Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
FACULDADE DE JORNALISMO
Capas
WHITE, Jan V. Edição e design.
São Paulo : JSN, 2006, p. 185-188
A ELABORAÇÃO DA PUBLICAÇÃO
A capa é um pôster em miniatura, como um cartaz emitindo sua mensagem
enquanto você passa a cem por hora. Portanto, você deve pensar em escala grande -
quanto mais simples, melhor. Ficar preocupado com nuances e detalhes refinados não
funciona, porque todos os outros fazem isso. (Experimente examinar uma prateleira de
revistas e imagine-se permutando os logos das publicações: não iria fazer muita
diferença, iria?)
Tente descobrir o que torna sua publicação especial e trabalhe em cima disso.
Use o pensamento racional dos negócios para definir o que é único e por isso
merecedor de ênfase.
Aja conscientemente ao classificar o que é importante. Cada decisão envolve
concessões e tem custos ocultos, e o resultado provavelmente terá pouco a ver com"
gostar" ou não em termos estéticos. É claro que você quer que a capa - e você - façam
uma bela figura, mas a boa aparência é uma consideração secundária.
Bons designers sabem como cumprir as exigências do negócio e ao mesmo
tempo obter um resultado favorável em termos de aparência.
Procure sempre examinar o design em seu contexto. Olhar as capas isoladas
numa mesa de reunião é enganoso, porque a tentação é considerá-las como "arte".
Elas devem ser vistas como o investidor potencial irá vê-las - de maneira fugaz -,
competindo por atenção. Enfie a proposta de capa no meio de outras revistas, numa
típica estante de revistas. Leve o simulacro até uma banca de jornais e esconda-o na
prateleira no meio das outras publicações. Cole uma foto-mural de uma banca na
parede e grude a nova capa ali, para tornar o seu contexto o mais realista possível. Se
a sua publicação não mostrar capacidade de venda em banca de jornal, esconda-a na
caixa de entrada da escrivaninha, ou no meio do correio-lixo. Seja realista. Não se
Professor mestre Artur Araujo (artur.araujo@puc-campinas.edu.br)
site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/
ftp: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.araujo/
Página 1 de 3
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
iluda com concursos de design que premiam uma estética superficial, a não ser que
tenha a sorte de trabalhar numa publicação
FACULDADE cujoDE
aspecto estético seja parte de sua
JORNALISMO
missão.
A foto é o que prende o olhar, o que desperta a curiosidade e a atenção do
observador. Deve ser diferente da foto da última edição (para indicar que esta edição é
a nova), mas mantendo o mesmo estilo (para identificar a publicação e separá-la das
outras).
No entanto, são as palavras que na realidade trazem o leitor potencial para a
edição, pois contêm o apelo "o que tem aí que me interessa".
A imagem deve ser dominante? “É claro!", dizem os designers. Os jornalistas
dizem: "Não, isso é arrumação do leiaute, o que importa são as palavras". O pessoal
da circulação não sabe, mas eles fazem testes e consultam grupos. O pessoal que
vende anúncios cita o último achado da concorrência e insiste em que devemos fazer
ainda melhor que eles. Obviamente, tudo depende das características da publicação,
do seu público, do seu nicho de mercado.
O sangramento completo aproveita ao máximo a qualidade de pôster de uma
capa. A foto parece maior, pois continua além dos Limites da página, e o que vemos
aqui é apenas o núcleo de uma cena maior. Mas é raro que não seja "estragada" por
palavras!
As molduras fazem a atenção se concentrar no que está dentro. Elas sempre
separam a publicação da concorrência na banca de jornais, e também contribuem para
dar-lhe sua personalidade identificadora. Mas reduzem o tamanho da foto.
Várias fotos multiplicam os "apelos" para atrair um espectro maior de alvos
para uma publicação que cobre amplas áreas de interesse. Quanto maior o número de
apelos, menor e mais insignificante fica cada um. Torne um deles dominante,
acrescente vários outros pequenos.
Logo e chamadas dominam a capa, e a foto é um elemento incidental que ajuda
a identificar a edição e adiciona interesse visual. Escolher a cor com sensibilidade é
essencial.