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Agrupamento de Escolas Dr.

Azevedo Neves

PROJECTO EDUCATIVO

Quadriénio de 2009/2010 a 2012/2013


Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves – Projecto Educativo

VIVER O PRESENTE, CONSTRUIR O FUTURO


(Uma Escola do Século XXI)
Índice

O Projecto Educativo

I - Preâmbulo 3

II - Situação e Localização Geográfica do Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves 7

1. A Escola EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves 7

2. A EB1/JI Condes Lousã 9

3. A EB1/JI José Ruy 10

III - História e Características do Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves 11

1. A Escola EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves 11

2. A EB1/JI Condes Lousã 17

3. A EB1/JI José Ruy 18

IV - Identificação de Potencialidades e Problemas 20

V - Objectivos e Estratégias 22

VI - Disposições Finais 29

1. Âmbito 29

2. Regulamentação e Concretização 29

3. Avaliação do Projecto 29

4. Promulgação 29

VII- Anexos/Plantas 30

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Projecto Educativo
I
Preâmbulo

A Escola é, hoje em dia, uma organização complexa, onde interagem e se inter-relacionam os seus
vários actores, internos e externos. A progressiva descentralização do sistema educativo e a
autonomia crescente que lhe tem sido atribuída transformaram a Escola portuguesa, de simples
elemento terminal do ensino, no centro nevrálgico deste sistema. Recentemente, a Escola alargou o
seu âmbito com a formação da nova unidade organizacional, o Agrupamento entidade, em que um
conjunto local de estabelecimentos se encontra para construir um projecto pedagógico comum.

O Decreto-Lei nº 75/2008 estabelece a autonomia das escolas, orientando-se pelos princípios da


igualdade, da participação e da transparência, assegurando a participação de todos os intervenientes
no processo educativo, nomeadamente os professores, os alunos, as famílias, as autarquias e
entidades representativas das actividades e instituições económicas, sociais, culturais e científicas,
tendo em conta as características específicas dos vários níveis e tipologias de educação e de ensino.
Neste quadro, a autonomia, a administração e a gestão das escolas organizam-se no sentido de
promover o sucesso e prevenir o abandono escolar dos alunos; de promover a equidade social, criando
condições para a concretização da igualdade de oportunidades para todos; de cumprir e fazer cumprir
os direitos e os deveres; de observar o primado dos critérios de natureza pedagógica sobre os critérios
de natureza administrativa nos limites de uma gestão eficiente dos recursos disponíveis para o
desenvolvimento da sua missão.

Esta autonomia concretizar-se-á na elaboração de um Projecto Educativo próprio, constituído e


executado de forma participada, dentro dos princípios de responsabilização dos vários intervenientes
na vida escolar e da adequação a características e recursos da escola e do seu meio envolvente. O
Projecto Educativo será assim o instrumento local da política educativa, elaborado e executado com a
participação imprescindível de toda a comunidade, onde serão estabelecidas as metas, os objectivos e
as estruturas funcionais da unidade organizacional.

O PE (Projecto Educativo) constituirá, portanto, o documento de referência quer para a elaboração dos
outros documentos de programação pedagógica e organizacional (Plano Anual de Actividades,
Regulamento Interno, Projecto Curricular de Agrupamento, Projectos Curriculares das Turmas e outros
documentos de carácter pedagógico), quer para promover e assegurar o inter-relacionamento entre os

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vários corpos dentro da comunidade e entre estes e a comunidade local. Deverá igualmente implicar
toda a comunidade educativa, em especial os alunos, ao fim e ao cabo os principais actores e
destinatários de todo o processo educativo, na interligação entre a comunidade Escola e o meio no
qual ela actua, nas suas componentes social, cultural, económica, ambiental, entre outras,
considerando-se a qualificação humana um importante factor impulsionador do sucesso.

O PE será, assim, um documento ímpar que permitirá à comunidade escolar estabelecer e gerir a sua
autonomia, conferindo-lhe uma identidade própria, geradora de experiências ricas e recíprocas com o
meio, facilitadora de aprendizagens formais e não formais e da integração plena dos jovens na
sociedade, promovendo a formação de cidadãos cultos, livres, solidários, responsáveis, dotados de
espírito crítico, atentos e intervenientes no mundo natural e social que os rodeia.

O Projecto Educativo do Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves desenvolve-se em torno do seu
tema organizador – VIVER O PRESENTE, CONSTRUIR O FUTURO – uma Escola do Século XXI. Propõe-
se com ele olhar os actuais desenvolvimentos dos contextos sociais europeus e nacionais e, muito
particularmente, aquele em que o Agrupamento se insere, de uma forma nova que obrigue a repensar
o lugar da Escola e a sua tarefa educativa fundamental.

A diversidade cultural não pode ser hoje considerada uma mera curiosidade, pois ela é um facto
presente na nossa sociedade e nas nossas escolas.

Olhar este dado como um facto e não como um problema é a tarefa de uma escola que se pretende
transformativa, em que sejam criadas novas estratégias inclusivas e indutoras de uma verdadeira
educação para a cidadania e para a participação democrática. Olhar o outro na perspectiva do outro,
evitar a formação de preconceitos e estar aberto à diversidade são as formas propostas para construir
o futuro que se perspectiva intercultural.

Em tempo de grande mudança e de profunda incerteza, a elaboração de um projecto educativo


apresenta dificuldades acrescidas. No entanto, é nossa convicção de que apenas as instituições
educativas que sejam capazes de uma renovação profunda e contínua podem vencer os desafios do
presente. Só um projecto educativo promotor das aprendizagens e de melhorias na organização, que
devolva à escola o respeito de toda a comunidade escolar, inovador, funcional, flexível no
desenvolvimento e capaz de mobilizar todos os recursos poderá descobrir e desenvolver os factores
que congreguem os diversos actores desta comunidade. Enquanto instrumento de mudança e de
melhoramento da educação dos nossos alunos, continuamos a ambicionar que este Projecto Educativo
seja interiorizado, envolva e sirva de referência para todos, de modo a ser implementado de forma
eficaz e duradoura.

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Continuamos a acreditar que é nossa missão a construção de uma escola alicerçada nos valores da
cidadania e uma escola movida por uma dinâmica pedagógica de qualidade, assente na articulação
entre o saber, o saber ser, o saber fazer e o saber viver, que a diferencie e imponha na comunidade a
que pertence, como formadora de jovens e adultos.

É sabido que a freguesia da Damaia emerge como uma das mais deprimidas do país, com os índices
mais elevados de abandono escolar e saídas precoces, com grande incidência de insucesso escolar,
com fortes indícios de delinquência juvenil, problemas disciplinares, com uma sociedade ainda pouco
sensibilizada para o relevo da escola como factor de desenvolvimento equilibrado, com um tecido
social pouco qualificado. Neste contexto, assume prioridade a aposta no combate ao insucesso e
abandono escolares, ao absentismo de docentes, discentes e pessoal auxiliar, no desenvolvimento de
uma cultura de responsabilidade, colectiva e individual, de trabalho, de exigência e de rigor e na
diversificação da oferta formativa de forma a manter-se a identidade de uma escola democrática, de
oportunidades, de inclusão, de harmonia social. Este é o grande desafio que nos espera nos próximos
anos. Esta é a vontade que este documento consagra. Esta é a determinação que os órgãos legalmente
instituídos professam. Assim, mais do que uma reformulação, este Projecto Educativo pretende ser
uma verdadeira refundação de orientação, não tanto por se reconsiderar o percurso até aqui seguido,
mas por se perceber que os caminhos agora a trilhar devem considerar, fundamentalmente, as
pessoas, numa perspectiva de valorização do trabalho e da responsabilidade.

Recebemos, de outras escolas, alunos excluídos do sistema, alunos oriundos dos PALOPs, em qualquer
momento do seu percurso escolar e em qualquer ponto do ano lectivo, e, ainda, alunos que não
encontram vaga noutros estabelecimentos de ensino.

A Escola Dr. Azevedo Neves é uma escola multicultural vocacionada para a integração social e
profissional dos jovens. Apostamos na valorização do trabalho como meio para atingir o sucesso
pessoal e profissional. É uma escola empenhada na inclusão e na tolerância, ao atenuar as assimetrias
de desenvolvimento entre os seus pares. É uma escola de formação, ao desvendar projectos de vida,
ao reforçar relações de parceria com entidades e instituições de modo a favorecer a integração na
vida activa, ao assegurar a igualdade de oportunidades para todos, sem deixar de estimular e
desenvolver as potencialidades individuais.

Viver o Presente, Construir o Futuro - uma Escola do Século XXI foi o lema assumido pela escola para
este Projecto, tendo sido posta a tónica na necessidade de desenvolver atitudes, comportamentos e
valores que permitam instaurar relações interpessoais pautadas pelo respeito e pela tolerância, criar
condições favoráveis ao processo de ensino-aprendizagem e dignificar a instituição escolar,

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revalorizando as noções de esforço e de trabalho associadas às de prazer e de curiosidade. São essas


sementes que este projecto pretende lançar numa escola que se distingue como um espaço não só de
aprendizagem mas também de exercício da cidadania.

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II
Situação e Localização Geográfica do Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves

O Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves situa-se no concelho da Amadora, abrangendo


geograficamente, na freguesia da Damaia, o Alto da Damaia e, na freguesia da Reboleira, a sua parte
Sul, sobrepondo-se, assim, à fronteira das duas freguesias vizinhas.

Encontrando-se a escola sede, ou seja, a Escola EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves, no Alto da
Damaia, a EB1/JI Condes da Lousã não dista mais de cerca de duzentos metros desta, proporcionando
à respectiva população escolar uma grande proximidade física e uma continuidade escolar natural.

A EB1/JI José Ruy, já na Reboleira Sul, encontra-se a cerca de quatrocentos metros da escola sede,
distância que, na sequência da construção recente de várias urbanizações, pode ser percorrida sem
dificuldades pela comunidade escolar.

A localização geográfica do Agrupamento implica que este acabe por englobar uma comunidade
escolar muito diversificada, a todos os níveis, nomeadamente cultural e étnico, social e económico,
bem como no que respeita às infra-estruturas disponíveis em cada freguesia.

1. Situação e Localização Geográfica da Escola Secundária Dr. Azevedo Neves

A Escola Secundária Dr. Azevedo Neves situa-se na freguesia da Damaia, concelho da Amadora (ver
anexo 1).

Este concelho é de constituição muito recente (1979) e resulta do desmembramento do concelho de


Oeiras devido ao grande aumento do afluxo demográfico ocorrido na segunda metade do século XX.
Situa-se na região de Lisboa e Vale do Tejo, no distrito de Lisboa, cidade com a qual faz fronteira a
Leste, confinando a Sul com o concelho de Oeiras, a Oeste com o de Sintra e a Norte com o de Loures.

A sua situação geográfica, na continuidade da cidade de Lisboa, e o crescimento demográfico explosivo


que regista conferem-lhe características de sub-urbanismo acentuado, com problemas de integração
das suas comunidades e, mesmo, formação de pré-guetos.

Pode constatar-se, pelo mapa, que o concelho é constituído por 11 freguesias (Alfragide, Brandoa,
Buraca, Damaia, Falagueira, Mina, Reboleira, Venda Nova, Venteira, Alfornelos e S. Brás) que ocupam
uma área de cerca de 30 Km2, com uma população de 175872 habitantes, segundo o censo de 2001, e
que hoje se estima em cerca de 180 mil, segundo dados do INE de 2008. Estes números dão-nos conta

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de uma estagnação que decorre também do envelhecimento geral da população do país. Ainda assim,
todas as freguesias apresentam índices de urbanização muito elevados.

A organização do espaço do concelho é presentemente condicionada pelos grandes eixos viários (IC19,
CREL, CRIL), pensados em função da cidade de Lisboa. Cada vez mais este se torna um ponto de
passagem das populações (próprias e dos concelhos limítrofes) de e para Lisboa, gerando fortíssimas
pressões sobre os eixos viários que não foram concebidos para um tal tráfego pendular.

Em termos humanos o concelho é caracterizado por uma população de 1ª e 2ª geração, isto é, famílias
não nascidas no concelho mas que vieram instalar-se definitivamente nele.

As suas origens variam em função do período de chegada. Até ao 25 de Abril de 1974 provinham
essencialmente de outras regiões do país, em especial dos concelhos próximos e do Alentejo. Depois
de 1974, os movimentos de chegada passam a ser preponderantemente originários dos PALOPs,
especialmente de Cabo Verde, sendo hoje vulgar dizer-se que a Amadora é a maior cidade cabo-
verdiana do mundo. Se bem que os dados disponíveis não sejam totalmente fiáveis, pois existem
muitos elementos desta comunidade em situação ilegal e, portanto, não contabilizados, eles apontam
para que entre 15 a 20 mil habitantes do concelho sejam dessa proveniência.

Trata-se de uma população ainda jovem, pois as comunidades recém-chegadas tendem a apresentar
taxas de natalidade muito elevadas, se bem que a diminuir, não trazendo consigo os respectivos
idosos. Começam a notar-se alguns sinais de envelhecimento que se podem atribuir à fracção dos
chegados ao concelho nos anos 50 a 70 e, por outro lado, a uma diminuição da elevada taxa de
natalidade das populações mais recentes. Por tudo isto, ao nível da organização familiar, é notória
uma tendência para a diminuição do número de membros do agregado familiar e da sua ligação
interna.

Esta população apresenta também uma taxa de actividade muito elevada (46%) e, ao contrário do que
seria de esperar, apresenta-se muito equilibrada na razão homens/mulheres, o que indica a vinda de
emigrantes em agregados familiares e não individualmente. Reparte-se entre o sector secundário (1/3)
e o terciário (2/3), sendo o primário praticamente inexistente. Isto deve-se à própria origem do
concelho que começou por, nos anos 60 e 70, ser um pólo de atracção industrial, facto que ainda é
visível nas freguesias da Venda Nova, Buraca e Brandoa. O concelho torna-se então uma zona de
habitação barata e, portanto, muito atractiva para uma urbanização rápida e para os trabalhadores
recém-entrados no sector terciário. Como reflexo de tudo isto, verifica-se que cerca de 90% são
trabalhadores por conta de outrem e que a parte de origem africana trabalha essencialmente nos
sectores da construção civil (os homens) e nos serviços domésticos (as mulheres).

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As habilitações literárias da população são, em geral, baixas, com a taxa de analfabetismo a situar-se
pelos 10%, possuindo a maioria (60%) apenas o 6º ano e sendo mais uma vez os originários dos países
africanos os que apresentam habilitações mais diminutas.

Os equipamentos de saúde no concelho são razoáveis, dispondo de um hospital central e de centros


de saúde espalhados por todas as freguesias.

Quanto aos equipamentos educativos enquadrados na rede escolar concelhia da freguesia da Damaia,
destacamos o Agrupamento EB1 2º/3º ciclo Pedro D’Orey da Cunha e a Escola Secundária com 3º ciclo
D. João V.

Este concelho debate-se, no entanto, com um grave problema no que concerne às condições de
habitabilidade, pois uma fracção muito importante da população (25%) habita em bairros clandestinos
e/ou degradados. Nestes bairros as condições de vida são muito problemáticas ao nível do
saneamento básico, da dimensão da habitação e de equipamento e serviços sociais deficientes ou
mesmo inexistentes sendo, por isso, um terreno propício ao aumento da criminalidade, do consumo e
tráfico de droga, alcoolismo e violência que cada vez envolve mais a população jovem.

A freguesia da Damaia já foi conhecida por A-da-Maia e por Da-Maia, mas não se sabe ao certo a
origem da denominação, sendo provável que provenha da alguma casa de negócio ou propriedade que
existisse na zona. Trata-se, porém, de uma povoação com alguma história, pois já é referenciada em
textos de meados do século XIX. Existem alguns vestígios (até em terrenos da própria escola) de
ocupação que remonta ao Paleolítico e Neolítico, passando pela época romana até aos nossos dias.

O seu crescimento foi bastante lento, pois em 1911 tinha 179 habitantes e mesmo em 1940 só havia
646. Só a partir dos anos 50 se dá a sua explosão demográfica apresentando nesta altura uma
população de cerca de 25 mil habitantes e com uma ocupação de solo quase exclusivamente urbana.

O crescimento explosivo levou à formação de algumas ilhas de habitação clandestina e bairros


degradados como, por exemplo, o Bairro 6 de Maio, o Estrela de África e a Estrada Militar do Alto da
Damaia, e, ainda, envolvidos já noutras freguesias, o bairro da Cova da Moura, entre outros, o que
levanta problemas de integração e de identidade social e territorial que se reflectem na Escola, pois é
deles que provém uma grande parte dos seus alunos.

2. Situação e Localização Geográfica da EB1/JI Condes da Lousã

A Escola EB1/JI Condes da Lousã situa-se na continuação da Estrada Militar, no Alto da Damaia,
confinando com as zonas urbanizadas da Reboleira e da Damaia e com um bairro de habitações

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degradadas, onde existem muitas famílias carenciadas e, na sua maioria, com dificuldade de
integração social.

3. Situação e Localização Geográfica da EB1/JI José Ruy

A Escola EB 1/JI José Ruy situa-se na Av. Manuel Alpedrinha, na freguesia da Reboleira. Esta freguesia
data da década de 60. Nessa época planeara-se uma “cidade jardim” para uma população de cerca de
8500 habitantes. Porém, as constantes alterações do plano levou à construção de um parque
habitacional de 7500 fogos que vieram a albergar cerca de 17675 habitantes, tendo como
consequência um enorme aumento populacional. A economia dominante da freguesia gira em torno
do sector terciário.

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III
História e Características do Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves

Tendo em conta as características específicas da comunidade escolar alargada desta zona e a


necessidade de uma resposta global de articulação entre os diversos ciclos de escolaridade bem como
de optimização de recursos, a formação do Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves surge como
consequência da reorganização da rede educativa, numa tentativa de responder de forma integrada às
necessidades educacionais da população escolar.

Em 6 de Junho de 2006, é homologado este novo Agrupamento, assumindo-se a Escola Secundária Dr.
Azevedo Neves como sede de englobamento das EB1/JI Condes da Lousã e EB1/JI José Ruy, seguindo
uma lógica de integração de recursos e potenciais, procurando reforçar a capacidade pedagógica dos
diversos parceiros.

O agrupamento engloba, neste momento, o ensino pré-primário, 1º Ciclo, 2ºCiclo, 3ºCiclo, Secundário
e, desde Junho de 2008, um Centro de Novas Oportunidades (CNO) vocacionado para motivar a
população adulta local a aumentar a sua qualificação a nível académico e profissional.

1. Características da Escola Secundária Dr. Azevedo Neves

Em 1983 é construída a Escola Secundária Dr. Azevedo Neves para suprir as necessidades da
população da freguesia da Damaia e de outras freguesias do concelho da Amadora (nomeadamente
Reboleira, Brandoa, Alfragide, Buraca e Venda Nova).

Adquiriu o seu nome em 1988, em homenagem ao Professor Dr. João Alberto de Azevedo Neves,
nascido em Angra do Heroísmo, médico licenciado em 1900 com uma tese sobre o estudo do ovário.
Uma carreira notável levou-o a ocupar os cargos de professor de Medicina Legal na Faculdade de
Medicina da Universidade de Lisboa, de Reitor da Universidade Técnica de Lisboa, de membro do
Conselho Médico-Legal, de vogal do Conselho Superior de Instrução Pública e de Director da
Associação Internacional de Estudo do Cancro, entre muitos outros, publicando também numerosos
trabalhos de investigação médica. Pessoa multifacetada, colabora com alguns jornais e tem
intervenção política activa chegando a ocupar os cargos de vereador da Câmara Municipal de Lisboa,
de Secretário de Estado e de Ministro do Comércio e dos Negócios Estrangeiros.

A escola encontra-se situada na periferia da freguesia, numa das zonas recém urbanizadas e com um
aumento substancial de moradores. Não existem transportes públicos provenientes da freguesia da

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Reboleira, de onde é originária uma parte significativa dos alunos, tendo estes de deslocar-se a pé. É
constituída por 4 pavilhões e um polidesportivo descoberto, distribuídos por uma área trapezoidal de
aproximadamente um hectare, em declive virado a nascente.

No pavilhão A encontram-se os serviços de apoio e administrativos: Conselho Executivo, Secretaria,


S.A.S.E., Centro de Recursos, Biblioteca, Refeitório, Sala de Rádio, Papelaria, Salão Polivalente, Sala de
Pessoal não Docente, Centro de Novas Oportunidades (C.N.O.), Serviço de Manutenção e Sala de
Reuniões.

O Pavilhão B é constituído por 3 pisos, com átrio central coberto, em torno do qual se desenvolvem
corredores em varandas que dão acesso às suas 25 salas, entre as quais, a Sala de Estudo dos Alunos, a
Sala de Audiovisuais, o Estúdio de Vídeo, a cozinha utilizada pelas turmas dos cursos de Restauração, a
sala do GAP e os Laboratórios de Biologia.

O Pavilhão C, assemelha-se ao B mas tem apenas 2 pisos e dispõe de 13 salas. É aqui que, devido à sua
posição central na escola, se situam a Sala de Professores, a Sala de Directores de Turma e de
Recepção aos Encarregados de Educação, a Reprografia e o Gabinete de Saúde Escolar. Também aqui
se situam as salas especializadas de Informática, de Educação Visual e de Educação Tecnológica, o
Gabinete dos Serviços de Psicologia e Orientação e o Anfiteatro.

O Pavilhão D é igual ao C e nele se situam os Laboratórios de Física e Química. Também aqui se


encontram os gabinetes do Núcleo de Solidariedade e da Associação de Estudantes e a sala de Estágio.
Duas das salas estão destinadas e adaptadas às disciplinas de Educação Física e de Expressão
Dramática.

Finalmente temos o Polidesportivo descoberto, entretanto melhorado com um court de ténis com
relva sintética e, separado deste, um campo de voleibol, todos complementados pelos respectivos
balneários num pequeno pavilhão autónomo.

A Escola dispõe ainda de espaços não utilizados de dimensão significativa que possibilitam encarar a
hipótese de construção de um pavilhão gimnodesportivo. Está separada do exterior por um
gradeamento intransponível e a entrada nas suas instalações faz-se através de uma portaria vigiada
em permanência.

Esta é a descrição da escola sede antes das obras de requalificação. Neste momento atravessa um
período de transição e só no final deste empreendimento se poderá fazer uma caracterização rigorosa
do espaço Azevedo Neves.

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O quadro de professores efectivos da Escola soma 94 lugares. Destes, 2 estão destacados e 1


requisitado. Há ainda 81 professores contratados. Este conjunto de profissionais é um núcleo estável
que assegura uma continuidade pedagógica.

Nos Serviços de Psicologia e Orientação temos ainda 1 psicóloga, 1 animadora sociocultural, 1


animadora/psicóloga clínica, 1 mediadora e 1 técnica de serviço social.

O quadro de pessoal não docente é constituído por 39 assistentes operacionais, 7 funcionários


administrativos e 2 seguranças do Ministério da Educação.

A Escola serve uma população estudantil de cerca de 800 alunos, distribuídos por 41 turmas, do 5º ao
12º ano de escolaridade. Esta população é essencialmente (cerca de 60%) originária da freguesia da
Damaia, provindo os restantes das freguesias limítrofes. A percentagem de alunos que habitam fora do
concelho é irrelevante. Face ao número de alunos, a Escola pode agora trabalhar em turno único, das
8h 20m às 16 h.

A população da zona de influência da Escola tem vindo a sofrer um forte aumento da comunidade de
origem africana, verificando-se, em consequência, uma percentagem de cerca de 80% de alunos
oriundos desta comunidade na população escolar actual. Por outro lado, uma parte muito significativa
dos alunos vive nos bairros degradados da zona das quais podemos destacar Cova da Moura, 6 de
Maio, Estrela de África e Estrada Militar que apresentam características de pré-guetos, com todos os
problemas inerentes a esta situação: desinteresse pela Escola, quer dos alunos quer dos encarregados
de educação, violência efectiva ou latente (não transportada para o interior da escola), problemas
sociais de todo o tipo, consumo e tráfico de droga, entre outros. Alguns deles apresentam mesmo
carências aos níveis alimentar e de higiene e outros sinais de negligência por parte dos seus
encarregados de educação. Os casos de gravidez precoce estão a aumentar.

A Escola oferece os seguintes planos curriculares e cursos distribuídos por turmas:

ENSINO REGULAR & ENSINO PROFISSIONAL QUALIFICANTE


Ano Lectivo - 2009/2010
Total de alunos matriculados - 907

ENSINO
ENSINO BÁSICO ENSINO PROFISIONAL QUALIFICANTE Totais
SECUNDÁRIO

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2.º 3.º C.
C.E.F. E.F.A.
CICLO CICLO PROFISSIONAIS


229 245 107 27 128 74 810
alunos

12 13 6 2 10 5 48
turmas

nº Alunos
anos nº alunos Ensino
turmas Escola
5.º ano 6 115
229 2.º CICLO
6.º ano 6 114
7.º ano 5 101
8.º ano 5 89 245 3.º CICLO
9.º ano 3 55
10.º
2 30
ano
11.º
2 49 108 SECUNDÁRIO
ano
12.º
2 29
ano
Totais 31 582 582


anos nº alunos Designação do Curso Tipo/Nível
turmas
9.ºano 1 14
CEF – Empregado de Mesa 3 / 2
9.ºano 1 17

Totais 2 31

anos turma nº alunos Designação do Curso


10º 3ª 23 Profissional Técnico Apoio à Infância
10º 5ª 21 Profissional Técnico Restauração
10º 6ª 20 Profissional Técnico Multimédia
11º 3ª 13 Profissional Técnico Apoio à Infância

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11º 4ª 4 Profissional Animação Sociocultural


11º 5ª 11 Profissional Técnico Restauração
11º 6ª 13 Profissional Técnico Multimédia
12º 3ª 14 Profissional Técnico Apoio à Infância
12º 4ª 5 Profissional Animação Sociocultural
12º 5ª 12 Profissional Técnico Restauração
Totais 10 136
anos turma nº alunos Designação do Curso
1.º 1 17 Técnicas Acção Educativas
2.º 1 6 Técnicas Acção Educativas
1.º 1 12 Técnicas Administrativas
2.º 1 17 Técnicas Administrativas
1.º 1 22 Técnicas Informáticas (I.M. S. I.)
Totais 5 74

Existem, ainda, diversas actividades extra-curriculares no âmbito do Desporto Escolar, as quais


despertam grande interesse junto dos alunos e têm proporcionado muito bons resultados nas provas
dos diversos escalões etários em que estes participam.

A Escola tem oferecido também à sua população a possibilidade de participar em actividades do


Núcleo de Teatro e na construção do Jornal da Escola, recentemente premiado.

Em Junho de 2008, o Centro de Novas Oportunidades do Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves
iniciou funções, tendo-se formado uma equipa inicial a qual se foi desenvolvendo e integrando
gradualmente outros membros.

Actualmente, para além da directora do centro, a equipa conta com um coordenador, um técnico de
diagnóstico e encaminhamento e três profissionais de RVCC (de reconhecimento e, validação e
certificação de competências), para além de sete formadores/professores a meio tempo.

Criado com o objectivo fundamental de motivar a população adulta a aumentar a sua qualificação
académica e profissional, proporcionando novas oportunidades de aprendizagem com métodos mais
atractivos e inovadores, o CNO deste Agrupamento de Escolas, identificadas, terá como objectivo a
qualificação escolar de nível secundário, para dar resposta às necessidades locais, apesar de trabalhar
também candidatos à qualificação escolar de nível básico.

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Ciente da densidade populacional do município, da diversidade cultural desta população e das


condições desfavoráveis sentidas no acesso à educação e ao mercado de trabalho, o CNO pretende
«trazer de novo os alunos à Escola» e encontrar o melhor percurso para cada um, aumentando a sua
qualificação escolar e profissional.

A área de intervenção do CNO é, preferencialmente, a área abrangida pela carta escolar em que se
integram as escolas do agrupamento, apesar de se ter alargado esta também à área da Grande Lisboa
(sobretudo à zona ocidental).

Segue-se o quadro de resultados obtidos:

CENTRO DE NOVAS OPORTUNIDADES


(CNO)

Resultados obtidos: 02/06/2008 a 31/12/2009

Indicadores Trabalho realizado Metas 0% Execução

Inscritos 551 950 58%

Com diagnóstico e
encaminhamento 316 856 37%

Em processo RVCC 219 491 45%

Certificados RVCC 61 467 13%

Em 2009/2010 encontram-se em funcionamento 6 turmas de cursos extra-escolares - na escola sede, 3


turmas de Português para estrangeiros com alto nível de escolaridade, e em parceria com o Centro
Social do Bairro 6 de Maio, 2 turmas de Alfabetização e 1 de Português para Estrangeiros.

De registar, ainda, o funcionamento de 5 turmas de Educação e Formação de Adultos (EFA) de nível


secundário e de dupla certificação, nas áreas de Técnicas Administrativas, Acção Educativa e
Informática.

Funcionam, também, 8 UFCDs (Unidades de Formação de Curta Duração – 50h cada) 4 UFCDs de TIC,
nível básico, 2 UFCDs de Inglês, nível básico e 2 UFCDs de Inglês, nível secundário.

As turmas de adultos atingem na sua totalidade cerca de 270 formandos.

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Ao nível do CNO, atingimos, em Dezembro de 2009, 545 inscrições.

2. Características da EB1/JI Condes da Lousã

A EB1/JI Condes da Lousã é um edifício de tipo P3, com tipologia de escola de área aberta, cujas salas
foram fechadas há alguns anos. Em Janeiro de 2002 sofreu uma requalificação.

Num edifício próprio anexo à escola funciona o Jardim de Infância que sofreu, igualmente, obras de
requalificação. O exterior, também recuperado, possui canteiros, espaço para horta pedagógica e
pátio de recreio. Os equipamentos desportivos são praticamente inexistentes.

Na escola existem os seguintes recursos físicos: oito salas de aula com aquecimento e uma pequena
bancada com lavatório para as actividades das Áreas de Expressões, um centro de recursos
polivalente, onde funciona a sala de Informática e a biblioteca, um Gabinete de Saúde Escolar/Serviço
de Psicologia e Orientação/Terapia da Fala/Reabilitação e Educação Especial/Terapia Ocupacional, um
refeitório, uma cozinha em pleno funcionamento com self-service; um Polivalente, uma reprografia,
uma sala de professores, um gabinete de coordenação e dois ateliers destinados à equipa de Apoio
Socioeducativo/Ludoteca e ao Ensino Especial.

A população escolar é constituída por 185 alunos, dos quais 140 pertencem ao 1º ciclo e 45 (25+20) ao
Pré-Escolar.

As idades dos alunos do 1º ciclo estão compreendidas entre os 6 e os 14 anos, muitos deles com
dificuldades socio-linguísticas graves, o que dificulta a sua integração e evolução pedagógica. A idade
dos alunos que frequentam o Jardim de Infância situa-se entre os 3 e os 5 anos.

Os alunos são, na maioria, provenientes da área de influência abrangida pela Escola, em especial do
Bairro do Alto da Damaia (Estrada Militar).

O número reduzido dos alunos que compõe as turmas do 1º ciclo, cerca de dezoito por turma, ao
abrigo do Projecto TEIP, deve-se ao facto de cada uma integrar um ou dois alunos com necessidades
educativas especiais.

O corpo docente da Escola é constituído por 8 professores titulares de turma, 1 professora de apoio
socioeducativo, 1 professora de ensino especial, 1 professora de Língua Portuguesa e uma professora
de Matemática - ambas colocadas ao abrigo do projecto TEIP - e 2 educadoras no Jardim de Infância. A
docente de Matemática divide-se equitativamente pelas duas escolas de 1º ciclo (José Ruy e Condes da
Lousã).

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Fazem também parte deste corpo 1 terapeuta da fala e 1 técnica superior de Reabilitação e Educação
Especial que apoiam os nossos alunos através de subsídios da Segurança Social e que apoiam também
os alunos da EB1/JI José Ruy.

Quanto ao pessoal não docente, a escola tem 1 psicóloga dos SPO a tempo parcial, 4 assistentes
operacionais no 1º ciclo. No pré-escolar, existem 2 assistentes operacionais.

As actividades curriculares do 1º ciclo decorrem em regime normal, ou seja, das 9h às 12h e das 13h às
15h, e as do Jardim de Infância das 9h às 12h e das 13h 30m às 15h. As Actividades de Enriquecimento
Curricular (AEC) funcionam no 1º ciclo das 15h 30m às 17h 30m.

Para assegurar o funcionamento das AEC, a Escola conta com 3 professores de Actividade Física e
Desportiva, 2 monitores de Expressões, 3 professores de Inglês, 1 professor de Música e 1 professor de
Educação pela Arte.

3. Características da EB1/JI José Ruy

A EB1/JI José Ruy é composta por dois edifícios distintos, um dos quais alberga o Jardim de Infância e o
outro o 1º ciclo.

A população escolar é de 330 alunos, dos quais 260 pertencem ao 1º ciclo e 70 ao pré-escolar.

O corpo docente da Escola é constituído por 3 educadoras no Jardim de Infância, 12 professores com
turma, 1 professor no apoio sócio-educativo e 1 professor no apoio de ensino especial, 1 professora de
Português e 1 de Matemática, ambas colocadas ao abrigo do Projecto TEIP. A docente de Matemática
divide-se equitativamente pelas duas escolas de 1º ciclo (José Ruy e Condes da Lousã).

Quanto ao pessoal não docente, a Escola conta ainda com 1 psicóloga a tempo parcial, 1 terapeuta da
fala, 5 assistentes operacionais no 1º ciclo e 3 no Jardim de Infância.

Na Escola existem doze salas de aula, um Centro de Recursos, que inclui a biblioteca e material de
informática, um pavilhão gimnodesportivo e um refeitório. No mesmo espaço físico, em anexo,
encontram-se em funcionamento 3 salas de Jardim de Infância.

Esta escola insere-se num contexto social de grande variedade étnica e cultural. Assim, a escola integra
uma população muito heterogénea de lusos, alunos oriundos dos PALOP (cabo-verdianos, guineenses,
angolanos e são-tomenses), brasileiros, alguns paquistaneses e alunos oriundos de países do Leste
Europeu.

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A maioria dos alunos provém de famílias economicamente bastante desfavorecidas e deficitárias ao


nível das condições gerais de vida, bem como das estruturas familiares. Reflectem na escola problemas
de instabilidade emocional ao nível pessoal e na sua relação com o próximo, não havendo para alguns
referências positivas da figura do adulto/pai. Muitos dos seus problemas e frustrações são trazidos
para o contexto da sala de aula, registando-se alguns casos de indisciplina, bem como dificuldades no
processo de ensino-aprendizagem.

As turmas do 1º ciclo trabalham em regime normal, ou seja, das 9h às 12h e das 13h às 15h. Os seus
260 alunos estão distribuídos por 12 turmas.

No Ensino Pré-Escolar as 68 crianças estão distribuídas por 3 turmas, constituídas por 25, 24 e 21
respectivamente, com um horário em regime normal das 9h às 12h e das 13h 30m às 15h.

Para assegurar o funcionamento das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), a Escola conta
com monitores e professores colocados pela Câmara Municipal da Amadora que desenvolvem
actividades de Inglês, Música, Actividade Física e Desportiva, Educação pela Arte e ATL. O Apoio ao
Estudo está a cargo dos professores titulares das turmas. As AEC funcionam das 15h 30m às 17h 30 m.

Nas instalações da EB1/JI José Ruy, funciona a componente de apoio à família, dinamizada pela Junta
de Freguesia da Reboleira. Mediante pagamento, a Componente de Apoio à Família (CAF) assegura o
acompanhamento das crianças das 8h às 9h e das 15h às 19h, para crianças do JI, ou das 17h às 19h,
para crianças do 1º ciclo.

Este ano foi aberta uma sala de Ensino Estruturado contando com 2 docentes do Ensino Especial 2
assistentes operacionais. Os 6 alunos que frequentam esta unidade são integrados nas turmas de
Ensino Regular, embora parcialmente, não a tempo inteiro.

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IV
Identificação de Potencialidades e Problemas

As escolas do nosso agrupamento vêm desenvolvendo o que consideramos trabalho sério e digno, no
sentido de dar uma resposta positiva às necessidades colocadas pelos alunos e pela sociedade actual,
em permanente mutação. Na sua continuidade, com base nas inúmeras actividades já desenvolvidas
pelos vários intervenientes no processo educativo, bem como na auscultação do sentir da
comunidade, procedeu-se, por isso, ao seguinte levantamento de pontos negativos e pontos positivos,
a potenciar:

1. Pontos fracos

Insucesso escolar
Absentismo (excesso de faltas por circunstâncias especiais)
Abandono escolar
Dificuldades de relacionamento interpessoal e social
Desinteresse pelas actividades escolares manifestado pela comunidade escolar e familiar
Deficiências na ligação Escola/Meio, nos aspectos social, cultural e económico
Desenraizamento e seu reflexo na população escolar
Grande número de famílias desestruturadas - muitas famílias monoparentais/ muitas
famílias disfuncionais
Pais pouco intervenientes
População escolar com elevados índices de pobreza e exclusão
Falta de infra-estruturas pedagógicas, culturais e desportivas
Material informático ultrapassado e desadequado, em alguns sectores
Obras de requalificação dos espaços nos anos lectivos de 2009/10 e 2010/11, geradoras
de maior conflitualidade e limitação ao nível das aulas práticas e do espaço envolvente
Falta de segurança nos bairros problemáticos

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2. Pontos fortes

Promoção de uma cultura de escola inclusiva


Estabilidade do corpo docente
Bom desempenho da generalidade dos professores como educadores
Criação de condições para cativar os alunos para o seu percurso académico e profissional
Sensibilização dos alunos para a importância do sucesso pessoal, profissional e social
Clima de segurança no interior da escola e nos corredores de acesso
Recursos materiais ao nível de laboratórios, informática e multimédia *
Serviços de apoio como SASE, Serviços de Psicologia e Orientação
Envolvimento em programas comunitários, nacionais e regionais
Diversificação da oferta de percursos escolares no Ensino Secundário e 3º ciclo do Ensino
Básico
Escola a tempo inteiro até ao 7º ano
Oferta de actividades extra e de complemento curricular
Apoio à integração dos alunos do 2º ciclo pelos alunos do ensino secundário – Sou Tutor
Ligação às associações de solidariedade social locais
Colaboração com as instituições públicas e privadas – locais de estágio dos alunos
Receptividade da comunidade empresarial local e regional à realização de estágios
profissionais
Abertura do ensino da Língua Portuguesa às comunidades imigrantes
Integração de alunos de outras áreas geográficas e rejeitados por outras escolas
Humanização do tratamento dos alunos mais desfavorecidos
Humanização da escola
Colaboração com a Polícia e a Escola Segura em acções de formação e prevenção
Grande área livre *

* restrições nos anos de 2009/10 e 2010/11, provocadas pelas obras já referidas

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V
Objectivos e Estratégias
Objectivo I - Aumentar a integração dos alunos na escola secundária

Objectivo Operacional Estratégias e Indicadores

Responsabilização progressiva dos alunos pelo desenvolvimento de


actividades próprias

Dinamização e gestão dos espaços de convívio pelos alunos

Promoção de comemorações susceptíveis de contribuírem para a


criação de uma cultura de Escola

Criação de Cursos Profissionais e Cursos de Educação e Formação


com vista a uma especialização e integração no mercado de
Reduzir o absentismo e o trabalho
abandono escolar em 15%
Participação dos alunos em estágios profissionais (formação em
contexto de trabalho) com incentivos financeiros, de modo a
proporcionar-lhes um futuro emprego

Colaboração em actividades desportivas e recreativas ao nível


interno e em torneios e concursos vários (Desporto Escolar, Câmara
Municipal da Amadora e outras)

Dinamização de uma escola a tempo inteiro até ao 7º ano,


progressivamente

Promoção de projectos inovadores

Sensibilização para a importância do sucesso pessoal, profissional e


social

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Objectivo II - Reduzir o insucesso escolar

Objectivo Operacional Estratégias e Indicadores

Utilização de estratégias diferenciadas


Introdução de inovações pedagógicas
Dinamização da Sala de Estudo, e do Centro de Recursos e da
Biblioteca com projectos que apoiem os alunos na criação de
métodos de trabalho e organização do seu estudo
Implementação de actividades de substituição para turmas afectadas
pela falta de professores
Atribuição de compensações específicas a alunos cuja língua materna
não é o Português
Aumento do envolvimento dos pais e encarregados de educação no
processo educativo do seu educando
Reduzir o insucesso
Atribuição de Prémios de Mérito e de Quadro de Honra aos alunos
global em 15%
mais bem classificados e/ou que demonstrem hábitos de partilha,
solidariedade, iniciativa entre todos os membros da comunidade
educativa
Apoio na orientação escolar pelos Serviços de Psicologia e Orientação
Reforço de protocolos com empresas e instituições locais e regionais
promotoras de estágio profissionais
Continuidade do Gabinete de Acompanhamento Pedagógico (GAP)
Reforço da vertente formativa da avaliação
Adaptação dos curricula visando interesses, capacidades e afectos
Criação de condições para a prática de um ensino diferenciado

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Objectivo III - Aprofundar a cooperação e interacção Escola/Comunidade

Objectivo Operacional Estratégias e Indicadores

Realização de actividades em conjunto com outras escolas do


concelho da Amadora, de todos os graus de ensino do agrupamento

Partilha dos recursos do agrupamento: biblioteca, centros de


recursos, campo de jogos, anfiteatro e outros, por alunos e
professores de outras escolas e da comunidade em geral

Incentivo à cooperação com associações, empresas, instituições,


existentes na comunidade e no concelho

Colaboração com as entidades competentes no sentido de melhorar a


segurança nos acessos à escola (pedestres e rodoviários)
Diversificar os
protocolos de parceria Adaptação dos cursos e disciplinas de oferta própria da escola às
estabelecidos pela necessidades da comunidade e interesses dos alunos e ofertas do
Escola mercado

Implementação da ligação escola-família, de modo a facilitar a


resolução de problemas que possam afectar os alunos, através do
Gabinete de Acompanhamento Pedagógico (GAP)

Valorização de processos de ensino e aprendizagem de excelência


conducentes ao sucesso escolar

Promoção e divulgação de boas práticas (quer dentro, quer fora da


escola)

Reavaliação e adequação da oferta educativa da escola tornando-a


uma referência pelo prosseguimento de estudos, pelas saídas
profissionais e pelas parcerias estabelecidas

Promoção da qualidade e da inovação

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Objectivo IV - Aprofundar a ligação Encarregados de Educação/Escola

Objectivo Operacional Estratégias e Indicadores

Promoção de actividades expressamente dirigidas aos encarregados


de educação: festas de Natal, convívios desportivos, debates sobre
assuntos do seu interesse, cursos alfabetização, Inglês e outros de
índole prática

Promoção da participação de encarregados de educação em


actividades escolares

Aumentar o número de
Incentivo e apoio de actividades promovidas pelos encarregados de
visitas dos Encarregados
educação
de Educação à Escola

Aumento da divulgação das actividades escolares junto dos pais e


encarregados de educação

Promoção da eleição de representantes dos Pais e Encarregados de


Educação para os Conselhos de Turma e outros órgãos escolares

Sensibilização dos encarregados de educação para uma co-


responsabilização no processo de aprendizagem e acompanhamento
de seus educandos

Promoção e implementação de um trabalho de equipa entre


directores de turma, professores e encarregados de educação

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Objectivo V - Possibilitar o desenvolvimento da auto-estima, da autoconfiança, do respeito mútuo e


de padrões de comportamento social

Objectivo Operacional Estratégias e Indicadores

Dinamização de clubes e núcleos temáticos na escola e outras


actividades que promovam a auto-estima e a responsabilidade

Desenvolvimento de actividades desportivas que impliquem um risco


controlado, nomeadamente os desportos de aventura

Promoção da efectiva participação dos alunos nos diferentes órgãos


da escola, nomeadamente nos conselhos de turma, Conselho
Pedagógico e Conselho Geral

Promoção do debate das regras de funcionamento da escola e da


sociedade

Diminuir os casos de
Apoio a iniciativas dinamizadas por turmas, grupos de alunos
indisciplina, vandalismo
e violência Promoção da eleição dos representantes dos alunos do ensino
secundário para os órgãos escolares: Conselho Geral, Conselho
Pedagógico

Valorização de hábitos de partilha, solidariedade, iniciativa entre


todos os membros da comunidade educativa

Prevenção de situações de indisciplina

Exercício da autoridade com mais rigor, aplicando com eficácia e


rapidez as medidas correctivas e disciplinares necessárias, sempre
que possível, em serviço cívico

Optimização da comunicação, clarificando as regras de


comportamento na sala de aula

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Objectivo VI - Promover a formação contínua de funcionários, professores e assistentes operacionais

Objectivo Operacional Estratégias e Indicadores

Formação contínua, centrada na escola e nas suas necessidades

Promoção de debates, seminários, conferências e palestras

Realização de cursos de carácter prático e sintético, na perspectiva do


utilizador dos equipamentos

Promoção do debate e reflexão em torno de boas práticas


pedagógicas

Divulgação das boas práticas, iniciativas e actividades da escola nas


reuniões internas e externas, através do site da escola e em jornais
Melhorar o capital locais
humano/Melhorar a
Incentivo ao trabalho de equipa entre professores, e em particular
imagem pública da
em conselho de turma/equipa pedagógica
escola

Favorecimento da circulação de informação

Utilização diversificada de meios de mediatização do conhecimento

Disponibilização de meios de mediatização a professores e alunos no


espaço da sala de aula: PCs em Internet e Intranet e outros meios
audiovisuais

Participação em acções de formação promovidas pelo Centro de


Formação do AP8 e outros centros, dentro e fora da escola

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Objectivo VII - Promover o desenvolvimento das escolas do agrupamento, melhorando a sua


administração e gestão de recursos

Objectivo Operacional Estratégias e Indicadores

Optimização da utilização dos espaços da escola e envolventes,


refeitório, bibliotecas, espaços desportivos, centro de recursos, sala
de convívio e outros *

Manutenção dos espaços verdes e seu alargamento para áreas de


terreno não utilizadas de momento *
Aumentar a utilização do
Centro de Recursos, Promoção de protocolos com diferentes entidades, de forma a
Biblioteca e Anfiteatro e rentabilizar os espaços e recursos existentes na Escola *
promover um maior
número de eventos Aperfeiçoamento e alargamento das novas tecnologias em
desportivos funcionamento no agrupamento, uma vez que já dispõe de um
GATWAY que distribui o fornecimento de INTERNET ADSL por 5
redes distintas: a administrativa, a lúdica, a curricular, a informática
e a matemática *

Permanência dos alunos na escola até fim de Julho (1º e 2º ciclos)


ocupação de tempos livres

* restrições em 2009/10 e 2010/11, provocadas pelas obras já referidas

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VI
Disposição Finais
1. Âmbito

O presente projecto destina-se à Comunidade Educativa do Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo


Neves e deverá ser aplicado nos anos lectivos do quadriénio de 2009/2010 a 2012/2013.

2. Regulamentação e Concretização

O presente Projecto Educativo concretiza-se em 3 documentos: no Regulamento Interno, no Plano


Anual de Actividades e no Projecto Curricular do Agrupamento.

O Regulamento Interno contém as normas de funcionamento das Escolas e de utilização dos seus
equipamentos, de forma a respeitar e fazer respeitar os direitos e deveres de todos os elementos
da Comunidade Educativa. Será objecto de uma revisão ordinária no início de cada ano escolar e,
extraordinariamente, sempre que tal se revele necessário.

O Plano Anual de Actividades conterá as diferentes actividades propostas pela comunidade


educativa, com vista à concretização das diversas estratégias definidas neste Projecto. Será por
isso elaborado e aprovado no início de cada ano lectivo e executado ao longo do ano.

O Projecto Curricular do Agrupamento visa definir estratégias de desenvolvimento do currículo


nacional, procurando adequá-la ao contexto desta Escola e das suas turmas, como determinam,
de forma mais objectiva e fundamentada, os Projectos Curriculares das Turmas.

3. Avaliação do Projecto

O presente projecto será objecto de avaliação anual, de acordo com os objectivos operacionais
definidos e dessa avaliação deverá resultar uma proposta de revisão, em função do grau de
persecução dos referidos objectivos.

4. Promulgação

Após aprovação, o projecto é promulgado pelo órgão de Gestão do Agrupamento que é responsável
pela sua divulgação e concretização.

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VII
Anexos/Plantas

 Anexo 1 - mapa do concelho/freguesias

 Anexo 2 - planta da escola – este anexo só fará sentido depois de terminadas as obras de
requalificação

 Avaliação do PEA

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ANEXO 1

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ANEXO 2

Planta da escola

(este anexo só fará sentido depois de terminadas as obras de requalificação)

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