GREVE NACIONAL FOI UM ÊXITO
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Com uma das maiores adesões
de sempre na Administração Local,
a Greve Nacional de 4 de Março,
convocada pela Frente Comum
de Sindicatos da Administração Pública,
constitui uma poderosa demonstração
da capacidade de luta dos
trabalhadores.
O STAL saúda a determinação e a unidade de milhares
de trabalhadores que de forma abnegada contribuíram
para o êxito desta greve, pesem embora as difíceis
condições financeiras que atravessamos e, nalguns
casos, as pressões inadmissíveis que muitos autarcas e
chefias teimam em manter sobre os trabalhadores.
A Direcção Nacional do STAL não pode deixar de
endereçar uma palavra de apreço e de solidariedade
aos trabalhadores da Madeira, que assumiram a
suspensão da greve devido à necessidade de acorrer
aos graves problemas provocados pelas cheias.
Decisão idêntica ocorreu em algumas autarquias dos
Açores, particularmente da ilha de S. Miguel, que muito
castigada pelas intempéries teve na própria noite em
que a greve se iniciava mais um alerta da protecção civil.
A Direcção Nacional do STAL considera que os
resultados desta greve e a razão que assiste aos
trabalhadores nos dão alento para continuar a luta,
particularmente nas acções que a Frente Comum
promove até ao final de Abril e na Manifestação
Nacional já anunciada para o mês de Maio.
A força da razão
dá-nos ânimo
para continuar
a luta
DIS | N.º 4 | MARÇO 2010
Um sério aviso
Esta greve, convocada pela Frente Comum
no seguimento da Manifestação que em 5
de Fevereiro juntou em Lisboa mais de
cinquenta mil trabalhadores, constitui um
sério aviso ao Governo PS de José
Sócrates e uma clara exigência de
abandono das políticas de submissão aos
objectivos da direita e aos grandes
interesses capitalistas.
Por detrás da crise e do défice, a verdade é
que entre os anos de 2000 e 2009 os
trabalhadores da Administração Pública
sofreram uma redução brutal no poder de
compra, em média cerca de seis por cento,
realidade que mesmo o Conselho
Económico e Social português reconhece e
frisa quando aconselha o governo a não
congelar os salários .
Por detrás da crise e do défice, a dura e
triste realidade é que o governo nada faz
para aumentar as receitas do Estado,
nomeadamente através de um efectivo
combate à fraude e à evasão fiscais, ou da
diminuição dos benefícios de que a banca
continua a usufruir, pesem embora os seus
milhões de lucros anuais.
Continuar a luta
§
Pela recuperação do poder de compra, por salários
Unidade coerente
e consequente
justos. A unidade e a mobilização dos
§
Pela aposentação, direito fundamental e património trabalhadores é fundamental para
dos trabalhadores, que contribuem mensalmente e o sucesso da luta por um futuro
durante uma vida de trabalho para a construção deste melhor, pelos salários, pelas
sistema solidário. A Segurança Social e a Caixa Geral
de Aposentações não são propriedade do Governo e é carreiras profissionais,
inadmissível que este utilize os seus fundos para tapar vínculos e aposentação.
os buracos provocados pela sua política de O STAL regista a adesão a esta
subserviência aos interesses dos capitalistas e dos
banqueiros. greve por parte de sindicatos
afectos à UGT, situação que
§
Por um sistema de carreiras profissionais que valorizamos, na medida em que
reconheça e garanta as qualificações dos
trabalhadores, a sua valorização e a sua motivação; contribua para a unidade dos
trabalhadores e para o êxito da sua
§
Por um sistema de avaliação de desempenho justo e luta. Porém, não podemos deixar
motivador, o que passa pela suspensão do SIADAP e a
abolição das quotas, no sentido de ser negociado um de lembrar que foram estas as
novo sistema que, cumprindo aqueles critérios, estruturas sindicais que têm
garanta transparência e justiça no tratamento dos viabilizado as políticas anti-
trabalhadores, o direito ao contraditório e promova a laborais que nesta greve
sua valorização profissional; combatemos , particularmente o
§
Pelo vínculo público, nomeadamente a garantia de que SIADAP e as quotas de avaliação,
ao desempenho de funções públicas corresponda um a destruição do regime de
regime de vínculo público, que proteja os carreiras, a destruição do vínculo
trabalhadores de pressões políticas, económicas ou
público e a imposição do contrato
outras e assegure a isenção na prestação das suas
funções; de trabalho em funções públicas,
as alterações ao cálculo das
§
Pelo emprego seguro, o que passa pela regularização
aposentações, entre outros.
das situações de emprego precário existentes,
garantindo estabilidade laboral a todos os Por isso não podemos deixar de
trabalhadores que exercem funções de carácter alertar para a carga de demagogia
permanente;
que pode encerrar esta aparente
§
Pela garantia do efectivo direito de contratação aproximação à nossa luta,
colectiva aos trabalhadores da Administração Local e particularmente se na sequência
a revogação das normas gravosas da actual legislação
como as que pretendem impor a adaptabilidade dos
desta adesão se seguir um novo
horários de trabalho, limitar o direito de contratação processo de conivência com os
das autarquias e possibilitar a criação de regimes intentos governamentais e a
laborais com direitos diferenciados em função da assinatura de novos acordos que
sindicalização dos trabalhadores; penalizem os trabalhadores.

Temos razão e força O STAL a saúda a unidade dos

trabalhadores e a disponibilidade
para continuar a luta para a luta agora manifestada
pelas estruturas sindicais da UGT,
Contigo somos mas considera que a luta deve ser
mais fortes Sindicaliza-te coerente, consequente e efectiva.