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Flix Guattari.*
O ser humano contemporneo fundamentalmente
desterritorializado. Com isso quero dizer que seus territrios
etolgicos originrios corpo, cl, aldeia, culto, corporao
no esto mais dispostos em um ponto preciso da terra, mas
se incrustam, no essencial, em universos incorporais. A
subjetividade entrou no reino de um nomadismo generalizado.
Os jovens que perambulam no boulevards, com
um walkman colado no ouvido, esto ligados a ritornelos que
foram produzidos longe, muito longe de suas terras natais.
Aliais, o que poderia significar suas terras natais?
Certamente no o lugar onde repousam seus ancestrais,, onde
eles nasceram e onde tero que morrer! No tm mais
ancestrais; surgiram sem saber por que e desaparecero do
mesmo modo! Possuem alguns nmeros informatizados que a
eles se fixam e que os mantm em priso-domiciliar numa
trajetria scio-profissional predeterminada, quer seja em uma
posio de explorado, de assistido pelo Estado ou de
privilegiado.
Mas enfatizemos imediatamente o paradoxo. Tudo circula: as
msicas, os slogans publicitrios, os turistas, os chips da
informtica, as filiais industriais e, ao mesmo tempo, tudo
parece petrificar-se, permanecer no lugar, tanto as diferenas
se esbatem entre as coisas, entre os homens e os estados de
coisas. No seio de espaos padronizados tudo se tornou
intercambivel, equivalente. Os turistas, por exemplo, fazem
viagens quase imveis, sendo depositados nos mesmos tipos
de cabine de avio, depullman, de quartos de hotel e vendo
desfilar diante de seus olhos paisagens que se encontraram
cem vezes em suas telas de televiso, ou em prospectos
tursticos. Assim a subjetividade se encontra ameaada de