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O documento compara as visões de José Bleger e Michel Foucault sobre psicologia institucional. Bleger defende que psicólogos devem investigar fenômenos psicológicos em instituições para promover bem-estar, enquanto Foucault analisa como instituições exercem poder de forma sutil através de vigilância e controle. Ambos concordam que comportamentos em instituições são complexos e devem ser estudados cuidadosamente.
O documento compara as visões de José Bleger e Michel Foucault sobre psicologia institucional. Bleger defende que psicólogos devem investigar fenômenos psicológicos em instituições para promover bem-estar, enquanto Foucault analisa como instituições exercem poder de forma sutil através de vigilância e controle. Ambos concordam que comportamentos em instituições são complexos e devem ser estudados cuidadosamente.
O documento compara as visões de José Bleger e Michel Foucault sobre psicologia institucional. Bleger defende que psicólogos devem investigar fenômenos psicológicos em instituições para promover bem-estar, enquanto Foucault analisa como instituições exercem poder de forma sutil através de vigilância e controle. Ambos concordam que comportamentos em instituições são complexos e devem ser estudados cuidadosamente.
Psicologia Institucional Prof Elisameli Aluna: Lislei Conrad RBU: 11310663 Paralelo entre Jos Bleger e Michel Foucault
Jos Bleger emprega o termo Psicologia Institucional, para designar uma
determinada prtica da psicologia em instituies. Para compreendermos a sua proposta precisamos entender que o psiclogo como profissional deve passar da atividade psicoterpica para a da psico-higiene (populao sadia e promoo de sade). Para Bleger a funo social do psiclogo so as atividades de sade e vida, desenvolvida junto populao, nos servios de Sade Pblica, trabalho psicolgico na vida cotidiana, visando a promoo de bem-estar, uso da psicanlise para compreender a dinmica inconsciente das relaes grupais e institucionais, bem como para o entendimento dos conflitos, defesas e ansiedade nessas relaes. Michel Foucault (1926-1984) problematiza as noes de instituio e de poder ao longo de sua trajetria intelectual, tendo em vista aspectos de suas discusses sobre as disciplinas e a biopoltica como tecnologias de poder. Foucault se interessa em acompanhar as mutaes dos mecanismos de excluso social e as prticas institucionais, mas tendo em vista sobretudo o efeito do que posteriormente ele chamar de aspectos produtivos dessas tecnologias de poder. Para Bleger, a psicologia institucional no apenas um campo de aplicao da psicologia um campo de investigao. No devemos aplicar a psicologia, mas investigar os fenmenos psicolgicos. Investigar para descobrir quais tcnicas devem ser empregadas e o carter do problema. Utilizao do mtodo clnico, guiado pelo enquadramento da tcnica psicanaltica, adaptado para as necessidades desta rea. O psiclogo no um salvador feita uma investigao cientfica rigorosa.
Observador/Observado Investigador/sujeito so variveis de um campo de relao. Do
psiclogo no se exige neutralidade nem passividade Conforme o autor: No se pode ser psiclogo se no se , ao mesmo tempo, um investigador dos fenmenos que se querem modificar e no se pode ser investigador se no se extraem os problemas da prpria prtica e da realidade social que se est vivendo em um dado momento, ainda que transitoriamente e por razes metodolgicas da investigao isolem-se momentos do processo total. Bleger afirma que o trabalho de Psicologia Institucional no deve ser desenvolvido por psiclogos em situao de empregado da instituio, mas sim, na de assessor ou consultor, para evitar que a dependncia econmica e profissional interfira no manejo tcnico das situaes. De acordo com Bleger (1987), a instituio se define como um conjunto de normas, padres e atividades agrupadas em torno de valores e funes sociais. A instituio possui uma funo organizadora subjetiva da personalidade. um instrumento de regulao, organizao e controle social, bem como instrumento de regulao e equilbrio da personalidade. Pode-se dizer que a dimenso institucional se presentifica atravs de suas aes e relaes, manifestando a transformao e a adaptao do homem em seus respectivos espaos institudos. reguladora das relaes sociais, mediada por alguma forma de poder em que sujeita implicitamente o indivduo s normas, leis, regras e valores sociais, possibilitando a formao psico-social do sujeito ao mesmo tempo em que constituda por ele. Segundo Bleger, uma instituio no deve ser considerada sadia ou normal quando nela no existem conflitos, e sim quando a instituio pode estar em condies de explicitar seus conflitos e possuir os meios ou a possibilidade de arbitrar medidas para sua resoluo. Bleger define "grau de dinmica" no como a ausncia de conflitos, e sim pela possibilidade da explicitao, manejamento e resoluo dentro dos limites institucionais. Ou seja, a patologia do conflito se refere no apenas existncia do conflito, mas com a ausncia dos recursos necessrios para a sua resoluo. A estereotipia constitui numa das defesas institucionais mais comuns frente ao conflito. Desta forma, cabe ao profissional em psicologia institucional o verdadeiro agente de
mudana e catalisador de conflitos e reconhecer os mecanismos e no agir em funo
deles, mas sobre eles, modificando-os. Prosseguindo, o autor distingue conflito, problema e dilema. O primeiro representa as foras controvertidas no interjogo; o segundo, tem a possibilidade de se transformar em conflito e finalmente o ltimo tido como uma opo irreconcilivel. Por outro lado, Foucault interrogava uma anlise das instituies como interpretao de algo oculto por um processo de represso seja de um suposto inconsciente, seja de uma represso social ou como efeito de uma infra-estrutura econmica. Rejeitava ainda a analtica freudomarxista que teria sido difundida como modo de anlise do poder enquanto algo reprimido a ser liberado. Para Bleger, as instituies totais representam um mecanismo de defesa, ou seja, ajustamentos provindos da instncia inconsciente ou subconsciente do indivduo que visam minimizar conflitos e angstias da personalidade. A projeo consiste no deslocamento de um processo mental de um sujeito para outro sujeito ou objeto. A instituio torna-se, deste modo, um objeto de projees dos membros da sociedade onde se insere. Ela se torna um aparato de sentimentos e crenas negados, mas devidamente interiorizados, por significativa parcela da comunidade, como a crena no poder da punio em detrimento da educao, e no direito apartao social. Por refletir a disciplina e o controle, a institucionalizao minimiza a ansiedade de cada um, simbolizando tanto a transgresso que o cidado ideal exime de reconhecer dentro de si, quanto a ao da mo firme e protetora de um ente maior (o Estado) que o dispensaria de assumir a sua parcela de responsabilidade social. Foucault, em seu livro Vigiar e Punir comenta sobre algumas tcnicas de dominao utilizadas pelo homem, sem que este as perceba. Foucault comenta sobre o panptico, encontrado em prises, mas que pode ser metaforizado em todas as instituies e inclusive na sociedade em geral. O conceito de panptico um dispositivo que tem como objetivo ver sem ser visto. Induz um estado consciente e permanente de visibilidade que assegura o funcionamento automtico do poder. Baseia-se no controle e na viglia. Segundo o Foucault os corpos so de possvel manipulao e de fcil adestramento. A sociedade fabrica corpos dceis capazes de desempenhar diversas
atividades. O modo de controle minucioso das operaes de corpos, uma relao de
docilidade e de utilidade, o que chamamos de disciplinas. Esses processos disciplinares encontram - se em prises, hospitais, escolas etc. O controle de tudo e de todos podemos encontrar, por exemplo, em escolas, todos usando uniformes, antes de entrar em sala de aula todos em fila, seguindo os padres impostos. Segundo Foucault eles vivem em uma espcie de quadriculamento onde cada ser estaria em devido lugar, por isso cada indivduo tem que estar em seu lugar para que se possa vigiar a cada instante e impor a ordem e manter o controle. O poder microfsico feito de relaes concretas, mais discretas e que permeiam toda a teia social. Para ele no existe um s poder, mas sim micropoderes que vem das instituies. Cada indivduo detm um poder que cederia para constituir uma soberania poltica. O exerccio do poder disciplinar um controle minucioso dos corpos, o poder uma relao de foras que repassado para todos os indivduos, isto se trata de um jogo de fora que so circuladas por toda a sociedade. Mas h um elemento que ambos concordam: que os comportamentos, as aes, as prises, os controles, o poder, os mitos, as atitudes e a cultura de uma organizao so especialmente complexas, pois ocorrem num espao particular da experincia humana. A anlise destes fatores, portanto, deve ser realizada com cuidado para no prejudicar nem a organizao, nem as pessoas que nela trabalha e de extrema importncia para perceber situaes de incomodo, de desnimo e at de assdio moral que possam estar ocorrendo dentro da instituio em que se trabalha para se precaver e atuar para que haja um equilbrio psquico da organizao antes que comece a notar os sintomas negativos atingindo as pessoas e os investimentos. Referncias: BLEGER, Jos. Higiene e Psicologia Institucional. Porto Alegre: Artmed, 1984. FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir Histria das violncias nas prises, Traduo de Raquel Ramalhete, 13 ed., Vozes, Petrpolis, 1996.