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Credenciada pela Portaria n.º 2.135 de 22/12/00.

D.O.U. 28/12/00 – 249 E


Mantenedora: Fasul Ensino Superior ltda.

PÓS-GRADUAÇÃO
MBA em Administração Financeira, Contábil e
Controladoria

Disciplina:

Planejamento Tributário e Societário

Professor: ANDRÉ FERNANDO HEIN

Setembro de 2009
1. EMENTA DA DISCIPLINA
Planejamento Tributário: Influência dos principais tributos diretos e indiretos na gestão financeira;
Elisão e Evasão Fiscal; Carga Tributária. Planejamento Societário: Constituição, Reestruturação e
Extinção de Empresas; Aspectos Tributários da Cisão, Fusão e Incorporação.

2. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DAS EMPRESAS


§ CONCEITO
Planejamento trinutário é o processo de escolha de ação ou omissão lícita, não simulada, anterior
à ocorrência do fato gerador, que vise, direta ou indiretamente, economia de tributos (Cândido
H.Campos, 1985, pág.19).
§ FUNDAMENTAÇÃO
O planejamento tributário é um processo de escolha porque pressupõe necessariamente a
existência e a análise dos efeitos fiscais de duas ou mais alternativas possíveis. Todavia, sempre se
materializa através de uma ação ou omissão do sujeito passivo da obrigação tributária, que impede ou
retarda a ocorrência futura do fato gerador, ou reduz os seus efeitos econômicos. Tal ação ou omissão
tem, obrigatoriamente, que ser lícita, ou seja, prevista ou não proibida por lei, e não simulada, ou seja,
em que forma jurídica adotada corresponda à efetiva intenção das partes. No Brasil, não é considerado
ilícito um ato jurídico praticado unicamente com fins de economia tributária.
É fundamental que a ação ou omissão de Planejamento Tributário seja praticado e formalizado
ANTES DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR, pois toda ação ou omissão praticada e formalizada
DEPOIS da ocorrência do FATO GERADOR, que objetive impedir ou retardar a ocorrência do fato
gerador, ou reduzir os seus efeitos econômicos, é considerada fraude, por implicar sonegação fiscal.

2.1 ELISÃO e EVASÃO FISCAL


2.1.1 ELISÃO FISCAL (Oliveira, 2005)
A elisão fiscal visa uma economia de tributos de forma lícita e é desenvolvida pelo planejamento
tributário, executando-o em conformidade com os sistemas legais que possibilitam a redução de tributos
ou alíquotas.
A elisão fiscal, ou planejamento tributário, é todo procedimento lícito realizado pelo contribuinte
antes da ocorrência do fato gerador com o objetivo de eliminar ou postergar a obrigação tributária ou
reduzir o montante devido.
Portanto, a elisão fiscal representa um conjunto de sistemas legais com o objetivo de reduzir,
postergar ou até mesmo eliminar o recolhimento de tributos, pois o contribuinte tem o direito de
estruturar seu negócio da melhor maneira, procurando reduzir seus custos empresariais. Se a forma
adotada é licita, cabe à fazenda pública respeitá-la.
É o fenômeno pelo qual o contribuinte, mediante a organização planejada de atos lícitos, mas
simulados ou com fraude à lei, tenta evitar a incidência tributária, ou enquadrar-se em regime fiscal mais
favorável ou obter alguma vantagem fiscal específica.
Na elusão, o contribuinte procura evitar a ocorrência do fato gerador ou colocá-lo de forma
menos onerosa, assumindo o risco pelo resultado e usando meios atípicos.

2.1.2 EVASÃO FISCAL (Oliveira, 2005)


A evasão fiscal é toda e qualquer ação ou omissão para reduzir ou retardar o cumprimento da obrigação
tributária. É a fuga do cumprimento da obrigação tributária já existente, a tentativa de sua eliminação
por forma ilícita.
A evasão ocorre quando o contribuinte não transfere ou deixa de pagar integralmente ao Fisco
uma parcela a título de tributo, considerada devida por força ou determinação legal.

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3-INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Conceito de tributo segundo o código tributário nacional: toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
- prestação pecuniária: o pagamento do tributo deverá ser efetuado em unidades de moeda
corrente, inexistindo o pagamento in natura ou in labore, ou seja, o que é pago em bens ou em
trabalho ou prestação de serviço;
- compulsória: obrigação independente da vontade do contribuinte;
- em moeda ou cujo valor se possa exprimir: os tributos são expressos em moeda corrente nacional
(reais) ou por meio de indexadores (URT,Ufir)
- que não constitua sanção de ato ilícito: multas ou penalidades pecuniárias não se incluem no
conceito de tributo, não ocorrendo o pagamento deste de infração de determinada norma ou
descumprimento da lei;
- instituída em lei: só existe a obrigação de pagar o tributo se existir uma norma jurídica com força
de lei que estabeleça esta obrigação;
- cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a autoridade não possui
liberdade para escolher a melhor oportunidade de cobrar o tributo; a lei já estabelece todos os
passos a serem seguidos. (CTN)

3.1 PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS (art.150 da constituição)


§ Princípio da Legalidade: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios:
“I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça (...). O tributo não pode ser criado ou
aumentado sem que seja amparado por lei.

§ Princípio da Isonomia ou igualdade tributária:


II- instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos (Princípio da isonomia tributária);
O princípio deriva do princípio republicano que proíbe qualquer distinção entre as pessoas,
considerando que todas são iguais perante a lei. A igualdade tributária garante o tratamento tributário
igual entre os contribuintes que se encontrem em situação igual e diferenciada para aqueles que
estiverem em situação desigual, na medida de suas desigualdades. Assim, uma pessoa que recebe um
salário mínimo num mês será tratada em matéria tributária de forma diferente daquela outra que recebe
vinte salários mínimos mensais. (Oliveira, 2005).

§ Princípio da irretroatividade:
III- Cobrar tributos:
a- em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;(...) Este princípio afasta a incidência tributária sobre fatos geradores
passados em relação à lei que apareceu depois.

§ Princípio da anterioridade simples: (art.150 da CF, III)


III – cobrar tributos: (...)
b- no mesmo exercício financeiro que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.”
Esse principio veda a Administração de exigir tributos no mesmo ano da publicação da lei que

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instituiu ou aumentou o tributo em questão, garantindo ao contribuinte um certo período de
tempo para se adaptar, postergando para o primeiro dia do ano seguinte da publicação da lei o
início de sua cobrança.

§ Princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena: (art. 150 da CF)


III - cobrar tributos: (...)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou (...). Dessa forma, combinando com o princípio da anterioridade simples, a cobrança de
um tributo só produzirá efeito 90 dias da data da publicação da lei que o houver criado ou majorado,
bem como no ano seguinte ao da referida publicação.

§ Princípio da capacidade contributiva: o art 145 par.1º estabelece que haja a possibilidade
econômica do contribuinte pagar o tributo, sendo subjetiva quando se refere à condição pessoal
do contribuinte (capacidade econômica real) e objetiva quando leva em conta manifestações
objetivas da riqueza do contribuinte (bens imóveis, títulos, etc., sinais de capacidade tributária ou
riqueza).

3.2 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO TRIBUTO


Os elementos básicos da obrigação tributária são os seguintes:
3.2.1 O Fato Gerador: é a situação definida em lei como necessária e suficiente para a sua ocorrência.
Conceitua-se como “o fato” que gera a obrigação de pagar o tributo. O fato gerador da obrigação
fiscal com o Imposto de Renda é a obtenção da renda e proventos de qualquer natureza por
pessoas jurídicas ou físicas. O fato gerador do ICMS é a venda de produtos ou mercadorias ou a
prestação de serviços de transporte, etc. O fato gerador da obrigação acessória é qualquer
situação que impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure a principal (Oliveira et al,
2003).

3.2.2 Contribuinte ou responsável


As partes da obrigação tributária são, de um lado, o sujeito ativo, e de outro lado, o sujeito
passivo. O sujeito ativo da obrigação tributária é o ente público (União, Estado ou Município), criador
do tributo. O Código Tributário prevê duas espécies de sujeito passivo: a) o contribuinte, que tem
relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador; e b) o responsável, que é aquele
que não pratica o fato que causa o fato gerador mas se vê na obrigação de pagar o tributo por força de
dispositivo legal (Oliveria, et al, 2003).

3.2.3 Base de Cálculo


É o valor sobre o qual se aplica o percentual (ou alíquota) a fim de apurar o valor a ser recolhido.
A base de cálculo deve ser definida em lei complementar estando sujeita aos princípios constitucionais
da legalidade (mudança somente por outra lei), da anterioridade (a lei deve estar em vigência antes de
iniciada a ocorrência do fato gerador) e da irretroatividade (a norma não pode atingir fatos passados)
(Oliveira et al, 2003).

3.2.4 Alíquota
É o percentual definido em lei que, aplicado sobre a base de cálculo, determina o montante do
tributo a ser recolhido, estando também sujeita aos princípios constitucionais da legalidade,
anterioridade e da irretroatividade (Oliveira et al, 2003).

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4. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

4.1 Espécies de Tributos


No art 145 da Constituição Federal, foram definidas as espécies de tributos (Oliveira, 2005):
4.1.1 Impostos: situação geradora independente de qualquer contraprestação do Estado em favor do
contribuinte (ICMS, Imposto de Renda, IPI)
São Impostos de competência da União:
- Importação de produtos estrangeiros;
- Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
- Rendas e proventos de qualquer natureza;
- Produtos industrializados;
- Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
- Propriedade territorial rural;
- Grandes fortunas.
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
- Transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos (ITBI), (4%);
- Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e prestações se iniciem
no exterior;
- Propriedade de veículos automotores (IPVA).
Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
- Propriedade predial e territorial urbana(IPTU);
- Transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis,
ressalvadas as exceções legais (ITBI, 2%);
- Serviços de qualquer natureza(ISSQN).

4.1.2 Taxas: vinculadas à utilização efetiva do contribuinte, de serviços públicos específicos e divisíveis
(Taxa de coleta de lixo, taxa de iluminação pública)
Taxas cobradas pela prestação de serviços pelo Estado:
§ Coleta de lixo, iluminação pública, licença para funcionamento e alvará municipal; de Combate
a Incêndios; Conservação e Limpeza Pública; Emissão de documentos (a nível federal, estadual e
municipal); De registro do comércio (juntas Comerciais); Água e esgoto; Taxas de expediente;
Taxas cobradas pelo exercício do poder de polícia pelo Estado; Taxa de fiscalização de
estabelecimentos.

4.1.3 Contribuições de melhoria: cobradas quando do benefício trazido aos contribuintes por obras
públicas (calçamento ou asfaltamento de ruas, etc) e fazem face ao custo das obras de que decorram
valorização direta ou indireta de um imóvel. O CTN impo limites para a cobrança desse tributo, sendo o
limite total o que corresponde à despesa total pela realização da obra pública e o limite individual pelo
acréscimo do valor do imóvel que foi beneficiado com a obra (Oliveira, 2005).

4.1.4 Contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias


profissionais ou econômicas (Oliveira, 2005): são tributos instituídos para o financiamento dos
Sistemas Oficiais de Previdência e Assistência Social (contribuições sociais) e para financiar as
entidades representativas de classe ou profissional. Devem ser instituídas por lei ordinária, respeitando
as normas gerais previstas em lei complementar e só podem ser exigidas 90 dias após a publicação da lei
instituidora ou majoradora. São contribuições sociais:
§ Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL

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§ Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS
§ Programa de Integração Social – PIS
§ Contribuição para o Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS
§ Contribuição para o FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
As contribuições interventoras servem de instrumento para custear o Estado e visam o controle da
produção em um mercado específico, como a produção do açúcar, por exemplo, ou a importação e
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível,
denominado de CIDE- combustíveis. As contribuições interventoras não incidem sobre as receitas
decorrentes de exportação

4.2 Classificação dos Tributos


A classificação dos tributos em diretos e indiretos é mais econômica do que jurídica mas de
muita importância para o estudo e avaliação que os tributos causam ao patrimônio e nas etapas
econômicas da produção, circulação e consumo.
São considerados indiretos aqueles que a cada etapa econômica são repassados para o preço do
produto/mercadoria/serviço: IPI, ISS, ICMS, PIS s/Fat, COFINS.
São tributos diretos o IR, a CSLL, o IPVA, ITR, IPTU.
Os tributos podem incidir sobre o valor agregado, sobre o faturamento, sob re a folha de
pagamento ou sobre o resultado. (Oliveira, et al, 2003)

5 REGIMES DE TRIBUTAÇÃO FEDERAL

5.1 LUCRO REAL


Lucro Real é o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações
prescritas ou autorizadas pela legislação tributária (art. 6°, Decreto-Lei n° 1598 de 26 de dezembro de
1977). O art. 7° da mesma lei determina que “o lucro real será determinado com base na escrituração
que o contribuinte deve manter, com observância das leis comerciais e fiscais”.

Segundo Harres (2001, pg.49) “No Lucro Real a empresa paga o Imposto de Renda e a
Contribuição Social efetivamente devidos, uma vez que as respectivas bases de cálculo são apuradas em
Balanços Patrimoniais que refletem a realidade econômica e financeira das empresas, no período
específico.”

5.1.1 Adições ao Lucro Líquido


- a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido;
- multas por autos de infração ou por lançamento de ofício;
- retiradas de dirigentes e de membros do conselho fiscal e de administração que não correspondam a
remuneração mensal e fixa por prestação de serviços;
- remuneração indireta a administradores, quando os beneficiários não forem identificados ou
identificados e não individualizados;
- participações atribuídas a dirigentes;
- participações atribuídas a técnicos estrangeiros;
- excesso de depreciação, amortização ou exaustão;
- despesas não relacionadas com a produção ou comercialização;
- contribuições não compulsórias;
- doações feitas a fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos
das Criança e do Adolescente;

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- doações ou patrocínios relativos a projetos aprovados nos termos do art. 18 da Lei 8.313/91, com as
alterações da Lei 9.874/1999.
- gastos com alimentação de administradores;
- gastos com alimentação de empregados, cujo fornecimento não seja efetuado indistintamente;
- despesas com brindes;
- provisões, exceto as provisões para férias, para décimo terceiro salário, as provisões técnicas das
companhias de seguros e de capitalização, e as provisões das Entidades de Previdência Privada, cuja
constituição é exigida por lei;

5.1.2 Exclusões do Lucro Líquido


- resultados não tributáveis de sociedades cooperativas;
- lucros e dividendos de investimentos avaliados pelo custo de aquisição;
- ganho na avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial
- ganho de capital nas vendas a prazo de bens (reconhece-se apenas a parcela do preço recebido em
cada período de apuração);
- depreciação acelerada incentivada;
- outras exclusões e exclusões não realizadas em exercícios anteriores.

5.2 LUCRO PRESUMIDO


Segundo Fabretti ( 2000, pg.217): “O Lucro Presumido é uma alternativa para as pequenas
empresas, até o limite da receita bruta total estabelecido em lei. Estas, em vez da apuração pelo lucro
real, ou seja, de escrituração contábil, podem presumir esse lucro.”
A opção pelo Lucro Presumido é exercida com o pagamento da primeira ou única quota do
imposto devido correspondente ao primeiro trimestre do ano-calendário e é definitiva para todo o ano.

5.3 LUCRO ARBITRADO (RIR, Lei 3.000/99)


O arbitramento do lucro é uma forma de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda utilizada
pela autoridade tributária ou pelo contribuinte, se conhecida a receita bruta. A pessoa jurídica, inclusive
a empresa individual equiparada, terá o seu lucro arbitrado, quando ocorrerem as situações a seguir
(Fabretti, 2000) :
§ falta de escrituração: quando o contribuinte, por algum motivo, deixar de escriturar os livris
exigidos pela legislação, perder e ou destruir os mesmos, ou deixar de elaborar as demonstrações
financeiras exigidas pela legislação fiscal, poderá ter o lucro arbitrado pela autoridade tributária;
§ escrituração com falhas: quando a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar
evidentes indícios de fraude ou com vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para
identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, ou determinar o lucro real;
§ recusa na apresentação de livros ou documentos: quando a pessoa jurídica tributada pelo lucro
presumido deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração
comercial e fiscal, ou o licro Caixa, nos quais deverá ser escriturada toda a moviumentação
financeira, inclusive a bancária;
§ opção indevida pelo lucro presumido: o contribuinte que optar indevidamente pelo lucro
presumido estará sujeito a ter o seu lucro arbitrado;
§ representante de pessoa jurídica estrangeira: o comissário ou representante da pessoa jurídica
estrangeira deve escriturar os seus livros comerciais, de modo a demonstrar, além dos próprios
rendimentos, o lucro real apurado nas operações de conta alheia, em cada ano. Se o mesmo não
cumprir esta exigência, estará obrigado a pagar o Imposto de Renda com base no lucro arbitrado;
§ Livro Razão: As empresas tributadas pelo lucro real estão obrigadas a manter, em boa ordem e
segundo as normas contábeis recomendadas, o livro Razão ou fichas utilizadas para resumir e

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totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário. Caso não atendam a esse
requisito, poderão ter seu lucro arbitrado.

6. TRIBUTOS INCIDENTES EM UMA EMPRESA COMERCIAL

6.1 ICMS – IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS


(Regulamento do ICMS)
O ICMS é de competência dos Estados e do Distrito Federal e, entre os princípios constitucionais
que regem o ICMS, destacam-se a não cumulatividade e seletividade. Para que as empresas possam
controlar o ICMS incidente nas diversas compras e nas diversas vendas, a legislação estabeleceu a
obrigatoriedade da escrituração dos livros fiscais, com a estrita observância das normas específicas
independentemente da obrigatoriedade da escrituração dos livros e documentos contábeis.

6.1.1 Fato gerador


§ Saídas de mercadorias a qualquer título, de estabelecimento de contribuinte, comercial, industrial
ou produtor, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;
§ Prestação de serviços de transporte interestadual ou intermunicipal e de comunicações e
telecomunicações;
§ Entradas de mercadorias importadas no estabelecimento de contribuintes, comercial, industrial
ou produtor, e ainda que se trate de mercadorias para consumo ou bem do ativo imobilizado;
§ Fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em restaurantes, bares, cafés e
estabelecimentos similares.

6.1.2 Contribuintes
São todas as pessoas físicas ou jurídicas que, de modo habitual ou em volume que caracterize
intuito comercial, realize operações de circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações se iniciem no exterior.

6.1.3 Base de cálculo


A base de cálculo de modo geral é o valor da operação com mercadorias, incluindo importâncias
acessórias, tais como seguros e fretes pagos pelo comprador, excluídos os descontos incondicionais.

6.1.4 Alíquotas

Operações Internas
29%: energia elétrica, exceto a destinada a eletrificação rural, prestação de serviços de comunicação;
bebidas alcoólicas das posições 2203 a 2206 e 2208 da NBM/SH; fumos e sucedânecos manufaturados
classificados no capítulo 24. 28%: gasolina (exceto de avião); álcool anidro para fins combustíveis.
25%: armas, munições, suas partes e acessórios; asas-delta, balões e dirigíveis; embarcações de esporte
e de recreio; energia elétrica destinada à eletrificação rural; peletería e suas obras e peletería artificial;
perfumes e cosméticos. 12%: (Dos produtos anteriormente enquadrados com 18% houve uma redução
de alíquota para 12% em 85.000 itens, sendo que atualmente a maioria enquadra-se nesta alíquota)
Produtos em geral: alimentos, produtos de limpeza, animais vivos; calcáreo e gesso; farinha de trigo;
máquinas e aparelhos industriais; massas alimentícias; óleo diesel; produtos avícolas e agrícolas
em estado natural; refeições industriais; semens, embriões, ovos férteis, girinos e alevinos; serviços de
transporte; tijolo, telha, tubo e manilha que, na sua fabricação, tenha sido utilizado argila ou barro como
matéria-prima; tratores, microtratores, máquinas e implementos agropecuários e agrícolas (excetuadas as
peças); veículos automotores novos; assentos(9401; móveis (9403); suportes elásticos para camas e

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colchões (9404.10 e 9404.2); aglomerados ou aglutinados de madeira; blocos de espuma, perfis de
plímeros de cloreto de vinila, tubos e seus acessórios; gal destinada à construção civil. Gasolina de
avião.18%: demais serviços, bens e mercadorias;entrada de mercadorias ou bens importados do
exterior; e 7%: operações com alimentos quando destinados à merenda escolar, nas vendas internas à
órgãos da administração federal ou municipal.
OBS: as alíquotas internas também se aplicam à entrada de mercadorias ou bens importados do exterior;
se o destinatário da mercadoria ou serviço for consumidor final localizado em outra unidade federada
desde que não contribuinte do imposto.
Operações e prestações interestaduais
12%: saídas de bens, mercadorias ou serviços para contribuintes estabelecidos nos estados de Minas
Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo;
7%: para as saídas de mercadorias, bens ou serviços a contribuintes estabelecidos no Distrito Federal e
nos demais Estados não relacionados no item anterior;
4%: nas prestações de serviço de transporte aéreo interestadual de passageiro, carga e mala postal.

6.1.5 Substituição Tributária


Segundo o art. 432 do Decreto 5.141 de 12.12.2001 algumas mercadorias estão sujeitas à
retenção e ao recolhimento do ICMS na forma de substituição tributária em relação às operações
subsequentes, ou seja, o imposto é pago apenas na produção e na comercialização final não há
incidência. Há, porém, o direito ao crédito, se o produto for utilizado pelo estabelecimento adquirente na
transformação ou fabricação de um novo produto. São alguns produtos e operações sujeitas à
substituição tributária:
§ Cigarros e outros produtos derivados do fumo; Cimento; Veículos; saídas de combustíveis,
derivados ou não de petróleo, para comerciantes atacadistas ou varejistas estabelecidos no
território paranaense; Operações interestaduais com combustíveis e derivados em que o imposto
tenha sido retido anteriormente; Operações com sorvetes e acessórios destinados a revendedores
situados no território paranaense; Medicamentos e outros produtos farmaceuticos; Pneumáticos,
câmaras de ar e protetores; Tintas, vernizes, ceras, massas para polir, impermeabilizantes,
aguarrás; Filmes fotográficos, cinematográficis e slides; Lâminas de barbear, aparelhos de
barbear descartáveis e isqueiros; Lâmpadas elétricas; Pilhas e baterias elétricas; Discos
fonográficos, fita virgem ou gravada; Produos de Higiene e Limpeza pessoal; Medicamentos.

6.1.6 Isenções – art.3º do Regulamento do ICMS


O imposto não incide sobre:
operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão; exportação de
mercadorias e serviços; operações interestaduais com energia elétrica e petróleo quando destinados à
industrialização ou comercialização; operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro
ou instrumento cambial; transferência de propriedade de estabelecimento industrial ou comercial:
operações com arrendamento mercantil; transferência de bens salvados em sinistro para companhias
seguradoras; saídas de impressos de estabelecimento gráfico desde que não participem de alguma forma
de comercialização ou circulanção; serviços prestados pelo rádio e pela televisão; saídas de bens do
permanente, entre outras.

6.1.7 Diferimento do Imposto – art. 86,87, 87A e 87B


- Contribuinte do ramo de fornecimento de alimentos de que trata o inciso I do art.2º do Regulamento do
ICMS poderá, em substituição ao regime normal de apuração do ICMS, calcular o imposto devido
mensalmente mediante a aplicação da alíquota de 3,2% sobre a receita bruta, desde que utilize
Equipamento Emissor de Cupom Fiscal – ECF.

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- Diferimento do pagamento do Imposto nas saídas internas entre contribuintes e nas operações de
importação, por contribuinte, na proporção de 33,33% do valor da operação tributada em 18%.

6.1.8 Suspensão do Imposto – art 85 do Regulamento do ICMS


- nas saídas de mercadorias remetidas por cooperativa a estabelecimento da própria cooperativa dentro
do estado do Paraná;
- importação de matéria-prima, material intermediário, secundário e de embalagem a ser utilizado no
processo produtivo da importadora, e de bens para integrar o ativo permanente, quando a importação
ocorrer através dos portos de Paranaguá e Antonina (Lei 14985/060
- nas operações com arroz entre outras.

6.1.9 Recuperação do ICMS nas compras de mercadorias para revendas


As empresas que adquirirem mercadorias para revender ou para industrializar, ou ainda para
integrar seu ativo imobilizado tem direito ao crédito do imposto por ocasião da entrada desses itens em
seus estabelecimentos. Quando as empresas efetuarem as saídas das mercadorias ou produtos de seus
estoques, o imposto será cobrado do novo adquirente. De acordo com a legislação tributária, para se
creditar do ICMS, é necessário preencher as seguintes condições:
§ que o ICMS esteja corretamente destacado em documento fiscal hábil, com o atendimento de
todas as exigências da legislação pertinente;
§ que o documento fiscal seja emitido por contribuinte em situação regular perante o fisco, ou seja,
esteja inscrito na repartição competente, encontre-se em atividade no local indicado e possibilite
a comprovação dos demais dados cadastrais impressos no documento;
§ que o documento fiscal hábil seja escriturado no respectivo livro Registro de Entradas, modelo 1
ou 1A.

6.2 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO DE SOCIAL – PIS

Contribuintes
São contribuintes com base no faturamento mensal as pessoas jurídicas com fins lucrativos.

Base de cálculo
A base de cálculo é a receita bruta de bens e serviços com as seguintes exclusões:
§ as vendas canceladas
§ os descontos incondicionais
§ o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
§ o ICMS quando destacado em Nota Fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens ou serviços
prestados na condição de substituto tributário (automóveis e refrigerantes)
§ as reversões de provisões
§ as recuperações de créditos baixados como perdas, limitados aos valores efetivamente baixados,
que não representem ingresso de novas receitas
§ as receitas decorrentes das vendas de bens do ativo permanente
§ dos resultados positivos – lucro – obtidos em decorrência de avaliação de investimentos em
participações societárias pelo método da equivalência patrimonial
§ dos lucros e dividendos recebidos ou a receber em decorrência de investimentos em
participações societárias.

A contribuição para o PIS não incide sobre:


§ exportação de mercadorias para o exterior

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§ prestação de serviços para pessoa física ou jurídica domiciliada no exterior, com pagamento em
moeda conversível
§ vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação.

6.2.1 PIS CUMULATIVO


O PIS cumulativo não permite nenhuma dedução a título de crédito do valor a recolher.
Este regime aplica-se às empresas optantes pelo LUCRO PRESUMIDO.
Neste caso a alíquota é de 0,65%

6.2.2 PIS NÃO CUMULATIVO (Lei 10.637 de 30/12/2002)


O total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta
própria ou alheia e todas as demais receitas da pessoa jurídica, com algumas exceções previstas em lei.
A alíquota de 1,65% do PIS será aplicada sobre a base de cálculo apurada. Do valor apurado
a pessoa jurídica poderá descontar os seguintes créditos, desde que adquiridos ou pagos a pessoa
jurídica domiciliada no País: (Lei 10.637/2002)

bens adquiridos para revenda, exceto aqueles que tenham sido adquiridos de pessoa jurídica na
condição monofásica e aqueles submetidos à incidência monofásica da contribuição:

bens e serviços utilizados para o insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de


bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes;

energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;

aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos pagos a pessoa jurídica, utilizados na atividade da


empresa;

despesas financeiras decorrentes de empréstimos, financiamentos e o valor das contraprestações de


operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica , exceto de optante pelo Simples Nacional;

máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos para utilização
na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços; (a ser utilizado em 24 parcelas
mensais).

edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa;

bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado o faturamento do mês ou do mês
anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei;

armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, quando o ônus for suportado pelo
vendedor;

6.3 COFINS
A COFINS foi instituída para assegurar os direitos relativos à saúde (Lei 1.940 de 25/05/1982), à
previdência e à assistência social e incide sobre o faturamento mensal das pessoas jurídicas, sendo este
entendido como a receita bruta, excluídas as vendas canceladas, os descontos incondicionais, o IPI e o
ICMS quando cobrado pelo vendedor dos bens ou serviços na condição de substituto tributário.

Contribuintes
São as pessoas jurídicas em geral e aquelas equiparadas segundo a legislação do Imposto de
Renda, incluindo as instituições financeiras, construtoras e incorporadoras de imóveis.
São isentas da COFINS (Lei 9.718/1998):
§ as microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP), que optarem pelo sistema
integrado de pagamento de impostos e contribuições (SIMPLES), no período em que ficarem
submetidas a este regime, pois a COFINS está incluída no pagamento do imposto simplificado;
11
§ as sociedade cooperativas quanto aos atos cooperativos próprios de suas finalidades;
§ as sociedades civis de profissão regulamentada;
§ as entidades beneficientes de assistência social que atendam as exigências estabelecidas em lei,
como os asilos, orfanatos, santas casas de misericórdia etc.

Base de cálculo
A receita bruta é a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independente da
atividade exercida ou da classificação contábil. São admissíveis as mesmas exclusões previstas na
legislação do PIS.

6.3.1 COFINS Cumulativa


A COFINS cumulativa é aplicada às empresa tributadas pelo LUCRO PRESUMIDO, Lucro
Arbitrado e as demais situações listadas abaixo, e não permite nenhum desconto a título de crédito. A
alíquota praticada é 3% sobre a receita bruta (Lei 10.833/2003).

6.3.2 COFINS não cumulativa


A LEI nº 10.833 de 29 de dezembro de 2.003, alterou a Legislação Tributária: Art. 1º: “A
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, com a incidência não cumulativa,
tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa
jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil.”
Portanto, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações
em conta própria ou alheia e todas as demais receitas da pessoa jurídica.
O Art.2º da Lei nº 10.833 determina que: “Para determinação da COFINS aplicar-se-á, sobre a base
de cálculo apurada conforme o disposto no Art.1º, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por
cento.”
A alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos) da COFINS será aplicada sobre a base de
cálculo apurada. Do valor apurado a pessoa jurídica poderá descontar os mesmos créditos
admissíveis para o PIS.

6.4 IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS


O imposto de renda é devido pelas pessoas jurídicas estabelecidas no país e incidirá sobre o lucro
obtido no período. A base de cálculo pode ser o lucro real, presumido ou arbitrado (RIR).
Contribuintes
§ As pessoas jurídicas;
Imunidades, Isenções e não indidências
§ Templos de qualquer culto
§ Partidos políticos e entidades sindicais dos trabalhadores
§ Instituições de Educação e de Assistência Social
§ Entidades de Previdência Privada
§ Sociedades Beneficientes, Fundações e associações
§ Empresas estrangeiras de transportes quando as brasileiras gozarem da mesma prerrogativa;
§ Associações de poupança e empréstimo autorizadas pelo órgão competente, sob a forma de
sociedade civil;
§ Sociedades de investimento com participação de capital estrangeiro
§ A entidade binacional ITAIPU
§ O Fundo Garantidor de Crédito – FGC

12
§ As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica, quando não
visarem lucro, observando o art 182 do Decreto 3000 de 26/03/1999.
Alíquota
A alíquota para a pessoa jurídica é de 15% sobre a base de cálculo, ou seja, o lucro da empresa,
podendo ser lucro real, presumido ou arbitrado. A parcela que exceder, mensalmente, a R$ 20.000,00
fica sujeita à incidência de adicional de 10%.

6.4.1 IRPJ no LUCRO REAL


Para a obtenção do valor a pagar de IRPJ em uma empresa optante pelo lucro real, aplica-se a
alíquota de 15% sobre a base de cálculo que é o LUCRO REAL. Este último é o lucro apurado nas
demonstrações contábeis ajustado pelas adições e exclusões previstas em lei, já mencionadas.

6.4.2 IRPJ no LUCRO PRESUMIDO


Já no Lucro Presumido, para a determinação do IRPJ a pagar, é necessário primeiramente
identificar o Lucro Presumido com base no Faturamento do Trimestre, aplicando-se as alíquotas
constante na seguinte Tabela, de acordo com o ramo de atividade.

TABELA 01 – PERCENTUAIS DE PRESUNÇÃO DO LUCRO (Para IRPJ)


ATIVIDADE %
Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás
natural 1,6
Prestação de serviços, pelas sociedades civis, relativo ao exercício de profissões legalmente
regulamentadas, prestação de serviços em geral 32
Intermediação de negócios (inclusive representação comercial por conta de terceiros e
corretagem de Seguros, imóveis e outros) 32
Administração, locação ou cessão de bens e imóveis (exceto a receita de aluguéis, Quando a
pessoa jurídica não exercer a atividade de locação de imóveis) 32
Administração de consórcios de bens duráveis 32
Cessão de direitos de qualquer natureza 32
Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão-de-obra 32
Serviços de transporte, exceto de carga 16
Revenda de mercadorias, vendas de produtos de fabricação própria 8
Industrialização por encomenda (material fornecido pela encomendante) 8
Atividade rural 8
Representação comercial por conta própria 8
Loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos ou
adquiridos para revenda execução de obras de construção civil com emprego de materiais 8
Prestação de serviços hospitalares 8
Transporte de cargas 8
Outras atividades não caracterizadas como prestação de serviços 8

OBS: Prestação de serviços receita bruta anual até R$ 120.000,00 – base de cálculo reduzida em 50% =
16%.
O Imposto de Renda é calculado à alíquota de 15% sobre o total da base de cálculo. Para a
parcela do lucro presumido que exceder o limite de R$ 60.000,00 no trimestre, aplicar-se-á a alíquota
adicional de 10%. No caso do trimestre incompleto o limite corresponderá ao resultado da multiplicação
de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período de apuração.

13
Portanto, para calcular a Base de Cálculo do IRPJ no lucro presumido, aplica-se os percentuais
da tabela anterior sobre o faturamento bruto.

6.5 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL

Contribuintes
Estão obrigadas a recolher a CSLL todas as pessoas jurídicas domiciliadas no país e aquelas que
lhe são equiparadas pela legislação tributária, com exceção das entidades isentas, as mesmas isentadas
pelo Imposto de Renda. (Lei 7.689 de 15/12/1988)
Alíquota
A alíquota da CSLL é de 9% sobre o lucro da pessoa jurídica, podendo este lucro ser real,
presumido ou arbitrado.

6.5.1 CSLL no Lucro Presumido


Da mesma forma que no IRPJ, para calcular a CSLL no lucro presumido é necessário identificar
a base de cálculo, que será calculada sobre o faturamento bruto, de acordo com os seguintes percentuais:
12% - venda de mercadorias ou produtos;
32% - prestação de serviços em geral, exceto serviços hospitalares e de transporte;

6.6 CONTRIBUIÇÕES AO INSS


A contribuição para o INSS a cargo da empresa, sobre o total das remunerações pagas, devidas
ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregado e trabalhador avulso, bem
como ao contribuinte individual, além das contribuições previstas do RPS, é de 20%.
A Contribuição para terceiros varia de acordo com a atividade da empresa, a qual é distinguida
pelo código FPAS (Fundo de Previdência e Assistência Social) sendo:
§ 507 – Indústria, transporte ferroviário e de cargas urbano, etc
§ 515 – Comércio atacadista, comércio varejista, etc.

6.6.1 Contribuição para Terceiros segundo o FPAS:


FPAS S.Educ Incra Senai Sesi Sebrae Senac Sesc TOTAL
507 2,5 0,2 1,0 1,5 0,6 5,8
515 2,5 0,2 0,6 1,0 1,5 5,8

6.6.2 Contribuição para o RAT – Risco Ambiental do Trabalho


§ risco leve: 1%; risco médio: 2%; risco grave: 3%

6.7 CONTRIBUIÇÕES AO FGTS


O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço foi instituido em 1966 e regido, atualmente pela Lei
8.036 de 1990, representa uma reserva constituida por depósitos realizados pelo empregador com base
na remuneração do empregado à alíquota de 8%, a ser utilizado por esse nos casos previstos em lei.

6.8 SIMPLES NACIONAL - Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e


Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

14
Considera-se Microempresa a pessoa jurídica cuja receita bruta, no ano-calendário, for igual ou
inferior a R$ 240.000,00 e a Empresa de Pequeno Porte aquela cuja receita bruta for superior a R$
240.000,00 e inferior a R$ 2.400.000,00 (Lei Complementar 123/06).

6.8.1 UNIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS


- Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ;
- Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidos
Público - PIS/PASEP;
- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;
- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS;
- Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI;
- Contribuições para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica (parte empresa do INSS,
contribuição para terceiros, seguro de acidente de trabalho);
- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS;
- Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza -ISS

6.8.2 EXCLUÍDOS DO SIMPLES:


- Imposto sobre Operações de Crédito, Cambio e Seguro, ou relativas a Títulos e Valores Mobiliários
– IOF;
- Imposto sobre Importação de Produtos Estrangeiros - II;
- Imposto sobre Exportação de Produtos Nacionais ou Nacionalizados – IIE;
- Imposto de Renda, relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa pessoas físicas –
IRRF;
- Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras
de renda fixa ou variável;
- Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo
permanente;
- Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR;
- Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira – CPMF;
- Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS;
- Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresario, na qualidade de contribuinte
individual, carcaterizado como microempresa (INSS),
- Contribuição para o PIS/Pasep, COFINS e IPI incidentes na importação de bens e serviços;
- ICMS devido:
a) nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária;
b) na entrada do território do estado ou Distrito Federal, de petróleo, inclusive lubrificantes e
combustiveis liquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, quando não destinadaos
à comercialização ou industrialização;
c) por ocasião do desembaraço aduaneiro;
d) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria desacobertada de documento fiscal
a) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal entre outras.
§ ISS devido:
a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte;
b) na importação de servisços;
§ Contribuição sindical patronaç
§ As ME e EPP ficam dispensadas do pagamento das demais contribuições instituídas pela União.

15
6.8.3 ALÍQUOTAS E BASE DE CÁLCULO
O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte, optante do
SIMPLES Nacional, será determinado mediante aplicação da tabela a seguir:

Tabela 2 - Tabela do SIMPLES Nacional – Comércio (Anexo 1)

Receita Bruta nos doze meses anteriores (em R$) Alíquota


Até 120.000,00 4,00%
De 120.000,00 a 240.000,00 5,47%
De R$ 240.000,01 a R$ 360.000,00 6,84%
De R$ 360.000,01 a R$ 480.000,00 7,54%
De R$ 480.000,01 a R$ 600.000,00 7,60%
De R$ 600.000,01 a R$ 720.000,00 8,28%
De R$ 720.000,01 a R$ 840.000,00 8,36%
De R$ 840.000,01 a R$ 960.000,00 8,45%
De R$ 960.000,01 a R$ 1.080.000,00 9,03%
De R$ 1.080.000,01 a R$ 1.200.000,00 9,12%
De R$ 1.200.000,01 a R$ 1.320.000,00 9,95%
De R$ 1.320,000,01 a R$ 1.440,000,00 10,04%
De R$ 1.440,000,01 a R$ 1.560,000,00 10,13%
De R$ 1.560.000,01 a R$ 1.680.000,00 10,23%
De R$ 1.680.000,01 a R$ 1.800.000,00 10,32%
De R$ 1.800.000,01 a R$ 1;920.000,00 11,23%
De R$ 1.920.000,01 a R$ 2.040.000,00 11,32%
De R$ 2.040.000,01 a R$ 2.160.000,00 11,42%
De R$ 2.160.000,01 a R$ 2.280.000,00 11,51%
De R$ 2.280.000,01 a R$ 2.400,000,00 11,61%

Para efeito da determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos
doze meses anteriores ao do período de apuração.
A Industria acrescentará mais 0,5% às alíquotas acima correspondente ao IPI.

7- DIFERENÇAS ENTRE EMPRESAS COMERCIAIS E PRESTADORAS DE SERVIÇOS

1. Lucro Real

ICMS à Para empresas prestadoras de serviço, exceto transportadoras de cargas, não há a


incidência do ICMS, mas incide o ISSQN (Imposto sobre serviços de qualquer natureza).

ISSQN à é um imposto de competência municipal, de caráter cumulativo, ou seja, não são


admitidos créditos. A alíquota é definida por cada município variando entre 3% e 5%.
Contribuintes são todos os prestadores de serviços e a Base de Cálculo é o valor do serviço
prestado.

PIS e COFINS à aplicam-se as mesmas regras das empresas comerciais, no entanto os créditos
são apenas de insumos usados na prestação do serviço. Ex: Serviço de transporte. Insumos são
combustíveis e peças.

16
IR e CSLL à aplicam-se as mesmas regras das empresas comerciais, pois a apuração é baseada
no lucro real da empresa.

INSS à também aplicam-se as mesmas regras de empresas comerciais.

2. Lucro Presumido

As disposições sobre a incidência de ICMS ou ISSQN no regime do Lucro Real e Presumido são
as mesmas.

PIS e COFINS à aplicam-se as mesmas regras das empresas comerciais

IR e CSLL à aplica-se a mesma metodologia de cálculo que as empresas comerciais, pois a


apuração é baseada no lucro presumido, no entanto a alíquota de presunção é diferenciada, e
segue-se a tabela. Normalmente aplica-se o percentual de 32% sobre a receita, tanto para IRPJ
como para CSLL.

INSS à também aplicam-se as mesmas regras de empresas comerciais.

3. Simples Nacional

No Simples Nacional há a distinção entre serviços, aplicando-se tabelas diferentes para alguns
serviços. Os tipos de serviços dividem-se em três anexos da Lei Complementar 123/2006: Anexo
3, 4 ou 5. Cada um tem suas particularidades, mas precisa-se identificar em qual anexo a empresa
está enquadrada, e posteriormente, com base na receita bruta dos últimos 12 meses anteriores,
identificar a alíquota a ser aplicada sobre a receita.

Veja tabela do Anexo 3

EXERCÍCIO

Identifique o melhor regime tributário para uma empresa que tenha receita mensal de R$
34.000,00 sendo R$ 25.000,00 proveniente de revenda de mercadorias e R$ 9.000,00 proveniente de
Prestação de serviços de conserto de eletrodomésticos. O valor mensal das compras é de R$ 15.000,00
(considerar como CMV). O valor da Folha de Pagamento é de R$ 3.000,00 e as demais despesas
totalizam R$ 10.000,00. Sabe-se ainda que a receita acumulada nos doze meses anteriores, para efeito de
cálculo do Simples Nacional é de R$ 961.000,00.

17
TABELAS DO SIMPLES NACIONAL
Anexo 1 – Revenda de Mercadorias, considerada a redução de base de cálulo concedida pelo PR
RECEITA BRUTA EM 12 MESES - em R$ ALÍQUOTA
Até R$ 120.000,00 2,75%
De R$ 120.000,01 a R$ 240.000,00 3,61%
De R$ 240.000,01 a R$ 360.000,00 4,51%
De R$ 360.000,01 a R$ 480.000,00 5,65%
De R$ 480.000,01 a R$ 600.000,00 6,09%
De R$ 600.000,01 a R$ 720.000,00 6,79%
De R$ 720.000,01 a R$ 840.000,00 7,04%
De R$ 840.000,01 a R$ 960.000,00 7,41%
De R$ 960.000,01 a R$ 1.080.000,00 8,03%
De R$ 1.080.000,01 a R$ 1.200.000,00 8,29%
De R$ 1.200.000,01 a R$ 1.320.000,00 8,99%
De R$ 1.320.000,01 a R$ 1.440.000,00 9,19%
De R$ 1.440.000,01 a R$ 1.560.000,00 9,35%
De R$ 1.560.000,01 a R$ 1.680.000,00 9,51%
De R$ 1.680.000,01 a R$ 1.800.000,00 9,65%
De R$ 1.800.000,01 a R$ 1.920.000,00 10,33%
De R$ 1.920.000,01 a R$ 2.040.000,00 10,53%
De R$ 2.040.000,01 a R$ 2.160.000,00 10,73%
De R$ 2.160.000,01 a R$ 2.280.000,00 10,90%
De R$ 2.280.000,01 a R$ 2.400.000,00 11,06%

Anexo III – Partilha do Simples Nacional – Serviços e Locação de Bens Móveis


Tabela 1 – Sem retenção ou substituição tributária, com ISS devido ao próprio município.

Receita Bruta Total em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS Pis/Pasep INSS ISS
Até 120.000,00 6,00% 0,00% 0,39% 1,19% 0,00% 2,42% 2,00%
De 120.000,01 a 240.000,00 8,21% 0,00% 0,54% 1,62% 0,00% 3,26% 2,79%
De 240.000,01 a 360.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%
De 360.000,01 a 480.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%
De 480.000,01 a 600.000,00 11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87%
De 600.000,01 a 720.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23%
De 720.000,01 a 840.000,00 12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26%
De 840.000,01 a 960.000,00 12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31%
De 960.000,01 a 1.080.000,00 13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61%
De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65%
De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00%
De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00%
De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00%
De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00%
De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00%
De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00%
De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00%
De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00%
De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00%
De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00%

18
A aquisição da Loma Negra, na Argentina,
foi o início do plano de globalização do grupo Camargo Corrêa
O Grupo Camargo Corrêa estava tão decidido a internacionalizar as operações de sua companhia cimenteira, a
Camargo Corrêa Cimentos, que aceitou enfrentar o desafio de fazer dessa operação o maior investimento de seus 66
anos de história. A aquisição da companhia argentina Loma Negra em 2005 custou ao grupo 1,025 bilhão de dólares,
mas trouxe resultados no curtíssimo prazo. Com a operação, a Camargo Corrêa Cimentos dobrou sua produção
anual e se posicionou estrategicamente na América Latina.

A estratégia de internacionalização do grupo inclui aquisição de operações industriais e um plano para levá-lo a uma
presença global já em 2012. A idéia é especialmente significativa na produção de uma commodity como o cimento,
em que há pouca diferença entre os fabricantes e o que importa é a escala de produção. O racionamento de energia
em 2001 e a crise cambial de 2002 reforçaram a visão de que era preciso diversificar as operações e expandir as
atividades para continuar crescendo, além de diluir as indefinições da economia brasileira.

A Camargo Corrêa Cimentos encontrou no país vizinho uma empresa com forte tradição, líder no mercado local, com
presença internacional e imagem de confiabilidade. Aos 80 anos, a Loma Negra sofrera com a crise argentina, mas
contava com o respeito e a admiração do consumidor. A companhia argentina havia aplicado recursos na expansão
das atividades durante toda a década de 90. Com a crise cambial de 2002, após dez anos de paridade entre peso e
dólar, o endividamento da empresa disparou junto com a cotação da moeda americana.

A chegada da Camargo Corrêa Cimentos permitiu a renegociação da dívida da Loma Negra em condições favoráveis
de prazos e taxas, liberando a empresa para retomar os investimentos. A empresa manteve sua participação de
mercado – 46% do mercado argentino – e a produção local cresceu 40% nos últimos dois anos, acompanhando o
mercado. Além da marca Loma Negra em si, a aquisição deu à Camargo Corrêa outros ativos pertencentes à
empresa argentina, com uma participação na Cimentos Del Plata, do Uruguai, o controle da empresa de gestão de
resíduos Recycomb e a concessão para a ferrovia Ferrosur Roca, com mais de 3 mil quilômetros de extensão. A
aquisição da estrada de ferro, aliás, já havia se mostrado uma decisão estratégica acertada, na época em que foi
privatizada, em 1992. Seu traçado dá acesso a cinco fábricas e dois centros de distribuição da Loma Negra,
representando notável economia de custos.

Com a compra, a estrutura da área de cimentos do grupo passou a se estender, além de Brasil e Argentina, a países
como Uruguai, Paraguai e Bolívia. Conta com 14 fábricas e 12 centros de produção de concreto. O faturamento anual
da área de cimentos atingiu 1,15 bilhão de reais. A produção total dobrou alcançando 6 milhões de toneladas de
cimento - metade da capa-cidade instalada das duas companhias - e 770 mil metros cúbicos de concreto por ano.

Para fazer frente ao investimento no exterior, o grupo decidiu abrir o capital da cimenteira. A emissão de
debêntures, planejada originalmente em 300 milhões de reais, teve procura surpreendente. Cientes da solidez do
grupo e, em especial, da companhia de cimentos – dona da marca Cauê desde 1997 –, os investidores
demonstraram in-tenso apetite pelos papéis. A demanda total ficou em 1,7 bilhão de reais, quase seis vezes o valor
original. Com isso foi possível exercer a opção de aumentar em 20% a captação. A operação foi fechada em 360
milhões de reais. Depois da compra, a cimenteira ainda captou, via Loma Negra, mais 150 milhões de dólares por
meio de um bem-sucedido lançamento de bônus no mercado internacional, cujo objetivo era refinanciar notas
lançadas em 1997 e reforçar o capital.

Tratada com o sigilo próprio dos grandes negócios, a operação foi batizada internamente de Gabi – em homenagem
à tenista argentina Gabriela Sabatini. A estruturação da operação levou oito meses e contou com a assistência das
consultorias internacionais Boston Consulting Group e Goldman Sachs, especializadas em fusões e aquisições.
Concluídas as negociações, em abril de 2005, a operação foi aprovada pela Comisión Nacional de Defensa de la
Competencia, em outubro.

Nesse período, a Camargo Corrêa Cimentos trabalhou intensamente no sentido de evitar que as tensões naturais da
fusão afetassem o desempenho da empresa recém-comprada. A empresa preparou uma publicação para tranqüilizar
empregados, executivos e clientes da Loma Negra. Investiu num trabalho social, em que equipes da Camargo Corrêa
foram à Argentina estabelecer os primeiros diálogos com as comunidades em torno da cimenteira. Foi criada a
Fundação Loma Negra para realizar trabalhos sociais semelhantes – e muitas vezes integrados –, aos efetuados no
Brasil pelo Instituto Camargo Corrêa.

A entrada da Camargo Corrêa Cimentos na Argentina atendeu às exigências iniciais do processo de


internacionalização do grupo, além de assegurar vantagens competitivas em um mercado cada dia mais globalizado.
A aquisição contribuiu para que a parcela do faturamento do grupo oriunda do exterior – que era insignificante em
2001 – saltasse de 13% em 2004 para 20% em 2005. O grupo estima que, em 2006, essa fatia chegará aos 24%,
com a contribuição da fusão entre outra de suas empresas, a Santista Têxtil, com a espanhola Tavex.

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Pede-se: Que aspectos organizacionais devem ser observados em uma mudança de estrutura de
empresas, seja por fusão, incorporação, associação ou fusão. Os aspectos podem ser operacionais,
culturais, ou estratégicos.

8 – BIBLIOGRAFIA
8.1 – BÁSICA
FABRETTI, Láudio Camargo. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA.6ª ed. São Paulo: Atlas. 2000.
OLIVEIRA, Luis Martins de et al. MANUAL DE CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA. 3ª ed. São
Paulo: Atlas, 2004.
OLIVEIRA, Gustavo Pedro de. CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA. 1ª ed. São Paulo: Saraiva,
2005.
8.2 – COMPLEMENTAR
BORGES, Humberto Bonavides. GERÊNCIA DE IMPOSTOS, IPI, ICMS, ISS. 3ª ed. São Paulo:
Atlas, 2000.
HIGUCHI, Hiromi et al. IMPOSTO DE RENDA DAS EMPRESAS. 25ª ed. São Paulo: Atlas,
2000.

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