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Nota: Se procura o filme de 1973, consulte Sagarana, o Duelo.

Sagarana é um livro de novelas publicado por João Guimarães Rosa em 1946.

É a primeira publicação que não foi posteriormente renegada pelo autor. Os textos
exemplificam bem o estilo do autor, a sua linguagem inovadora e os seus temas,
atrelados à vida rural de Minas Gerais.

O título, Sagarana é formado por um hibridismo: "saga", radical de origem germânica


que significa "canto heróico", "lenda"; e "rana" palavra de origem indígena que significa
"à maneira de; à espécie de". Assim Sagarana significa "À maneira de fábulas", uma
espécie de saga.

João Guimarães Rosa combina e recombina habilmente as informações do meio,


confundindo lugares e paisagens, mesclando o real, o imaginário e o lendário em sua
obra. O gênero regionalista é totalmente reelaborado, revitalizando e revalorizando um
universo cultural.

Índice de novelas
O livro é composto pelas seguintes novelas:

• O Burrinho Pedrês
• A volta do marido pródigo
• Sarapalha
• Duelo
• Minha Gente
• São Marcos
• Corpo Fechado
• Conversa de bois
• A hora e vez de Augusto Matraga

Originalmente, o livro possuía outras três novelas:

• Questões de Família
• Uma História de Amor
• Bicho Mau

[editar] Características gerais da obra


[editar] Linguagem

Guimarães Rosa cria neologismos em Sagarana, utilizando-se de palavras formadas por


derivações sufixal, prefixal, parassintética e também por abreviação, composição
aglutinada e composição justaposta. A obra é repleta de neologismos que se sobressaem
em composições e derivações novas, além “de novos tipos de construção frasal”, ditos
"neologismos sintáticos”, segundo Mattoso Câmara.
Algumas figuras de linguagem tais como: metáforas, anacoluto e silepse têm também
grande destaque. Além disso, o autor faz uso de recursos melopéicos, que são únicos em
sua obra. É o que o escritor chama de “plumagem e canto das palavras”. Com efeito,
amiúde Guimarães apela para os aspectos auditivos (“canto”) e visuais (“plumagem”),
fazendo uma verdadeira arranjo sonoro com as palavras. Isso se sobressai
principalmente em O Burrinho Pedrês e São Marcos.

Fabulação

É outra característica de Guimarães Rosa que se sobressai em Sagarana: o seu


extraordinário poder de fabulação. Suas narrativas, repletas de incidentes, casos
fantásticos e imaginários, contém às vezes mais de uma “história” dentro da “história”.
É o que se pode notar, principalmente, em O Burrinho Pedrês.

De um modo geral, entretanto, esses casos secundários são postos em função do


principal: têm a finalidade de comprovar ou preparar terreno para a história principal.

Espaço e personagens

Em carta a João Condé, Guimarães Rosa (2001, p.25) revela que Saragarana se passaria
no interior de Minas Gerais, na paisagem das fazendas e vaqueiros [1] - mundo da
infância e juventude do autor .

As histórias são ligadas entre si pelo espaço em que acontecem, e captam os aspectos
sociais, físicos e psicológicos do homem interiorano.

Provérbios e quadras

É outra característica do estilo rosiano que evidencia um gosto bem popular: o gosto por
ditados e provérbios, além das quadrinhas que harmonizam as noites sertanejas, sob um
céu palpitante de luar e de estrelas que pululam encantadas dos sons gotejantes das
melodias populares.

Narração

As novelas O Burrinho Pedrês, A Volta do Marido Pródigo, Sarapalha, Duelo,


Conversa de bois e A hora e vez de Augusto Matraga são narrados em terceira pessoa.

A onisciência do narrador nas novelas em terceira pessoa é relativizada, acentuando a


dimensão mítica, política e a alternância de focos narrativos no transcorrer do texto.

Já nas novelas São Marcos, Minha Gente e Corpo Fechado o narrador aparece em
primeira pessoa. Narrado em primeira pessoa, o foco narrativo ilumina os passos do
protagonista, mas também revela certas sutilezas que servem para esclarecer o sentido
mais profundo da história.

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