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12 Economia Florianópolis, abril de 2010

Em expansão, construção civil sofre


com falta de mão-de-obra no estado
Sindicato das construtoras da Grande Florianópolis cria programas para equilibrar oferta de trabalhadores
Após uma diminuição no do jovem pela construção civil.
Rayani Mariano
Brasil
crescimento em função da O proprietário da empreiteira
crise em 2009, a construção JPF, Steinbach, aponta uma País tem déficit
civil no Brasil volta a gerar contradição no fato de Floria-
grandes expectativas. Em 2010 nópolis “ser uma cidade com habitacional de
a previsão é que o setor cres- desemprego nas periferias,
ça 8,8% e, em alguns estados, mas com falta de mão de obra 5,8 milhões
já começam a faltar traba- na construção civil”.
lhadores. Uma pesquisa do Com o objetivo de incenti- O déficit habitacional urba-
Instituto Manpower indicou var os jovens a trabalharem na no no Brasil é de 5,8 milhões
que a construção civil será o construção civil e de diminuir de pessoas, de acordo com o
setor que mais vai empregar o problema da falta de mão de 4º Relatório Nacional de Acom-
no primeiro trimestre de 2010. obra qualificada, o SindusCon panhamento dos Objetivos do
O presidente do Sindicato das pretende construir centros de Desenvolvimento do Milênio,
Indústrias de Construção Ci- formação profissional, nos que foi publicado em março
vil da Grande Florianópolis quais os jovens poderão se de 2010, mas com base em
– SindusCon, Hélio Bairros, aperfeiçoar e ainda ganharão dados de 2008. Em 2007 era
afirmou que não há traba- para isso. Há uma parceria de 6,27 milhões, o que sig-
lhadores suficientes na cidade com o Senai e a Fiesc para o nifica que houve diferença de
para atender o mercado que surgimento dos centros, que 476 mil casas em um ano. O
está em expansão. estão em fase de orçamentos e governo federal tem realizado
Em janeiro, de acordo com podem chegar a ser construí- investimentos em projetos
dados do Cadastro Geral de dos em 2010. que contribuem para o cresci-
Empregados e Desempregados O piso salarial da constru- mento da construção civil. O
(Caged), foram criados 54.330 ção civil é um dos atrativos da Programa de Aceleração do
postos de trabalho na constru- profissão, já que é o segundo Crescimento (PAC), por exem-
ção civil, o melhor resultado maior do estado, só perdendo plo, tinha como um dos pilares
dos últimos dez anos da série para o setor público. O piso a redução de tributos para in-
histórica do Caged. Em feve- de um servente é de R$ 557, centivar mais investimentos no
reiro foram criados 34.700 enquanto o de guincheiro, país. Estava prevista a diminu-
postos, e o setor foi o terceiro técnico em edificações e pro- ição de impostos para setores
que mais criou vagas, ficando fissionais é de R$ 851. Tanto diretamente relacionados à
atrás do de serviços e da in- o presidente da SindusCon, construção civil, como de in-
dústria. Francisco Steinbach Hélio Bairros, como Francsico sumos e serviços usados em
explicou que, por enquanto, Steinbach, afirmaram que o obras de infraestrutura, e de
as prestadoras de serviços de mercado está pagando mais Em fevereiro foram abertos mais de 34 mil postos de trabalho no Brasil e o setor deve crescer 8,8% em 2010 perfis de aço.
Florianópolis ainda estão em que o piso. Francisco Stein- Outro programa que impul-
dia com os cronogramas. Mas bach disse que pedreiros de dade. Santa Catarina é o se- favorável como no ano ante- manda que existe nas cidades sionou o setor foi “Minha Casa,
que a empreiteira da qual ele alvenaria e reboco ganham de gundo estado que mais produz rior. Dados do IBGE apontam porque uma “política de infra- Minha Vida”. Lançado no iní-
é proprietário, a JPF, já está R$ 2 mil a R$ 4 mil, e que os materiais da construção civil que houve queda de 6,3% para estrutura não era prioridade”. cio de 2009, o programa tem
recusando projetos em fun- tarefeiros, como os azulejistas, e o sétimo que mais emprega o setor. Apesar da Câmara Bra- Para melhorar a situação do como foco o financiamento de
ção da falta de trabalhadores. chegam a ganhar R$ 5 mil. com carteira assinada. sileira da Indústria da Cons- Brasil nesse aspecto, o vice- casas para famílias que gan-
A empresa tem contratado De acordo com Hélio Bairros, trução Civil (CBIC) discordar presidente do Crea sugere uma ham até 10 salários mínimos.
pessoas, mas de forma muito o mercado em Santa Catarina Crescimento da metodologia adotada pelo maior qualificação da mão de A primeira etapa previa R$
lenta. O proprietário esclare- tem capacidade para empre- A construção civil possui IBGE, ela admite que houve obra, políticas públicas que 34 bilhões em empréstimos e
ceu que na construção civil gar de 10 a 15 mil pessoas, e um papel muito importante desaceleração em relação aos privilegiem o coletivo e mais subsídios para a construção
há uma rotatividade muita que precisariam ser treinadas, no desenvolvimento econômi- anos anteriores em função da financiamento para as pessoas de 1 milhão de residências.
alta de trabalhadores e que aproximadamente, 400 pesso- co do Brasil e representa uma crise econômica. A CBIC ar- construírem suas casas. Conforme dados da CBIC (Câ-
se não houver contratações as na Grande Florianópolis. grande parcela do PIB. “É um gumenta que quando a crise O fato de o Brasil ser caren- mara Brasileira da Indústria
a equipe vai se reduzindo. De O presidente do SindusCon setor propulsor de desenvolvi- econômica chegou ao comér- te nessa área, como elucidou da Construção), até dezembro
acordo com Steinbach, é mui- afirmou que o número de pos- mento, porque absorve muita cio as construtoras tinham Laércio Domingos, contribui de 2010 o programa deve en-
to comum pessoas que vêm do tos de trabalho que serão cria- mão de obra e gera muito em- estoques elevados, já que o para a deficiência de mão de tregar cerca de 300 mil casas.
Nordeste para trabalhar em dos em 2010 na construção prego”, disse o vice-presidente setor estava crescendo. Apesar obra qualificada para a cons- Ambos os programas terão
Florianópolis. Como elas dei- civil é uma incógnita. O moti- do Crea-SC, Laércio Domingos das indústrias terem segura- trução de estradas, portos, uma segunda etapa.
xam suas famílias nos estados vo é o plano diretor da cidade. Tabalipa. do a fabricação de insumos, aeroportos, ferrovias. “O se- Laércio Domingos ainda co-
de origem, depois de um tem- “Quando há uma mudança A oferta de crédito para o mercado da construção civil tor está estagnado, há muito mentou que por mais que o
po voltam para casa. na legislação urbana, que produção e aquisição de imó- continuou aquecido. tempo o crescimento é pífio”. programa do governo federal
Segundo o presidente do cria uma incerteza, sempre há veis, a estabilidade dos juros, Governos federais e estadu- Há necessidade de reforma ou seja bom, as pessoas estão
SindusCon, há 20 anos não uma diminuição no ritmo dos o controle da inflação e o pro- ais são agentes que contribuem de nova obra, por exemplo, tendo muita dificuldade para
havia um “horizonte para a negócios”. Bairros disse que grama “Minha Casa, Minha para o crescimento do setor, já de quase todos os aeroportos conseguir o financiamento. O
construção civil” e, por isso, o SindusCon está aguardan- Vida” foram fatores que, não que sempre existe demanda do país. Segundo o vice-pre- engenheiro civil ressaltou que
não houve uma política públi- do os pareceres dos técnicos só evitaram que a construção por moradia e infraestrutura. sidente do Crea, atualmente, a “burocracia é imensa” e tira
ca ou privada a fim de preparar para entender o conteúdo do civil no Brasil entrasse em co- Em função das várias linhas de a grande obra rodoviária no a oportunidade das pessoas
esse setor para o futuro no que plano diretor e a partir daí si- lapso, como também contribu- financiamento para veículos, país é a BR 101 Sul, “que está que necessitam conseguir sua
diz respeito à capacitação da nalizar para o mercado o que íram para que o setor não so- por exemplo, as vendas têm se arrastando há cinco anos casa própria. Para o vice-pres-
mão de obra. Outra justificati- irá acontecer. O Plano Diretor fresse tanto as consequências aumentado e a construção de e levará mais cinco para ser idente, “as pessoas que con-
va apontada por Hélio Bairros tem o objetivo de orientar os da crise econômica. Em 2008, estradas para atender o cresci- finalizada”, já que há locais seguem o financiamento pelo
para a falta de trabalhadores setores público e privado na a construção civil se destacou mento de carros é urgente , ex- que ainda não há projeto ou programa, eventualmente, são
é a introdução no mercado de construção das áreas urbanas em todo o país, alcançando plica Laércio Domingos. Hoje, licitação. pessoas que poderiam fazer
novas profissões e funções, o e rurais, com a finalidade de 8,2% do PIB. Com a crise, em segundo o engenheiro, não há de outra forma”. (R.M.S)
que ocasionou um desinteresse melhorar as condições da ci- 2009, a situação não foi tão condição de atender toda a de- Rayani Mariano dos Santos

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