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PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA DE USO DA ÁGUA NA CULTURA DO

TOMATE DE MESA SOB SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO E


SULCOS1

EDER PEREIRA GOMES2; ROBERTO TESTEZLAF3

Escrito para apresentação no


WORKSHOP TOMATE NA UNICAMP: PERPECTIVAS E PESQUISAS
Campinas, 28 de maio de 2003.

RESUMO: Nem sempre o volume hídrico é suficiente para atender adequadamente as industrias, a
população e os irrigantes. Este problema é atualmente verificado na macro-região de Campinas, onde é
bastante expressivo o cultivo de tomate de mesa. A irrigação por gotejamento, devido à sua alta
eficiência, é bastante indicada para locais onde os recursos hídricos são limitados. Alguns
tomaticultores estão mudando para o sistema de irrigação por gotejamento, no entanto, encontram
muitas dificuldades para adaptação à nova forma de manejo, não conseguindo, muitas vezes, obter os
resultados esperados. Além do mais, o investimento inicial para implantar o sistema, desencoraja
muitos outros de tomarem a mesma decisão. Existem também, alguns tomaticultores que estão
buscando uma alternativa menos dispendiosa, utilizando um sistema de irrigação por sulcos
abastecidos por mangueira, o que já consiste em uma medida importante, pois evita a erosão no
sentido da declividade do terreno. No entanto, a maioria dos tomaticultores ainda continuam utilizando
sistemas irrigação por sulcos pouco eficiente e causador de impactos negativos sobre os recursos
naturais. O presente trabalho tem por objetivo avaliar as alternativas tecnológicas que vem surgindo,
propondo manejos de irrigação para cada uma delas, buscando viabilizar a produção de uma maneira
sustentável. Para tanto, durante toda a safra, os frutos serão colhidos e classificados, mensurando o
peso e o número de frutos por cada colheita, e no final, será avaliada a eficiência de uso da água
(produção por unidade de água aplicada) e análise econômica dos tratamentos. Espera-se chegar ao
final deste trabalho com um volume de informações suficiente para contribuir no entendimento do uso
da tecnologia da irrigação por gotejamento e sulcos entre os tomaticultores da região.

PALAVRAS-CHAVE: manejo de irrigação, tomate, análise econômica.

EFFICIENT USE OF THE WATER AND YIELD OF MARKET TOMATOES


UNDER DRIP AND FURROW IRRIGATION SYSTEMS

ABSTRACT: Not always the water resources is enough to assist the industries, the population and the
irrigation farmers appropriately. This problem is verified now in the region of Campinas, where it is
very expressive the cultivation of market tomatoes. Some tomato farmers is moving for drip irrigation
system, however, they find many difficulties for adaptation to this management form and not obtain
the expected results. Besides, the initial investment to implant the system, discourages many others of
they make the same decision. They also exist, some tomato farmers that are looking for an alternative
one less costly, using furrow irrigation system provisioned by hose, what already consists of an
important measure, because it avoids the erosion in the direction of the declivity of the land. However,
most of the tomato farmers still continues using furrow irrigation systems with low efficiency and
causing ambient impacts. The present work has the objective to evaluate the technological alternatives
that it comes appearing, proposing irrigation management for each one of them, searching to produce
of a sustainable form. For so much, during the whole crop, the fruits will be picked and classified,
weighted and counted the number of fruits for each crop, and in the end, the efficiency of use of the
water will be evaluated (production for unit of applied water) and economic analysis of the treatments.

1
Projeto com bolsa de doutorado CAPES
2
Eng. Agric. MSc. aluno de doutorado. FEAGRI/UNICAMP, Engenheiro Agrícola Aluno de doutorado. Faculdade de Engenharia Agrícola
da UNICAMP, Campinas, SP. 13083-970. (0xx19) 3788-1029,e-mail: eder@agr.unicamp.br
3
Prof. Dr. Titular. FEAGRI/UNICAMP, bob@agr.unicamp.br
It hopes to arrive at the end of this work with an enough information to contribute in the understanding
of the use of the technology of the drip and furrow irrigation among the tomato farmers in the region

KEYWORDS: irrigation management, tomato, economic analysis

INTRODUÇÃO: O tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) pertence à família das Solanáceas, a


mesma da beringela, pimentão, petúnia, fumo, batata e outras (MINAMI & HAAG, 1989), sendo
originário da América do Sul, numa região compreendida entre o Equador e o Norte do Chile,
encontrado na forma silvestre ou cultivado, desde o nível do mar até 2000 m de altitude (LOPES &
STRIPARI, 1998).Em 2001, a produção mundial de tomate foi superior a 99 milhões de toneladas e o
Brasil colheu mais de 3 milhões de toneladas, o que lhe garantiu a nona posição no ranking mundial,
com aproximadamente 3% da produção. O Estado de São Paulo é responsável por aproximadamente
21% da produção nacional, sendo o maior produtor de tomate de mesa, com uma produção anual de
446.356 t e produtividade média de 58 t.ha-1 (AGRIANUAL 2002; CAMARGO FILHO & MAZZEI,
2002). A disponibilidade hídrica para a cultura de tomate deve se mantida durante todo o ciclo, para se
obter bons resultados de produtividade (FILGUEIRA, 2001). A questão da disponibilidade dos
recursos hídricos é uma preocupação mundial. A projeção de cientistas para 2025 é que 3,3 bilhões de
pessoas não terão água para a irrigação, atividade humana que mais consome o recurso. Esta
preocupação também é sentida no Brasil onde leis e regulamentações federais e estaduais determinam
as políticas de uso e conservação dos recursos hídricos. Uma das providências adotadas pelo governo
brasileiro, para garantir uma melhor utilização da água nas propriedades agrícolas, foi instituir a
cobrança pelo seu uso. De acordo com FERNANDEZ & GARRIDO (2000), o Estado de São Paulo foi
quem liderou o processo de estudos no sentido de estabelecer alternativas para a cobrança, bem como
desenvolver tecnologias de gestão de recursos hídricos, amparado legalmente pela Lei No 7.663/91. Os
estudos foram pautados pelo fato da cobrança pelo uso da água não ser uma penalidade, mas um
instrumento de planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos, bem como elemento educativo,
capaz de propiciar a racionalidade e uso eqüitativo.
Juntamente com as políticas públicas de uso dos recursos hídricos, a utilização correta da irrigação de
forma a manejar eficientemente a água, os fertilizantes e outros insumos, é essencial para a
manutenção do suprimento de alimentos, em equilíbrio com a sua crescente demanda, garantindo a
conservação do meio ambiente. Dessa forma, o estudo de princípios básicos para a realização de um
bom manejo de água e fertilizantes é imprescindível para que a agricultura irrigada possa ser
sustentada pelo meio ambiente.
Neste contexto, a irrigação por gotejamento pode ser uma alternativa viável, devido a possibilidade de
trabalhar em locais com pouca disponibilidade hídrica, menor custo de energia associado com
bombeamento, potencial para minimizar os impactos negativos da irrigação sobre o solo e pelo uso da
fertirrigação. Ao contrário, a irrigação por sulcos utilizada em larga escala no Brasil, é considerada de
baixa eficiência por ser manejada de forma incorreta, com alto potencial para causar impactos
ambientais. Todavia este tipo de irrigação pode se tornar mais eficiente se houver condições
edafológicas favoráveis e irrigantes experientes.
Alguns tomaticultores, na região de Campinas, preocupados com o considerável desperdício de água e
com os impactos sobre os recursos naturais, buscaram como alternativa para melhorar os seus sistemas
de irrigação por sulcos, a utilização de uma mangueira para abastece-los. Outros mudaram para o
gotejamento, no entanto, o investimento inicial e a exigência de mão-de-obra especializada são fatores
significativos que impedem uma difusão ainda maior deste sistema de irrigação na região.
Infelizmente, a grande maioria dos tomaticultores ainda continuam utilizando a irrigação por sulcos
sem realizar nenhuma melhoria.
A mudança para a irrigação por sulcos abastecidos por mangueira parece ser uma alternativa de mais
fácil aceitação entre os tomaticultores, pois não exige grandes mudanças na condução da cultura e
demanda menor investimento. Este sistema pode ser promissor, desde que haja uma conscientização
da necessidade de manejá-lo corretamente.
Com definição de um manejo de irrigação para cada alternativa tecnológica (sulcos abastecidos por
mangueira e gotejamento), realizando análises econômicas e avaliações da eficiência de irrigação,
espera-se chegar em uma solução sustentável, com produção de tomate viável de forma econômica e
ambiental.
METODOLOGIA:
Descrição do experimento e delineamento estatístico
O experimento será realizado em uma propriedade agrícola com produção comercial de tomate de
mesa e as mudas para o transplante serão adquiridas através de um produtor de mudas, utilizando um
cultivar do grupo Santa Cruz. A instalação das parcelas experimentais deverão ocorrer no segundo
semestre de 2003 e serão testados os seguintes tratamentos:
• Tratamento 1: irrigação por sulcos;
• Tratamento 2: irrigação por sulcos com abastecimento através de mangueira;
• Tratamento 3: irrigação por gotejamento.
O delineamento experimental a ser empregado é de blocos ao acaso com quatro repetições. O
espaçamento entre as plantas será igual a 0,50 m e o espaçamento entre as linhas de plantio igual a
1,10 m. Cada parcela contará com 9 linhas de plantio de 20 m de comprimento, deixando como
bordadura as linhas externas, portanto, a área útil será formada pelas 7 linhas internas menos as plantas
das extremidades.
O estaqueamento será do tipo “V” invertido, utilizando varas de bambu, com condução de duas ramas
por planta. Este tipo de condução tem o objetivo de facilitar o tráfego dos funcionários na época de
colheita.
Manejo de irrigação e fertirrigação
A estação climática automatizada da Marca Campbell que utiliza a equação modificada de Penman-
Monteith, já instalada próxima a futura área experimental, servirá para estimar a evapotranspiração de
referência (ETo). A estimativa da evapotranspiração da cultura (ETc) será calculada através do
produto dos valores de evapotranspiração de referência (ETo) pelos coeficientes de cultura (Kc) nos
diferentes estádios de desenvolvimento, conforme valores tabelados por MAROUELLI et al (1996).
As lâminas de irrigação a serem aplicadas serão baseadas na estimativa da evapotranspiração da
cultura (ETc) e na eficiência de aplicação de cada sistema, sulcos abastecidos por mangueira (T2) e
gotejamento (T3). A irrigação por sulcos (T1) será a testemunha, sem interferência no manejo de
irrigação. A freqüência da irrigação no gotejamento será de um ou dois dias, de acordo com a
capacidade armazenamento de água no solo, que será determinada através da obtenção de curvas
características de retenção de água no solo. A freqüência da fertirrigação será a mesma da irrigação,
num intervalo de tempo compreendido entre o tempo total necessário para aplicação da lâmina de
irrigação. Primeiro será feita a irrigação, depois a fertirrigação e novamente a irrigação, tomando o
cuidado para que o tempo desta última etapa não seja favorável na lixiviação dos nutrientes, mas que
sirva somente para a lavagem dos tubogotejadores. O parcelamento dos nutrientes na fertirrigação será
de acordo com a marcha de absorção da cultura (MINAMI & HAAG, 1989).
Nos sistemas de irrigação por sulcos abastecidos por mangueira (T2), buscar-se-á a maior freqüência
de irrigação possível, de acordo com as propriedades físicas do solo.
Avaliação dos sistemas de irrigação
A avaliação dos sistemas será realizada a cada mês, podendo contribuir em tomadas de decisão,
procurando sempre buscar o melhor manejo de irrigação. Em todos os tratamentos, os parâmetros de
eficiência que dependem da coleta de dados dentro das parcelas experimentais, serão realizadas com a
ajuda de um equipamento do tipo TDR (reflectometria no domínio do tempo), acoplado a sondas
segmentadas, que fazem leituras de umidade em várias camadas do solo. A água escoada
superficialmente, proveniente do tratamento T1 (irrigação por sulcos), será coletada utilizando um
sistema de calhas e dois tanques de 100 litros enterrados no final do canal secundário. O volume de
água recalcado será determinado através da instalação de um hidrômetro na saída da motobomba.
Coleta de dados
Para se monitorar os valores de potencial de água no solo, 4 baterias, com 3 tensiômetros cada, serão
instaladas nas profundidades de 0,20 m; 0,40 m e 0,60 m, em uma parcela de cada tratamento. A
intenção é comparar os valores de potencial de água no solo nos tratamentos onde a irrigação será
controlada (manejada), gotejamento e sulcos abastecidos com mangueira (tratamentos T2 e T3), com
os valores de potencial de água no solo onde a irrigação é feita conforme costume dos tomaticultores
(sulcos – tratamento T1), ou seja, sem nenhum critério de manejo, além da própria percepção prática.
As parcelas experimentais, contarão ainda com a instalação de extratores de solução (mesmo esquema
dos tensiômetros), com a finalidade de monitorar a condutividade elétrica e também teores de
nutrientes na solução do solo. A coleta destes dados será realizada com freqüência aproximada de uma
semana. O acompanhamento da condutividade elétrica e dos teores de nutrientes na solução do solo
poderão contribuir para se fazer correções no manejo da fertirrigação (gotejamento) ou adubação
(sulcos).
O perfil de umidade no solo será monitorado até uma profundidade de 0,6 m (a cada 0,2 m), através de
um sistema do tipo TDR (reflectometria no domínio do tempo) acoplado a sondas multihastes
segmentadas. A umidade do solo além da profundidade efetiva do sistema radicular (de acordo com o
desenvolvimento da cultura), servirá para estimar o volume percolado de água.
A partir da maturação fisiológica dos primeiros frutos, se iniciará o tempo de colheita que deverá se
estender por um período entre 45 e 60 dias. A cada colheita, será obtido o peso e o número total dos
frutos de tomate e o peso e o número de frutos por classe. Será contato ainda o número e o peso de
frutos fora dos padrões de classificação. O roteiro de classificação utilizado será o recomendado pelo
“Programa Horti & Fruti” da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A
freqüência de colheita será definida conforme a velocidade de maturação dos frutos.
Análises estatística e econômica
As análises estatísticas serão realizadas com nível de significância igual a 5% de probabilidade. Serão
avaliados os seguintes parâmetros dentro de cada tratamento: tempo de safra (TS), número de frutos
por classe em cada colheita (NFC), número de frutos por classe durante toda a safra (NFS), peso de
frutos por classe em cada colheita (PFC), peso de frutos por classe durante toda safra (PFS), número
de frutos sem classificação a cada colheita (NFSC), número de frutos sem classificação durante toda a
safra (NFSS), peso de frutos sem classificação a cada colheita (PFSC), peso de frutos sem
classificação durante toda a safra (PFSS), produção total (PT) em kg e eficiência de uso da água (EA)
em kg.m-3.
A análise econômica será realizada, considerando taxa de juros de mercado e expectativa de vida útil
igual a 10 anos para todos os equipamentos, exceto para as linhas de gotejamento. A expectativa de
vida útil das linhas de gotejamento utilizada na tomaticultura é de 2 anos, ou de aproximadamente 4
safras, conforme tem sido notado. Como custo fixo ter-se-á a terra, como custos variáveis, o capital,
preparo de solo, mão-de-obra (em horas trabalho), consumo de água e consumo de energia, e como
renda, a produção.

RESULTADOS ESPERADOS:
• redução no consumo de água e conseqüentemente de energia;
• redução no uso de fertilizantes;
• aumento de produtividade e/ou qualidade nos frutos de tomate;
• redução dos impactos sobre o solo, com as perdas por percolação e escoamento superficial sendo
minimizadas.
• enfim, tornar as técnicas de irrigação utilizadas pelos agricultores da região mais eficientes com o
intuito de economizar água e melhorar a produtividade das culturas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AGRIANUAL. Anuário Estatístico da Agricultura Brasileira. FNP – Consultoria e Comércio. São
Paulo, 2002.
FERNANDEZ, J. C. & GARRIDO, R. S. O instrumento de cobrança pelo uso da água em bacias
hidrográficas: uma análise dos estudos no Brasil. In: ENCONTRO REGIONAL DE ECONOMIA, 5.
Fortaleza. Capturado em 5 de maio de 2000. Online. Disponível na Internet:
http://www.anpec.org.br/regional_fortaleza/regional_fortaleza.html.
FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e
comercialização de hortaliças. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2000. 402p.
LOPES, M., C., STRIPARI, P., C. A cultura do tomateiro. In: GOTO, R., TIVELLI, S. W. (Orgs).
Produção de hortaliças em ambiente protegido: condições subtropicais. São Paulo: Fundação Editora
da Unesp, 1998. p.15-30.
MAROUELLI, W. A., SILVA, W. L. C., SILVA, H. R. Manejo de irrigação em hortaliças. 5.ed.
Brasília: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - CNPH, 1996. 71p.
MINAMI, K., HAAG, H., P. O tomateiro. Campinas: Fund. Cargill, 1989. 397p.

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