Vous êtes sur la page 1sur 14

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Educação
Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação

Rodolfo Neugebauer

DISCUTINDO O CONSUMO SUSTENTÁVEL


EM UM CONDOMÍNIO DE APARTAMENTOS

Trabalho realizado na disciplina


EDA 0645 – Educação, Meio Ambien-
te e Sociedade
Prof. Pedro Roberto Jacobi
Monitor: Tiago Nepomuceno

Dezembro de 2009
2

SUMÁRIO

1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL...............................................................................................................................3

2 CONSUMO SUSTENTÁVEL............................................................................................................................6

3 PROPOSTA DE ATIVIDADE EDUCACIONAL NÃO FORMAL................................................................8

3.1 OBJETIVO...........................................................................................................................................................8
3.2 PÚBLICO............................................................................................................................................................9
3.3 PROGRAMA GERAL ..............................................................................................................................................9
3.4 PROGRAMA ESPECÍFICO PARA A ATIVIDADE ILUSTRADA............................................................................................10
3.4.1 Objetivo................................................................................................................................................10
3.4.2 Atividades planejadas...........................................................................................................................10
3.4.3 Outros detalhes do planejamento:.........................................................................................................13

4 ANEXOS.............................................................................................................................................................14

5 REFERÊNCIAS................................................................................................................................................14
3

1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Por enquanto não nos sentimos obrigados a deixar o carro na garagem e andar a pé,

utilizar transporte público ou oferecer carona a outras pessoas, nem obrigados a pensar no

peso ambiental dos alimentos ou outros produtos que consumimos nem nos preocuparmos

com separar adequadamente o lixo para reciclagem ou economizar água em nossas casas.

Pensamos que podemos viver mais algum tempo nesse conforto ilusório e na esperança de

uma solução mágica ou tecnológica para nossos problemas ambientais.

Enquanto estou aqui, neste final de dezembro do ano de 2009, digitando meu texto em

uma cidade do interior de São Paulo, acompanho pela janela chuvas contínuas e recebo

notícias de diversas tragédias com enchentes e perdas de vidas em diversos pontos do país. Ao

redor do mundo, durante o ano, aconteceram uma infinidade de desastres ecológicos, afetando

a vida de muitas pessoas, quase sempre as mais pobres e com poucos recursos de

sobrevivência em situações de tragédia. “A meta central da teoria e da prática econômicas

atuais - a busca de um crescimento econômico contínuo e indiferenciado - é claramente

insustentável, pois a expansão ilimitada num planeta finito só pode levar à catástrofe.”

(CAPRA 2002, página 11)

Com a educação ambiental procura-se promover a reflexão sobre práticas sociais tanto

no que se refere às interações entre os grupos humanos quanto na interação humana com a

natureza tomada esta como sustentáculo à vida e civilizações humanas.

É importante afirmar que não será apenas com ações que levem a maior eficiência no
4

padrão de consumo que se terá condições de resgatar o ambiente natural e propiciar a

continuidade da permanência humana no planeta juntamente com as estruturas de

conhecimentos tecnológicos, sociais e espirituais, mantendo o tecido, a trama social que nos

une. Não, não será apenas com reciclagem, automóveis não poluentes e indústrias e empresas

verdes que conseguiremos sobreviver. Não será mantendo as mesmas estruturas de poder do

homem sobre o homem que iremos nos salvar. Estamos vendo a falência de um processo

civilizatório que nos conduziu até este ponto, cuja continuidade indica o desembocar em algo

que significa simplesmente nosso fim juntamente com essa civilização.

Ora, se os recursos que possuímos permitem tomar consciência desse processo no qual

vivemos e que nos leva a esse ponto de não retorno, é claro que precisamos alterar o caráter

do nosso modo de viver. É preciso haver um repensar e revolucionar a forma como nos

organizamos, produzimos, trabalhamos e consumimos. É preciso que exista consciência e

motivação para que as comunidades se articulem, manifestem suas insatisfações com o quadro

atual, proponham, tenham papel ativo na execução e no questionamento de iniciativas e ações

que visem redirecionar o mundo onde vivem. Para isso é preciso que se multipliquem “[...] as

práticas sociais baseadas no fortalecimento do direito ao acesso à informação e à educação

ambiental em uma perspectiva integradora. E também demanda aumentar o poder das

iniciativas baseadas na premissa de que um maior acesso à informação e transparência na

administração dos problemas ambientais urbanos pode implicar a reorganização do poder e da

autoridade. Existe, portanto, a necessidade de incrementar os meios de informação e o acesso

a eles, bem como o papel indutivo do poder público nos conteúdos educacionais, como

caminhos possíveis para alterar o quadro atual de degradação socioambiental. Trata-se de


5

promover o crescimento da consciência ambiental, expandindo a possibilidade de a população

participar em um nível mais alto no processo decisório, como uma forma de fortalecer sua co-

responsabilidade na fiscalização e no controle dos agentes de degradação ambiental.”

(JACOBI 2003, página 192) Se temos consciência daquilo que nos ameaça, desse risco, é

preciso criar condições de mudança no padrão comportamental para que de alguma forma se

reverta futuramente essas ameaças e provar que somos viáveis e merecemos continuar a

habitar o planeta Terra.

A educação ambiental tem o papel de articular os diversos saberes para provocar essa

mudança comportamental que leve o homem a atuar como indivíduo e como comunidade

descartando as estruturas políticas que promovem o paternalismo, isto é, se recusando a

aceitar que grupos de poder tomem as decisões daquilo que é melhor para ele. Esse atuar

comunitário deve estar preparado para perceber os problemas e desafios ambientais e sociais,

discutir, propor alternativas e agir para sua solução. “O complexo processo de construção da

cidadania no Brasil, num contexto de agudização das desigualdades, é perpassado por um

conjunto de questões que necessariamente implica a superação das bases constitutivas das

formas de dominação e de uma cultura calcada na tutela. O desafio da construção de uma

cidadania ativa configura-se como elemento determinante para constituição e fortalecimento

de sujeitos cidadãos que, portadores de direitos e deveres, assumam a importância da abertura

de novos espaços de participação.” (JACOBI 2003, página 199)


6

2 CONSUMO SUSTENTÁVEL

Se a educação ambiental é essencialmente um ato político, do homem como agen-

te inserido em uma comunidade que dê condições e promova seu crescimento como indiví-

duo, o consumo sustentável é esse mesmo homem percebendo que seus atos de consumo es-

tão diretamente relacionados à manutenção ou à mudança do mundo onde vive. Perceber que

através da mudança de seus padrões de consumo ele tem o poder de provocar a recuperação

do planeta e ao invés de um consumo que “sustente” e mantenha o sistema de degradação

atual, poderá consumir com o intento de manter sua própria existência dentro de um relativo

padrão de conforto e que também sustente a disponibilidade de recursos naturais que possam

ser utilizadas pelas gerações vindouras e “[...] pensar o consumo sustentável, como uma estra-

tégia política, na medida em que a somatória de questões que o processo de globalização pro-

voca a crítica ao consumismo e a crescente incorporação das questões relacionadas ao consu-

mo na agenda de lutas do movimento ambiental. O consumo sustentável representa um salto

qualitativo de complexa realização, na medida em que agrega um conjunto de características

que articulam temas como equidade, ética, defesa do meio ambiente e cidadania. Enfatiza a

importância de práticas coletivas como norteadoras de um processo que embora englobe os

consumidores individuais, prioriza ações na sua dimensão política.” (JACOBI 2008, página

122)

O consumo sustentável deve ser praticado individualmente mas também promovi-

do na comunidade. Seus participantes devem atuar conjuntamente na construção desse novo

padrão onde a utilização dos recursos seja compartilhada ao mesmo tempo para sua melhor
7

utilização quanto para apoiar a própria existência da comunidade. É claro que para isso se pre-

cisará abandonar as formas de competição próprias do sistema capitalista e se busquem a pro-

moção de valores humanos e sociais com a cooperação entre as pessoas. “O que é sustentado

numa comunidade sustentável não é o crescimento econômico nem o desenvolvimento, mas

toda a teia da vida da qual depende, a longo prazo, a nossa própria sobrevivência. A comuni-

dade sustentável é feita de tal forma que seus modos de vida, seus negócios, sua economia,

suas estruturas físicas e suas tecnologias não se oponham à capacidade intrínseca da natureza

de sustentar a vida. Na qualidade de membros da comunidade humana, nosso comportamento

deve manifestar um respeito pela dignidade humana e pelos direitos humanos. Uma vez que a

vida humana engloba necessidades biológicas, cognitivas e sociais, os direitos humanos de-

vem ser respeitados nessas três dimensões. A dimensão biológica inclui o direito a um ambi-

ente sadio e a alimentos seguros e saudáveis: o respeito à integridade da vida acarreta necessa-

riamente a rejeição do registro de patentes de formas de vida. Os direitos humanos na dimen-

são cognitiva são, entre outros, o direito de acesso à educação e ao conhecimento e a liberda-

de de opinião e de expressão. Na dimensão social, por fim, o primeiro direito humano - nas

palavras da Declaração de Direitos Humanos da ONU - é o direito à vida, à liberdade e à se-

gurança da pessoa." (CAPRA 2002, página 212)


8

3 PROPOSTA DE ATIVIDADE EDUCACIONAL NÃO FORMAL

“No ano 2000, se gastou em nosso planeta, em compras de produtos ou serviços

domésticos, mais de 20 trilhões de dólares, quatro vezes mais do que se gastou em 1960, qua-

renta anos antes. O impacto de tamanho consumo provoca um desgaste de recursos naturais

20% acima do que a Terra consegue renovar, ameaçando gravemente a sustentabilidade pla-

netária. Chegamos a um impasse. Consumir eficientemente – ou seja, usando menos recursos

naturais e causando menos poluição – deixa de ser uma opção para ser uma necessidade para

que se atinja qualidade de vida para todos” (MATTAR, página 1)

3.1 OBJETIVO

Criar condições e prover informações para que as pessoas participantes da ativida-

de educacional não formal possam:

• receber informações sobre os alertas de mudanças climáticas e suas consequências

• debater como esses fatos irão afetar ou já os afetam

• provocar a troca de ideias entre os participantes para que daí surjam projetos coletivos

e se promova a vida comunitária

• despertar o desejo de conhecer mais sobre o tema e observar o mundo ao seu redor

• provocar questionamento individual sobre o padrão de consumo praticado.


9

3.2 PÚBLICO

Pretende-se convidar para participar dessa atividade educacional os moradores de

um condomínio de apartamentos localizado no bairro do Jaguaré, na zona Oeste da cidade de

São Paulo. Os moradores desse condomínio de cerca de 400 apartamentos são compostos por

famílias com pessoas de todas faixas de idade. São pessoas relativamente protegidas das desi-

gualdades sociais características do país e que mantêm padrões de consumo com anseios de

sua ampliação para atender “estilos de vida” apresentados pela mídia.

Esse condomínio possui diversas áreas ajardinadas que poderiam ser utilizadas

para atividades comunitárias.

3.3 PROGRAMA GERAL

Nosso objetivo é desenvolver uma série de aulas onde se discutirá educação ambi-

ental em geral e o tema consumo sustentável especificamente. Essas aulas tanto poderão ser

apresentadas em sequencia com intervalo de semanas quanto poderão ser utilizadas indivi-

dualmente conforme o público presente e seu grau de envolvimento. Os temas serão trabalha-

dos de forma a atender turmas heterogêneas quanto a sua faixa etária e escolaridade.
10

3.4 PROGRAMA ESPECÍFICO PARA A ATIVIDADE ILUSTRADA

No presente texto iremos apresentar detalhes da primeira aula que irá compor a

série de aulas que se pretende construir. Essa aula apresenta inicialmente o tema e permite ao

professor conhecer sua turma.

3.4.1 Objetivo

• Apresentar os temas educação ambienta e consumo sustentável.

• Aproximar os moradores de uma localidade para que discutam e aprendam comunita-

riamente.

• Levar a questionamento interior quanto ao seu padrão de consumo e estilo de vida.

3.4.2 Atividades planejadas

a) Primeira atividade: vídeo “Hoppe”: inicialmente será apresentado esse vídeo

com cerca de 8 minutos. Contem temas tais como natureza, paz e vida em comunidade.

Vídeo “Hope – Visions of Willy Whitefeather” (MARGERIN)

Direção Catherine Margerin e produção de Mary Mathaisell.


11

b) Segunda atividade: apresentar imagens em powerpoint sobre a crise ambiental

e sobre consumo sustentável, explicando e discutindo cada uma das imagens. Para preparar as

apresentações foi utilizado material distribuído no curso de permacultura do IPEMA Instituto

de Permacultura da Mata Atlântica, localizado na cidade de Ubatuba, litoral do Estado de São

Paulo.

c) Terceira atividade em grupo: “Encadeamento” (MATTAR, página 7)

Essa atividade visa:

• Demonstrar que todas as coisas estão inter relacionadas e conectadas.

• Promover a integração do grupo.

• Refletir sobre a interdependência dos elementos.

Material utilizado:

• Um rolo de barbante, papeletas e canetas hidro cor.

Metodologia para conduzir a atividade:

• Em grupo, confeccionar papeletas com os elementos que fazem parte do Planeta Terra

(sol, água, terra, fogo, ar, florestas, clima, animais, pessoas, consciência, compras, ci-

dades, queimadas, entre outros).

• Formar uma roda, onde todos fiquem bem próximos e distribuir uma papeleta para

cada participante.

• A pessoa que pegar a papeleta do Sol deverá ficar no centro da roda. E com o início do

rolo do barbante amarrado no dedo.

• O Sol deverá escolher um dos elementos da roda e dizer qual a relação que pode exis-

tir entre eles.


12

• O educador ajudará a conduzir o rolo do barbante e dará uma volta no dedo do colega

que estará representando o elemento escolhido. Este colega fará a mesma coisa com

relação a outros elementos, e assim por diante. Ao final forma-se uma grande Teia, re-

presentando a organização, o encadeamento e a interdependência entre todos os ele-

mentos.

• Conversar com o grupo sobre as sensações e as possibilidades de relações.

Avaliação final da atividade:

• Observar se os integrantes perceberam os objetivos desta atividade.

d) Quarta atividade: propor discussão sobre projetos ou atividades que poderiam

ser feitas comunitariamente:

• separação de lixo pelos moradores

• compostagem

• jardinagem com horta

• ônibus público para atender moradores do bairro

• atuar contra ruídos noturnos

• economia de água

• carona

• feira de trocas

• troca de revistas, livros e jornais já lidos

• incentivar compras no comércio local

• discutir outras questões que incomodam os moradores


13

e) Atividade de encerramento:

Propor novos encontros para discutir outras ideias.

3.4.3 Outros detalhes do planejamento:

• Duração estimada
◦ A duração estimada para essa aula é de 90 minutos no máximo.

• Material de aula

◦ Folhas de papel para flip chart e cavalete

◦ Pincel atômico

◦ Fita crepe para colar as folhas preenchidas de flip chart nas paredes

◦ Computador para projetar as imagens

◦ Papel, tesoura e rolo de barbante.

• Local da atividade

◦ Salão de festas do condomínio


14

4 ANEXOS

DVD contendo:

• Vídeo “Hope” (formatos vídeo e avi)

• Apresentações em formato MS-PowerPoint e OpenOffice

◦ Crise Ambiental

◦ Consumo Sustentável

• Cópia deste texto

5 REFERÊNCIAS

CAPRA, Fritjof. As conexões ocultas. Ciência para uma vida sustentável.

Trad. Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Cultrix, 2002.

JACOBI, Pedro R. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade in Cader-

nos de Pesquisa. São Paulo: Autores Associados, 2003, nº 118: 189-205.

JACOBI, Pedro R. Desafios para práticas de consumo sustentável in Reflexões

sobre consumo sustentável. Le mond diplomatique. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2008.

MATTAR, Helio. A árvore do consumo consciente. Guia do educador. Institu-

to Akatu pelo Consumo Consciente. Http://www,akatu.org.br acessado em 27/12/2009.

MARGERIN, Catherine. Vídeo “Hope – Visions of Willy Whitefeather”. Url

no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=lVSmLpNK45Q acessado em 30/12/2009.

Argumento para Google: Dancing Tree Willy Whitefeather

Vous aimerez peut-être aussi