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DOMINGO, 18 DE ABRIL DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

Fim de Papo rillo, mas uma investigação oficial


DIRETO DE BRASÍLIA A relação entre senadores da oposi-
que apura suposto desvio de dinhei-
ro durante sua gestão à frente do go-

JOÃO BOSCO RABELLO ção e o presidente do Senado, José


Sarney, azedou de vez com o episó-
dio da nomeação de Paulo Vieira pa-
verno de Goiás e rastreado no exte-
rior pelo Ministério da Justiça. Por
isso, a sessão que Perillo fez aprovar

✽ joao.bosco@grupoestado.com.br
ra a direção da Agência Nacional de para que Gilberto Carvalho depo-
Águas. Na superfície, a crise política nha, pode voltar-se contra ele: o go-
acabara em agosto do ano passado, verno acrescentou ao pedido os de-
com o arquivamento das representa- poimentos de Krebs e do Secretário

O governo precisa de Ciro ções contra Sarney no Conselho de


Ética. Isso mostrou como funciona
hoje o Senado. Na prática, a pauta
Nacional de Justiça, Romeu Tuma
Junior.
de votações hoje é discutida por
meio de listas elaboradas por cada
Na contramão

O
governosabequeJoséSer- fiançana candidata do governo, tornan- líder e distribuídas por mensagei-
ra cresce se o deputado Ci- do menos remota a tese de vitória tuca- “O PSB é um ros. Com aval da Justiça, a Câmara Distri-
ro Gomes renunciar à sua na no primeiro turno. ajuntamento, como os tal de Brasília, em eleição indireta,
candidatura. Precisa dele, Cirocapitaliza aparceladevotos anti- escolheu ontem o governador que
masnãosabecomoreconstruirapon- tucanos e antipaulistas que não migram
outros,ou pensa com completará o mandato de José Ro-
TCU
te depois de abandoná-lo à própria paraoPTeque,somadosaoíndicehistó- idealismo?” berto Arruda até o fim deste ano.
sorte, confiante de que a popularida- rico do partido, garantem um segundo Se vigorar a proposta de dar conti- Apesar de mais de 50% da população
de do presidente Lula já teria, a esta turno. Nele, pela abrangência das alian- Ciro Gomes nuidade a obras irregulares, o gover- preferir uma intervenção federal,
altura, consolidado sua candidata. ças de Lula, o candidato do PSDB tem DEPUTADO (PSB) no não estará imune à fiscalização conforme pesquisa da O&P realiza-
Foi surpreendido, no entanto, com a reduzida a sua competitividade. apenas daquelas com problemas nas da na semana passada.
liderançadeSerranas pesquisas,ape- Aosonegar a contrapartida, obstruin- contas. A ideia é evitar a suspensão
sardacampanha explícitaantecipada doo caminhode Ciro paraalianças esta- de qualquer obra, independentemen-
de sua adversária, sem concorrente duais, Lula o manteve no patamar dos te da natureza de sua irregularidade,
de peso, e com Lula de cabo eleitoral. 10% nas pesquisas, estabelecendo um o que inclui as questionadas pela
A repercussão do lançamento da limite para seu crescimento, mesmo área ambiental.
candidatura tucana, o engajamento ameaçando a meta do PSB de formar
de Aécio Neves em sua campanha e uma bancada com 50 parlamentares. estadão.com.br
os sucessivos erros de Dilma reverte- Maior do que isso, Ciro seria viável co- Perillo em risco
ram expectativas e devolveram im- mo plano B, ideia cultivada por boa par- Política direto de Brasília.
portânciaaCiro:aoaumentarosíndi- te da base aliada ainda insegura com Não é um dossiê falso que pode com- Dilma busca empresarios
ces de Serra, sua saída abalaria a con- Dilma. plicar a vida do senador Marconi Pe- blogs.estadao.com.br/joaobosco

JF DIORIO/AE

Debate eleitoral ignora


falhas do Bolsa-Família
Programa cresce sem que haja acompanhamento de beneficiários; Banco
Mundial chegou a emprestar US$ 15 milhões para estudo não realizado

Adriana Carranca de Renda e Cidadania, do Minis-


tério do Desenvolvimento So-
De olho em um robusto eleito- Benefício já chega cial (MDS), Lucia Modesto, en-
rado entre as 12,5 milhões de traves burocráticos e exigências
famílias – ou mais de 50 mi- à segunda geração emperraram o processo. “Até o
lhões de brasileiros – benefi- idioma foi uma barreira”, disse,
ciadas pelo Bolsa-Família, os ● Rute Pereira criou 6 filhos com referindo-se à obrigatoriedade
pré-candidatos à Presidência salário de diarista, reforçado des- de licitação internacional.
são só elogios ao programa. de 2004 pelo Bolsa-Família. Os
Na semana passada, José Ser- netos, Luiz Fernando e Richard, de Pesquisas. O fim do impasse
ra (PSDB) prometeu mais de 1 e 4 anos, já são a 2ª geração de ocorreu no ano passado, quando
uma vez manter e “reforçar” o beneficiados na casa. O ministério se decidiu por um consórcio en- Ciclo da pobreza. Rute Pereira com filhos e netos: Bolsa-Família de geração para geração
benefício, “porque funcionou”. não sabe quantos são. Mas, um tre o International Food Policy
MarinaSilva(PV) garantiu avan- levantamento do Estado na capital Research Institute (IFPRI), ex- não é possível saber se a redução bémnãotinha”,dizapesquisado- noentanto,apenas127milapare-
çar com o programa, que consi- paulista identificou, pelo menos, perienteem pesquisas deimpac- é sustentável no longo prazo. ra Ana Fonseca, da Universidade cem na lista de cortes por des-
dera responsável por uma “que- 277 ex-beneficiadas que tiveram to de programas de transferên- E, principalmente, se garante Estadual de Campinas, que foi cumprir as condicionalidades.
brade paradigma” na áreasocial. filhos e continuam recebendo a cia de renda na América Latina, e ou não às novas gerações condi- daequipedecriaçãodoBolsa-Fa- No entendimento do ministé-
DilmaRousseff (PT)ocolocaco- ajuda. Agora, como mães. a consultoria Datamétrica. ções de vida melhores do que mília. Ela deixou o governo Lula rio, são as famílias mais vulnerá-
mo o “melhor do mundo”. Os pesquisadores saíram a seuspaistiveram,criandoumcír- emdezembrode2004, pordiver- veis e não devem ser cortadas,
Nem governo, nem oposição, campo em setembro, com quase culo virtuoso no qual as famílias gências sobre o programa. mas observadas mais de perto.
porém, podem afirmar se o mo- poramostragem,queteriamcon- quatroanosdeatraso.“Mas,tive- não mais dependam da ajuda do Com a revisão da linha da po-
delo de transferência de renda dições de vida reavaliadas a cada ram dificuldades para localizar governoparasobreviver. Issode- Números. Segundo o ministé- breza, de R$ 120 para R$ 140, cer-
do Bolsa-Família é de fato capaz dois anos – 2006, 2008 e 2010. as famílias tanto tempo depois”, pendemuito maisdeoutrosfato- rio, 4,1 milhões de beneficiários ca de 1,3 milhão de novas famí-
de impedir que a pobreza passe Não houve acompanhamento. revela a secretária. res, como acesso à educação e foramdesligadosdoBolsa-Famí- lias foram incluídas no progra-
de geração em geração. Cerca de U$ 15 milhões do em- LevantamentoscomoodoIns- saúde. Por isso, a exigência de lia desde 2003. Outros 710 mil ma em 2009 e outras 600 mil de-
Isso só seria possível com o préstimofeitocomoBancoMun- tituto de Pesquisa Econômica contrapartidas. perderamobenefícionoanopas- vem ser agregadas até o fim do
acompanhamento de um grupo dial,queseriamdestinadosaoes- Aplicada(Ipea), dejaneiro, mos- “Houve avanços no cadastro sado, no primeiro grande reca- ano.Aexpansãoefaltadecontro-
de beneficiários por longo pra- tudo,ficaram paradosnos cofres tram que o programa ajudou a único, mas a cultura de avaliação dastramento feito pelo governo, le de condicionalidades já servi-
zo,masoestudodeimpactonun- do Programa das Nações Unidas reduzir o número de pobres no não existe no País. E o controle em cumprimento ao decreto de ram de munição para adversá-
ca foi feito. Em 2004, o governo para o Desenvolvimento (Pnud) País, uma vez que transfere di- das condicionalidades sempre 2008, que instituiu a revisão dos rios políticos. Mas, em ano de
federal chegou a levantar dados desde então. nheiro diretamente às famílias. foi precário. O PT não tem e o beneficiados a cada dois anos. eleição, os candidatos só elo-
das 15,4 mil famílias, escolhidas Segundo a secretária nacional Mas, sem o estudo de impacto, PSDB (com o Bolsa-Escola) tam- Desde o início do programa, giam o programa.

Artigo

Os discursos de
todos
desenvolvimento

povo
Vamos

saúde
brasileiro

PAC brasileiros Presidente


sociais história devemos
política
democracia

País
grande
jovens

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continuar

pode

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Serra e Dilma país


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futuro
futuro

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Saúdegentepaís pessoas todo
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sereferir ao seu principal cabo eleitoral. força meio qualidade meio deve
aqui

anos

ALBERTO brasileiros coisa ainda


bem

Serra, corretamente, o ignorou. companheiros porque mundo escolas sempre


Porque

povo
maior

trabalho bem
respeito social
mercado
ALMEIDA Aliás, corretamente do ponto de vista países crise ter construir
quero
político, mas não necessariamente do
ponto de vista da opinião pública. Lula Dilma Rousseff José Serra
ainda não é parte do passado. A maioria No lançamento de sua pré-candidatura a petista Ao se lançar pré-candidato o tucano fez

A
cerimônia de lançamento do eleitorado deseja a continuidade de falou durante 32 minutos e usou 3.100 palavras discurso de 53 minutos com 6.500 palavras
deuma candidatura apresi- seu governo. É útil para Serra, sempre
dente é um rito. Um rito que possível, referir-se elogiosamente
cujo momento principal é o aogovernoLulaeassumirocompromis- to saúde, vida, país, governo e fazer. A quem disse que quem precisa de gover- grave.
discurso do candidato. Uma análise so, junto aos pobres principalmente, de presença e predominância de algumas no são pobres, jamais as pessoas de ren- O imposto foi um não-tema para
visual acerca das palavras mais utili- dar continuidade a ele. palavras são tão reveladoras quanto a da mais elevada. Serra e Dilma fizeram osdoisprincipais postulantesàPresi-
zadas por Serra e Dilma em seus res- O recém-eleito presidente do Chile, ausência ou pouca importância de ou- seus primeiros discursos como (pré) dência da República. A redução do
pectivoseventosdelançamentoreve- Sebastián Piñera, próximo de nós não tras. candidatos. Faltou pobre no discurso. IPI da linha branca e de automóveis,
la, facilmente, as diferenças e seme- apenasno tempo, mastambém no espa- Ambos falaram muito pouco dos po- Pode se justificar dizendo que se tra- com a consequente explosão de ven-
lhanças dos dois pronunciamentos. ço, foi um candidato de oposição que bres, dos pobres que sustentam a eleva- tou de um evento para o mundo políti- das desses itens, não foi suficiente
Comonãopoderiadeixar deser, ao prometeu dar continuidade ao governo dapopularidadedeLula.Quandoseper- co. Faz sentido. Porém, cumpre acom- para mostrar aos nossos líderes que
menos é o que pensamos toda vez da ex-presidente Michele Bachelet. Ele gunta a Lula o que ele vai fazer a partir panhar o que vai ocorrer de agora em um amplo programa de desoneração
que temos em mãos a análise visual foi um candidato liberal que fez campa- de 2011, ele diz que vai cuidar dos po- diante em relação aos pobres em seus tributária sobre o consumo tem um
dodiscursojárealizada,apalavraBra- nha a favor de temas não tão liberais bres da África. Na crise entre Bolívia e discursos. enorme potencial de ser um excelen-
sil foi a mais utilizada pelos dois. É assim, como, por exemplo, duplicar a Petrobrás, Lula disse que o Brasil tinha Uma ilustre ausência em ambos os te discurso de campanha e, assim,
momento de campanha, ou melhor, licença-maternidade. No Brasil, o equi- de ceder porque há muitos pobres no discursos foi a da palavra imposto. Se uma questão muito adequada para o
depré-campanha.Cumprefalarorgu- valente seria um candidato de oposição nosso vizinho. Na crise de 2008, Lula alguém que não conhece o Brasil utili- primeiro discurso de grande impor-
lhosamente do país que temos e da- prometer duplicar o Bolsa-Família, que afirmou que o Brasil passou bem por ela zar os dois pronunciamentos e suas pa- tância, mesmo que fosse abordada
queleque queremos.Serrafaloumui- naabrangênciaatualrepresentaumgas- porqueospobresnãopararamdeconsu- lavras para detectar quais os principais em poucas palavras. Não houve pala-
to de Brasil e dos brasileiros. Dilma to irrisório de 0,4% do PIB. Aliás, será mir. problemas do Brasil, chegará à conclu- vra alguma sobre isso.
de Brasil e do filho do Brasil, Lula. que Dilma será a candidata da situação Lula, esse gênio da comunicação po- são de que o imposto não é um deles.
Eis uma diferença importante en- que quer acabar com o Bolsa-Família? pular, ensina que nunca é demais falar Saúde é. A questão social é. Mas os im- ✽
tre os dois, as menções a Lula. Obvia- Dilma falou muito as palavras país, dos pobres, defender os pobres, utili- postos, a carga tributária de 37% do PIB, É SOCIÓLOGO E AUTOR DO LIVRO
mente, Dilma não foi econômica ao política, todos e social. Serra falou mui- zar a palavra pobre. Aliás, foi Lula os IPIs da vida, não são um problema A CABEÇA DO BRASILEIRO

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