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Noa Cykman1
RESUMO
O presente ensaio visa ponderar a noo de emancipao atravs
de uma observao que parte da concepo iluminista e ruma a
uma nova fundamentao baseada nas ideias de Nietzsche, em
autores do ps-modernismo e na incluso de elementos culturais
da Grcia antiga e de filosofias orientais. A partir de um resgate
desse conceito tal como formulado pelo projeto da modernidade,
que o vinculava ao desvelamento cientfico da natureza,
considera-se o esgotamento dessa concepo e a proposio de
possibilidades alternativas que no abandonem um horizonte
emancipatrio. A separao kantiana entre cincia, moral e arte
um foco que, em sua reverso, pode oferecer um novo
entendimento que destrona a razo do ttulo unitrio de verdade e
permite uma reconciliao entre as esferas cindidas. O racional
como contingente, a moral comunitria e a esttica como
unificao podem ser novos parmetros para uma nova mitologia,
que toma em conta a poesia e o extrarracional na formulao de
uma nova relao com o tempo que transformaria o teor da
existncia social.
Palavras-chave: Emancipao;
Presente; Autocriao.
Mitologia;
Contingncia;
EMANCIPAO SOMBRA
A crtica educao, ou ainda o ponto anterior
formulao da crtica, habitualmente parte do questionamento
acerca de que tipo de homem se almeja formar, para ento se
pensar acerca do processo educativo. A questo anloga da
emancipao: h de se perguntar pelos fins para considerar os
meios, propor uma mira para configurar o processo. O projeto da
modernidade teve caracteristicamente ideais orientados
construo de um novo modelo social, vinculado constituio de
sujeitos autnomos, racionais, frutos e agentes da emancipao.
Trata-se hoje, ao menos no meio intelectual, de um sonho
falecido, cujo fracasso empiricamente constatado deixou abertas
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Mosaico Social - Revista do Curso de Cincias Sociais da UFSC. Ano XII, n. 07 2014
REFERNCIAS
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