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Por
Dante Rangel e
PalomaMontanaro 3B

A luz artificial é um grande benefício da vida moderna, tendo acelerado o processo de


desenvolvimento. Mas, passados quase 200 anos do início da difusão da iluminação elétrica,
pesquisadores chamam a atenção para o impacto da luz artificial sobre o meio ambiente.
Esclarecer a população sobre benefícios e riscos da iluminação artificial é um dos
objetivos do livro à    
        à           
   , de Alessandro Barghini, que será lançado no dia 27 de março.
Nesse dia será realizada a Ú     , evento que pede a participação de
pessoas, comunidades, empresas e instituições de todo o mundo para que apaguem as luzes
por um período de uma hora como forma de protesto contra o aquecimento global. No Brasil,
o início será às 20h30 (hora de Brasília).
O livro chama a atenção para os efeitos negativos da iluminação artificial sobre
plantas, insetos e também no metabolismo humano. Além disso, propõe medidas de controle
da luminosidade para reduzir seus efeitos.
³A idéia foi fazer um amplo apanhado das pesquisas mundiais e mostrar que
precisamos usar a luz de forma parcimoniosa, não só como economia de recursos, mas
também porque a luz artificial não é tão inofensiva como se imagina. Ela afeta insetos,
plantas e pessoas´, disse à
  
 o autor, que é pesquisador do Instituto de
Eletrotécnica e Energia e do Laboratório de Estudos Evolutivos do Instituto de Biociências
(IB) da Universidade de São Paulo (USP).
O livro é resultado de sua pesquisa de doutorado, apresentada no IB-USP e orientada
por Walter Alves Neves, professor associado do Departamento de Genética e Biologia
Evolutiva da universidade, e contou com apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa
± Publicações.
A obra parte de um estudo específico, que foi o de analisar a influência da iluminação
sobre a vida silvestre tropical, com enfoque especial sobre os insetos. ³Os países tropicais
são ricos em arbovírus transmitidos por insetos causadores de doenças como malária, mal de
Chagas ou leishmaniose´, disse Barghini.
Para fornecer exemplos concretos das implicações da iluminação artificial, o
pesquisador utilizou o bosque da USP na capital paulista de modo a testar a hipótese de que
a atração da iluminação artificial por parte dos insetos seria fundamentalmente uma
desorientação da navegação dos insetos.
³Parti da idéia de que os insetos são atraídos pela radiação ultravioleta, presente em
algumas lâmpadas. Observamos que, ao tirar o componente ultravioleta com o uso de um
filtro de baixo custo, consegue-se reduzir o número de insetos atraídos. No caso dos insetos,
eles utilizam as luzes noturnas para orientar o vôo, mas as luminárias acabam prejudicando
sua trajetória e atraindo-os para o ambiente antrópico, facilitando a transmissão´, explicou.
Barghini cita outros estudos, como os feitos com tartarugas marinhas, em que a luz
impede a reprodução da espécie. ³Na Bahia, é proibido o uso de iluminação artificial na orla
marítima onde elas desovam. Em São Paulo, por exemplo, vemos sabiás machos que cantam
à noite no verão, antecipando o que ocorreria na primavera, tamanha a incidência de luz na
cidade´, disse.
O título do livro é referência ao efeito da iluminação na reprodução dos vaga-lumes.
O lampejo desses insetos é uma forma de atrair o parceiro para o acasalamento, mas a
radiação por eles emitida é muito tênue. Para ser percebida pelo potencial parceiro é
necessário que a iluminação ambiente seja inferior a 0,5 lux (medida da intensidade
luminosa).
³Por uma economia de recursos, os vagalumes não emitem radiação quando o nível
de iluminação ambiente é superior a 0,5 lux. Com a iluminação pública, acima desse valor,
que se espalhou pelo país, os vagalumes acabaram reduzindo o número de acasalamentos e
a população vem definhando´, apontou.
Outras O O  O 
 alertam para a necessidade de
conservação dos vaga-lumes, por serem bioindicadores de impactos ambientais.
Pesquisadores tentam entender também como a luz produzida por eles pode ajudar no
diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer e infecções bacterianas, a partir de
enzimas responsáveis pela bioluminescência.

  
³A iluminação artificial intensa altera o comportamento dos insetos e do homem,
podendo introduzir novos mecanismos de transmissão de doenças´, disse Barghini,
destacando o caso do mal de Chagas.
Antigamente o mal de Chagas era uma típica doença das populações pobres, que
viviam em casas de adobe e recobertas de palha, onde o barbeiro se escondia com facilidade
e picava no escuro. Com a introdução da iluminação artificial se intensificou um novo
mecanismo de transmissão, a contaminação oral.
³Os barbeiros, atraídos pela iluminação, chegam no ambiente antrópico, pousando,
por exemplo, em uma palmeira de açaí, onde parasitam o gambá. Os caboclos, ao colher
açaí para fazer suco, trituram o fruto sem lavar, com as fezes do barbeiro, permitindo a
transmissão oral. Em 2005, em Navegantes (Santa Catarina) 12 pessoas foram
contaminadas em uma venda de caldo de cana, onde o barbeiro tinha sido atraído por uma
forte lâmpada´, contou.
O livro está dividido em dez capítulos, que falam da radiação natural do sol e de seu
aproveitamento na biosfera e da evolução da iluminação artificial, com um espectro diferente
da radiação natural.
Segundo o autor, o espectro da luz, diferente da radiação natural, resulta no envio
para a biosfera de um sinal que é mal interpretado. ³A faixa de onda da luz azul, por
exemplo, sensibiliza a melanopsina, proteína que gera sinais para o núcleo
suprasquiasmático do cérebro, responsável por regular o metabolismo do corpo. Dessa
forma, o organismo entende que é dia e aumenta o ritmo metabólico, podendo causar
dificuldades para dormir´, disse.
Mas a iluminação artificial, além das vantagens óbvias, pode proporcionar benefícios
até mesmo no tratamento de algumas doenças. O caso típico é o da desordem afetiva
sazonal, uma manifestação de depressão que se manifesta durante o inverno (dias curtos)
nos países de clima temperado.
Estudos também indicam que o uso intenso da iluminação consegue contornar, sem
recorrer a drogas, o estado de depressão. ³A luz artificial vem sendo usada em alguns países
em tratamentos com pacientes com mal de Alzheimer que apresentam distúrbios do sono e
também em alguns casos de distúrbios psicológicos´, disse Barghini.
³No livro, proponho uma reflexão. As luzes artificiais podem ser benéficas desde que
haja o cuidado de avaliar o modo de exposição´, reforçou o autor.
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