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LITERATURA MEDIEVAL

Idade Média – 476 d.C. (Queda do Império Romano no Ocidente) até o século XV.

A sociedade medieval se divide em:


 Nobreza – encarregada da defesa (dos próprios nobres)
 Povo – recai os trabalhos diários (braçal)
 Clero – assuntos religiosos, transmissão de cultura (monges copistas), arte tem
temática religiosa (só a igreja transmitia a arte

A poesia se divide em:

POESIA CULTA

 Poesia provençal (inicia no ano de 1100 com os trovadores). Suas


características: amor cortês (galante), obediência, amor secreto (marido é
ciumento e não cita o nome da amada – ou por que a mulher seja casada, ou para
não despertar o interesse alheio de outros homens naquela mulher).
 Lírico galego portuguesa (cantigas.)
 Poesia popular: não havia registro escrito

TROVADORISMO

 Início 1189 (ou 1198) – Provável data de publicação de “A Ribeirinha”, de Paio Soares
de Taveirós (um dos trovadores mais conhecidos da época)
 Poemas feitos pelos trovadores para serem cantados em feiras, festas e no castelo
durante os últimos séculos da Idade Média (feito somente por homens)
 A poesia foi escrita para ser cantada, acompanhada por coros e instrumentos musicais
(não há declamação)

OS CANCIONEIROS (reunião das cantigas): somente no final do século XIII, as cantigas


foram copiadas em manuscritos chamados cancioneiros; deles somente chegaram até nós
cerca de 1680 cantigas (publicadas em três obras): Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da
Vaticana, Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa (os trovadores eram SEMPRE os
nobres)

OS AUTORES: Trovadores – pessoas cultas, nobres.

OS INTÉRPRETES: as cantigas, escritas pelos trovadores, eram musicadas e interpretadas


pelo jogral (cantores plebeus, bobo da corte – classe popular, desprezada), pelo segrel
(trovadores profissionais, fidalgos – o representante da cantiga), pelo menestrel (músico poeta
– também nobre, eles cantam e tocam).

CANTIGAS LÍRICAS (interior, sentimentos, emoções)

1 – CANTIGAS DE AMOR (ambiente cortês)


 Eu-lírico é masculino (fala da mulher, do amor)
 Mulher é um ser inatingível, incomparável, perfeita (amor platônico, não se realiza)
 Vassalagem amorosa – homem é servo da mulher (o homem é escravo da mulher
amada)
 Sofrimento amoroso.
 Amor platônico – amor cortês (não identifica o nome da amada)
 Ambiente da corte
 Presença de refrão (pode ser um verso que se repete, IDÊNTICO, várias vezes)
2 – CANTIGAS DE AMIGO (escrita por um homem que se passa por uma mulher, o eu lírico é
feminino)
 Trovador coloca uma mulher da classe popular como personagem central
 Mulher concreta / real – popular, camponesa
 Dialogada percebe-se uma conversa – mulher desabafa seus sentimentos com o
amigo ou amado, contato mais próximo com a pessoa, mesmo que não seja um
relacionamento amoroso, mãe ou natureza.
 Reclama a ausência do amigo
 Ambiente campestre
 Presença de paralelismo ou refrão (pode haver mudança de uma palavra ou mais no
verso)

CANTIGAS SATÍRICAS (tema: disputa política) críticas sociais

1 – CANTIGA DE ESCÁRNIO (critica de maneira irônica, sem identificação)


 Crítica – sarcasmo e ironia (não vai direto ao assunto)
 Referências indiretas (não revela o nome da pessoa satirizada)
 Ambigüidade

2 – CANTIGA DE MALDIZER (também uma crítica social, mas é direta, não esconde nomes
 Maledicência
 Sátira direta (revela a pessoa satirizada)
 Linguagem vulgar, palavras obscenas, eróticas.

EXEMPLOS:

Cantiga de Amigo: expressando saudades.

Mia irmã frimosa, trades comigo a la igreja de Vigo, u é o mar salido: e


miraremo-las ondas.

Mia irmã fremosa, treides de gado a la igreja de Vigo, u é o mar levado:


e miramo-las ondas.

A la igreja de Vigo, u é o mar levado, e verrá e, madre, o meu amado: e


miramo-las ondas.

Tipo: Lírica de amigo

Cantiga de Amigo: Bailias assuntos relacionados à dança, festas e sentimentos


pecaminosos.

Erro sagrado, em Vigo,


bailava corpo velido:
amor ei!

Em Vigo, (e) no sagrado,


bailava corpo delgado:
amor ei!

Bailava corpo delgado,


que nunca ouver amado:
amor ei!

Que nunca ouver amigo,


ergas no Sagrad’, em Vigo:
amor ei!
Que nunca ouver amado
erque em Vigo, no sagrado:
amor ei!

Como identificar as cantigas?

BUSCAR O ASSUNTO: achar o “eu” lírico


 masculino = amor
 feminino = amigo

AMBIENTE: pode ou não ser identificado


 Cortês = amor
 Campestre = amigo

SE NÃO HOUVER “EU” LÍRICO: satírica


 Crítica social
 Indireta (sem citar nomes) = escárnio
 Direta (com nomes) = maldizer

LINGUAGEM:
 Maldizer = mais vulgar que escárnio

HUMANISMO
Início em 1418

CONTEXTO HISTÓRICO
 Antropocentrismo: homem como centro do universo.
 A poesia independe da música.
 Transição entre a Idade Média e o Renascimento.
 Início da ascensão da burguesia.
 Crise do sistema feudal e da igreja.
 Fortalecimento da figura do rei.

PRODUÇÃO LITERÁRIA
 União do literário e do histórico
 Crônica histórica
 Imparcialidade na união dos acontecimentos
 Interesse pelo lado humano dos acontecimentos que determinaram a história.
 Critica rei e os nobres em seus textos.
 Causas econômicas e psicológicas do processo histórico.
 Retrato psicológico dos personagens.
 Teatro inicia em 1502 – nasce dentro da igreja (profano começa a entrar na igreja –
“piada”).
 Momos – espetáculo com fogos, sem texto, profano.
 Autos:
 Um único ato.
 Composição dramática de caráter religioso, moral ou burlesco.
 Tinha a finalidade de divertir, moralizar ou difundir a fé cristã.

Teatro popular: Gil Vicente


 Iniciador do teatro popular em Portugal: “Auto da Visitação”.
 Satiriza o clero, a nobreza e o povo.
 Retrata os valores populares e cristãos da vida medieval.
 Critica de forma contundente a sociedade.
 Tema de caráter universal.
 Tipos humanos.

GIL VICENTE (1465/66 – 1537)


 Dramaturgo apoiado pela corte
 Não critica a Igreja; e sim os que não cumprem seu papel.
 Entrelaça a música e a dança.

Obras
1 – Autos religiosos
 Mistérios – “Auto da Mofina Mendes”
 Moralidades – “Auto das Barcas” (Auto da barca do inferno, Auto da barca da glória,
Auto da barca do purgatório).
 Milagres – “Auto de São Martinho”

2 – Farsas
 Com intrigas – “O velho da horta”
 Apresentação de tipos – “Farsa do Semocreves”

3 – Autos novelescos
 “Comédia do Viúvo”

4 – Fantasias alegóricas
 Patriótica – “Auto da Lusitânia”
 Comemorativa – “Triunfo do Inferno”

5 – Tipos populares
 “Farsa de Inês Pereira”
 “O velho da horta”
 “Auto da barca do inferno”

Humanismo de Gil Vicente


 Observou e estudou o homem em toas as circunstâncias da vida.
 Imaginava a perfeição e a sublimação do homem através da pureza da fé, da oração
completiva e desritualização, na crença da vida ultra terrena e na salvação através da
vida virtuosa.

Sátiras
1 – visão satírica dramática: impera o materialismo grosseiro, a ganância, a corrupção, quanto
aos valores autênticos e desinteressados são substituídos pelo estresse.
2 – Sátira ao clero: ataca severamente o clero que não cumpre com seus deveres.
3 – Sátira ao ambiente cortesão e aos fidalgos: ambiente de inveja, intriga e maledicência.
4 – Crítica à classe média.

EVOLUÇÃO DO TRECHO VICENTINO

1.ª Fase (1502 – 1508)


 Obras de feição religiosa.
 Não há ação muito complicada e os diálogos são bem trabalhados.

2.ª Fase (1508 – 1515)


 Assuntos da vida comum.
 Satiriza as classes responsáveis.
 Veracidade de situações sociais de seu tempo.

3.ª Fase (1515 – 1536)


 Obra prima.
 Maturidade artística.
AUTO DA BARCA DO INFERNO

 Apresentado pela primeira vez em 1517 na câmara da rainha D. Maria de Castela que
estava enferma.
 Auto de moralidade.
 Cenário: porto imaginário onde estão ancoradas duas barcas – uma com destino ao
paraíso que tem como comandante um anjo; outra com destino ao inferno, que tem
como comandante o diabo.
 Tempo: psicológico.
 Estilo: tom coloquial – revela a condição social dos personagens.
 Estrutura: um único ato dividido em cenas, com diálogos entre as almas, q estão sendo
julgadas.
 Personagens:
1. ANJO: bem.
2. DEMÔNIO: mal.
3. COMPANEHIROS DO DEMÕNIO: eufóricos para os preparativos da barca.
4. FIDALGO: representante da nobreza, condenado à barca do inferno por sua
vida de luxúria e pecado.
5. ONZENEIRO: ambicioso agiota, condenado pela ganância, usura e avareza.
6. PARVO: vai à barca da glorificação por sua humildade e modéstia.
7. SAPATEIRO: condenado á barca do inferno por roubar o povo e por sua
falsidade religiosa.
8. FRADE: alegre, condenado por seu falso moralismo.
9. BRÍZIDA VAZ: alcoviteira, condenada à barca do inferno pela feitiçaria e
prostituição.
10. JUDEU: condenado à barca do inferno por desrespeitar o cristianismo.
11. CORREGEDOR: condenado à barca, usa o poder judiciário em seu
benefício.
12. ENFORCADO: comete vários crimes em nome de Garcia Moniz,
condenado pela corrupção dos meios burocráticos.
13. 4 CAVALEIROS: glorificados por morrerem em uma batalha pelo
cristianismo.

QUESTIONÁRIO

1. Explique as principais diferenças entre o trovadorismo e o humanismo.

Trovadorismo: escrito pelos nobres, não há o declamar e sim o cantar do texto.


Normalmente, acompanhadas por instrumentos. Possui um intenso lirismo; o expressar
dos sentimentos, mas ainda sem ser poesia. Não é tão direto e forte ao criticar a
sociedade.

Humanismo: é a fase de mudanças constantes na literatura, quando o texto era direto


e forte, pois não era escrito apenas pelos nobres; havia forte crítica à sociedade e o
antropocentrismo tornou-se mais forte.

2. Quais foram às alterações do contexto histórico que interferem na literatura?

As alterações do contexto histórico que interferiram na literatura foram à crise feudal e


da igreja; foi o início da ascensão da burguesia, do desenvolvimento da figura do rei, a
transição entre a Idade Média e o Renascimento; o Antropocentrismo que passa a
determinar os temas na produção literária.

3. O que podemos entender por auto? Explique as características.


Auto é uma peça teatral simples, composta por um ato e várias falas. Os autos de Gil
Vicente eram obras de ficção religiosa com objetivos evangelísticos, sem diálogos ou
ação complexa.

4. Quais foram às críticas apresentadas por Gil Vicente?

Gil Vicente criticou os grupos da sociedade de sua época, representando-os através de


“tipos”. As práticas hipócritas dessas pessoas eram evidenciadas e as críticas não
eram dirigidas à igreja como instituição e nem a religião católica, mas sim, àqueles que
não cumpriam o seu papel.

5. Como podemos explicar a evolução do teatro vicentino?

Ela se desenvolve em primeira, segunda e terceiras fases, sendo que na primeira estão
as obras de ficção religiosa. Nesta fase, os diálogos são bem trabalhados. Na segunda,
os assuntos se referem não só à igreja, mas a sociedade em geral; há satirização às
classes responsáveis, ocorrendo uma busca pela veracidade dos fatos deste tempo,
gerando reflexão literária. Na terceira, ocorre a trilogia das barcas e dá-se então a
maturidade artística.

6. Faça uma breve análise do “Auto da Barca do Inferno”, apresentando seu ponto
de vista.

Forte crítica à sociedade. Estilo coloquial, auto de moralidade. É um texto atemporal


que pode ser usado na sociedade atual. A maioria dos personagens tenta negociar
com o anjo sua ida ao paraíso, que os faz lembrar de seus pecados e hipocrisias; o
diabo, por sua vez, em tom cômico, nunca mente sobre o que irá acontecer aos
condenados, explicitando sempre de que nada valeram as falsas orações e
pagamentos de dízimos; a maldade em seus corações, durante a vida, é o que
determinava em que barca poderia adentrar, exceto o judeu, que é criticado como um
pagão. A humildade do parvo e a bravura dos cavaleiros lhe garantem sua ida para o
paraíso.

Resumo para avaliação bimestral:

TROVADORISMO
As origens da literatura portuguesa remontam ao século XII, quando Portugal se constituiu
como um país independente. Nessa época, com a unificação da linguagem de Portugal e
Galiza, passou-se a utilizar a língua galego-portuguesa.
Dois traços marcantes devem ser lembrados para uma visão da sociedade da época: o
teocentrismo, no plano religioso, e o feudalismo, no plano político-econômico.
Com o teocentrismo, isto é, a centralização da vida humana em Deus, expressava-se a intensa
religiosidade, que acompanhou toda a luta dos portugueses empenhados na expulsão dos
mouros da Península Ibérica.
Com o feudalismo, os nobres que possuíssem feudos exerciam os poderes do governo por
meio de um sistema de vassalagem, que era baseado numa espécie de contrato que implicava
obrigações mútuas entre o senhor e o vassalo. Os vassalos obedeciam ao senhor e o serviam
pela proteção e ajuda econômica que dele recebiam. Esse sistema de vassalagem refletiu-se
na poesia trovadoresca, principalmente nas cantigas de amor, em que o trovador se colocava
normalmente na condição de vassalo diante da dama.
É uma cantiga de amor o primeiro documento literário português, datado de 1189 (ou 1198).
Trata-se da “Cantiga da Ribeirinha” (ou “da Guarvaia”), do poeta Paio Soares de Taveirós,
dedicada a D. Maria Paes Ribeiro, a Ribeirinha. Esse poema assinala o início da época
trovadoresca, que se estende até 1418, quando Fernão Lopes é nomeado arquivista oficial da
Torre do Tombo.
Os poetas dessa época eram chamados de trovadores. A palavra trovador vem do francês
trouver, que significa “achar”, “encontrar”. Dizia-se que o poeta “achava” a música adequada ao
poema e cantava acompanhado de instrumentos como a cítara, a viola, a lira a harpa e o
alaúde.
A poesia trovadoresca tem sua importância como documento da história de nossa língua, de
costumes da época e como inspiradora do lirismo de poetas de escolas posteriores.
As poesias trovadorescas estão reunidas em cancioneiros. Os mais importantes são:
O cancioneiro da Ajuda, o mais antigo, com 310 cantigas;
O Cancioneiro da Vaticana, pertencente à Biblioteca do Vaticano, com 1205 cantigas;
O Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa, anteriormente chamado de Colocci-Brancutti,
com 1647 cantigas.

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