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A ARTE DE ENSINAR

Grant Anderson
Admistrador Assistente
Treinamento do SEI - Via Satélite – 08 deAgosto de 2006
Os pensamentos que eu gostaria de compartilhar
com vocês hoje se baseiam todos em uma única premissa --
uma premissa que se encontra numa declaração do Presidente
Boyd K. Packer em seu livro Teach Ye Diligently. Ele
escreveu: “Ensinar é a maior de todas as artes” (1975, p. 9). Se
essa declaração for verdadeira -- e eu a considero como tal --
então, todo aquele que ensina é um “artista” seja em casa, na
Igreja ou no SEI. Esse não é um título que a maioria de nós
aplicaria a si mesmo. A maioria de nós, quando visualiza um
artista, pensa em pessoas que pintam, escrevem, fazem
esculturas, dançam ou compõem música. Mas ensinar também
é uma arte, “a maior de todas as artes”, e é com base nessa
premissa que eu gostaria de compartilhar alguns pensamentos
com vocês sobre a arte de ensinar e o papel que vocês têm
como professores.
Quase todo mundo pode criar alguma coisa e chamá-la de arte e se autodenominar
um artista. Mas ser chamado de grande artista ou mestre é uma honra dada por outras pessoas
e um título que o mundo raramente concede. O mesmo acontece com o ensino. Qualquer um
pode declarar-se professor, mas a distinção de ser um grande professor não se consegue tão
facilmente.
O que faz um artista comum (ou um professor comum) tornar-se um grande
artista ou grande professor? Gostaria de compartilhar cinco princípios que podem nos ajudar
em nossa busca para nos tornarmos verdadeiros mestres na “maior de todas as artes”.

Princípio 1: O grande artista procura dominar as habilidades técnicas de seu


meio de comunicação
Se você já esteve em terra estrangeira com capacidade limitada de linguagem,
você sabe da frustração de não ser capaz de comunicar seus pensamentos ou sentimentos
como gostaria. A arte é uma forma de comunicação e um artista enfrentará essa mesma
frustração ao tentar comunicar-se se ele não dominar as técnicas de seu meio de
comunicação.
O escritor inglês Matthew Arnold disse: “Toda arte ganha liberdade por meio da
disciplina”. (Citado em Jack L. Rushton, “Teaching with Disabilities”, em The Religious
Educator, vol. 2, nº 2, 2001, p. 71.) O artista ganha a liberdade de comunicar-se eficazmente
somente se tiver disciplina para dominar o meio de comunicação que escolheu. O pintor, por
exemplo, precisa aprender a respeito de composição, teoria da cor, propriedades da luz e
características de suas tintas e pincéis. O poeta precisa aprender sobre métrica, rima e
simbolismo. O escultor deve estudar anatomia e entender as propriedades do barro, do bronze
ou do mármore.
E assim é com a arte de ensinar. Existem técnicas que devemos aprender que nos
ajudarão a comunicar a mensagem do evangelho com maior impacto. O Presidente Packer
escreveu: “Ensinar é a maior de todas as artes, e a menos que sejamos treinados, será também
de muitas formas a mais difícil” (Teach Ye Diligently, p. 9). A arte de ensinar é difícil, uma
vez que nossa arte vai muito além de uma simples aula bem preparada. Nossa arte é a
experiência da sala de aula e isso não se cria somente com professor. Essa arte é produzida
com o esforço conjunto de professor, alunos e o Espírito Santo. Felizmente, até mesmo um
professor com capacidade limitada pode atingir bons resultados na sala de aula, já que o
Espírito e os alunos também contribuem para isso. Infelizmente, a falta de técnicas para
ensinar com eficácia pode limitar a contribuição do professor e até impedir, de certa forma, a
contribuição dos alunos e do Espírito.
O grande professor, que queira ajudar e não impedir esse esforço criativo
conjunto, pagará o preço para dominar as técnicas do ensino eficaz. Para ser específico, ele
dominará o conteúdo das obras-padrão e saberá como encontrar e ensinar princípios. Ele
estudará e entenderá como a participação do aluno, como quando ele ensina e presta
testemunhos, facilita o aprendizado. Ele também se esforçará para dominar as diversas
técnicas em sala de aula que ajudam os alunos a aprender, como fazer boas perguntas, dar
aulas com uso de objetos, pedir trabalhos escritos dos alunos, dominar as escrituras, usar com
eficácia o quadro-negro e a tecnologia, entre outros. O grande professor disciplinará a si
mesmo para aprender o maior número possível dessas técnicas, sabendo que, dessa forma, ele
terá liberdade para comunicar-se com a clareza que atrairá a influência do Espírito que, por
sua vez, testificará a verdade. O Élder B. H. Roberts escreveu: “Para ser conhecida, a verdade
precisa ser declarada, e quanto mais clara e mais completa for a exposição, maior
oportunidade terá o Santo Espírito de testificar à alma dos homens que a obra é verdadeira”.
(A Liahona, julho de 1996, p. 42.)

Princípio 2: O grande artista sabe que a habilidade técnica não é o objetivo, é


um meio para se atingir uma finalidade.
Por mais importante que seja adquirir domínio de habilidades técnicas de
qualquer meio de comunicação artística, a verdadeira arte é muito mais do que uma
demonstração de perícia técnica. Certa vez observei um pianista tocar uma peça
impecavelmente, assim me pareceu, e numa velocidade tal que suas mãos pareciam não tocar
as teclas. Fiquei profundamente impressionado com sua habilidade. Percebi, no entanto, que
sua atuação fez com que eu centralizasse minha atenção nele, o artista -- não na música em
si. Tive a mesma experiência numa outra ocasião quando parei diante de uma pintura tão
realista que parecia uma fotografia. A técnica do pintor estava muito evidente. Mas outra vez,
lá estava eu admirando o artista. A pintura em si não era muito inspiradora.
O mesmo pode acontecer com o ensino. Assisti a algumas aulas em que o
domínio que o professor tinha de certa técnica era não só óbvio como impressionante. Alguns
dominavam as escrituras ou a história da Igreja. Outros tinham habilidade para contar
histórias, conduzir um debate, fazer citações de memória. Esses professores pagaram um
preço para aprender valiosas técnicas de ensino. Mas estava faltando algo. Saí dessas aulas
impressionado com suas técnicas, mas suas aulas não me edificaram.
O grande artista utiliza suas técnicas para fazer com que concentremos nossos
sentimentos e pensamentos no produto de sua arte e não usa sua obra, consciente ou
inconscientemente, como meio de ganhar nossa admiração. De modo similar, o grande
professor usará suas técnicas para que concentremos nossos pensamentos e sentimentos no
evangelho. As técnicas nunca serão o centro das atenções e nunca irão obscurecer a
mensagem ou tomar o lugar da participação dos alunos e do Espírito. Para o grande artista ou
professor, as técnicas são meios de alcançar um objetivo final. Isso leva ao terceiro princípio.
Princípio 3: O objetivo do grande artista é causar impacto positivo na mente
e no coração.
A arte pode, e deve, ocasionalmente nos entreter. Mas o grande artista entende
que a arte pode servir a propósitos muito mais elevados. A intenção da arte, como eu a
entendo, é que o artista tome um pensamento, uma visão ou um valor que está em sua mente
e em seu coração e, por intermédio de algum meio de comunicação de massa -- seja pintura,
dança, palavras ou outra forma qualquer -- recrie esse sentimento ou visão na mente e no
coração de outra pessoa. Discernir o que vale a pena colocar no coração da outra pessoa é
tarefa do artista. O grande artista somente tentará colocar no coração de outra pessoa aquilo
que ajudará o indivíduo a ser melhor. O Élder M. Russell Ballard escreveu: “O propósito de
Deus em nos dar artistas é inspirar-nos, proporcionar-nos visões de nós mesmos, as quais, de
outra maneira não teríamos; é fazer-nos pessoas melhores do que teríamos sido. O mundo é
melhor por causa das artes e dos artistas justos que nele estão. Na busca de alcançar a
grandeza em atividades artísticas --- seja na pintura, na dança, na música, em filmes,
esculturas ou na escrita --- devemos sempre primeiro procurar realizar os propósitos de
Deus”. (“Filling the World with Goodness and Truth”, Ensign, julho de 1996, p. 10.)
O grande professor não é somente uma pessoa que relata fatos e transmite
informações. Ele verá seu papel como algo mais do que preparar e dar boas aulas. O grande
professor procurará a participação e contribuição dos alunos e do Espírito e trabalhará com
eles a fim de ter uma experiência em sala de aula que cause impacto em todos os presentes,
inclusive o professor. Esse tem sido o princípio motivador de áreas atuais de destaque do
programa de ensino do SEI. Muito mais do que um conjunto de regras, esse material é uma
tentativa de concentrar-nos no fato de que haverá um impacto maior na sala de aula quando o
professor, os alunos e o Espírito estão todos contribuindo.
Antes de passar para o próximo princípio, gostaria de fazer três breves
observações com relação a nossos esforços de causar impacto na mente e no coração.
Primeiro, uma citação de um compositor:
“[A arte] começa com uma idéia criativa, mas também envolve disciplina, refinamento e
crítica. O fato de você ter uma idéia não lhe dá privilégios especiais. É preciso perceber que
existem idéias boas e más. (...) Precisamos também estar dispostos a aceitar críticas para
equilibrar o ego, verificando repetidas vezes se o que temos a dizer realmente é digno de ser
dito. Essa idéia tem poder para influenciar as pessoas, ou estamos apenas expressando nossas
emoções? O trabalho deve ser revisto, ou mesmo abandonado, em favor de uma outra idéia
diferente ou melhor? Claro que é difícil fazer isso quando você já trabalhou em mais de 80
páginas de manuscritos, mas é a única atitude responsável a ser tomada.” (Bernard Rands em
Carri P. Jenkins, “Reaching for the Sublime”, Brigham Young Magazine, fevereiro de 1995,
p. 31.) O grande professor sabe que aceitar feedback e estar disposto a mudar também é “a
única atitude responsável a ser tomada”.
Uma segunda observação: uma artista, neste caso uma dançarina, advertiu quanto
ao perigo de causar impacto emocional ao coração, atribuindo isso ao Espírito. Ela escreveu:
“Minha preocupação [é] de que tanto os criadores da arte como o público às vezes
experimentam um fenômeno que eu chamo de espiritualidade forjada.
A espiritualidade forjada surge quando a habilidade e a arte são usadas de tal maneira que as
reações físicas e emocionais são sentidas de forma errônea ou representadas como uma
iluminação espiritual” (Pat Debenham, “The Seduction of Our Gifts”, BYU Studies, [vol. 41,
nº 3, 2002], pp. 66-67).
A terceira observação tem a ver com exposição e impacto. Nosso comissário, o
Élder Kerr, pediu-nos que aumentássemos as duas coisas. Para um artista, o modo de
aumentar a exposição de sua obra é primeiro ter uma arte que cause impacto. Uma grande
obra de arte que realmente cause impacto conseguirá uma exposição maior. A melhor
ferramenta que possuímos para matricular alunos --- e mantê-los na aula --- é ensinar de
maneira que cause impacto. Os alunos que sentem esse impacto por meio de um ensino
eficaz, cheio de Espírito, espalharão a notícia e a exposição será maior.
Princípio 4: O grande artista cria obras únicas, não cópias.
Com o que se parece uma grande obra de arte? Com o quadro de Van Gogh,
“Noite Estrelada”, ou com a “Mona Lisa” de Da Vinci? Será que uma grande peça musical é
parecida com a “Sonata ao Luar” de Beethoven ou a “Abertura 1812” de Tchaikovsky? Será
que grandes obras da literatura são parecidas com as de Shakespeare ou Mark Twain? A
resposta é óbvia. Embora grandes obras de arte possuam características em comum, elas não
têm uma aparência ou som específico. Então, com que se parece o ensino de qualidade?
Como todas as outras formas de arte, exemplos de ensino de boa qualidade não parecem
semelhantes, mas compartilham sim de algumas características.
O escritório central distribuiu recentemente um DVD que mostra vários
professores demonstrando a ênfase no ensino. Esses exemplos tencionavam mostrar algumas
características comuns que estão presentes no ensino eficaz. Essas características incluem,
por exemplo, identificar princípios nas escrituras e concentrar-se neles; ajudar os alunos a
participar; procurar ensinar e aprender pelo Espírito. Os exemplos no DVD jamais tiveram a
intenção de ser um molde exato de pintura que todos nós possamos copiar. O propósito do
DVD, em vigor, foi o de dizer ao professor: “Olhe, aqui está uma pintura no estilo de Van
Gogh; aqui tem outra como a de Rembrandt; essa aqui é parecida com uma de Rafael. Elas
são exemplos de arte que causa impacto. Elas não se parecem. Mas todas causam impacto
porque possuem características em comum. Procure descobrir quais são essas características
e que técnicas ajudaram a criá-las. Depois, encontre seu próprio estilo artístico”.
Agora uma observação final antes de passarmos para o próximo princípio. É
importante notar que o grande artista não somente evita copiar os outros, como também não
repete seus sucessos do passado. Da Vinci produziu uma grande obra de arte ao pintar sua
“Mona Lisa”. Entretanto, ele não passou o resto da vida repintando o quadro. Nosso desejo
de ser grandes professores não nos permite o luxo de apresentar aulas que foram um sucesso
há quatro anos. Alunos diferentes e as instruções do Espírito muitas vezes exigem que nossa
preparação para cada experiência em sala de aula tenha um empenho artístico novo e distinto.
E finalmente o princípio número 5.
Princípio 5: O grande artista é influenciado pelo Espírito de Deus.
Numa conferência geral, o Élder Dallin H. Oaks certa vez disse: “Acredito que
muitas das grandes descobertas e realizações na ciência e nas artes são resultado de revelação
dada por Deus. Os que buscam conhecimento, que pagaram o preço em transpiração, têm
sido magnificados pela inspiração” (ver Conference Report, abril de 1989, p. 37; ou Ensign,
maio de 1989, p. 29).
Para exemplificar, o Élder Bruce C. Hafen escreveu sobre a inspiração de um
artista:
“Pouco antes de morrer, Johannes Brahms concedeu uma entrevista particular sobre sua vida
na qual descreveu a vigorosa influência da inspiração divina em sua composição. Ele atribuía
muito do seu dom à inspiração que recebia diretamente do ‘grande Nazareno’. (...) Ele
também profetizou que nenhum ateu jamais conseguiria compor música boa e duradoura,
porque sem a crença em Deus, o compositor não tem nenhum acesso à inspiração divina.”
(“Diligence and Grace”, em Susan Easton Black, ed., Expressions of Faith [1996], p. 78.)
Doutrina e Convênios ensina muito claramente que a arte de ensinar nunca terá o
impacto que o Senhor espera e nunca será considerada “ensino de qualidade”, a menos que o
Espírito Santo esteja envolvido no processo (ver D&C 42:14). Doutrina e Convênios também
ensina sobre os dons do Espírito que estão disponíveis para nos abençoar e assistir, e alguns
se relacionam especificamente ao ensino (ver D&C 46:17--18). Todos nós podemos pedir ao
Senhor mais fervorosamente por esses dons relacionados ao ensino. Nunca seremos grandes
professores a menos que tenhamos Seu Espírito e procuremos Seus dons espirituais.
Encerro meu discurso com um comentário do Presidente Spencer W. Kimball:
“Ser um artista implica trabalho árduo, paciência e longanimidade. [Michelangelo] disse:
‘Sou um pobre homem, sem muito talento, que labuta com a arte que Deus me deu. (...) Fico
mais exausto que qualquer outro homem’” (“The Gospel Vision of the Arts”, Ensign, julho
de 1977, p. 4). O ensino, a “maior de todas as artes”, é um trabalho exaustivo. Exige o
melhor de nós e requer que vivamos de tal forma que o Espírito influencie nosso trabalho.
Entretanto, por mais difícil que seja, não há nada que se compare ao momento na sala de aula
quando você deixa de ser o artista e torna-se, em vez disso, um instrumento nas mãos do
Espírito, e esse Espírito começa a causar impacto e mudar vidas.
Presto testemunho do Artista-mestre, o Senhor Jesus Cristo. Ele é o Criador da noite
estrelada original e a inspiração por trás de tudo que é bom e belo. É também o melhor
exemplo do que significa ser um professor. Oro para que Ele nos abençoe em nossa busca de
exemplificar Sua arte tanto aqui como no mundo vindouro. Em nome de Jesus Cristo. Amém.

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