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portanto, como a maioria dos pases do mundo - em 94% dos pases do mundo so
faladas mais de uma lngua - um pas de muitas lnguas, plurilnge. (p. 83-84)
[...] somente na primeira metade deste sculo, segundo Darcy Ribeiro, 67 lnguas
indgenas desapareceram no Brasil - mais de uma por ano, portanto (Rodrigues,
1993:23). Das 1.078 lnguas faladas no ano de 1500 ficamos com cerca de 170 no ano
2000, (somente 15% do total) e vrias destas 170 encontram-se j moribundas, faladas
por populaes diminutas e com poucas chances de resistir ao avano da lngua
dominante. (p. 84)
A poltica lingustica do Estado durante quase toda a histria:
O Estado Portugus e, depois da independncia, o Estado Brasileiro, tiveram por
poltica, durante quase toda a histria, impor o portugus como a nica lngua legtima,
considerando-a companheira do Imprio (Ferno de Oliveira, na primeira gramtica
da lngua portuguesa, em 1536). A poltica lingstica do estado sempre foi a de reduzir
o nmero de lnguas, num processo de glotocdio (assassinato de lnguas) atravs de
deslocamento lingstico, isto , de sua substituio pela lngua portuguesa. (p. 84)
Diretrio dos ndios (1758):
[...] documento com o qual o Marqus de Pombal pretendeu legislar sobre a vida dos
ndios - primeiro s da Amaznia, depois de todo o Brasil - no perodo subseqente
expulso dos Jesutas. A inteno expressa, de civilizar os ndios, realiza-se atravs da
imposio do portugus, lngua do Prncipe [...]. (p. 85)
Naquele momento histrico, o documento de Pombal volta-se sobretudo contra a
lngua geral, o tupi da costa do Brasil transformado em lngua veicular de ndios,
brancos e negros em vastas pores do territrio, especialmente na Amaznia, onde
tambm foi e chamada de nheengatu. O documento marca o incio do ocaso desta
importante lngua veicular, ocaso que vai se acelerar com a chacina de cerca de 40.000
pessoas falantes de nheengatu, ndios e negros que pegaram em armas contra a
dominao branca na revoluo denominada Cabanagem, entre 1834 e1841(Bessa
Freire, 1983:65). (p. 85-86)
Poltica lingustica: represso lingustica e cultural:
que no falam portugus, seus direitos lingsticos (...), atravs, por exemplo, de
intervenes polticas nos rgos responsveis ou na mdia. (p. 89)
A Histria nos mostra:
[]
que
poderamos
ter
sido
um
pas
ainda
muito
mais
REFERNCIAS DO AUTOR
ALMEIDA, Rita Helosa de. O Diretrio dos ndios: um projeto de "civilizao" no
Brasil do sculo XVIII. Braslia, UnB, 1997. (Com fac-smile do Diretrio dos ndios
em apndice).
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