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DEFINIÇÃO DE CIDADE

 A noção de cidade é difícil e tem variado segundo a época e os pontos de vista. É, por
isso, cada vez mais complexo encontrar um critério universalmente aceite.

 Por influência da rádio, da televisão e pelo contacto com emigrantes, o modo de vida
urbano difundiu-se pelo território e foi facilmente assimilado pelos habitantes dos
campos. Assim, torna-se cada vez mais difícil distinguir o urbano do rural sempre
que é preciso confrontá-los.

 Cada país usa a sua própria definição de acordo com alguns critérios. O mais usado é
o critério demográfico e considera o limite mínimo da população absoluta. No
entanto, não há limite mínimo universal (na Dinamarca uma localidade para ser
considerada cidade tem de ter pelo menos 200 habitantes, enquan to que em Portugal
tem de ter 8.000 eleitores). Os valores mínimos são menores nos países mais
desenvolvidos, onde pequenos agrupamentos podem Ter carácter urbano, já que
dispõem do equipamento necessário para o serem, enquanto nos países em vias de
desenvolvimento a grandes aglomerações corresponde uma população de
agricultores.

 Muitos outros critérios têm surgido (densidade populacional, critério funcional,


aspecto exterior, o arranjo interior do aglomerado e até a qualidade dos imóveis), no
entanto, nenhum é inteiramente satisfatório, pelo que para melhor ultrapassar a
questão associam-se dois ou mais critérios.

 Em Portugal, no que respeita à evolução uma povoação pode ser elevada à categoria
de Vila quando conta com um número de eleitores em aglomerado populacional
contínuo superior a 3000 e possua pelo menos metade dos seguintes equipamentos:
posto de assistência médica, farmácia, Casa do Povo, dos Pescadores, de espectáculo,
centro cultural ou outras actividades, transportes públicos colectivos, estaç ão dos
CTT, estabelecimentos comerciais e de hotelaria, estabelecimentos que ministre
escolaridade obrigatória e agência bancária.
A passagem a cidade implica mais alguns equipamentos associados aos atrás
citados: instalações hospitalares com serviço perma nente, bombeiros, museus e
bibliotecas, estabelecimentos escolares preparatório e secundário, ensino pré -
primário e infantários, transportes públicos urbanos e parques ou jardins públicos,
podendo os requisitos ser ainda ponderados por razões históricas, c ulturais e
arquitectónicas.

 Hoje, em Portugal Continental existem 100 cidades, pelo que é notório o incremento
dado a este processo de promoção, consequência de elevação a cidade de alguns
centros muitos populosos da área suburbana de Lisboa e Porto. No e ntanto, devido à
sua proximidade a estas cidades não podem ser consideradas cidades no sentido
geográfico ou funcional do termo, assim estes centros urbanos não deveriam ser
considerados cidades (exemplo, Almada, Amadora, etc.).

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A DISTRIBUIÇÃO DA REDE U RBANA EM PORTUGAL

 A distribuição das aglomerações urbanas em Portugal apresenta -se bastante


desequilibrada, registando-se uma maior concentração no Norte do que no Sul,
embora o maior contraste seja o que se verifica entre o litoral e interior. A localiz ação
da maioria das cidades encontra -se no Noroeste, principalmente na área envolvente
ao Porto.
Podemos também concluir que a maioria das aglomerações são de muito pequena
dimensão, tendo 60% menos de 30 mil habitantes. Denota -se assim uma certa
situação de macrocefalia marcada pelo maior núcleo populacional - Lisboa. No
entanto o Porto torna-se o segundo núcleo mais populoso, aproximando -se de Lisboa
e demarcando-se dos outros núcleos populacionais.
É assim, de notar a ausência de centros de média dimensã o, sobretudo no
interior do país, onde apenas existem pequenas áreas urbanas e quase sempre
distantes umas das outras.
Deste modo, excluindo as aglomerações de Lisboa e Porto, não se desenvolveram
centros com dimensões significativa, não havendo por isso, numa parte significativa
do território, centros capazes de assegurar uma dimensão mínima para garantir a
rentabilidade quer dos equipamentos quer dos serviços comercializáveis.

CARACTERÍSTICAS DA CIDADE

O CENTRO

 É o lugar com maior acessibi lidade (pode-se chegar com maior facilidade).
 Nele concentra-se uma rede diversificada de comunicações (vários tipos de
transportes).
 Por este motivo é muito atraente para os diversos tipos de funções (Comercial,
Industrial e Residencial).
 O elevado interesse por esta área leva ao aumento do preço do solo, tornando -se
incomportável para algumas funções, assim, a Função Residencial e a Industrial
dificilmente ocupam estes espaços.

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 A Função Comercial tem muito interesse pelo centro pois depende de uma client ela,
constituída pela grande multidão de pessoas que facilmente se reúne no centro da
cidade, por outro lado, esta função tem a capacidade de pagar o elevado preço do
solo, assim o centro é ocupado no rés -do-chão por estabelecimentos comerciais de
venda a retalho, bancos, etc.. Estas lojas para terem facturação elevada necessitam de
captar o máximo de atenção do público, daí sua localização na área central. Os
restaurantes económicos, barbearias, quiosques etc., não suportam rendas muito
elevadas, ocupam assim ruas menos movimentadas. Nos andares superiores
predominam escritórios de empresas, advogados, médicos, etc., estes não necessitam
de montras para atrair o público, assim colocam apenas placas no rés -do-chão para
que o público saiba da sua localização.

 A Função Residencial tende ocupar a periferia da cidade já que o preço do solo é


mais baixo, no centro apenas se encontra habitações degradadas, habitadas por
classes pobres, estas habitações corresponde a antigas habitações de classes ricas que
nos primeiros tempos do crescimento da cidade habitava o centro, por este oferecer
todo o que eles necessitavam em pouco espaço. Com o aumento do
congestionamento do centro e da poluição quer sonora quer do ar, as classes ricas
mudaram para áreas mais agradáveis n a periferia da cidade, concentrando -se em
áreas com grandes espaços verdes e sossegadas, geralmente em habitações
unifamiliares (vivendas), de acesso rápido ao centro.
Com a saída das classes ricas do centro as habitações foram divididas de forma a
albergar maior número de famílias, as rendas são extremamente baixas, sendo este
um dos factores que tem levado à grande degradação de alguns prédios do centro. Por
outro lado, pode também aparecer bairros de classes pobres na periferia em zonas
degradadas geralmente junto a indústrias poluentes.
As classes médias vão ocupar grandes espaços habitacionais na periferia, estes
espaços caracterizam-se por grandes prédios, todos de forma muito semelhantes, com
alguma qualidade, podendo aparecer no meio desses blocos p equenos parque de
recreio.

 A Função Industrial tende a procurar locais fora do centro da cidade já que


necessita de grandes espaços, e no centro não os encontra, por outro lado o elevado
preço do solo no centro é um factor incomportável para a industri a que não pode
pagar altos valores de preço do solo, por isso, vai se fixar na periferia da cidade junto
ás principais redes de comunicação de forma que tenha um acesso rápido ás diversas
áreas da cidade.
Só algumas industrias de pequena dimensão têm inter esse na fixação no centro ou
perto deste, são exemplos: as industrias de impressão (Tipografias, Jornais , Revistas,
etc.), estas no centro obtém com mais facilidade as noticias e contactos com as
agências de publicidade. Outro tipo de industria que se enc ontra no centro são as
industrias de alta costura (ex: casas de vestidos de noivas), pois estas dependem de
uma grande afluências de pessoas, pois poucas são aqueles que vão entrar na casa
para comprar vestidos, assim esta industria tal como o comércio dep endem de uma
clientela, constituída pela grande multidão de pessoas que facilmente se reúne no
centro da cidade.

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EXPANSÃO URBANA

 A taxa de urbanização tem vindo a aumentar, no último censo (91) 51,3% da


população habita as cidades, paralelamente ve rifica-se o decréscimo da população
rural. Este fenómeno reflecte -se na organização do território, aumentando o
número de cidades e a dimensão destas.
 A dimensão das cidades aumenta em dois sentidos no vertical (cada vez existem
prédios mais altos) e no ho rizontal (estas expandem-se, alargando os seus
domínios, incluindo freguesia vizinhas que até ai não pertenciam à cidade).

 Na 1ª fase, a população concentra -se no centro da cidade originando o crescimento


em altura, pois assim aumenta o número de andares, possibilitando o alojamento
de mais residentes. Esta fase é caracterizada por pouca mobilidade nos transportes,
estes são lentos, levando à instalação no centro das classes ricas.
 Com a concentração de pessoas, concentram -se também os serviços, o comercio a
retalho e a industria, esta concentra -se nos arredores da cidade junto às grandes
vias de comunicação.
 Os serviços e o comércio a retalho tendem a procurar uma localização mais
central, invadindo o centro, e expulsando o sector residencial para locais m enos
centrais, com menor centralidade.

 Esta situação vai originar a 2ª fase com a expulsão da função residencial e


industrial para a periferia a cidade vai crescer na horizontal, nesta fase os
transportes vão facilitar esta transição, pois aumenta a mobil idade.
 Por outro lado a função residencial deixa de ter interesse pelo o centro, pois este é
extremamente caro e tem muita poluição quer sonora quer ambiental.
 A poluição leva ao afastamento das classes ricas do centro, estas vão fixar -se na
periferia em locais agradáveis, calmas, com muito espaços verdes. Quem vai
ocupar o centro são as classes pobres. Os apartamentos outrora de luxo, são
divididos para poder albergar o maior número de famílias, esta situação vai levar à
degradação das habitações, pois est as têm rendas muito baixas, o que não permite
aos proprietários obter fundos necessários para executar obras de conservação.
 Por outro lado as habitações da classe média e rica vão expandindo a cidade
invadindo domínios que não pertencem a esta. A este tip o de crescimento dá-se o
nome de suburbanização.

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FORMAÇÃO DAS ÁREAS METROPOLITANAS

 As cidades de Lisboa e do Porto pelas actividades económicas, pelos


equipamentos e infra-estruturas que possuem, tornaram -se os pólos de maior
actividade no território nacional.
 A expansão urbana dessas cidades foi ao encontro de outros centro urbanos, de
menor dimensão e importância, formaram -se assim uma extensa área urbanizada,
à qual se chamada Áreas Metropolitanas.
 As áreas metropolitanas não são apenas um esp aço urbanizado à volta de uma
grande cidade, mas sim um espaço onde se desenvolve inter -relações, relações de
vários tipos: habitacional (os trabalhadores do pólo principal vivem nos pequenos
centros), comerciais (entre o pequeno centro e a cidade pólo, ex : Matosinhos tem
o Porto de Leixões, aí se descargam grande parte das mercadorias comercializadas
na cidade do Porto).
 Geralmente, estas pequenas cidades da periferia são consideradas cidades-satélite
por gravitarem em torno de uma cidade principal. Apesar de terem as funções
inerentes às cidades, não tem capacidade de fixar a maior parte da sua população
activa. Esta tem que se dirigir à cidade principal onde tem o seu trabalho, dando
origem a migrações pendulares: de manhã, da periferia para o centro; ao fim do
dia do centro para a periferia. Esta migrações são particularmente intensas em
cidades cuja função principal é a residencial - cidade-dormitório.
 Alguns destes pequenos centros têm já um certo dinamismo económico, isto é,
foram dotados de infra-estruturas, equipamentos e actividades produtivas (por
exemplo, a industria) e foram capazes não só de reter grande parte da sua
população activa, mas também de atrair população de outros centros.
Deste modo, as migrações pendulares deixaram de se fazer apenas para o
centro principal, mas também para estes, constituindo aquilo a que se chamou de
migrações pendulares cruzadas.

ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA

 A expansão da área metropolitana de Lisboa tem se dado principalmente a norte,


todos os concelhos envo lventes ao de Lisboa, cerca de 45% da população, dos
concelhos a norte, trabalham em Lisboa e apenas 28% dos residentes na margem sul
trabalham em Lisboa.
 A margem sul é mais desenvolvida ao nível de infra -estruturas industriais, em
especial o Barreiro e no Montijo, atraindo, por isso muita mão -de-obra, daí que a
margem sul não é tão dependente de Lisboa, o rio Tejo funciona como uma barreira
às migrações pendulares.
 A margem norte é extremamente dependente de Lisboa, verifica -se que os concelhos
adjacentes são grandes dormitórios da cidade de Lisboa.

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 Assim nesta perspectiva não é de admirar que o centro da cidade de Lisboa tem vindo
a registar uma diminuição de residentes, por outro lado as freguesias da periferia têm
registrado um acréscimo.
ÁREA METROPOLITANA DO PORTO

 Verifica-se que à medida que nos vamos afastando da cidade do Porto a densidade
populacional vai diminuindo concentricamente (em circulo) e tal como Lisboa o
centro começa a perder muitos residentes.
 Na área metropolitana do Porto não se enc ontra verdadeiramente concelhos
dormitórios, isto é, nenhum emprega menos de 35% dos seus residentes, a única
cidade com essa característica é Valongo.
 O principal factor para que as cidades próximas do Porto não sejam dormitórios
desta, é a grande dispersão da industria que fixa muita povoações.
 Comparando as duas áreas metropolitanas verifica -se que Lisboa tem uma taxa de
urbanização maior e o nível de concentração urbana também é mais elevado.
 A polarização que exerce o Porto é muito menor do que a polar ização exercida por
Lisboa, essa polarização é feita à base do sector terciário, o que implica a
concentração do trabalho em Lisboa. No Porto a industria com a sua localização na
periferia não permite uma elevada polarização do Porto.

AS CONDIÇÕES DE VIDA URBANA

 As cidades, e sobretudo as muito grandes, sendo pólos de actividades e lugares de


trocas, atraem as populações (do meio rural e imigrantes) à procura de emprego mais
estável ou mais bem remunerado.
 Estas populações de fracos recursos económi cos não conseguem suportar rendas
elevadas que são praticas nas cidades, devido à especulação pelos serviços e
industrias, o que leva ao elevados preços do solo fazendo com que o preço das
habitações sejam elevados. Assim estes vão ocupar as habitações do centro da cidade
que oferecem fracas condições de habitabilidade, mas de baixas rendas, ou então
improvisam a habitação (bairros de lata) ou dorme na rua - os sem abrigos.
 Assim, sem rendimentos, denunciando uma extrema pobreza, recorrem muitas vezes,
para sobreviver, à mendicidade, à marginalidade, à prostituição, à toxicodependência,
etc., tornando-se cada vez mais difícil a sua integração na sociedade, provocando
conflitos sociais que dão origem a sentimentos de angústia e de insegurança no
conjunto da população.
 Nos bairros de lata as habitações oferecem por vezes uma má qualidade de vida, não
só, por não possuir infra-estruturas básicas (abastecimentos de água, rede de esgotos,
rede de energia eléctrica, iluminação pública arruamentos, etc.), mas também por não
possuírem equipamento sociais gratuitos (infantários, escolas, etc.) que possam
assegurar um crescimento equilibrado das crianças. Estas, na ausência dos pais, que
trabalham todo o dia fora, crescem livremente, sem escola, sem projectos de vida, n a

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luta pela sobrevivência, muitas vezes acabam na delinquência, no crime, na
prostituição, em suma, no que muitos chamam a “ doença social”.

 Os citadinos, para além de estarem expostos ao mesmo tempo e no mesmo lugar a


muita insegurança, estão também expo stos a muita poluição tanto atmosférica como
sonora e a muito stress.
A vida das cidades deteriora -se cada vez mais: aumenta a poluição do ar e da
água; dos resíduos e dos barulhos; degradam -se as construções e as infra-estruturas e
não aumentam os espaços verdes.
O transporte, em especial o viário, é uma das principais fontes de contaminação
do ar, é ainda, o responsável quase único do ruído da cidade. Actualmente, o ruído é
considerado o elemento mais perturbador do meio urbano e é aquele que mais afecta
a qualidade de vida da população. Este ainda é responsável pelo congestionamento da
rede viária, em particular da área central da cidade, onde se agravam os problemas de
estacionamento. A tendência é para, cada vez mais, reservar ruas apenas para
pedestres no centro da cidade.
Outro problema das cidades, que também afecta a qualidade de vida da população,
é a produção de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Grande parte dos RSU
recolhidos são conduzidos para as lixeiras sem qualquer tipo de tratamento prévio;
uma pequena parte é enviada para aterros sanitários, e só uma pequeníssima
percentagem é tratada por compostagem.
A poluição causada pelos esgotos constitui, também, um sério problema, uma vez
que as estações de tratamento de água residuais ainda não existem ou não estão
operacionais na maior parte dos sistemas. O mar, os rios e o solo estão a ser
fortemente contaminados.
Relativamente à qualidade da água fornecida às populações urbanas é um
problema na medida em que começa a ser posta em causa a sua qualidad e,
consequência da poluição e/ou contaminação já detectada em alguns aquíferos.
A expansão urbana faz-se muitas vezes à custa da destruição dos solos com
aptidão agrícola e à custa da destruição da floresta, ou seja, o crescimento urbano
está a destruir os solos agrícolas, a paisagem e a pôr em perigo o equilíbrio ecológico
em algumas áreas.

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