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Idade Média – 476 d.C. (Queda do Império Romano no Ocidente) até o século XV.
POESIA CULTA
TROVADORISMO
Início 1189 (ou 1198) – Provável data de publicação de “A Ribeirinha”, de Paio Soares
de Taveirós (um dos trovadores mais conhecidos da época)
Poemas feitos pelos trovadores para serem cantados em feiras, festas e no castelo
durante os últimos séculos da Idade Média (feito somente por homens)
A poesia foi escrita para ser cantada, acompanhada por coros e instrumentos musicais
(não há declamação)
2 – CANTIGA DE MALDIZER (também uma crítica social, mas é direta, não esconde nomes
Maledicência
Sátira direta (revela a pessoa satirizada)
Linguagem vulgar, palavras obscenas, eróticas.
EXEMPLOS:
LINGUAGEM:
Maldizer = mais vulgar que escárnio
HUMANISMO
Início em 1418
CONTEXTO HISTÓRICO
Antropocentrismo: homem como centro do universo.
A poesia independe da música.
Transição entre a Idade Média e o Renascimento.
Início da ascensão da burguesia.
Crise do sistema feudal e da igreja.
Fortalecimento da figura do rei.
PRODUÇÃO LITERÁRIA
União do literário e do histórico
Crônica histórica
Imparcialidade na união dos acontecimentos
Interesse pelo lado humano dos acontecimentos que determinaram a história.
Critica rei e os nobres em seus textos.
Causas econômicas e psicológicas do processo histórico.
Retrato psicológico dos personagens.
Teatro inicia em 1502 – nasce dentro da igreja (profano começa a entrar na igreja –
“piada”).
Momos – espetáculo com fogos, sem texto, profano.
Autos:
Um único ato.
Composição dramática de caráter religioso, moral ou burlesco.
Tinha a finalidade de divertir, moralizar ou difundir a fé cristã.
Obras
1 – Autos religiosos
Mistérios – “Auto da Mofina Mendes”
Moralidades – “Auto das Barcas” (Auto da barca do inferno, Auto da barca da glória,
Auto da barca do purgatório).
Milagres – “Auto de São Martinho”
2 – Farsas
Com intrigas – “O velho da horta”
Apresentação de tipos – “Farsa do Semocreves”
3 – Autos novelescos
“Comédia do Viúvo”
4 – Fantasias alegóricas
Patriótica – “Auto da Lusitânia”
Comemorativa – “Triunfo do Inferno”
5 – Tipos populares
“Farsa de Inês Pereira”
“O velho da horta”
“Auto da barca do inferno”
Sátiras
1 – visão satírica dramática: impera o materialismo grosseiro, a ganância, a corrupção, quanto
aos valores autênticos e desinteressados são substituídos pelo estresse.
2 – Sátira ao clero: ataca severamente o clero que não cumpre com seus deveres.
3 – Sátira ao ambiente cortesão e aos fidalgos: ambiente de inveja, intriga e maledicência.
4 – Crítica à classe média.
Apresentado pela primeira vez em 1517 na câmara da rainha D. Maria de Castela que
estava enferma.
Auto de moralidade.
Cenário: porto imaginário onde estão ancoradas duas barcas – uma com destino ao
paraíso que tem como comandante um anjo; outra com destino ao inferno, que tem
como comandante o diabo.
Tempo: psicológico.
Estilo: tom coloquial – revela a condição social dos personagens.
Estrutura: um único ato dividido em cenas, com diálogos entre as almas, q estão sendo
julgadas.
Personagens:
1. ANJO: bem.
2. DEMÔNIO: mal.
3. COMPANEHIROS DO DEMÕNIO: eufóricos para os preparativos da barca.
4. FIDALGO: representante da nobreza, condenado à barca do inferno por sua
vida de luxúria e pecado.
5. ONZENEIRO: ambicioso agiota, condenado pela ganância, usura e avareza.
6. PARVO: vai à barca da glorificação por sua humildade e modéstia.
7. SAPATEIRO: condenado á barca do inferno por roubar o povo e por sua
falsidade religiosa.
8. FRADE: alegre, condenado por seu falso moralismo.
9. BRÍZIDA VAZ: alcoviteira, condenada à barca do inferno pela feitiçaria e
prostituição.
10. JUDEU: condenado à barca do inferno por desrespeitar o cristianismo.
11. CORREGEDOR: condenado à barca, usa o poder judiciário em seu
benefício.
12. ENFORCADO: comete vários crimes em nome de Garcia Moniz,
condenado pela corrupção dos meios burocráticos.
13. 4 CAVALEIROS: glorificados por morrerem em uma batalha pelo
cristianismo.
QUESTIONÁRIO
Ela se desenvolve em primeira, segunda e terceiras fases, sendo que na primeira estão
as obras de ficção religiosa. Nesta fase, os diálogos são bem trabalhados. Na segunda,
os assuntos se referem não só à igreja, mas a sociedade em geral; há satirização às
classes responsáveis, ocorrendo uma busca pela veracidade dos fatos deste tempo,
gerando reflexão literária. Na terceira, ocorre a trilogia das barcas e dá-se então a
maturidade artística.
6. Faça uma breve análise do “Auto da Barca do Inferno”, apresentando seu ponto
de vista.
TROVADORISMO
As origens da literatura portuguesa remontam ao século XII, quando Portugal se constituiu
como um país independente. Nessa época, com a unificação da linguagem de Portugal e
Galiza, passou-se a utilizar a língua galego-portuguesa.
Dois traços marcantes devem ser lembrados para uma visão da sociedade da época: o
teocentrismo, no plano religioso, e o feudalismo, no plano político-econômico.
Com o teocentrismo, isto é, a centralização da vida humana em Deus, expressava-se a intensa
religiosidade, que acompanhou toda a luta dos portugueses empenhados na expulsão dos
mouros da Península Ibérica.
Com o feudalismo, os nobres que possuíssem feudos exerciam os poderes do governo por
meio de um sistema de vassalagem, que era baseado numa espécie de contrato que implicava
obrigações mútuas entre o senhor e o vassalo. Os vassalos obedeciam ao senhor e o serviam
pela proteção e ajuda econômica que dele recebiam. Esse sistema de vassalagem refletiu-se
na poesia trovadoresca, principalmente nas cantigas de amor, em que o trovador se colocava
normalmente na condição de vassalo diante da dama.
É uma cantiga de amor o primeiro documento literário português, datado de 1189 (ou 1198).
Trata-se da “Cantiga da Ribeirinha” (ou “da Guarvaia”), do poeta Paio Soares de Taveirós,
dedicada a D. Maria Paes Ribeiro, a Ribeirinha. Esse poema assinala o início da época
trovadoresca, que se estende até 1418, quando Fernão Lopes é nomeado arquivista oficial da
Torre do Tombo.
Os poetas dessa época eram chamados de trovadores. A palavra trovador vem do francês
trouver, que significa “achar”, “encontrar”. Dizia-se que o poeta “achava” a música adequada ao
poema e cantava acompanhado de instrumentos como a cítara, a viola, a lira a harpa e o
alaúde.
A poesia trovadoresca tem sua importância como documento da história de nossa língua, de
costumes da época e como inspiradora do lirismo de poetas de escolas posteriores.
As poesias trovadorescas estão reunidas em cancioneiros. Os mais importantes são:
O cancioneiro da Ajuda, o mais antigo, com 310 cantigas;
O Cancioneiro da Vaticana, pertencente à Biblioteca do Vaticano, com 1205 cantigas;
O Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa, anteriormente chamado de Colocci-Brancutti,
com 1647 cantigas.