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UNIVERSIDAD TÉCNICA DE COMERCIALIZACIÓN Y DESARROLLO

FILIAL PEDRO JUAN CABALLERO – PY

MAESTRÍA EN CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN

DISCIPLINA: IDENTIDAD CULTURAL

 Pertenencia, estima de si y autonomia


 Identidad latinoamericana
 A ideologia tecnocrata

Prof. MSc. Cristian Basilio Diaz Cuevas

Mestrando: Rivail da Silva Mattos

Pedro Juan Caballero

2009
INTRODUÇÃO

Identidade é - numa definição simplificada - o conjunto de características e


circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e graças às quais é possível
individualizá-la. Existem muitos traços culturais presentes na identidade de alguém que
permitem identificar, por exemplo, sua origem. É a identidade cultural que desenvolve
nos indivíduos o sentimento de pertencimento a uma comunidade, sociedade e nação.

O presente trabalho aborda uma fração dos estudos envolvendo a disciplina de Identidad
Cultural, do Curso de Mestrado Ciencias de La Educación da Universidad Técnica de
Comercializacón e Desarrollo e pretende discutir três tópicos dentro do contexto de
Identidade Cultural:

1. Sentimento de pertencimento, auto-estima e autonomia;


2. Identidade latinoamericana;
3. A ideologia tecnocrata.

O objetivo será levantar e discutir conceitos que ampliem a compreensão sobre estes
três tópicos e realizar a interrelação entre eles, sempre buscando entrelaçar tais
conceitos e discussões ao tema da disciplina, ou seja, Identidade Cultural.
SENSO DE PERTENCIMENTO, AUTO-ESTIMA E AUTONOMIA

Quando identificamos uma pessoa como portadora de auto-estima, normalmente isso


acontece através do reconhecimento de alguns indicadores bastante característicos e
facilmente reconhecíveis: trata-se de um indivíduo seguro, confiante, que sabe
reconhecer as próprias qualidades e que consegue compreender e aceitar as suas
limitações, dentre outras peculiaridades.

O Dicionário Hauaiss da Lingua Portuguesa define assim o conceito de auto-estima:

Qualidade de quem se valoriza, se contenta com seu modo de ser e demonstra,


conseqüentemente, confiança em seus atos e julgamentos.

Logo, podemos concluir que alguém dotado de auto-estima demonstrará orgulho de si e


de suas qualidades e, em conseqüência disso, autoconfiança em participar, opinar,
realizar, propor soluções, interagir com os grupos sociais dos quais faça parte, etc. Por
outro lado, podemos dizer que o reconhecimento da própria identidade (indivíduo) e o
reconhecimento da sua identidade cultural (sentimento de pertencimento a uma
sociedade, a uma cultura) são elementos basilares na construção da auto-estima.

ANDRÉ e COSTA (2004), definindo auto-estima, desenvolvem a seguinte linha de


pensamento:

É a capacidade de estabelecer uma relação afetuosa consigo mesmo a partir


do processo de autoconhecimento, para saber seus limites, suas possibilidades
e qualidades. A auto-estima é proporcional à capacidade de compreensão e
aceitação de si mesmo e do outro. Sem auto-estima fica impossível uma
relação inteira consigo mesmo e com o outro. Dar valor a si mesmo implica
em não ser indiferente e valorizar o que se é, valorizar as suas origens e ver-se
à partir dos seus potenciais. (...)

Para que o indivíduo desenvolva a capacidade de valorizar-se e valorizar suas origens, é


fundamental que ele se conheça. O autoconhecimento, a consciência de si mesmo, o
reconhecimento da própria identidade, todos estes elementos são pré-requisitos para
conquistar a auto-estima. Poderia se afirmar que se trata de um sentimento de dignidade
interior.

Os mesmos autores citados acima conceituam Identidade da seguinte forma:


Identidade é aquilo que torna uma pessoa única, é a consciência de si mesma.
Para ter essa consciência é preciso, antes de tudo, conhecer-se. Conhecer seus
afetos, suas emoções, suas habilidades, suas limitações, seus desejos, suas
fantasias e, assim, tornar-se plenamente aquilo que se é em potencial. O
autoconhecimento é básico para a vida, é condição para encontrar-se consigo
e com o outro.

Em ambos os conceitos, encontramos elementos que nos remetem à conquista da


Autonomia, traduzida através desta fortaleza interior proporcionada por uma identidade
bem definida - através deste estado de consciência plena de si mesmo – e da auto-estima
e autoconfiança originada deste estado pleno das próprias forças, valores, qualidades e
limitações.

Se houvesse

IDENTIDADE LATINO-AMERICANA

O jornalista e escritor peruano Mário Vargas Llosa, escrevendo para a revista The
Amerincan Interest sobre os paradoxos da América Latina, primeiro afirma que

Somente nas comunidades mais primitivas, onde o indivíduo existe apenas


como parte da tribo, é que a idéia de uma identidade coletiva tem alguma
raison d’être [razão de ser]. Mas, como em outras partes do mundo, essa
mania por determinar uma especificidade metafísica ou histórico-social para
uma aglomeração tem causado o fluir de oceanos de tinta latino-americana,
gerando diatribes ferozes assim como polêmicas intermináveis.

para em seguida contemporizar dizendo que

A riqueza da América Latina está em ser várias coisas simultaneamente -


tantas, na verdade, que é um microcosmo no qual todas as raças e culturas do
mundo coexistem. Cinco séculos após a chegada dos europeus a suas praias,
serras e florestas, os latino-americanos de descendência espanhola,
portuguesa, italiana, alemã, africana, chinesa ou japonesa são tão “nativos”
ao continente quanto aqueles cujos ancestrais foram os antigos astecas,
toltecas, maias, quechuas, aimarás ou caraíbas. E a marca que os africanos
deixaram no continente, onde vivem por cinco séculos, é omnipresente: nas
pessoas, língua, música, comida e até em certas formas de se praticar a
religião. Seria um exagero dizer que alguma tradição, cultura ou raça deixou
de contribuir para o vértice fosforescente de misturas e alianças diluídas em
todas as ordens da vida latino-americana. Essa aglomeração é nosso maior
patrimônio: ser um continente que não possui uma só identidade porque
contém todas as identidades. E, graças aos seus criadores, continua se
transformando a cada dia.”

Esta postura dúbia ou contraditória somente reforça e evidencia o enorme risco de se


deixar levar pelas simplificações. Qualquer esforço no sentido de definir uma Identidade
Latino-Americana acarretará – seguramente – em falhas graves provocadas pela
tentativa de simplificação de algo caracterizado, principalmente, pela complexidade.

Os brasileiros sofrem com esta Identidade Cultural descaracterizada, estereotipada,


simplista e distante de traduzir nossa identidade real: samba, mulatas, praia, futebol e
carnaval. Isso quando não se simplifica ainda mais: Carmem Miranda!

Para a maioria dos indivíduos e comunidades, o sentimento é de desconforto e


indignação por serem reconhecidos por uma identidade que não traduz nem de longe a
nossa imensa riqueza cultural.

Quando ampliamos a abrangência geográfica desta descaracterizada identidade cultural


e miramos toda a América-Latina, esta distorção se amplia na mesma proporção. Os
brasileiros notadamente demonstram certo preconceito com os “latinos”, externando um
sentimento de “não pertencimento” à cultura característica desta mistura de imigrantes
de tantas descendências e nativos do continente.

O sociólogo e ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, escrevendo para a


Revista Nossa América, afirma que

Não existe uma, mas várias Américas Latinas. Na verdade, o próprio nome
“América Latina” é uma ficção. Cunhado no século XIX, quando a França se
encontrava interessada em conquistar domínio direto ou indireto na região,
visou desde logo borrar a origem ibérica dos países que então surgiam na
esteira dos movimentos de independência vitoriosos, um após outro, nas ex-
colônias de Espanha e Portugal no continente americano.

(...)

Dizer que não há uma, mas várias Américas Latinas não significa afirmar que
inexista uma certa comunidade de heranças, problemas e desafios entre os
países que compõem esse espaço geográfico. Tanto existe que mesmo
irrealizável, por descabida, a idéia da “unidade latino-americana”, a despeito
de tudo, persiste viva há quase dois séculos. A questão é entender sobre que
bases, valores e aspirações atuais ela pode ter vigência e desenvolver-se, na
pluralidade das suas diferenças.

Evidentemente o Sr. Fernando Henrique Cardoso fala muito mais na esfera dos
interesses políticos e econômicos, mas mesmo assim a sua retórica aponta para o
mesmo sentido: é praticamente impossível cunhar uma identidade puramente Latino-
Americana.

Possivelmente o sentimento de pertencimento dos latino-americanos seguirá


prosperando e ganhando novos contornos, por tratar-se de um processo dinâmico e
contínuo. No Brasil, estamos tendo a oportunidade de vislumbrar, com riqueza de cores
e detalhes, um pouco daquilo que se poderia denominar “Identidade Cultural Indiana”,
através de uma novela transmitida pela Rede Globo. A média dos espectadores
demonstra, diante da riqueza e da diversidade cultural daquele país, um misto de
surpresa e encantamento diante da quase total ignorância sobre hábitos, costumes e
crenças tão diversas das nossas. Este sentimento de descoberta diante da diversidade
cultural de um país tão distante bem poderia servir para uma reflexão sobre o quão
obtusos permanecemos em relação à riqueza cultural dos nossos vizinhos latinos e da
nossa própria e como os meios de comunicação em massa podem agir como
instrumentos integradores das diversas culturas. Estes meios de comunicação em massa
seriam apenas alguns dos elementos facilitadores para o desenvolvimento de uma gente
mais orgulhosa das suas origens, dos seus costumes, das suas artes e de tantas outras
características que vão muito além dos perfis caricatos, rotulados e simplistas.

Compreender, explorar e aceitar a própria cultura é fator básico para elevar a auto-
estima, pois provoca nos indivíduos o senso de pertencimento a esta identidade cultural
rica, vibrante, multifacetada e digna do orgulho das suas gentes.

A indesejável outra face desta moeda é o culto exagerado e inconsciente a outras


culturas (americanização dos hábitos e costumes, tais como: alimentação fast-food,
diversão, vestuário, linguagem, música, dança e etc., só para citar um exemplo), que
acaba desenvolvendo nas pessoas um sentimento de inferioridade em relação à própria
identidade cultural, situação facilmente observável por toda a América Latina.
Como defende LLOSA, somente nas comunidades mais primitivas e tribais é que se
conceberia um grupo social vivenciando uma mesma identidade cultural. No entanto, a
completa descaracterização ou deteriorização desta identidade será sempre fator de
baixa auto-estima, e frágil senso de pertencimento dos indivíduos que compõem estes
grupos sociais. Uma situação nem um pouco desejável.

A IDEOLOGIA TECNOCRATA

Ideologia Tecnocrata é basicamente a defesa de idéias sustentadoras de um sistema de


organização política e social em que predominam os técnicos. Embora não tenha
encontrado referencias bibliográficas adequadas que levassem a uma reflexão sobre
Ideologia Tecnocrata e sua relação com o tema Identidade Cultural, é importante
lembrarmos – sempre – que foi um império de tecnocratas que levou o mundo à maior
crise econômica dos últimos tempos, na qual estão mergulhadas as maiores economias
do planeta, com reflexos negativos em todas as demais. Os técnicos, aos substituírem na
íntegra os demais pensadores (sociólogos, pedagogos, antropólogos, etc.) acabam
apontando soluções baseadas em uma visão unilateral e, freqüentemente, equivocada.

Seria presumível, então, que aspectos equivocadamente de menor relevo aos interesses
tecnocratas (valorização da identidade cultural e de toda riqueza representada pela
diversidade destas culturas, por exemplo) tendam a passar ao largo dos interesses e
prioridades dos tais tecnocratas, sempre preocupados com questões de ordem
econômica, política e outras afins.
CONCLUSÃO

As reflexões provocadas pelos três temas abortados neste trabalho serviram para trazer
maior clareza sobre importantes aspectos sociológicos e antropológicos envolvendo a
América Latina. Refletir sobre Identidade Cultural e pensá-la no âmbito Latino-
Americano descortina algumas realidades que merecem atenção:

 A América Latina desconhece a América Latina;


 A Identidade Latino-Americana é indelineável e está longe de permear de forma
plena os povos;
 Apesar disso, não há como negar a importância da Identidade Cultural no
processo de construção da auto-estima das pessoas, uma vez que este
sentimento de pertencimento é parte importante do processo de
autoconhecimento e sem o autoconhecimento não é possível alcançar a auto-
estima.
BIBLIOGRAFIA

ANDRÉ, Simone; COSTA, Antonio Carlos Gomes. Educação para o desenvolvimento


humano. São Paulo. Saraiva : Instituto Ayrton Senna, 2004

Site: http://educacao.uol.com.br/dicionarios/

Site: http://www.ines.gov.br/paginas/revista/espaco17/debate1.pdf

AMOR, Gaston e GARCIA, Diego. Cambio cultural y crisis de identidad. Site:


http://www.monografias.com/trabajos14/cambcult/cambcult.shtml

LLosa, Mario Vargas, Artigo: The Paradoxes of Latin America. 2008


Site: http://www.the-american-interest.com/ai2/article.cfm?Id=366&MId=17

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