento doutrinário que sustenta ser sempre o povo o titular do poder constituinte.
Agentes do poder constituinte. As pessoas físicas que elaboram e editam uma Constituição em
nome do titular do Poder Constituinte.
Item 1
ATENDENDO ao estado de apreensão criado no País pela infiltração comunista, que se torna dia
a dia mais extensa e mais profunda, exigindo remédios, de caráter radical e permanente;
ATENDENDO a que, sob as instituições anteriores, não dispunha, o Estado de meios normais de
preservação e de defesa da paz, da segurança e do bem-estar do povo;
Sem o apoio das forças armadas e cedendo às inspirações da opinião nacional, umas e outras
justificadamente apreensivas diante dos perigos que ameaçam a nossa unidade e da rapidez com
que se vem processando a decomposição das nossas instituições civis e políticas;
Resolve assegurar à Nação a sua unidade, o respeito à sua honra e à sua independência, e ao povo
brasileiro, sob um regime de paz política e social, as condições necessárias à sua segurança, ao
seu bem-estar e à sua prosperidade, decretando a seguinte Constituição, que se cumprirá desde
hoje em todo o Pais: (Constituição de 1937)
Item 2
71
Nós, os representantes do povo brasileiro, reunidos, sob a proteção de Deus, em Assembléia
Constituinte para organizar um regime democrático, decretamos e promulgamos a seguinte
(Constituição de 1946)
Item 3
À NAÇAO
É indispensável fixar o conceito do movimento civil e militar que acaba de abrir ao Brasil uma
nova perspectiva sobre o seu futuro. O que houve e continuará a haver neste momento, não só no
espírito e no comportamento das classes armadas, como na opinião pública nacional, é uma
autêntica revolução.
A revolução se distingue de outros movimentos armados pelo fato de que nela se traduz, não o
interesse e a vontade de um grupo, mas o interesse e a vontade da Nação.
O presente Ato institucional só poderia ser editado pela revolução vitoriosa, representada pelos
Comandos em Chefe das três Armas que respondem, no momento, pela realização dos objetivos
revolucionários, cuja frustração estão decididas a impedir. Os processos constitucionais não
funcionaram para destituir o governo, que deliberadamente se dispunha a bolchevizar o País.
Destituído pela revolução, só a esta cabe ditar as normas e os processos de constituição do novo
governo e atribuir-lhe os poderes ou os instrumentos jurídicos que lhe assegurem o exercício do
Poder no exclusivo interesse do Pais. Para demonstrar que não pretendemos radicalizar o
processo revolucionário, decidimos manter a Constituição de 1946, limitando-nos a modificá-la,
apenas, na parte relativa aos poderes do Presidente da República, a fim de que este possa cumprir
a missão de restaurar no Brasil a ordem econômica e financeira e tomar as urgentes medidas
destinadas a drenar o bolsão comunista, cuja purulência já se havia infiltrado não só na cúpula do
governo como nas suas dependências administrativas. Para reduzir ainda mais os plenos poderes
de que se acha investida a revolução vitoriosa, resolvemos, igualmente, manter o Congresso
Nacional, com as reservas relativas aos seus poderes, constantes do presente Ato Institucional.
Fica, assim, bem claro que a revolução não procura legitimar-se através do Congresso. Este é que
recebe deste Ato Institucional, resultante do exercício do Poder Constituinte, inerente a todas as
revoluções, a sua legitimação.
72
Em nome da revolução vitoriosa, e no intuito de consolidar a sua vitória, de maneira a assegurar a
realização dos seus objetivos e garantir ao País um governo capaz de atender aos anseios do povo
brasileiro, o Comando Supremo da Revolução, representado pelos Comandantes-em-Chefe do
Exército, da Marinha e da Aeronáutica resolve editar o seguinte.
ATO INSTITUCIONAL
Item 4
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 26
Art 2º. O Presidente do Supremo Tribunal Federal instalará a Assembléia Nacional Constituinte e
dirigirá a sessão de eleição do seu Presidente.
Art 3º A Constituição será promulgada depois da aprovação de seu texto, em dois turnos de
discussão e votação, pela maioria absoluta dos Membros da Assembléia Nacional Constituinte.
Item 5
Item 6
73
- Acao direta de inconstitucionalidade. Paragrafos 1. e 2. do artigo 45 da Constituicao Federal. - A
tese de que ha hierarquia entre normas constitucionais originarias dando azo a declaracao de
inconstitucionalidade de umas em face de outras e incompossivel com o sistema de Constituicao
rigida. - Na atual Carta Magna "compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda
da Constituicao" (artigo 102, "caput"), o que implica dizer que essa jurisdicao lhe e atribuida para
impedir que se desrespeite a Constituicao como um todo, e nao para, com relacao a ela, exercer o
papel de fiscal do Poder Constituinte originario, a fim de verificar se este teria, ou nao, violado os
principios de direito suprapositivo que ele proprio havia incluido no texto da mesma
Constituicao. - Por outro lado, as clausulas petreas nao podem ser invocadas para sustentacao da
tese da inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores em face de normas
constitucionais superiores, porquanto a Constituicao as preve apenas como limites ao Poder
Constituinte derivado ao rever ou ao emendar a Constituicao elaborada pelo Poder Constituinte
originario, e nao como abarcando normas cuja observancia se impos ao proprio Poder
Constituinte originario com relacao as outras que nao sejam consideradas como clausulas petreas,
e, portanto, possam ser emendadas. Acao nao conhecida por impossibilidade juridica do pedido.
Item 7
Reforma: (a) revisão (mais extensa - ver o art. 3o. do ADCT) e (b) emenda (pontual - ver o art. 60
da CF/88).
Limites:
(a) materiais: (a.1) explícitos (art. 60, §4o. da CF) e (a.2) implícitos (titular do poder reformador,
procedimento de reforma, entre outros)
Item 8
Item 9
75
CONCURSO PARA PROVIMENTO DE FISCAL DO IMPOSTO DE CONSUMO OU DO
IMPOSTO ADUANEIRO. PRAZO DE VALIDADE PRORROGADO ATE A NOMEACAO DO
ULTIMO CANDIDATO (LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 41). REGRA QUE PERDEU O
VIGOR, COM O ADVENTO DA LEI 5.987/73, ART. 3., E, POSTERIORMENTE, PELA
EMENDA CONSTITUCIONAL N. 8/77. A EMENDA CONSTITUCIONAL N. 8/77, FIXOU
EM QUATRO ANOS O PRAZO DE VALIDADE DOS CONCURSOS (ART. 97, PARAGRAFO
3., DA CONSTITUICAO FEDERAL). TRATA-SE DE REGRA IMPERATIVA, QUE INCIDE
IMEDIATAMENTE POR FORCA DE SUA NATUREZA CONSTITUCIONAL.
INOCORRENCIA DE DIREITO ADQUIRIDO CONTRA A CONSTITUICAO.
PRECEDENTES: MS 20.157, PLENO, RTJ 95/51. RE NAO CONHECIDO.
Item 10
Item 11
Não envolve os Municípios (art. 29 da CF e o art. 11, parágrafo único do ADCT: Lei Orgânica
elaborada pela Câmara Municipal).
76
Item 12
Item 13
Item 14
77
RECURSO EXTRAORDINARIO- RE-134584 / CE
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO
Rel. Acórdão
Min. MAURICIO CORREA
Publicação: DJ DATA-13-03-98 PP-00013 EMENT VOL-01902-02 PP-00338
Julgamento: 06/05/1997 - Segunda Turma
CONSTITUCIONAL. PROCESSO LEGISLATIVO. VETO: QUORUM PARA A SUA
REJEIÇÃO. C.F., 1967, art. 59, § 3º. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ, art. 38, § 3º.
SUPERVENIÊNCIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. EXIGÊNCIA DE MAIORIA
ABSOLUTA (CF, art. 66, § 4º). ELABORAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS: ART.
11 DO ADCT/CF-88. POSTERGAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA CARTA FEDERAL ATÉ A
ELABORAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS. IMPOSSIBILIDADE. 1. A exceção
contida no art. 11 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Carta Federal de 1988,
que deferiu aos Estados-Membros o prazo de um ano para elaborarem as suas Constituições, não
postergou a observância obrigatória dos princípios nela estabelecidos. 1.1. Não se compadece
com esses princípios (CF, art.66,§ 4 ) o entendimento de que si et in quantum se elaborava a
Carta Política do Estado os comandos inatos do poder constituinte originário no campo federal
estivessem subsumidos pela temporariedade estabelecida no art. 11 do ADCT-CF/88. O lapso
temporal nele previsto não poderia implicar o adiamento da observância de regras constitucionais
de cumprimento obrigatório, sobretudo em matéria de ordem pública relacionada com o Poder
Legislativo. 2. Processo legislativo. Veto. Constituição do Estado do Ceará. Exame da questão na
vigência da Carta Federal de 1988: exigência de maioria absoluta. 2.1 - Se o quorum para a
apreciação do veto é o da maioria absoluta (artigo 66, § 4º, CF) e o seu exame ocorreu na
vigência da atual Carta da República, não poderia a Assembléia Legislativa do Estado do Ceará
valer-se daquele fixado na anterior Constituição Estadual para determiná-lo como sendo o de dois
terços. Recurso extraordinário não conhecido.
78
(D. CONSTITUCIONAL II) CAPÍTULO 1 - NATUREZA E CONTEÚDO DO DIREITO
CONSTITUCIONAL POSITIVO
1.1. Natureza
Decisão 1
"ICMS: concessão unilateral de benefícios fiscais (incluída a outorga de crédito presumido) por
Estado federado: "guerra fiscal" repelida pelo STF: liminar deferida.
2. As normas constitucionais, que impõem disciplina nacional ao ICMS, são preceitos contra os
quais não se pode opor a autonomia do Estado, na medida em que são explícitas limitações dela.
3. A invocada exigência constitucional de convênio interestadual (CF, art. 155, 2º, II, g) alcança a
concessão por lei estadual de crédito presumido de ICMS, como afirmado pelo Tribunal.
4. Concorrência do periculum in mora para a suspensão do ato normativo estadual que — posto
inspirada na razoável preocupação de reagir contra o Convênio ICMS 58/99, que privilegia a
importação de equipamentos de pesquisa e lavra de petróleo e gás natural contra os produtos
nacionais similares — acaba por agravar os prejuízos igualmente acarretados à economia e às
finanças dos demais Estados- membros que sediam empresas do ramo." ADIMC 2.352. STF.
Pleno. Unânime. Relator Ministro Sepúlveda Pertence. Julgado em 19.12.2000
Decisão 2
4. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente, em parte, para tais fins, por maioria,
nos termos do voto do Relator, mantida, com relação a todos os contribuintes, em caráter
definitivo, a medida cautelar, que suspendera a cobrança do tributo no ano de 1993." ADIN 939-
DF. STF. Pleno. Maioria. Relator Ministro Sydney Sanches. Julgado em 15.12.93
Decisão 3
" (...) Sabemos que a supremacia da ordem constitucional traduz princípio essencial que deriva,
em nosso sistema de direito positivo, do caráter eminentemente rígido de que se revestem as
normas inscritas no estatuto fundamental. Nesse contexto, em que a autoridade normativa da
Constituição assume decisivo poder de ordenação e de conformação da atividade estatal - que
nela passa a ter o fundamento de sua própria existência, validade e eficácia -, nenhum ato de
Governo (Legislativo, Executivo e Judiciário) poderá contrariar-lhe os princípios ou transgredir-
lhe os preceitos, sob pena de o comportamento dos órgãos do Estado incidir em absoluta desvalia
jurídica.
Essa posição de eminência da Lei Fundamental - que tem o condão de desqualificar, no plano
jurídico, o ato em situação de conflito hierárquico com o texto da Constituição - estimula
reflexões teóricas em torno da natureza do ato inconstitucional, daí decorrendo a possibilidade de
reconhecimento, ou da inexistência, ou da nulidade, ou da anulabilidade (com eficácia ex nunc ou
eficácia ex tunc), ou, ainda, da ineficácia do comportamento estatal incompatível com a
Constituição.
Tal diversidade de opiniões nada mais reflete senão visões doutrinárias que identificam, no
desvalor do ato inconstitucional, "vários graus de invalidade" (...).
As várias concepções teóricas existentes sobre o tema - (...) - permitem a formulação de teses que
buscam definir a real natureza dos atos incompatíveis com o texto da Constituição, qualificando-
os, em função de abordagens diferenciadas, como manifestações estatais tipificadas pela nota da
inexistência (...), ou pelo vício da nulidade (...), ou, ainda, pelo defeito da anulabilidade (...).
Cumpre enfatizar, por necessário, que, não obstante essa pluralidade de visões teóricas, a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal - apoiando-se na doutrina clássica (...) - ainda
considera revestir-se de nulidade a manifestação do Poder Público em situação de conflito com a
Carta Política (...).
Esse entendimento - hoje expressamente consagrado em nosso sistema de direito positivo (Lei nº
9.868/99, art. 11, § 2º) -, além de refletir-se no magistério da doutrina (...), também encontra
apoio na própria jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que, desde o regime constitucional
anterior (...) vem reconhecendo a existência de efeito repristinatório nas decisões desta Corte
Suprema, que, em sede de fiscalização normativa abstrata, declaram a inconstitucionalidade ou
deferem medida cautelar de suspensão de eficácia dos atos estatais questionados em ação direta."
Despacho datado de 17 de abril de 2001. Ministro CELSO DE MELLO. ADIn 2.215-PE (Medida
Cautelar). Informativo STF n. 224.
Deve-se atentar para as conseqüências práticas da natureza do ato inconstitucional (nulo, sem
qualquer eficácia jurídica) e para o efeito restaurador da legislação revogada por norma
inconstitucional quando este vício é devidamente declarado.
Por outro lado, "a principal manifestação da preeminência normativa da Constituição consiste em
que toda a ordem jurídica deve ser lida à luz dela e passada pelo seu crivo" [como forma de
realizar os valores nela consagrados]. (J.J. Gomes Canotilho e Vital Moreira em Fundamentos da
Constituição). É o chamado fenônemo da filtragem constitucional.
1.2. Conteúdo
Hipótese 1
Hipótese 2
"Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados
compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição"
81
Agora considere as seguintes situações e as normas constitucionais subjacentes:
Situação 1
Pedro Cela, preso numa certa penitenciária administrada pelo Estado de São Paulo, faz greve de
fome para protestar e denunciar as péssimas condições da prisão.
Situação 2
1.2.1. Regras
"Contêm relato mais objetivo, com incidência restrita às situações específicas às quais se
dirigem".
São proposições normativas aplicáveis mediante subsunção. "Se os fatos nela previstos ocorrem,
a regra deve incidir, de modo direto e automático, produzindo seus efeitos". Caso contrário, não
há incidência. Portanto, é tudo ou nada (all or nothing).
A regra somente deixa de incidir sobre a hipótese de fato se for inválida, se houver outra mais
específica ou se não estiver em vigor.
Os conflitos entre regras são resolvidos com o recurso a três critérios: o da hierarquia, o
cronológico e o da especialização.
1.2.2. Princípios
Trata-se de uma categoria jurídica muito antiga. Normalmente, era atribuída uma dimensão
puramente axiológica aos princípios, sem eficácia jurídica ou aplicabilidade direta ou imediata.
Seriam cânones dirigidos e a serem observados pelo legislador.
82
Atualmente, existe o reconhecimento da normatividade dos princípios, ou seja, o status de norma
jurídica.
Mais do que a natureza ou status de norma jurídica, os princípios foram conduzidos ao centro do
sistema jurídico. Neste sentido, a Constituição passa a ser entendida como um sistema aberto de
princípios e regras destinado a realizar valores (com dimensão suprapositiva). O direito, portanto,
visto como sistema aberto, sofre a "... permeabilidade a elementos externos e renuncia à
pretensão de disciplinar, por meio de regras específicas, o infinito conjunto de possibilidades
apresentadas pelo mundo real".
"Numa ordem pluralista e dialética, existem princípios que abrigam decisões, valores ou
fundamentos diversos, por vezes contrapostos".
A aplicação dos princípios, notadamente quando contrapostos, dá-se por ponderação (de valores
ou interesses). Impõe-se, aqui, fazer escolhas fundamentadas, fazer concessões recíprocas e
preservar, na medida do possível, o núcleo mínimo do valor que perde força.
PRÉ-MODERNIDADE
(Estado Liberal)
MODERNIDADE
(Estado Social)
PÓS-MODERNIDADE
(Estado neoliberal)
liberdade individual
e seus limites
83
jusnaturalismo
(razão/
direitos naturais)
intervenção estatal
e seus limites
juspositivismo
(ciência fechada
em torno da norma)
normas: regras
(subsunção)
governabilidade
(desconstitucionalização,
delegificação,
desregulamentação)
pós-positivismo
(ciência aberta
redefinição das relações
entre valores,
princípios e regras)
normas: regras
e princípios
(ponderação)
1.2.4. Conclusão
I. Princípios Fundamentais
84
IV. Organização dos Poderes
Leitura complementar
A Constituição democrática
de José Luiz Quadros de Magalhães
Legislação
Exercícios
85
5. ( ) O sentido unívoco das palavras está no centro da nova hermenêutica constitucional.
10. Analise, à luz da Constituição de 1988, a possível (ou não) convivência, num sistema
instituído em lei, entre a proteção da privacidade e os chamados arquivos de consumo, mantidos
pelo próprio fornecedor de crédito ou integrados em bancos de dados.
A fase colonial da história brasileira, desprovida de textos constitucionais, tem importância pelo
legado político: a formação coronelística oligárquica.
A fase monárquica, iniciada em 1808 com a chegada de D. João VI, registra a primeira
Constituição brasileira. Trata-se da Constituição Política do Império do Brasil, de 1824.
A fase republicana de nossa história testemunhou a existência de, pelo menos, 6 (seis)
Constituições.
O golpe militar de 1964, depois de impor vários Atos Institucionais e complementares, viabilizou
a aprovação da Constituição de 1967 pelo Congresso Nacional. A preocupação básica da Carta
Política de 1967 estava centrada na idéia de segurança nacional. Fortaleceu a União e o
Presidente da República (escolhido por um Colégio Eleitoral). Ampliou a técnica do federalismo
cooperativo (participação de uma entidade estatal na receita de outra). Adotou a técnica do
orçamento-programa e dos programas plurianuais de investimento. Reduziu a autonomia
individual, permitindo a suspensão de direitos e garantias. Manteve o trato de assuntos
econômicos e sociais. A declaração de direitos aparece depois da organização do Estado.
Apesar da Constituição autoritária, o regime militar rompeu a ordem constitucional com o Ato
Institucional n. 5, de 1968. O recrudescimento do regime levou a uma ampla reformulação do
87
texto constitucional por intermédio da Emenda Constitucional n. 1, de 1969. Subsiste, inclusive, a
discussão no sentido da Emenda n. 1 ser ou não uma nova Constituição.
A Constituição de 1988 é classificada como formal (documento solene estabelecido pelo Poder
Constituinte), popular ou democrática (órgão constituinte composto de representantes do povo),
rígida (somente alterável mediante processo especial) e abrangente ou analítica (define fins e
programas de ação de forma extensa e minudente).
A Carta atual define princípios fundamentais e fins para o Estado. Os direitos e garantias
fundamentais (individuais, coletivos, sociais e políticos) são elencados antes da estruturação do
Estado (pela primeira vez na história do constitucionalismo brasileiro). A Federação estabelecida
mantém a predominância da União, apesar de garantir significativos espaços institucionais para
os Estados e os Municípios. O Distrito Federal passa a integrar expressamente a Federação
(inclusive com representação própria no Senado Federal). Consagra-se o Presidencialismo,
dotado, entre outras possibilidades, de editar Medidas Provisórias com força de lei. Mantém-se o
Legislativo bicameral (Câmara dos Deputados e Senado Federal). O Poder Judiciário passa a ter
uma estrutura singular com o Supremo Tribunal Federal (com a função precípua de guarda da
Constituição), o Superior Tribunal de Justiça (destinado a uniformizar a aplicação da legislação
federal) e a segunda instância da Justiça Federal composta por cinco Tribunais Regionais. São
fixadas as funções essenciais à Justiça (Ministério Público, Advocacia do Estado, Defensoria
Pública e Advocacia). O Ministério Público ganha uma importância institucional enorme e deixa
de representar judicialmente o Estado. A antiga idéia de segurança nacional é substituída por
vários instrumentos de defesa do Estado e das Instituições Democráticas. Organiza-se um extenso
e complexo sistema tributário e orçamentário. A ordem econômica e financeira baseia-se na livre
iniciativa (capitalismo) segundo os ditames da justiça social (função social da propriedade). A
ordem social também recebe um tratamento bastante generoso envolvendo seguridade (saúde,
previdência e assistência), educação, cultura, desporto, ciência, tecnologia, comunicação, meio
ambiente, família, criança, adolescente, idoso e índios.
Talvez o melhor resumo da Constituição de 1988 esteja no seu primeiro artigo: a República
Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito.
2.3. Emendas
88
A Constituição de 1988, até o final do ano de 2002, recebeu 45 (quarenta e cinco) emendas,
sendo 6 (seis) delas oriundas da Revisão Constitucional. Cerca de um terço do texto original
restou alterado por força destas emendas.
b) aquelas que representam nova decisão acerca de determinadas matérias pontuais. A alteração
da duração do mandato presidencial e a inclusão do direito de moradia entre os direitos sociais
podem ser incluídas nesta categoria;
e) aquelas que modificam o sistema tributário caracterizando-o como aberto, a partir da criação e
alteração de novos tributos não previstos no texto original (IPMF e CPMF);
g) aquelas que introduzem importantes institutos novos. Neste âmbito, temos a subtração dos
militares do campo dos servidores públicos e a instituição da Ação Declaratória de
Constitucionalidade.
Por força de várias emendas, o ADCT recebeu vários acréscimos, contando, no final de 2002,
com oitenta e nove artigos.
Leitura complementar
Legislação
Constituições Brasileiras
Texto integral das Constituições de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946 e 1967.
Exercícios
90
CAPÍTULO 3 - A CONSTITUIÇÃO DE 1988. ESTRUTURA E CONTEÚDO.
PREÂMBULO. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
A Constituição de 1988 abrange regras e princípios organizados nos seguintes títulos (grandes
unidades temáticas da Carta Política), subdivididos em capítulos, seções e subseções:
I. Princípios Fundamentais
3.2. Preâmbulo
O preâmbulo da Constituição enuncia quem e para que fim foi estabelecida a Constituição. Trata-
se de um resumo ou síntese dos principais objetivos e institutos presentes no texto.
Entende-se que não deve ser encarado como uma mera fórmula, fazendo parte integrante da
Constituição e pondendo ser invocado e aplicado concretamente.
Modo como se relacionam os Poderes. Apesar de uma forte tendência, observada nos trabalhos
constituintes, no sentido de adotar o parlamentarismo, prevaleceu o presidencialismo, fortalecido
pela possibilidade de utilização das medidas provisórias.
A clássica tripartição dos Poderes exprime a separação das funções estatais de administrar,
legislar e julgar e os respectivos órgãos encarregados de realizar preponderantemente tais
funções. A instituição de um sistema de freios e contrapesos, com interferências de um Poder em
outro, buscando o equilíbrio de suas atuações, não permite a divisão absoluta de funções.
92
Nem o Estado Liberal de Direito, nem o Estado Social de Direito garantem o Estado
Democrático, fundado no princípio da soberania popular em seu sentido mais amplo (participação
na formação da instituições e no exercício do poder político).
3.3.5. Fundamentos
A cidadania não significa mera titularidade de direitos políticos. Apresenta o sentido de que o
poder político está assentado na soberania popular, exercida de forma ampla.
A dignidade da pessoa humana condensa ou resume, como valor supremo, o sentido da existência
do Estado. Assim, deve buscar o Estado, nos vários campos de sua ação (econômico, social,
político, cultural, etc), a realização da pessoa humana na sua plenitude.
Pela primera vez na história do constitucionalismo brasileiro, a Carta Política especifica objetivos
fundamentais do Estado. No dizer de José Afonso da Silva, "... valem como base das prestações
positivas que venham a concretizar a democracia econômica, social e cultural, a fim de efetivar
na prárica a dignidade da pessoa humana".
93
O constituinte resolveu estabelecer as diretrizes do relacionamento do Estado brasileiro no plano
internacional na forma de dez princípios. Fixou, ainda, a busca da formação de uma comunidade
latino-americana de nações. Apesar de dirigidos ao relacionamento internacional, os princípios
enumerados no art. 4o. da Constituição também influenciam as relações internas.
Leitura complementar
Exercícios
94
(D. CONSTITUCIONAL II) CAPÍTULO 4 - DOS DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
[PROVISÓRIO]
Doravante serão feitas algumas anotações para facilitar a compreensão dos direitos e garantias
fundamentais consagrados na Constituição.
(a) Destinatários. Não deve ser dada uma interpretação restritiva ao caput do art. 5o. Devem ser
considerados destinatários dos direitos e das garantias fundamentais os estrangeiros não
residentes e, em inúmeros casos, em consonância com a natureza do direito ou da garantia, as
pessoas jurídicas.
(b) Primazia do direito à igualdade. A isonomia não é tratada tecnicamente como os demais
direitos. Ao encabeçar a lista de direitos, passa a informar e condicionar todo o restante da ordem
jurídica.
(c) Sentidos do direito à igualdade. A igualdade em sentido formal, como conquista tipicamente
liberal, procura afastar os privilégios e as distinções entre as pessoas (igualdade perante o
direito). O sentido substancial ou material do direito pretende "uma igualdade real e efetiva
perante os bens da vida". Trata-se de uma concepção própria do Estado Social.
(d) Igualdade jurídica plena entre homens e mulheres. A igualdade jurídica entre homens e
mulheres (em direitos e obrigações) revoga toda a legislação infraconstitucional anterior onde o
homem tinha primazia sobre a mulher. Agora, somente as distinções constitucionais (em favor da
mulher, por razões sociais bem definidas) e aquelas fundadas em diferenças físicas ou objetivas
podem ser aceitas (juridicamente válidas). A igualdade no âmbito da sociedade conjugal
(afastando a idéia de "cabeça do casal") reafirma a plena igualdade jurídica entre os sexos (art.
226, §5o.).
(e) Princípio da legalidade. Caracteriza o Estado de Direito. Sua afirmação marca historicamente
o fim do Absolutismo, do arbítrio e do império da vontade do governante. Admite a fixação de
obrigações acessórias ou instrumentais através do exercício do poder-dever regulamentar da
Administração Pública.
(f) Proibição da tortura e de tratamento desumano ou degradante. A Lei n. 9.455, de 1997, define
os crimes de tortura (causar sofrimento físico ou mental). Exemplo jurisprudencial de tratamento
degradante: impor algemas na ausência de periculosidade.
95
(g) Liberdade de expressão de pensamento. A ampla - talvez absoluta - liberdade de consciência
fica "autorizada" implicitamente. A ordem jurídica pode regular de forma distinta a extensão do
direito. A vedação do anonimato demonstra não se tratar de direito absoluto, visando a
responsabilização pelos excessos (vide os crimes de opinião previstos no Código Penal: injúria,
difamação e calúnia).
(h) Direito de resposta. Não é preciso a imputação de um crime. Basta que seja ofensiva,
prejudicial, inverídica ou incorreta. Pode ser exercida nos mais diversos espaços sociais, da
imprensa escrita, falada e televisionada até as assembléias ou reuniões.
(i) Liberdade de consciência, crença e culto. Protege o direito de não se ter crença alguma. A
liberdade de culto não está restrita aos locais dos templos. O Estado é laico. Assim, da liberdade
de organização religiosa decorre o fato de que as igrejas podem livremente se constituir
adquirindo personalidade jurídica segundo a lei civil. Não é possível obrigar alguém a revelar
suas convicções filosóficas, políticas ou religiosas.
(j) Escusa de consciência. A Lei n. 8.239, de 1991, dispõe sobre o serviço militar alternativo
como o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial filantrópico ou mesmo
produtivo.
(m) Inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem. Existe uma efetiva
dificuldade de precisar os sentidos de "intimidade" e "vida privada" e de demarcar os campos
protegidos pela Constituição. Envolve a vedação de intromissão, acesso às informações e
divulgação destas. A proteção da imagem deve ser encarada em conjunto com as circunstâncias e
o contexto presente em cada caso. A Constituição rompe com a tradição de indenização somente
pelo dano material.
(n) Inviolabilidade da casa. A palavra "casa" deve ser tomada em sentido amplo como local de
moradia, afastando considerações de tipo de construção, áreas, localizações geográficas e fatores
temporais de permanência. Para precisar o que é dia existem vários critérios. A presença de
luminosidade solar é um dos mais adequados.
(p) Sigilo da fonte. Não há como compelir um jornalista a revelar a pessoa ou o órgão de quem
obteve certa informação. Não poderão fazê-lo: a lei, a Administração, o juiz ou os particulares,
mesmo que empregadores.
96
(q) Liberdade de locomoção. Obviamente, não impede que os Poderes Públicos disciplinem a
forma como se dará a circulação.
(r) Liberdade de reunião. A Constituição garante o direito de qualquer reunião. São estabelecias
uma série de condicionantes: pacífica, sem armas, em locais abertos ao público e não frustando
outra reunião anteriormente convocada. A exigência de prévio aviso à autoridade competente não
deve ser entendida como requisito inafastável para a licitude da reunião.
(s) Liberdade de associação. Decorre dos termos da Constituição que os únicos limites
intransponíveis para a concretização da liberdade de associação estão na ilicitude dos fins
perseguidos pela entidade, em especial o caráter paramilitar (formação de forças militares
paralelas às do Estado). Somente o Poder Judiciário pode interferir na vida das associações para
corrigir desvios ou transgressões aos seus atos constitutivos e de regência, para suspender as
atividades e para dissolvê-las, neste último caso mediante decisão transitada em julgado.
(t) Substituição processual pelas associações. Neste caso, uma pessoa age por outra (ou outras -
os associados). A autorização não precisa ser expressa em caráter individual ou em assembléia.
Basta a menção nos estatutos, aos quais o associado adere ao realizar sua inscrição ou associação.
Deve existir uma relação de pertinência temática entre fins da entidade e os direitos perseguidos
no âmbito administrativo e/ou judicial.
(u) Direito de propriedade. Toma um sentido amplo, abrangendo todos os componentes, materiais
ou imateriais, do patrimônio. O direito de herança, na forma da lei civil, é um desdobramento do
direito de propriedade. A Constituição condiciona o direito de propriedade a utilização em
consonância com fins sociais devidamente institucionalizados, viabilizando os mais diversos
institutos, tais como: servidões, requisições, desapropriação, tributação diferenciada, entre outros.
(v) Desapropriações. Será por necessidade pública quando o bem atingido for indispensável para
o alcance da finalidade estatal. A utilidade pública envolve a idéia de conveniência. Já o interesse
social está relacionado com a paz e o progresso social. Por justa deve ser entendida aquela
indenização que recompõe integralmente o patrimônio atingido. Por prévia deve ser entendida
aquela indenização paga antes da utilização do bem. Neste sentido, a distinção entre imissão na
posse ou destituição/transferência da propriedade não seria relevante. Registre-se casos de
desapropriação, previstos na Constituição, sem indenização em dinheiro (para reforma agrária,
por exemplo).
(x) Direitos autorais. A propriedade imaterial sobre obras intelectuais, artísticas ou científicas
encontra explícita proteção constitucional no aspecto patrimonial, existente ao lado dos direitos
morais do autor. A Constituição fixa a premissa de que os direitos patrimoniais do autor, embora
transmissíveis aos herdeiros, são temporários. A Lei n. 9.610, de ..., regula a matéria
estabelecendo o prazo de 70 (setenta) anos
(z) Proteção aos inventos industriais, marcas, nomes de empresas e outros signos distintivos. O
prazo de validade das patentes, nos termos da Constituição, é temporário. Segundo a Lei n. , de ,
é de 15 (quinze) anos, caindo, depois, em domínio público. As marcas são registráveis por 10
(dez) anos, admitindo-se prorrogações por períodos iguais e sucessivos. O órgçao de registro é o
INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
(ae) Direito de acesso ao Judiciário. A Constituição garante o acesso ao Poder Judiciário para
reparar lesão a direito ou evitar a lesão (no caso de ameaça). Não conflita com este direito,
reputando-se plausíveis pela objetividade e generalidade, a fixação de condições para a ação e
pressupostos processuais, bem como a existência de prazos prescricionais e decadenciais. Não
existe a obrigatiriedade de esgotamento da instância administrativa para que possa recorrer ao
Judiciário. Entretanto, no art. 217, §1o., a Constituição exige o prévio acesso às instâncias da
justiça desportiva nos casos de ações relativas à disciplina às competições desportivas. Entende-
se, com a concordância de decisões do STF, que inexiste a obrigatoriedade de duplo grau de
jurisdição.
(ag) Juízo de exceção. Trata-se do princípio do juiz natural. O juiz natural é aquele integrante do
Poder Judiciário, com competências definidas na Constituição e nas leis de forma genérica e com
garantias institucionais e pessoais para manifestar-se de forma isenta ou imparcial. O tribunal ou
juízo de exceção seria, em regra, aquele criado para julgar fato específico já ocorrido.
(ah) Júri. Trata-se de um tribunal popular que deve ser organizado pela legislação ordinária com
observância: (a) da plenitude de defesa (manifestação do princípio da ampla defesa e do
contraditório); (b) do sigilo das votações (a convicção e a opinião dos jurados deve ser sempre
resguardada); (c) da soberania dos veredictos (as decisões do Júri não excluem a possibilidade de
recurso que ensejará novo julgamento pelo Júri) e (d) da competência para julgar crimes dolosos
contra a vida (quando existe a intenção de matar ou assumiu-se o risco de produzir tal resultado).
(ai) Tipicidade penal. É o princípio da reserva legal ou da tipicidade penal. Exige para que certas
condutas sejam consideradas criminosas: (a) a descrição precisa da conduta ilícita e (b) que esta
descrição conste de lei formal (aprovada pelo Poder Legislativo).
(am) Racismo.
(aq) Penas.
(ar) Extradição.
98
(as) Devido processo legal.
(az) Prisão.
(ba) Habeas corpus. É a ação judicial destinada a proteger especificamente o direito ou liberdade
de locomoção (ir, vir e ficar). Admite-se a propositura sem mediação de advogado e em benefício
de terceiro. Pode ser preventivo ou reparador da ilegalidade já cometida.
(bb) Mandado de segurança individual. É a ação judicial que objetiva amparar direito líquido e
certo lesado ou ameaçado de lesão por qualquer autoridade pública ou por agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições públicas. Pode-se entender por direito líquido e certo aquele
manifesto quanto à existência, delimitado quanto à extensão e apto a ser exercitado no momento
da impetração. O direito líquido e certo deve ser comprovado de plano ou documentalmente,
justamente porque não existe produção de prova no âmbito do mandado de segurança. A Lei n.
1.533, de 1951, regula a utilização desta garantia constitucional.
(bc) Mandado de segurança coletivo. Pode ser impetrado por partido político com representação
no Congresso Nacional ou organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída, em defesa de direito líquido e certo de seus membros ou associados. O direito
invocado deve ser da coletividade, próprio daquela classe ou categoria de pessoas.
(bd) Mandade de injunção. É a ação judicial posta à disposição de quem se considera titular de
qualquer dos direitos, liberdades ou prerrogativas previstos na Constituição cujo exercício
encontra-se inviabilizado por falta de norma regulamentadora.
(be) Habeas data. É a ação judicial que tem por objeto permitir ... A Lei n. regula o exercício
desta garantia constitucional.
(bf) Ação popular. É a ação judicial pela qual qualquer cidadão persegue a correção de atos
lesivos do patrimônio público, da moralidade administrativa, do meio ambiente e do patrimônio
histórico e cultural. A Lei n. , de ..., dispõe sobre a utilização deste importante instrumento de
afirmação do controle popular sobre a condução dos negócios públicos.
---
Sindicalização e direito de greve: são os 2 instrumentos mais eficazes para a efetividade dos
direitos sociais dos trabalhadores, visto que possibilita a instituição de sindicatos autônomos e
livres e reconhece constitucionalmente o direito de greve (arts. 8º e 9º).
99
Garantia de outros direitos sociais: fontes de recursos para a seguridade social, com aplicação
obrigatória nas ações e serviços de saúde e às prestações previdenciárias e assistenciais (194 e
195); a reserva de recursos orçamentários para a educação (212); aos direitos culturais (215); ao
meio ambiente (225).
DIREITOS POLÍTICOS
Definição do tema (remissão): são aquelas que possibilitam o livre exercício da cidadania; tais
são o sigilo de voto, a igualdade de voto; inclui-se aí a determinação de que sejam gratuitos, na
forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
Eficácia dos direitos fundamentais: a garantia das garantias consiste na eficácia e aplicabilidade
imediata das normas constitucionais; os direitos, liberdades e prerrogativas consubstanciadas no
título II, caracterizados como direitos fundamentais, só cumprem sua finalidade se as normas que
os expressem tiverem efetividade, determinando que as normas definidoras de direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata.
DIREITO DE NACIONALIDADE
São dois os critérios normalmente adotados para a determinação da nacionalidade: (a) critério de
sangue, em função do vínculo decorrente da paternidade e (b) critério territorial, em função do
nascimento no território do Estado considerado. A combinação destes critérios pode gerar duas
figuras singulares: o polipátrida e o heimatlos. Polipátrida é todo aquele que tem mais de uma
nacionalidade. Por heimatlos ou apátrida entende-se aquele que não possui nacionalidade.
Segundo a Constituição de 1988 existem dois tipos de brasileiros: o nato e o naturalizado. Não se
admite a criação, por lei, de outras modalidades de nacionais.
São quatro as situações geradoras da condição de brasileiro nato: (a) os nascidos no Brasil, quer
sejam filhos de pais brasileiros ou de pais entrangeiros, a não ser que estes últimos estejam em
serviço oficial para seus Países; (b) os nascidos no exterior, de pai ou mãe brasileiros, desde que
qualquer um deles esteja a serviço do Brasil; (c) os nascidos no exterior, de pai ou mãe
brasileiros, desde que venham a residir no Brasil antes da maioridade e optem, em qualquer
tempo, pela nacionalidade brasileira e (d) os nascidos no exterior, registrados em repartição
brasileira competente.
100
...
103) Condição jurídica do brasileiro nato: essa condição dá algumas vantagens em relação ao
naturalizado, como a possibilidade de exercer todos os direitos conferidos no ordenamento pátrio,
observados os critérios para isso, mas também ficam sujeitos aos deveres impostos a todos; as
distinções são só aquelas consignadas na Constituição (art. 12, § 2º). 104) Condição jurídica do
brasileiro naturalizado: as limitações aos brasileiros naturalizados são as previstas nos arts. 12, §
3º, 89, VII, 5º, LI, 222. 105) Perda de nacionalidade brasileira: perde a nacionalidade o brasileiro
que: a) tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional; b) adquirir outra nacionalidade (art. 12, § 4º), salvo nos casos de
reconhecimento de de nacionalidade originária pela lei estrangeira; e imposição de naturalização,
pela norma estrangeira, ao brasileiro residente no Estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para exercício de direitos civis (redação da ECR-3/94). 106)
Reaquisição da nacionalidade brasileira: salvo se o cancelamento for feito em ação rescisória,
aquele que teve a naturalização cancelada nunca poderá recuperar a nacionalidade brasileira
perdida; o que a perdeu por naturalização voluntária poderá readquiri-la ,por decreto do
Presidente, se estiver domiciliado no Brasil (Lei 818/49, art. 36); cumpre-se notar que a
reaquisição da nacionalidade opera a partir do decreto que a conceder, não tendo efeito retroativo,
apenas recupera a condição que perdera. CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO NO
BRASIL 107) O estrangeiro: reputa-se entrangeiro no Brasil, quem tenha nascido fora do
território nacional que, por qualquer forma prevista na Constituição, não adquira a nacionalidade
brasileira. 108) Especial condição jurídica dos portugueses no Brasil: a CF favorece os
portugueses residentes no país, apesar desse dispositivo ser muito defeituoso e incompreensível,
quando declara que aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade
em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos
previstos nesta Constituição; ora, se se ressalvam casos previstos, a constituição não tem ressalva
alguma aos direitos inerentes ao brasileiros natos. 109) Locomoção no território nacional: a
liberdade de locomoção no território nacional é assegurada a qualquer pessoa (art. 5º, XV); a lei
condiciona o direito de qualquer pessoa entrar no território nacional, nele permanecer ou dele
sair, só ou com seus bens ( Lei 6815/80, alterada pela Lei 6964/81). Entrada: satisfazendo as
condições estabelecidas na lei, obtendo o visto de entrada, conforme o caso, não o concedendo
aos menores de 18 anos, nem a estrangeiros nas situações enumeradas no art. 7º da referida lei; o
visto não cria direito subjetivo, mas mera expectativa de direito; Permanência: estada sem
limitação de tempo, assim que obtenha o visto para fixar-se definitivamente; Saída: pode seixar o
território com o visto de saída. 110) Aquisição e gozo dos direitos civis: o princípio é o de que a
lei não distingue entre nacionais e estrangeiros quanto à aquisição e ao gozo dos direitos civis
(CC, art. 3º); porém, existem limitações aos estrangeiros estabelecidas na Constituição, de sorte
que podermos asseverar que eles só não gozam dos mesmos direitos assegurados aos brasileiros
quando a própria Constituição autorize a distinção. Exs: arts. 190, 172, 176,§ 1º, 222, 5º,
XXXI,227, § 5) 111) Gozo dos direitos individuais e sociais: é assegurado aos entrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, esse com restrições; quanto aos sociais, ela não assegura, mas também não restringe.
112) Não aquisição de direitos políticos: os estrangeiro não adquirem direitos políticos (art. 14, §
2º). 113) Asilo político: a Constituição prevê a concessão do asilo político sem restrições,
considerando como um dos princípios que regem as relações internacionais do Brasil (art. 4º, X);
consiste no recebimento de estrangeiros no território nacional, a seu pedido, sem os requisitos de
ingresso, para evitar punição ou perseguição no seu país por delito de natureza politica ou
ideológica. 114) Extradição: compete a Únião legislar sobre extradição (art. 22, XV), vigorando
sobre ela os arts. 76 a 94 da Lei 6815/80; mas a CF traça limites à possibilidade de extradição
quanto à pessoa acusada e quando à natureza do delito, vetando os crimes políticos ou de opinião
por estrangeiro, e de modo absoluto os brasileiros natos; cabe ao STF processar e julgar
ordinariamente a extradição solicitada por Estado estrangeiro. 115) Expulsão: é passível de
expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem
política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo
101
procedimento o torne nocivo à convivência e aos interesses nacionais, entre outros casos
previstos em lei; fundamenta-se na necessidade de defesa e conservação da ordem interna ou das
relações internacionais do Estado interessado. 116) Deportação: fundamenta-se no fato de o
estrangeiro entrar ou permanecer irregularmente no território nacional; decorre do não
cumprimento dos requisitos. V - DIREITO DE CIDADANIA DIREITOS POLÍTICOS 117)
Conceito e abrangência: Os direitos políticos consistem na disciplina dos meios necessários ao
exercício da soberania popular; a Constituição emprega a expressão direitos políticos, em seu
sentido estrito, como o conjunto de regras que regula os problemas eleitorais. 118) Modalidades
de direitos políticos: o núcleo fundamental dos direitos políticos consubstancia-se no direito de
votar e ser votado, possibilitando-se falar em direitos políticos ativos e passivos, sem que isso
constitua divisão deles, são apenas modalidades de seu exercício ligadas à capacidade eleitoral
ativa, consubstanciada nas condições do direito de votar (ativo), e à capacidade eleitoral passiva,
que assenta na elegibilidade, atributo de quem preenche as condições do direito de ser votado
(passivo). 119) Aquisição de cidadania: os direitos de cidadania adquirem-se mediante
alistamento eleitoral na forma da lei; a qualidade de eleitor decorre do alistamento, que é
obrigatório para os maiores de 18 anos e facultativo para os analfabetos, os maiores de 70 anos e
maiores de 16 e menores de 18 (art. 14, § 1º, I e II); pode-se dizer, então que a cidadania se
adquire com a obtenção da qualidade de eleitor, que documentalmente se manifesta na posse do
título de eleitor válido. DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS 120) Conceito: consistem no
conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos
órgãos governamentais, garantindo a participação do povo no poder de dominação política por
meio das diversas modalidade de sufrágio. 121) Instituições: as instituições fundamentais são as
que configuram o direito eleitoral, tais como o direito de sufrágio e os sistemas e procedimentos
eleitorais. Direito de Sufrágio 122) Conceito e funções do sufrágio: as palavras sufrágio e voto
são empregadas comumente como sinônimas; a CF, no entanto, dá-lhes sentido diferentes,
especialmente no seu art. 14, por onde se vê que sufrágio é universal e o voto é direto, secreto e
tem valor igual; o sufrágio é um direito público subjetivo de natureza política, que tem o cidadão
de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade do poder estatal; nele
consubstancia-se o consentimento do povo que legitima o exercício do poder; aí estando sua
função primordial, que é a seleção e nomeação das pessoas que hão de exercer as atividades
governamentais. 123) Forma de sufrágio: o regime político condiciona as formas de sufrágio ou,
por outras palavras, as formas de sufrágio denunciam, em princípio, o regime; se este é
democrático, será universal (quando se outorga o direito de votar a todos as nacionais de um país,
sem restrições derivadas de condições de nascimento, de fortuna e de capacidade especial. - art.
14 - ); o sufrágio restrito ( quando só é conferido a indivíduos qualificados por condições
econômicas ou de capacidade especiais) revela um regime elitista, autocrático ou oligárquico; o
Direito Constitucional brasileiro respeita o princípio da igualdade do direito de voto, adotando-se
a regra de que a cada homem vale um voto, no sentido de que cada eleitor de ambos os sexos tem
direito a um voto em cada eleição e para cada tipo de mandato. * esse assunto merece uma leitura
mais ampla. 124) Natureza do sufrágio: é um direito público subjetivo democrático, que cabe ao
povo nos limites técnicos do princípio da universalidade e da igualdade de voto e de
elegibilidade; fundamenta-se no princípio da soberania popular por meio de represantes. 125)
Titulares do direito de sufrágio: diz-se ativo (direito de votar) e passivo (direito de ser votado);
aquele caracteriza o eleitor, o outro, o elegível; o primeiro é pressuposto do segundo, pois,
ninguém tem o direito de ser votado, se não for titular do direito de votar. 126) Capacidade
eleitoral ativa: depende das seguintes condições: nacionalidade brasileira, idade mínima de 16
anos, posse de título eleitoral e não ser conscrito em serviço militar obrigatório.(art. 14) 127)
Exercício do sufrágio: o voto: o voto é o ato fundamental do exercício do direito de sufrágio, no
que tange sua função eleitoral; é a sua manifestação no plano prático. 128) Natureza do voto: a
questão se oferece quanto a saber se o voto é um direito, uma função ou um dever; qué é um
direito já o admitimos acima; é, sim, uma função, mas função de soberania popular, na medida
em que traduz o instrumento de atuação desta; nesse sentido, é aceitável a sua imposição como
um dever; daí se conclui que o voto é um direito público subjetivo, uma função social e um dever,
102
ao mesmo tempo. 129) Caracteres do voto: eficácia, sinceridade e autenticidade são atributos que
os sistemas eleitorais democráticos procuram conferir ao voto; para tanto, hão de garantir-lhe 2
caracteres básicos: personalidade e liberdade; a personalidade do voto é indispensável para a
realização dos atributos da sinceridade e autenticidade, significando que o eleitor deverá estar
presente e votar ele próprio, não se admitindo, os votos por correspondência ou por procuração; a
liberdade de voto é fundamental para sua autenticidade e eficácia, manifestando-se não apenas
pela preferência a um ou outro candidato, mas também pela faculdade de votar em branco ou de
anular o voto, direito esse, garantido pelo voto secreto; o sigilo do voto é assegurado mediante as
seguintes providências: 1) uso de cédulas oficiais; 2) isolamento do eleitor em cabine
indevassável; 3) verificação da autenticidade da cédula oficial; 4) emprego de urna que assegure
a inviolabilidade do sufrágio e seja suficientemente ampla para que não acumulem as cédulas na
ordem em que forem introduzidas pelo próprio eleitor, não se admitindo que outro o faça. (art.
103, Lei 4737/65) 130) Organização do eleitorado: o conjunto de todos aqueles detêm o direito
de sufrágio forma o eleitorado; de acordo com o direito eleitoral vigente, o eleitorado está
organizado segundo 3 tipos de divisão territorial, que são as circunscrições eleitorais e zonas
eleitorais e, nestas, os eleitores são agrupados em seções eleitorais que não teram mais de 400
eleitores nas capitais e de 300 nas demais localidades, nem menos de 50, salvo autorização do
TRE em casos excepcionais (art. 117, Lei 4737/65). 131) Elegibilidade e condições de
elegibilidade: consiste no direito de postular a designação pelos eleitores a um mandado político
no Legislativo ou no Executivo; as condições de elegibilidade e as inelegibilidade variam em
razão da natureza ou tipo de mandato pleiteado; a CF arrola no art. 14, § 3º, as condições de
elegibilidade, na forma da lei, isso porque algumas da condições indicadas dependem de forma
estabelecida em lei; as inegebilidades constam nos §§ 4º a 7º e 9º do mesmo artigo, além de
outras que podem ser previstas em lei complementar. SISTEMAS ELEITORAIS 132) As
eleições: a eleição não passa de um concurso de vontades juridicamente qualificadas visando
operar a designação de um titular de mandato eletivo; as eleições são procedimentos técnicos
para a designação de pessoas para um cargo ou para a formação de assembléias; o conjunto de
técnicas e procedimentos que se empregam na realização das eleições, destinados a organizar a
representação do povo no território nacional, se designa sistema eleitiral. 133) Reeleição:
significa a possibilidade que a Constituição reconhece ao titular de um mandato eletivo de
pleitear sua própria eleição para um mandato secessivo ao que está desempenhando. 134) O
sistema majoritário: por esse sistema, a representação, em dado território, cabe ao candidato ou
candidatos que obtiverem a maioria dos votos; primeiramente ele se conjuga com o sistema de
eleições distritais, nos quais o eleitor há de escolher entre candidatos individuais em cada partido,
isto é, haverá apenas um candidato por partido; em segundo lugar pode ser simples, com maioria
simples, como pode ser por maioria absoluta; o Direito Constitucional brasileiro consagra o
sistema majoritário: a) por maioria absoluta, para a eleição do Presidente (77), do Governador
(28) e do Prefeito (29, II); b) por maioria relativa, para a eleição de Senadores Federais. 135) O
sistema proporcional: é acolhido para a eleição dos Deputados Federais (45), se estendendo às
Assembléias Legislativas e às Câmaras de Vereadores; por ele, pretende-se que a representação
em determinado território, se distribua em proporção às correntes ideológicas ou de interesse
integrada nos partidos políticos concorrentes; o sistema suscita os problemas de saber quem é
considerado eleito e qual o número de eleitos por partido, sendo, por isso, necessário determinar:
a) votos válidos: para a determinação do quociente eleitoral contam-se, como válidos, os votos
dados à legenda partidária e os votos de todos os candidatos; os votos nulos e brancos não entram
na contagem (77, § 2º). b) Quociente eleitoral: determina-se o quociente eleitoral , dividindo-se o
número de votos válidos pelo número de lugares a preencher na Câmara dos Deputados, ou na
Assembléia Legislativa estadual, ou na Câmara Municipal, conforme o caso, desprezada a fração
igual ou inferior a meio, arredondando-se para 1, a fração superior a meio. c) Quociente
partidário: é o número de lugares cabível a cada partido, que se obtém dividindo-se o número de
votos obtidos pela legenda pelo quociente eleitoral, desprezada a fração. d) Distribuição de
restos: para solucionar esse problema da distribuição dos restos ou das sobras, o direito brasileiro
adotou o método da maior média, que consiste no seguinte: adiciona-se mais 1 lugar aos o que
103
foram obtidos por cada um dos partidos; depois, toma-se o número de votos válidos atribuídos a
cada partido e divide-se por aquela soma; o primeiro lugar a preencher caberá ao partido que
obtiver a maior média; repita-se a mesma operação tantas vezes quantos forem os lugares
restantes que devem ser preenchidos, até sua total distribuição entre os diversos partidos. (Código
Eleitoral, art. 109) * é bom observar os exemplos nas páginas 374 e ss. do livro. 136) O sistema
misto: existem 2 tipos: o alemão, denomidado sistema de eleição proporcional "personalizado",
que procura combinar o princípio decisório da eleição majotirária com o modelo representativo
da eleição proporcional; e o mexicano, que busca conservar o sistema eleitoral misto, mas com
um aumento da representação proporcional, com predomínio do sistema de maioria. No Brasil,
houve tentativa de implantar um chamado sistema misto majoritário e proporcional por distrito,
na forma que a lei dispusesse; a EC 22/82 é o que previu. PROCEDIMENTO ELEITORAL 137)
Apresentação de candidatos: o procedimento eleitoral visa selecionar e designar as autoridades
governamentais; portanto, há de começar pela apresentação dos candidatos ao eleitorado; a
formação das candidaturas ocorrem em cada partido, segundo o processo por ele estabelecido,
pois a CF garante-lhes autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento
(17, § 1º); o registro das candidaturas é feito após a escolha, cumpre ao partido providenciar-lhes
o registro consoante, cujo procedimento esta descrito nos arts. 87 a 102 do Código Eleitoral;
Propaganda: é regulada pelos arts. 240 a 256 do Código Eleitoral. 138) O escrutínio: é o modo
pelo qual se recolhem e apuram os votos nas eleições; e é nesse momento que devem concretizar-
se as garantias eleitorais do sigilo e da liberdade de voto (arts. 135 a 157, e 158 a 233, Código
Eleitoral). 139) O contencioso eleitoral: cabe a Justiça Eleitoral, e tem por objetivo fundamental
assegurar a eficácia das normas e garantias eleitorais e, especialmente, coibir a fraude, buscando
a verdade e a legitimodade eleitoral. (arts. 118 a 121) DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS
140) Conceito: são àquelas determinações constitucionais que, de uma forma ou de outra,
importem em privar o cidadão do direito de participação no processo político e nos órgãos
governamentais. 141) Conteúdo: compõem-se das regras que privam o cidadão, pela perda
definitiva ou temporária, da totalidade dos direitos políticos de votar e ser votado, bem como
daquelas regras que determinam restrições à elegibilidade do cidadão. 142) Interpretação: a
interpretação das normas constitucionais ou complementares relativas aos direitos políticos deve
tender à maior compreensão do princípio, deve dirigir-se ao favorecimento do direito de votar e
de ser votado, enquanto as regras de privação e restrição hão de entender-se nos limites mais
estreitos de sua expressão verbal, segundo as boas regras de hermenêutica. PRIVAÇÃO DOS
DIREITOS POLÍTICOS 143) Modos de privação dos direitos políticos: a privação definitiva
denomina-se perda dos direitos políticos; a temporária é sua suspensão; a Constituição veda a
cassação de direitos políticos, e só admite a perda e suspensão nos casos indicados no art. 15.
144) Perda dos direitos políticos: consiste na privação defeinitiva dos direitos políticos, com o
que o indivíduo perde sua condição de eleitor e todos os direitos de cidadania nela fundados. 145)
Suspensão dos direitos políticos: consiste na sua privação temporária; só pode ocorrer por uma
dessas três causas: incapacidade civil absoluta; condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos; improibidade administrativa. 146) Competência para decidir
sobre a perda e suspensão de direitos políticos: decorre de decisão judicial, porque não se pode
admitir a aplicação de penas restritivas de direito fundamental por via que não seja a judiciária,
quando a Constituição não indique outro meio; o Poder Judiciário é o único que tem poder para
dirimir a questão, em processo suscitado pelas autoridades federais em face de caso concreto.
REAQUISIÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS 147) Reaquisição dos direitos políticos perdidos:
é regulada no art. 40 da Lei 818/49, que continua em vigor sobre a matéria; a regra é, quem os
perdeu em razão da perda de nacionalidade brasileira, readquirida esta, ficará obrigado a novo
alistamento eleitoral, reavendo, assim, seus direitos políticos; os perdidos em conseqüência da
escusa de consciência (art. 40 da Lei 818/49), admite-se uma analogia à Lei 8239/91, que prevê
essa reaquisição, quando diz que o inadimplente poderá a qualquer tempo, regularizar sua
situação mediante cumprimento das obrigações devidas (art. 4º, § 2º). 148) Reaquisição dos
direitos políticos suspensos: não há norma expressa que preveja os casos e condições dessa
reaquisição; essa circunstância, contudo, não impossibilita a recuperação desses direitos que se
104
dará automaticamente com a cessação dos motivos que determinaram a suspensão.
INELEGIBILIDADES 149) Conceito: Inelegibilidade revela impedimento à capacidade eleitoral
passiva (direito de ser votado). 150) Objeto e fundamento: têm por objeto proteger a proibidade
administrativa, a normalidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do
candidato, e a normalidade e a legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta (art. 14,
§ 9º); possuem um fundamento ético evidente, tornando-se ilegítimas quando estebelecidas com
fundamento político ou para assegurarem o domínio do poder por um grupo que o venha detendo.
151) Eficácia das normas sobre inelegibilidades: as normas contidas nos §§ 4º a 7º, do art. 14, são
de eficácia plena e aplicabilidade imediata; para incidirem, independem de lei complementar
referida no § 9º do mesmo artigo. 152) Inelegibilidades absolutas e relativas: as absolutas
implicam impedimento eleitoral para qualquer gargo eletivo; as relativas constituem restrições à
elegibilidade para determinados mandatos em razão de situações especiais em que, no momento
da eleição se encontre o cidadão; podem ser por motivos funcionais, de parentesco ou de
domicílio. 153) Desincompatibilização: dá-se também o nome de desincompatibilização ao ato
pelo qual o candidato se desvencilha da inelegibilidade a tempo de concorrer à eleição cogitada; o
mesmo termo, tanto serve para designar o ato, mediante o qual o eleito sai de uma situação de
incompatibilidade para o exercício do mandato, como para o candidato desembaraçar-se da
inelegibilidade. DOS PARTIDOS POLÍTICOS 154) Noção de partido político: é uma forma de
agremiação de um grupo social que se propõe organizar, coordenar e instrumentar a vontade
popular com o fim de assumir o poder para realizar seu programa de governo. 155) Sistemas
partidários: sistema de partido, consiste no modo de organização partidária de um país; os
diferentes modos de organização possibilitam o surgimento de 3 tipos de sistema: a) o de partido
único, ou unipartidário; b) o de dois partidos, ou bipartidarismo; c) o de 3, 4, ou mais partidos,
denominado sistema pluripartidário, ou multipartidário; neste último se inclui o sistema brasileiro
nos termos do art. 17. 156) Institucionalização jurídico-constitucional dos partidos. Controle: a
ordenação constitucional e legal dos partidos traduz-se num condicionamento de sua estrutura,
seu programa e suas atividades, que deu lugar a um sistema de controle, consoante se adote uma
regulamentação maximalista (maior intervenção estatal) ou minimalista (menor); a Constituição
vigente liberou a criação, organização e funcionamento de agremiações partidárias, numa
concepção minimalista, sem controle quantitativo (embora o possibilite por lei ordinária), mas
com previsão de mecanismos de controle qualitativo (ideológico), mantido o controle financeiro;
o controle financeiro impões limites à apropriação dos recursos financeiros dos partidos, que só
podem buscá-los em fontes estritamente indicadas, sujeitando-se à fiscalização do Poder Público.
157) Função dos partidos e partido de oposição: a doutrina, em geral, admite que os partidos têm
por função fundamental, organizar a vontade popular e exprimi-la na busca do poder, visando a
aplicação de seu programa de governo; o pluripartidarismo pressupões maioria governante e
minoria discordante; o direito da maioria pressupões a existência do direito da minoria e da
proteção desta, que é função essencial a existência dos direitos fundamentais do homem;
decorrem, pois, do texto constitucional (17), a necessidade e os fundamentos de partidos de
oposição. 158) Natureza jurídica dos partidos: se segundo o § 2º, do art. 17, adquirem
personalidade na forma da lei civil é porque são pessoas jurídicas de direito privado
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DE ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA 159) Liberdade
partidária: afirma-se no art. 17, nos termos seguintes: é livre a criação, fusão, incorporação e
extinção dos partidos políticos, resguardados a soberania nacional¸ o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana, condicionados, no entanto, a
serem de caráter nacional, a não receberem recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiro ou a subordinação a estes, a prestarem contas à Justiça Eleitoral e a terem
funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 160) Condicionamentos à liberdade partidária:
ela é condicionada à vários princípios que confluem, em essência, para seu compromisso com o
regime democrático. 161) Autonomia e democrácia partidária: a idéia que sai do texto
constitucional (art. 17, § 1º) é a de que os partidos hão que se organizar e funcionar em harmonia
com o regime democrático e que sua estrutura interna também fica sujeita ao mesmo princípio; a
105
autonomia é conferida na suposição de que cada partido busque, de acordo com suas concepções,
realizar uma estrutura interna democrática. 162) Disciplina e fidelidade partidária: pela CF, não
são uma determinante da lei, mas uma determinante estatutária; os estatutos dos partidos estão
autorizados a prever sanções para os atos de indisciplina e de infidelidade, que poderão ir de
simples advertência até a exclusão; mas a Constituição não permite a perda de mandato por
infidelidade partidária, até o veda. PARTIDOS E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA 163) Partidos e
elegibilidade: os partidos destinam-se a assegurar a autenticidade do sistema representativo,
sendo assim, canais por onde se realiza a representação política do povo, não se admitindo
candidaturas avulsas, pois ninguém pode concorrer a eleições se não for registrado num partido
(14, § 3º, V). 164) Partidos e exercício do mandato: uma das conseqüências da função
representativa dos partidos é que o exercício do mandato político, que o povo outorga aseus
representantes, faz-se por intermédio deles, que, desse modo, estão de permeio entre o povo e o
governo, mas não no sentido de simples intermediários entre 2 pólos opostos ou alheios entre si,
mas como um instrumento por meio do qual o povo governa. 165) Sistema partidário e sistema
eleitoral: ambos formam os dois mecanismos de expressão da vontade popular na escolha dos
governantes; a circunstância de ambos se voltarem para um mesmo objetivo imediato (a
organização da vontade popular) revela a influência mútua entre eles, a ponto de a doutrina
definir condicionamentos específicos do sistema eleitoral sobre o de partidos.
Leitura complementar
A Constituição democrática
de José Luiz Quadros de Magalhães
Legislação
106
Exercícios
10. Analise, à luz da Constituição de 1988, a possível (ou não) convivência, num sistema
instituído em lei, entre a proteção da privacidade e os chamados arquivos de consumo, mantidos
pelo próprio fornecedor de crédito ou integrados em bancos de dados.
107
CAPÍTULO 5 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
[PROVISÓRIO]
[PROVISÓRIO]
A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo eleitos pelo sistema proporcional
para um mandato de quatro anos. A Constituição ao fixar um mínimo de oito e um máximo de
setenta deputados ditorce o princípio do voto com valor igual para todos.
O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal eleitos pelo
princípio majoritário para um mandato de oito anos, renovando-se a representação de quatro em
quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. O número de senadores é sempre de três por
Estado e pelo Distrito Federal.
115
O Congresso Nacional e cada uma de suas Casas adotará organização interna na forma dos
respectivos regimentos. Assim, elas possuem órgãos internos destinados a ordenar seus
funcionamentos, tratar de suas polícias, dispor sobre criação, transformação ou extinção de
cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva renumeração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. A rigor, não há interferência de uma
Casa nam outra, nem de qualquer outro órgão governamental.
No âmbito do Poder Legislativo da União existem três mesas diretoras: a do Congresso Nacional,
a do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. A primeira será formada a partir das duas
últimas. As mesas, com mandato de dois anos e algumas atribuições já previstas na Constituição,
devem resguardar a proporcionalidade da representação dos partidos e blocos partidários.
Boa parte dos trabalhos parlamentares se desenvolvem nas Comissões. Estas podem ser: (a)
permanentes; (b) temporárias; (c) mistas e (d) de inquérito.
As comissões permanentes são organizadas por áreas ou temas. Entre as suas atribuições estão as
de discutir e votar os projetos (até mesmo de forma conclusiva, ressalvado o recurso ao Plenário),
de realizar audiências e de convocar Ministros e autoridades.
As deliberações de cada Casa ou do Congresso Nacional serão tomadas por maioria de votos,
presente a maioria de seus membros, salvo os casos de quórum especial por maioria absoluta
(arts. 55, § 2º, 66, § 4º e 69), por três quintos (art. 60, § 2º) e dois terços (arts. 51, I, 52, par.único
e 86).
O Congresso Nacional possui atribuições legislativas (arts. 48, 61 a 69), meramente deliberativas
(art. 49), de fiscalização e controle (arts. 50, § 2º, 58, § 3º, 71 e 72, 166, § 1º, 49, IX e X, 51, II e
84, XXIV), de julgamento de crime de responsabilidade (arts. 51, I, 52, I e II, 86) e constituintes
(art. 60). Existem atribuições privativas de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
Entende-se por processo legislativo o conjunto de atos realizados pelos órgãos legislativos
visando a formação das leis constitucionais, complementares e ordinárias, resoluções (de efeitos
internos) e decretos legislativos (de efeitos externos). Compreende: iniciativa, emenda, votação,
sanção e veto.
116
A iniciativa pode ser concorrente, exclusiva (notadamente do Presidente da República), conjunta
e popular. A sanção consioste no ato de adesão expressa ou tácita do Presidente da República ao
projeto aprovado no âmbito do Legislativo. Já o veto é a discordãncia total ou parcial do
Presidente da República por inconstitucionalidade ou por razões de interesse público. O veto, que
pode ser "derrubado" pelo Congresso Nacional, somente pode recair sobre dispositivo inteiro, e
não, sobre palavras ou expressões. A primulgação e a publicação não fazem parte do processo
legislativo.
Existe um conjunto de normas constitucionais que estatui o regime jurídico dos membros do
Congresso Nacional. São fixadas prerrogativas, direitos, deveres e incompatibilidades.
A inviolabilidade dos parlamentares (ou imunidade material), de âmbito civil e penal, exclui a
caracterização da prática de ilícito (notadamente crime) por opiniões, palavras e votos. Já a
imunidade processual (ou formal) admite a sustação do processo por decisão da Casa de que faz
parte o parlamentar (substituiu a necessidade de licença prévia) e impede a prisão, salvo flagrante
por crime inafiançável.
Os parlamentares têm direito a subsídio. Podem, ainda, na forma do regimento, exercer todos os
direiros inerentes ao exercício de seu mandato.
A perda do mandato parlamentar pode se dar: (a) por cassação e (b) por extinção. A cassação é a
decretação da perda do mandato por ter o seu titular incorrido em falta funcional. Já a extinção do
mandato decorre de fato ou ato que torna automaticamente inexistente a investidura eletiva, tais
como a morte, a renúncia, o não comparecimento a certo número de sessões expressamente
fixado e a perda ou suspensão dos direitos políticos.
----- DO PODER EXECUTIVO 54) Eleição e mandato do Presidente da República: é eleito,
simultaneamento com o Vice-presidente, dentre brasileiros natos que preencham as condições de
elegibilidade previstas no art. 14, § 3º; a eleição realizar-se-á, em primeiro turno, no primeiro
domingo de outubro e, em segundo turno, se houver, no último domingo de outubro, do ano
anterior ao do término do mandato presidencial vigente; o mandato é de 4 anos (art. 82), do qual
tomará posse, no dia 01/01 do ano seguinte ao de sua eleição, perante o CN, em sessão conjunta,
prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis,
promover o bem geral do povo, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil. 55)
117
Substitutos e sucessores do Presidente: ao vice cabe substituir o Presidente, nos casos de
impedimento, e suceder-lhe no caso de vaga, e, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele for convocado para
missões especiais (79, par.único); o outros substitutos são: o Presidente de Câmara, o Presidente
do Senado e o Presidente do STF, que serão sucessivamente chamados ao exercício da
Presidência, se ocorrer o impedimento concomitante do Presidente e do Vice ou no caso de
vacância de ambos os cargos. 56) Subsídios: o Presidente e o Vice têm, direito a estipêndios
mensais, em forma de subsídios em parcela única, que serão fixados pelo CN (art. 49, VIII). 57)
Perda do mandato do Presidente e do Vice: cassação; extinção, nos casos de morte, renúncia.
perda ou suspensão dos direitos políticos e perda da nacionalidade brasileira; declaração de
vacância do cargo pelo CN (arts. 78 e 82); ausência de Pais por mais de 15 dias, sem liçenca do
CN (art. 83). 58) Atribuições do Presidente da República: são as enumeradas no art. 84, como
privativas do Presidente, cujo parágrafo único permite que ele delegues as mencionadas nos
incisos VI e XXV, primeira parte aos Ministros, ao Procurador-Geral ou ao Advogado-Geral, que
observarão os limites traçados nas respectivas delegações. 59) Responsabilidade do Presidente da
República: no presidencialismo. o próprio Presidente é responsável, ficando sujeito a sanções de
perda do cargo por infrações definidas como crimes de responsabilidade, apuradas em processo
político-administrativo realizado pelas Casas do Congresso, além de crimes comuns, definidos na
legislação penal; o processo divide-se em 2 partes: juízo de admissibilidade do processo e
processo e julgamento. DO PODER JUDICIÁRIO 60) A função jurisdicional: os órgão do
Judiciário têm por função compor conflitos de interesse em cada caso concreto, isso é a funçào
jurisdicional, que se realiza por meio de um processo judicial, dito, por isso mesmo, sistema de
composição de conflitos de interesses ou sistema de composição de lides. 61) Jurisdição e
legislação: não é difícil distinguir as jurisdição e legislação, esta edita normas de caráter geral e
abstrato e a jurisdição se destina a aplicá-las na solução das lides. 62) Jurisdição e administração:
jurisdição é aquilo que o legislador constituinte incluiu na competência dos órgãos judiciários; e
administração o que conferiu aos órgão do Executivo, que, em verdade, não se limita à execução
da lei; nesse caso, ato jurisdicional é o que emana dos órgãos jurisdicionais no exercício de sua
competência constitucional respeitante à solução de conflitos de interesses. 63) Órgãos da função
jurisdicional: STF, STJ , Tribunais Federais de Juízes Federais, Tribunais de Juízes do Trabalho,
Tribunais de Juízes Eleitorais, Tribunais de Juízes Militares, Tribunais de Juízes dos Estados e do
Distrito Federal. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 64) Composição do STF: compõe-se de 11
Ministros, que serão nomeados pelo Presidente, depois de aprovada a escolha pelo Senado, dentre
cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação
ilibada. 65) Competência: constam do art. 102, especificadas em 3 grupos: 1) as que lhe cabe
processar e julgar originariamente; 2) as que lhe cabe julgar, em recurso ordinário (Inc. II); 3) as
que lhe toca julgar em recurso extraordinário (inc. III); as atribuições judicantes previstas no
incisos do 102, têm,quase todas, conteúdo de litígio constitucional; logo, a atuação do STF, aí, se
destina a compor lide constitucional, mediante o exercício da jurisdição constitucional.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 66) Composição: compõe-se de no mínimo 33 Ministros,
nomeados pelo Presidente, dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada escolha pelo Senado, sendo: a) 1/3 dentre
juízes dos Tribunais Regionais Federais e 1/3 dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça,
indicados na lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; b) um terço, em partes iguais, dentre
advogados e membros do MP federal, Estadual, do Distrito Federal, alternadamente, indicados na
lista sêxtupla pelos órgão de representação das respctivas classes, de acordo com o art. 94. 67)
Competência: está distribuída em 3 áreas: 1) competência originária para processar e julgar as
questões relacionadas no inc. I, do art. 105; 2) para julgar em recurso ordinário, as causas
referidas no inc. II; 3) para julgar, em recurso especial, as causas indicadas no inc. III. 68)
Conselho de Justiça Federal: funciona junto ao Stj, cabendo-lhe, na forma da lei, exercer a
supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo grau (105,
par.único); sua composição, estrutura, atribuições a funcionamento vão depender de lei.
JUSTIÇA FEDERAL 69) Tribunais Regionais Federais: compõe-se de, no mínimo 7 juízes,
118
recrutados quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente dentre brasileiros
com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo: a) 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de
efetiva atividade profissional e membros do MP federal, com mais de 10 anos de carreira,
indicados na forma do art. 94; b) os demais mediante promoção de Juízes Federais com mais de 5
anos de exercício, alternadamente, por antiguidade e merecimento (art. 107). Sua competência
está definida no art. 108. 70) Juízes Federais: são membros da Justiça Federal de primeira
instância, ingressam no cargo inicial da carreira (substituto) mediante concurso, com participação
da OAB em todas as suas fases, obedecendo-se, nas nomeações, a ordem de classificação (art. 93,
I); compete a eles processar e julgar, as causas em que a União for interessada, exceto as de
falência, as de acidente de trabalho e as sujeitas à justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; cada
Estado, como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a capital
(110). JUSTIÇA DO TRABALHO 71) Organização: sua organização compreende o TST, que é o
órgão de cúpula, os Tribunais Regionais do Trabalho e as Juntas de Conciliação e Julgamento
(111); o TST compõe-se de 27 Ministros, mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo
Presidente, após aprovação do Senado, sendo: 17 (11 juízes de carreira, 3 advogados, 3 do MP do
Trabalho) togados vitalícios e 10 classistas temporários, com representação paritária dos
trabalhadores e empregadores (111, § 1º); Os TRT serão compostos de Juízes nomeados pelo
Presidente, sendo 2/3 de togados vitalícios e 1/3 de juízes classistas temporários (112 a 115); as
Juntas serão instituídas em lei, compondo-se de 1 juiz do trabalho, que a presidirá, e de 2 juízes
classistas, nomeados estes pelo presidente do TRT, na forma da lei, permitida uma recondução
(112 e 116). 72) Competência: compete conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos
entre trabalhadores e empregadores, abrangindo os entes de direito público externo e da
administração pública direta e indireta das entidades governamentais, na forma da lei, outras
controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no
cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas. 73) Recorribilidade das decisões do
TST: são irrecorríveis, salvo as que denegarem mandado de segurança, habeas data e mandado de
injunção e as que contrariem a Constituição ou declarem a inconstitucionalidade de tratado ou lei
federal, caso em que caberá, respectivamente, recurso ordinário e extraordinário para o STF.
JUSTIÇA ELEITORAL 74) Organização e competência: serão dispostas por lei complementar
(121), mas a CF já oferece um esquema básico de sua estrutura; ela se compõe de um TSE, seu
órgão de cúpula, de TRE, e de Juízes eleitorais e de Juntas Eleitorais (118); a composição do TSE
está prevista no art. 119; a do TRE no art. 120; os juízes eleitorais, são os próprios juízes de
direito da organização judiciária estadual (121). 75) Recorribilidade de suas decisões: são
irrecorríveis as do TSE, salvo as que denegarem o habeas corpus, o habeas data, o mandado de
segurança e o mandado de injunção e as que contrariem a Constituição, julgarem a
inconstitucionalidade de lei federal, das quais caberá recurso ordinário e extraordinário,
respectivamente para o STF. JUSTIÇA MILITAR 76) Composição: compreende o STM, os
Tribunais de Juízes militares instituídos em lei, que são as Auditorias Militares, existentes nas
circunscrições judiciárias, conforme dispõe a Lei de Organização Judiciária Militar (Decreto-lei
1003/69); a composição do STM está no art. 123. 77) Competência: processar e julgar os crimes
militares. * Sobre o Estatuto da Magistratura e garantias constitucionais do Poder Judiciário
convém ler o livro, pois fica difícil resumi-lo. (pags. 572 a 578). DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS
À JUSTIÇA 78) Funcionamento da Justiça - Nemo iudex sine actore: significa que não há juiz
sem autor; revela que a justiça não funcionará se não for provocada; a inércia é para o juiz,
garantia de equilíbrio, isto é, imparcialidade; isso justifica as funções essenciais à justica,
institucionalizadas nos arts. 127 a 135. ADVOGADO 79) Uma profissão: a advocacia não é
apenas uma profissão, é também um munus e uma árdua fatiga posta a serviço da justiça; é um
dos elementos da administração democrática da justiça; é a única habilitação profissional que
constitui pressuposto essencial à formação de um dos Poderes do Estado: o Judiciário. 80) O
advogado e a administração da justiça: a advocacia não é apenas um pressuposto da formação do
Judiciário, é também necessária ao seu funcionamento; é indispensável à administração da justiça
(133). 81) Inviolabilidade: a inviolabilidade prevista no art. 133, não é absoluta; só o ampara em
relação a seus atos e manifestações no exercício da profissão, e assim mesmo, nos termos da lei.
119
MINISTÉRIO PÚBLICO 82) Natureza e princípios institucionais: a Constituição lhe dá o relevo
de instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis; as
normas constitucionais lhe afirmas os princípios institucionais da unidade, da indivisibilidade e
da independência funcional e lhe aseguram autonomia administrativa (169). 83) Estrutura
orgânica: segundo o art. 128, o MP abrange: 1) o MP da União, que compreende: o MP federal, o
MP do trabalho, o militar e o do Distrito Federal; 2) MP dos Estados; ingressa-se na carreira por
concurso de provas e títulos, assegurada a participação da OAB em sua realização, observadas as
nomeações, a ordem de classificação; as promoções de carreira e aposentadoria seguem as regras
do art. 93, II e VI. 84) Garantias: como agentos políticos precisam de ampla liberdade funcional e
maior resguardo para desempenho de suas funções, não sendo privilégio pessoal as prerrogativas
da vitaliciedade, a irredutibilidade, na forma do art. 39, § 4º (EC-19/98) e a inamovibilidade (128,
§ 5º, II). 85) Funções institucionais: estão relacionadas no art. 129. ADVOCACIA PÚBLICA 86)
Advocacia Geral da União: é prevista no art. 131, que diretamente ou através de órgãos
vinculados, representa a União judicial e extrajudicialmente; tem por chefe o Advogado-Geral da
União, de livre nomeação do Presidente dentre cidadãos maiores de 35, de notável saber jurídico
e reputação ilibada; serão organizados em carreira, em cuja classe inicial ingressarão por
concurso. 87) Representação das unidades federadas: competem aos seus Procuradores,
organizados em carreira, em que ingressarão por concurso; com isso se institucionalizam os
serviços jurídicos estaduais. 88) Defensorias Públicas e a defesa dos necessitados: a CF prevê em
seu art. 134, a Defensoria Pública como instituição essencial à função jurisdicional, incumbida da
orientação jurídica e defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV; lei
complementar a organizará, conforme disposto nos art. 21, XIII, e 22, XVII.
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