Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Prevenção da Doença de
Alzheimer: uma iniciativa
brasileira
Proposta preliminar
Índice:
I. INTRODUÇÃO - A NECESSIDADE DA PESQUISA..................................... 2
IV.i Genética....................................................................................13
IV.ii Neuroimagem...........................................................................15
IV.iii Biomarcadores..........................................................................16
V.i Objetivos....................................................................................17
V.iv Adendo....................................................................................20
VI. REFERÊNCIAS......................................................................................22
1
I. INTRODUÇÃO - A NECESSIDADE DA PESQUISA:
2
! O impacto decorrente desta explosão de casos de DA/demência será enorme.
Individualmente, os portadores destas condições têm sua qualidade de vida diminuída
consideravelmente, deixando de aproveitar a longevidade alcançada. Por dependerem de
cuidados constantes nas fases mais avançadas da doença, tornam-se fonte de tensão emocional e
financeira para suas famílias e a sociedade em geral.
! De fato, os custos sociais associados aos cuidados das
patologias demenciais são os maiores dentre as doenças crônicas.
No Reino Unido, os gastos anuais com DA/demência
ultrapassam com folga as despesas com câncer, doenças cardíacas
e derrames cerebrais somadas (tabela ao lado) (3). Nos EUA,
estes gastos são da ordem de 148 bilhões de dólares ao ano, Fonte: World Alzheimer Report 2009
3
II. A DOENÇA DE ALZHEIMER E DEMÊNCIA
4
O quadro a seguir mostra as principais características dos subtipos mais comuns de demência:
! É importante frisar, no entanto, que estudos recentes como o de Schneider (2007), vêm
mostrando que os diferentes subtipos de demência coexistem em proporções maiores do que
previamente imaginadas (Demências Mistas). Em 50 autópsias realizadas por aquela autora, a
DA pura foi constatada em apenas 30% dos casos. A combinação DA + DV estava presente em
38%, enquanto a DA + DCL ocorreu em 12%. Uma combinação dos três subtipos foi detectada
em 5% (13). Ao que tudo indica, a etiologia da demência é mais complicada do que se acreditava
originalmente, e mais pesquisas serão necessárias para elucidar a questão.
! Vale ressaltar ainda que causas potencialmente reversíveis são responsáveis por cerca de
9% dos casos, segundo uma meta-análise de 2003 com dados do hemisfério norte (14). Alguns
exemplos que merecem atenção e devem ser reconhecidos no diagnóstico diferencial, incluem:
medicações (analgésicos, sedativos, anticolinérgicos, corticosteróides, psicotrópicos), álcool,
depressão, infecções e neoplasias do SNC, hematoma subdural, hidrocefalia de pressão normal e
causas metabólicas (deficiência de vitamina B12, hipotireoidismo, hiponatremia, hipercalcemia e
disfunções hepáticas e renais).
5
! Até o momento, o diagnóstico definitivo da DA só pode ser obtido através de autópsia.
Assim, critérios clínicos foram desenvolvidos para o diagnóstico in vivo. Os mais utilizados na
prática clínica, recomendados pelo Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do
Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia são os do NINCDS-ADRDA (National
Institute of Neurological and Communicative Disorders and Stroke and the Alzheimer's Disease
and Related Disorders Association). Também conhecidos como critérios de McKhann,
classificam os pacientes em DA provável, quando há (15)(16):
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
• Demência estabelecida por exame clínico e exame padronizado breve do estado mental, com
confirmação por testes neuropsicológicos
• Déficits em duas ou mais áreas da cognição
• Progressiva deterioração da memória e outras áreas da cognição
• Ausência de alterações da consciência
• Início entre 40 e 90 anos de idade
• Ausência de outras condições neurológicas ou sistêmicas que possam explicar os déficits
cognitivos progressivos
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
! Por sua vez, o diagnóstico de DA possível é feito quando há (8):
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
• Demência com apresentação, progressão ou início atípico, sem etiologia conhecida
• Presença de outra condição neurológica ou sistêmica, mas não considerada como causa de
demência neste caso
• Deterioração progressiva em domínio único da cognição na ausência de outras etiologias.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
!
! Em termos de tratamento, infelizmente, nenhuma medicação se mostrou capaz de alterar
o curso natural da DA de forma significativa. Até o momento, cinco medicamentos foram
aprovados pelo FDA americano para o tratamento da DA e estão disponíveis no Brasil, a saber:
tacrina (uso limitado por efeitos adversos), galantamina, rivastigmina, donepezil e memantina.
! Os quatro primeiros são inibidores da colinesterase (IChE), enquanto o último é um
bloqueador dos receptores NMDA. Tanto o custo quanto o risco x benefício em todas estas
drogas são questionáveis, uma vez que são custosas, com efeitos colaterais importantes, e
eficácia limitada (quando presente) e de curta duração na maioria dos pacientes.
6
! Em 2008, uma revisão da literatura foi publicada no Annals of Internal Medicine,
analisando os resultados de 59 estudos clínicos individuais. Ambas as classes de medicamentos
não apresentaram benefícios clínicos significativos para médicos e cuidadores, apenas uma
discreta melhora em escalas de avaliação. Os efeitos comportamentais e de qualidade de vida
foram ainda menos consistentes, e a curta duração da maioria dos trabalhos (cerca de 6 meses)
limitou a capacidade de se detectar quaisquer efeitos no que diz respeito à progressão do quadro
(17).
! O único estudo que não foi subsidiado pela indústria farmacêutica, o AD2000 (2004),
não foi capaz de demostrar qualquer benefício ao comparar o donepezil com placebo por 3 anos,
nos parâmetros de tempo até institucionalização ou progressão da doença (18). Por outro lado, há
de se levar em conta que uma proporção pequena dos participantes dos estudos apresenta uma
melhora significativa com medicação (19), o que reforça a importância de se tomar decisões
individualizadas para cada paciente, com base na resposta clínica, efeitos colaterais e
considerações econômicas.
! A vitamina E e a selegilina (um inibidor da monoamina oxidase) suscitaram uma melhora
clínica pequena no ADCS - Alzheimer Disease Cooperative Study (1997), apesar dos testes
cognitivos não terem corroborado este achado (20). Outros tratamentos como ginkgo biloba,
antiinflamatórios e vitaminas do complexo B não demonstraram benefícios consistentes em
estudos clínicos (21)(22)(23). Por fim, vale acrescentar que enfoques não-medicamentosos e
multidisciplinares como dieta, exercícios físicos, terapias ocupacionais e reabilitação cognitiva
podem ser úteis, apesar da necessidade de mais dados para demonstrar sua eficácia de forma
padronizada e definitiva, como veremos na próxima seção.
7
III. COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE (CCL) E SUBJETIVO (CCS)
! Tendo em vista as frustrantes dificuldades associadas ao tratamento uma vez que a
doença se estabelece, a comunidade médico-científica voltou suas atenções para os estágios
iniciais do processo. A esperança é que intervenções terapêuticas precoces sejam capazes de
interromper ou ao menos protelar os danos cerebrais associados a DA/demência. Destas
observações, nasceram os conceitos de CCL e CCS, que serão os alvos específicos das pesquisas
do DPAZ.
8
! Outro ponto interessante é que alguns indivíduos diagnosticados com CCL revertem à
cognição normal após certo tempo, enquanto outros nunca desenvolvem a DA (29)(30). Fica claro,
assim, que ao mesmo tempo em que o CCL é uma importante entidade clínica para pesquisas e
alvo potencial de intervenções terapêuticas, sua natureza heterogênea dificulta qualquer
generalização acerca de suas características ou prognósticos quanto a sua evolução.
! O tratamento do CCL, apesar de aparentemente mais lógico e factível do que na DA
estabelecida, ainda não é uma realidade. O pesquisadores do ADCS - Alzheimer Disease
Cooperative Study (2005) pesquisaram o uso da vitamina E e donepezil no CCL, da mesma forma
como haviam feito 8 anos antes na DA. Enquanto a vitamina E (alfa-tocoferol) não mostrou
qualquer benefício, o donepezil foi associado à uma menor taxa de progressão para DA em
comparação ao placebo após 1 ano de acompanhamento. Porém, ao final de 3 anos, tal benefício
deixou de ser observado (25). Uma grande variedade de outras substâncias, como a galantamina,
ginkgo biloba, antiinflamatórios e as vitaminas B6, B12 e ácido fólico, entre outras, também não
foram capazes de prevenir o declínio cognitivo em estudos clínicos satisfatórios (31)(32)(33)(34)
(35).
9
III.ii Comprometimento Cognitivo Subjetivo (CCS)
! O CCS é um conceito relativamente novo, que pode ser entendido como um estágio
anterior ao CCL. Na medida em que o tratamento neste último não foi capaz de produzir os
resultados imaginados, alguns autores deram mais um passo atrás e começaram a investigar o que
até recentemente era referido na literatura como “queixas subjetivas de memória”.
! Contudo, segundo Reisberg, o termo “comprometimento” seria preferível, uma vez que
“queixas”, além de soar pejorativo, não expressa adequadamente o problema. Alguns pacientes
podem nunca se queixar, mas sim relatar dificuldades, se questionados a respeito por um
profissional de saúde. Além disso, a expressão “cognitivo” seria mais apropriada já que outros
domínios que não a memória podem estar afetados (49).
! Neste estágio, o paciente reporta problemas com a cognição, especialmente lapsos de
memória como esquecer nomes ou aonde deixou um objeto, mas sua função cognitiva global está
preservada, com testes neuropsicológicos ainda dentro da normalidade.
! Uma importante questão, no entanto, é que este grupo é ainda mais heterogêneo do que
o CCL, visto que dificuldades cognitivas subjetivas como as descritas acima podem ser resultado
de uma infinidade de fatores, em particular a depressão, a ansiedade e o estresse. Desta forma,
com o objetivo de dissipar possíveis confusões, e facilitar os estudos na área, Reisberg e cols.
apresentaram o conceito de CCS idiopático primário, procurando afastar causas secundárias
com os seguintes critérios (49):
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
• Presença de déficits cognitivos subjetivos
• Crença de que a capacidade cognitiva diminuiu em comparação ao últimos 5-10 anos
• Ausência de condições médicas, neurológicas ou psiquiátricas, especialmente depressão e
ansiedade, que possam interferir com a cognição
• Ausência de déficits cognitivos objetivos, podendo ser suscitados no contexto da entrevista
clínica
• Desempenho cognitivo dentro da faixa normal
• Ausência de demência
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
10
! No Brasil, o conceito de CCS ainda não foi divulgado apropriadamente na comunidade
médico-científica. Os pacientes reportando dificuldades cognitivas subjetivas e com testes
neuropsicológicos normais (não-CCL) são diagnosticados como portadores de uma entidade
clínica conhecida como síndrome amnésica benigna dos idosos, que seria fruto do
envelhecimento normal (50).
! Mesmo nos países desenvolvidos, as pesquisas no tema são raras, já que o tempo de
acompanhamento necessário para se avaliar a progressão do CCS é prolongado. Porém, um
estudo longitudinal publicado por Prichep e cols. em 2006 fez exatamente isto: acompanhou
indivíduos acima de 65 anos com critérios para CCS por um mínimo de 7 anos. Nesta população,
os pesquisadores foram capazes de diagnosticar o declínio cognitivo para CCL em 45.5% e DA
em cerca de 16% dos participantes (51).
! Certamente, este estudo pode ser considerado um marco na área e apóia a hipótese de
que o CCS corresponda ao primeiro estágio na evolução da DA, onde intervenções terapêuticas
teriam as maiores chances de sucesso. De fato, o pensamento contemporâneo é que exista um
continuum entre CCS, o CCL e a DA, como mostra a figura abaixo:
11
IV. DIREÇÕES NAS PESQUISAS EM DA:
Os maiores obstáculos às pesquisas de prevenção na DA são a grande quantidade de
pacientes e o longo tempo de observação necessários para que se avalie de forma adequada o
progressivo curso do declínio cognitivo desde os estágios iniciais do processo.
! Ainda que os indivíduos diagnosticados com CCL e CCS estejam mais propensos a
desenvolver a DA, é fato que boa parte deles nunca evolui e em alguns casos até mesmo retornam
à cognição normal. Desta forma, o desafio atual é conseguir identificar com segurança aqueles
indivíduos que possuam um risco de declínio mais elevado dentre os pacientes nos estágios
iniciais, a fim de produzir dados significativos em um espaço de tempo mais curto.
! Um outro problema encontrado pelos pesquisadores diz respeito às medidas utilizadas
para avaliar a progressão do quadro. As escalas clínicas e neuropsicológicas, hoje os principais
instrumento de análise, possuem um poder estatístico relativamente reduzido.
! Na esperança de contornar estas questões, desde há alguns anos os pesquisadores vêm
investigando alterações estruturais e metabólicas que tenham a capacidade de discriminar
subpopulações de maior risco e ainda servirem de substitutos para as avaliações clínicas e
neuropsicológicas. Três áreas vêm recebendo intensa atenção nas pesquisas e serão detalhadas
adiante: a genética, os exames de neuroimagem e os biomarcadores.
! Apesar de diversos trabalhos terem evidenciado diferenças entre a população normal e os
indivíduos no espectro CCS - CCL - DA, ainda não foi possível determinar com precisão quais
destas alterações são clinicamente significativas. Isto porque os estudos publicados até agora
incluíram um número relativamente pequeno de participantes, além de se concentrarem em
apenas uma ou poucas variáveis. O que ficou claro a partir destas pesquisas é que a gênese da DA
é extremamente multifatorial, e que dificilmente alguma alteração isolada será capaz de prever a
sua manifestação.
! No entanto, duas iniciativas multicêntricas em andamento - que por sua consistência
serviram de inspiração para o DPAZ - podem mudar esse quadro: o ADNI : Alzheimer’s Disease
Neuroimaging Initiative nos EUA e o AIBL: Australian Imaging Biomarkers & Lifestyle
Flagship Study of Ageing. A expectativa da comunidade científica é de que estas iniciativas
possam estabelecer, de forma conclusiva, um painel de alterações biológicas que em conjunto
atendam às necessidades de pacientes, clínicos e pesquisadores (52)(53).
12
IV.i Genética
Há tempos sabe-se que a prevalência da DA é maior em indivíduos com
história familiar positiva. Além disso, já foi estabelecido que grande parte dos
casos de DA de início precoce (antes dos 65 anos) tendem a se concentrar
em grupos de famílias com mutações nos genes que codificam a proteína
precursora amilóide (PPA) no cromossoma 21 e naqueles que codificam a
presenilina-1, no cromossoma 14 e a presenilina-2 no cromossoma 1.
! Com relação à DA de início tardio, o polimorfismo no gene da
apolipoproteína E (apoE) é o mais bem estudado. Este gene está localizado
no braço longo do cromossoma 19, e possui três alelos: ε3, ε4 e ε2.
! A presença do alelo ε4 já está confirmada como um importante fator de risco para DA e
possivelmente também para demência vascular (54)(55)(56). No Brasil, pesquisas populacionais
confirmaram esta associação, especialmente quando em homozigose, ou seja, duas cópias do
mesmo alelo (ε4-ε4) (57)(58).
! Nos estudos de Framingham e Rotterdam o risco relativo ao desenvolvimento de DA na
presença do genótipo ε4-ε4 foi estimado em 8 e 30.1, respectivamente (59)(60). A grande
variação entre estes dois estudos serve de exemplo para sublinhar a importância das
características populacionais locais em termos da distribuição genotípica. Fora o aumento do
risco de desenvolvimento da DA, a presença do ε4-ε4 já foi também associada a um declínio
cognitivo mais rápido e precoce (61), maior atrofia do hipocampo em exames de ressonância
magnética (62), a um aumento de complicações psiquiátricas (63), e a uma maior quantidade de
placas neuríticas e emaranhados neurofibrilares em estudos de autópsia (64).
! Em contrapartida, o alelo ε2 parece conferir proteção contra o desenvolvimento da DA
em estudos internacionais (59), sendo que esta hipótese foi sugerida também em pequenos
estudos brasileiros em Porto Alegre e no interior de São Paulo (65)(66)(67).
! Com relação ao CCS e CCL, a maior parte dos trabalhos dos EUA e Europa mostram
que a presença do ε4 está associada a uma maior taxa de conversão para DA (68)(69)(70). No
Brasil, o único estudo realizado em indivíduos com CCL não corroborou este achado. Todavia, o
número de participantes (55 idosos de Fernando de Noronha, dos quais apenas 10% manifestava
o alelo ε4) foi pequeno demais para demonstrar qualquer significância estatística (71).
13
! Vale acrescentar que hoje a DA é entendida como uma condição na qual uma complexa
rede de interações (epi)genéticas propicia o aparecimento dos processos neuropatológicos. Por
isso, mais de 500 genes vêm sendo continuamente explorados com o intuito de desvendar seus
potenciais papéis neste processo. Até hoje, contudo, nenhuma outra variação que não o alelo ε4
da apoE conseguiu estabelecer-se definitivamente como fator de risco ou susceptibilidade.
! Porém, há de levar-se em conta que a maioria dos estudos realizados na área utilizou a
metodologia do “gene-candidato”. O problema com essa estratégia é que ela não permite
conclusões para além da hipótese inicial, que geralmente consiste em buscar uma potencial
correlação genética para determinada via patogênica. Na verdade, foram tantos os estudos com
genes-candidatos (mais de 1000) que um grupo do MIND: MassGeneral Institute for
Neurodegenerative Disease criou uma database online que cataloga e constantemente atualiza
todos os estudos na área (72)(73).
! Recentemente, a revolução na genética molecular vem possibilitando os estudos de
associação do genoma completo e, nos dois últimos anos, dez destes estudos na área da DA
foram publicados. Ao contrário do gene-candidato, esta metodologia é capaz de testar
simultaneamente centenas de milhares de marcadores genéticos (usualmente polimorfismos de
nucleotídeo único) sem a necessidade de formulação de hipóteses (e viéses) a priori.
! Como resultado, genes como o GAB2, GALP, PGBD1, TNK1 e CLU, entre outros, vêm
emergindo com consistência com relação ao risco para DA com investigações subsequentes já
em andamento (72).
!
14
IV.ii Neuroimagem
! A neuroimagem é outra área de intensas pesquisas na
atualidade, em particular a ressonância nuclear magnética (RM) e a
tomografia por emissão de pósitrons (PET). Outras modalidades, como
a eletroencefalografia quantitativa, a ressonância funcional e o SPECT
também vêm sendo utilizados, porém com menor frequência.
! De fato as duas maiores pesquisas em prevenção de DA da
atualidade - ADNI e AIBL - estão dando preferência à RM para avaliar
alterações na estrutura e ao PET para avaliar o metabolismo cerebral. O
objetivo é comparar os pacientes diagnosticados com CCS e CCL em relação a um grupo
controle; e ainda validar diferenças nos portadores entre si que possam servir de preditores do
declínio cognitivo. Em pesquisas com pequenas amostras, algumas diferenças que já foram
significativas com relação à progressão de CCL para DA incluem:
! Na RM, a atrofia do córtex de associação do lobo temporal médio, especialmente no
córtex entorrinal, hipocampo (principalmente no subículo e CA-1), e nos giros temporal médio,
inferior e fusiforme (74)(75). Ademais, estudos utilizando técnicas de difusão também parecem
bastante promissores para prever o declínio cognitivo (76).
! Com relação ao PET, um estudo da maior relevância publicado em março/09 no Annals
of Neurology acompanhou 26 pacientes com CCL. Os autores pesquisaram a retenção do
Pittsburgh Compound B (PiB), um marcador capaz de demonstrar o depósito da proteína β-
amilóide in vivo. Como resultado, 5 dos 13 pacientes identificados como amilóide-positivos
progrediram para DA. Dentre os 10 identificados como amilóide-negativos, nenhum progrediu
para DA e 3 reverteram à cognição normal (77). Se estes dados forem replicados em outras
pesquisas, o PET com PiB poderá estabelecer-se como o exame de rastreio de escolha.
! No CCS, as pesquisas são em menor número. Porém, diferenças importantes já foram
encontradas com relação à população geral. Na RM, por exemplo, já é possível visualizar a atrofia
do lobo temporal médio, particularmente no hipocampo (78)(79). Além disso, um estudo piloto do
AIBL com uma subpopulação portadora do apoE ε4, utilizando o PET convencional com FDG
(sem PiB) demonstrou hipometabolismo no córtex cingulado anterior, posterior e também no
córtex de associação do lobo temporal médio (80).
15
IV.iii Biomarcadores
Diversas substâncias vêm sendo pesquisadas, tanto no
sangue como no líquido cefalorraquidiano (LCR), com o objetivo de
prover uma indicação precoce dos processos neuropatológicos
associados à DA. Até o momento, nenhuma alteração sérica foi
capaz de demonstrar características adequadas. No LCR de pacientes
com CCL, em contrapartida, algumas moléculas já foram
relacionadas com um risco aumentado de declínio cognitivo, a saber:
• Níveis aumentados de proteína tau totais (t-tau) e de tau
fosforilada (p-tau) (81)(82).
• Diminuição dos níveis do peptídeo beta-amilóide 42 (Aβ42), da razão entre o Aβ42 e o
peptídeo Aβ40 e da razão entre o Aβ42 e os níveis de proteína tau (81)(83)(84)(85).
• Baixa atividade da neprisilina, uma enzima que degrada o peptídeo beta-amilóide (86).
• Níveis aumentados e maior atividade da beta-secretase, a enzima que cliva a PPA (87).
! O problema encontrado com estes biomarcadores é a falta de uniformização com relação
aos métodos utilizados para sua obtenção e análise. O ADNI, estudo americano multicêntrico já
citado anteriormente, buscou resolver esta questão ao propor uma metodologia padrão a ser
seguida nos 56 centros participantes. A primeira análise dos biomarcadores no LCR neste
estudo foi publicada em junho/09, no Annals of Neurology. Nela, uma razão Aβ42 : t-tau
característica de DA foi evidenciado em 33 dos 37 pacientes com CCL que evoluíram para DA
nos 12 meses de observação (88). Estes dados preliminares são bastante encorajadores e há
grande expectativa pela publicação dos resultados finais em 2010.
! No CCS, alterações no LCR também foram detectadas. Uma pesquisa recente usando
dados da iniciativa da União Européia conhecida como DESCRIPA: Development of screening
guidelines and criteria for predementia Alzheimer’s disease demonstrou que indivíduos com CCS
apresentaram características de DA (Aβ42 : t-tau) no LCR com maior frequência do que
controles assintomáticos. Esse perfil foi encontrado em 31 dos 60 pacientes com CCS (52%),
contra apenas 28 dos 89 controles (31%) (89).
16
V. DPAZ - DIAGNÓSTICO PRECOCE E PREVENÇÃO DA DOENÇA DE
ALZHEIMER: uma iniciativa brasileira
17
V.ii Linhas de pesquisa
! Todas as linhas de pesquisa no EBPA, sejam elas básicas ou clínicas, utilizando métodos
de whole systems ou randomizados/controlados, resultarão em dados inéditos na população
brasileira. A utilização da Huperzina A e DHA nos estágios de CCS e CCL e a análise de seus
efeitos na neuroimagem, expressão genética e biomarcadores do LCR serão pioneiros a nível
mundial, assim como a inclusão de um “pacote” de intervenções não-medicamentosas.
18
V.iii Protocolos - próximos passos
• Desenho da pesquisa
• Medidas de resultado
• Considerações estatísticas
• Custo
19
V.iv Adendo: o DHA, a Huperzina A e a Doença de Alzheimer
! O DHA é um ácido graxo poliinsaturado (AGPI) de cadeia longa do tipo ômega-3, com
algas, peixes oleosos e suplementos alimentares constituindo suas principais fontes. Uma
pequena quantidade é metabolizada internamente a partir do ácido α-linoleico (ALA), um outro
ômega-3 de origem vegetal.
! O DHA é o principal AGPI na estrutura do sistema nervoso central, onde compõe a
maior parte dos fosfolipídeos das membranas plasmáticas neuronais, garantindo sua integridade.
Atua, ainda, reduzindo a inflamação celular e vascular no cérebro, reduzindo os níveis de
substâncias pró-inflamatórias como o tromboxano (TXA2) e aumentando substâncias
antiinflamatórias como a prostaciclina (PGI2). Outros efeitos incluem: o aumento da perfusão
sanguínea e da oferta de oxigênio, a formação de centros de comunicação sináptica, além da
neutralização de radicais livres e aumento dos níveis de acetilcolina, entre vários outros (90).
! Estudos epidemiológicos longitudinais sugerem que dietas com níveis mais altos de
DHA podem proteger contra a DA (91)(92). Uma pesquisa ancilar do Framingham Heart Study
mediu os níveis séricos de DHA em 889 indivíduos sem DA, com média de idade de 76 anos e os
acompanhou durante 9,1 anos. O risco de desenvolvimento de demência por qualquer causa foi
47% menor naqueles indivíduos com maiores níveis de DHA (92).
! Alguns estudos clínicos randomizados já estudaram a suplementação com DHA para o
tratamento da DA . Nenhuma pesquisa evidenciou benefício de forma clara, porém no estudo
OmegAD - Omega-3 and Alzheimer's Disease (2006), aqueles com DA muito leve se
beneficiaram durante os curtos 6 meses de acompanhamento. O estudo de van de Rest (2008)
não demonstrou nenhum benefício em 6 meses. A fim de resolver a questão, um estudo ancilar
do ADCS - Alzheimer Disease Cooperative Study (2009), pesquisou a suplementação com 2g/
dia de DHA por 18 meses em 402 pacientes com DA leve a moderada. Não houveram diferenças
estatísticas nos parâmetros utilizados na população total, apesar de uma taxa de declínio menor
ter sido observada na subpopulação não-portadora do apoE ε4 (93)(94)(95).
! Já no CCL, o MIDAS - Memory Improvement with DHA Study (2009) avaliou o uso de
900mg/dia de DHA por 6 meses em 485 pacientes. Os participantes que receberam o DHA
tiveram uma performance 2 vezes melhor em um teste cognitivo - o CANTAB Paired Associate
Learning (PAL) - do que aqueles que receberam placebo (96).
20
! A Huperzina A é um alcalóide encontrado no musgo Huperzia serrata, que vem sendo
usado na medicina tradicional chinesa há séculos para o tratamento de edemas, febre e doenças
hematológicas. Recentemente, foi descoberto que esta substância é um potente inibidor seletivo
da colinesterase, além de também proteger contra a excitotoxidade induzida por glutamato.
Estudos de cultura de células e com animais evidenciaram que ela modifica positivamente o
processamento cerebral do peptídeo beta-amilóide, reduz o estresse oxidativo, protege os
neurônios contra apoptose (morte celular programada) e regula a expressão e a atuação do fator
de crescimento neuronal (97).
! Duas meta-análises publicadas por autores chineses em 2009, na Cochrane Review e no
Journal of Neural Transmission, concluíram que a administração oral da Huperzina A teve
efeitos benéficos na função cognitiva, transtornos comportamentais e performance funcional de
pacientes com DA, com boa tolerabilidade. Todavia, as poucas pesquisas incluídas nestes
trabalhos não eram de boa qualidade metodológica, o que fez com que os autores reforçassem a
necessidade de mais estudos na área (98)(99).
! Em resposta, um estudo fase II multicêntrico, com duração de 16 meses em 210
pacientes americanos com DA leve a moderada já foi concluído, mas ainda não publicado (100).
No entanto, uma revisão do uso da Huperzina A na DA pelo investigador principal, publicada no
periódico Expert Opinion on Investigational Drugs adiantou que a dose de 800mcg/dia
demontrou benefício na escala cognitiva utilizada, a ADAS-Cog (101).
21
VI. REFERÊNCIAS
1) Jackson R, et al. Latin America’s Aging Challenge. Global Aging Initiative – Center for Strategic and
International Studies. Março 2009.
2) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Projeção da População do Brasil por sexo e idade
1980-2050. Revisão 2008.
3) Alzheimer’s Disease International. World Alzheimer Report 2009. Acessado em 02/10/09 de http://
www.alz.co.uk/research/worldreport/
4) Alzheimer’s Association. 2009 Alzheimer’s Disease Facts and Figures. Acessado em 02/10/09 de http://
www.alz.org/alzheimers_disease_facts_figures.asp
5) Veras RP e cols. Avaliação dos gastos com o cuidado do idoso com demência. Rev. psiquiatr. clín. vol.34 no.
1 São Paulo 2007
6) ABRAz: Associação Brasileira de Alzheimer. Carta de Pernambuco, 2008. Acessado em 03/10/09 de http://
www.abraz.com.br/interna.aspx?portalid=HJEKSRWO&areaid=DLDKSQSM&pagid=EMECPQOK&navid
7) Plassman BL, et al. Prevalence of dementia in the United States: the aging, demographics, and memory
study. Neuroepidemiology. 2007;29(1-2):125-32.
8) Kemppainen NM, et al. Cognitive reserve hypothesis: Pittsburgh Compound B and fluorodeoxyglucose
positron emission tomography in relation to education in mild Alzheimer's disease. Ann Neurol. 2008 Jan;63
(1):112-8.
9) Herrera E, et al. Epidemiologic survey of dementia in a community-dwelling Brazilian population. Alzheimer
Dis Assoc Disord; 16(2): 103-8, 2002 Apr-Jun.
10) Nitrini R, et al. Incidence of dementia in a community-dwelling Brazilian population. Alzheimer Dis Assoc
Disord 2004 Oct-Dec; 18(4):241-6.
11) Lopes MA. Estudo epidemiológico de prevalência de demência em Ribeirão Preto/ Epidemiological survey of
prevalence of dementia in Ribeirão Preto. Tese de doutorado em Pasiquiatria, Faculdade de Medicina USP,
publicada em 23/04/2007. Acessado em 13/10/09 de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/
5/5142/tde-18042007-110300/
12) Bottino CM, et al. Estimate of dementia prevalence in a community sample from Sao Paulo, Brazil. Dement
Geriatr Cogn Disord; 26(4): 291-9, 2008.
13) Schneider JA, et al. Mixed brain pathologies account for most dementia cases in community-dwelling older
persons. Neurology 2007; 69:2197-2204
14) Clarfield AM. The decreasing prevalence of reversible dementias: an updated meta-analysis. Arch Intern Med
2003 Oct 13;163(18):2219-29.
15) Nitrini R, et al. Diagnóstico de doença de Alzheimer no Brasil: critérios diagnósticos e exames
complementares. Recomendações do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento
da Academia Brasileira de Neurologia. Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.63 no.3a São Paulo Sept. 2005
22
16) McKhann G, et al. Clinical diagnosis of Alzheimer's disease: report of the NINCDS-ADRDA Work Group
under the auspices of Department of Health and Human Services Task Force on Alzheimer's Disease".
Neurology, Jul 1984; 34: 939
17) Raina P, et al. Effectiveness of cholinesterase inhibitors and memantine for treating dementia: evidence review
for a clinical practice guideline. Ann Intern Med. 2008 Mar 4;148(5):379-97.
18) Courtney C, et al. Long-term donepezil treatment in 565 patients with Alzheimer's disease (AD2000):
randomised double-blind trial. Lancet 2004 Jun 26;363(9427):2105-15.
19) Grossberg GT, Desai AK. Management of Alzheimer's disease. J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2003 Apr;58(4):
331-53.
20) Sano M, et al. A controlled trial of selegiline, alpha-tocopherol, or both as treatment for Alzheimer's disease.
The Alzheimer's Disease Cooperative Study. N Engl J Med 1997 Apr 24;336(17):1216-22.
21) Birks J, Grimley Evans J. Ginkgo biloba for cognitive impairment and dementia.Cochrane Database Syst Rev.
2007 Apr 18;(2):CD003120.
22) Aisen PS, et al. Effects of rofecoxib or naproxen vs placebo on Alzheimer disease progression: a randomized
controlled trial. JAMA 2003 Jun 4;289(21):2819-26.
23) Aisen PS, et al. High-dose B vitamin supplementation and cognitive decline in Alzheimer disease: a randomized
controlled trial. JAMA. 2008 Oct 15;300(15):1774-83.
24) Petersen RC, et al. The Mayo Clinic study of aging: Incidence of mild cognitive impairment. Alzheimer's &
Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association July 2008 (Vol. 4, Issue 4, Page T130).
25) Petersen RC, et al. Vitamin E and donepezil for the treatment of mild cognitive impairment. N Engl J
Med 2005 Jun 9;352(23):2379-88.
26) Petersen RC, et al. Mild cognitive impairment: clinical characterization and outcome. Arch Neurol
1999 Mar;56(3):303-8.
27) Busse A, et al. Mild cognitive impairment: long-term course of four clinical subtypes. Neurology. 2006
Dec 26;67(12):2176-85.
28) Wolk DA, et al. Amyloid imaging in mild cognitive impairment subtypes. Ann Neurol. 2009 May;65
(5):557-68.
29) Ganguli M, et al. Mild cognitive impairment, amnestic type: an epidemiologic study. Neurology 2004
Jul 13;63(1):115-21.
30) Larrieu S, et al. Incidence and outcome of mild cognitive impairment in a population-based
prospective cohort. Neurology 2002 Nov 26;59(10):1594-9.
31) Winblad B, et al. Safety and efficacy of galantamine in subjects with mild cognitive impairment. Neurology.
2008 May 27;70(22):2024-2035.
23
32) Dekosky ST, et al. Ginkgo biloba for Prevention of Dementia: A Randomized Controlled Trial. JAMA. 2008
Nov 19;300(19):2253-2262.
33) Martin BK, et al. Cognitive function over time in the Alzheimer's Disease Anti-inflammatory Prevention Trial
(ADAPT): results of a randomized, controlled trial of naproxen and celecoxib. Arch Neurol. 2008 Jul;65(7):
896-905.
34) Grimley Evans J, et al. Dehydroepiandrosterone (DHEA) supplementation for cognitive function in healthy
elderly people. Cochrane Database Syst Rev. 2006 Oct 18;(4):CD006221.
35) McMahon JA, et al. A controlled trial of homocysteine lowering and cognitive performance. N Engl J Med.
2006 Jun 29;354(26):2764-72.
36) McGuinness B, et al. The effects of blood pressure lowering on development of cognitive impairment and
dementia in patients without apparent prior cerebrovascular disease. Cochrane Database Syst Rev. 2006 Apr
19;(2):CD004034.
37) Saxby BK, et al. Candesartan and cognitive decline in older patients with hypertension: a substudy of the
SCOPE trial. Neurology. 2008 May 6;70(19 Pt 2):1858-66.
38) Peters R, et al. Incident dementia and blood pressure lowering in the Hypertension in the Very Elderly Trial
cognitive function assessment (HYVET-COG): a double-blind, placebo controlled trial. Lancet Neurol. 2008
Aug;7(8):683-9. Epub 2008 Jul 7.
39) Abbatecola AM, et al. Postprandial plasma glucose excursions and cognitive functioning in aged type 2
diabetics. Neurology. 2006 Jul 25;67(2):235-40.
40) Scarmeas N, et al. Physical Activity, Diet, and Risk of Alzheimer Disease. JAMA. 2009;302(6):627-637.
41) Scarmeas N, et al. Mediterranean diet and mild cognitive impairment. Arch Neurol. 2009 Feb;66(2):216-25.
42) Larson EB, et al. Exercise is associated with reduced risk for incident dementia among persons 65 years of age
and older. Ann Intern Med. 2006 Jan 17;144(2):73-81.
43) Ravaglia G, et al. Physical activity and dementia risk in the elderly: findings from a prospective Italian study.
Neurology. 2008 May 6;70(19 Pt 2):1786-94.
44) Fratiglioni L, et al. An active and socially integrated lifestyle in late life might protect against dementia. Lancet
Neurol 2004 Jun;3(6):343-53.
45) Barnes LL, et al. Social resources and cognitive decline in a population of older African Americans and whites.
Neurology 2004 Dec 28;63(12):2322-6.
46) Verghese J, et al. Leisure activities and the risk of amnestic mild cognitive impairment in the elderly.
Neurology. 2006 Mar 28;66(6):821-7.
47) Bennett DA, et al. The effect of social networks on the relation between Alzheimer's disease pathology and
level of cognitive function in old people: a longitudinal cohort study. Lancet Neurol. 2006 May;5(5):406-12.
48) Wilson RS, et al. Relation of cognitive activity to risk of developing Alzheimer disease. Neurology. 2007 Nov
13;69(20):1911-20.
24
49) Reisberg B, et al. The pre-mild cognitive impairment, subjective cognitive impairment stage of Alzheimer’s
disease. Alzheimer’s & Dementia 4 (2008) S98 –S108
50) Prado MA e cols. Envelhecimento e memória: foco na doença de Alzheimer. Revista USP, São Paulo, n.75, p.
42-49, setembro/novembro 2007
51) Prichep LS, et al. Prediction of longitudinal cognitive decline in normal elderly with subjective complaints
using electrophysiological imaging. Neurobiol Aging 2006;27:471-81
52) ADNI: Alzheimer’s Disease Neuroimage Initiative. Acessado em 10/10/09 de http://www.adni-info.org/
53) AIBL: The Australian Imaging, Biomarker & Lifestyle Flagship Study of Ageing. Acessado em 10/10/09 de
http://www.aibl.csiro.au/
54) Henderson AS, et al. Apolipoprotein E allele epsilon 4, dementia, and cognitive decline in a population sample.
Lancet 1995 Nov 25;346(8987):1387-90.
55) Polvikoski T, et al. Apolipoprotein E, dementia, and cortical deposition of beta-amyloid protein. N Engl J Med
1995 Nov 9;333(19):1242-7.
56) Chapman J, et al. ACE, MTHFR, factor V Leiden, and APOE polymorphisms in patients with vascular and
Alzheimer's dementia. Stroke 1998 Jul;29(7):1401-4.
57) Bahia VS, et al. Polymorphisms of APOE and LRP genes in Brazilian individuals with Alzheimer disease.
Alzheimer Dis Assoc Disord; 22(1): 61-5, 2008 Jan-Mar.
58) de-Andrade FM, et al. Association of apolipoprotein E polymorphism with plasma lipids and
Alzheimer's disease in a Southern Brazilian population. Braz J med Biol Res; 33(5): 529-37, 2000
May.
59) Myers RH, et al. Apolipoprotein E epsilon4 association with dementia in a population-based study: The
Framingham study. Neurology. 1996 Mar;46(3):673-7.
60) Slooter AJ, et al. The impact of APOE on myocardial infarction, stroke, and dementia: the Rotterdam Study.
Neurology 2004 Apr 13;62(7):1196-8.
61) Martins CA, et al. APOE alleles predict the rate of cognitive decline in Alzheimer disease: a nonlinear model.
Neurology. 2005 Dec 27;65(12):1888-93.
62) Mori E, et al. Accelerated hippocampal atrophy in Alzheimer's disease with apolipoprotein E epsilon4 allele.
Ann Neurol. 2002 Feb;51(2):209-14.
63) Scarmeas N, et al. Association between the APOE genotype and psychopathologic symptoms in Alzheimer's
disease. Neurology. 2002 Apr 23;58(8):1182-8.
64) Drzezga A, et al. Effect of APOE genotype on amyloid plaque load and gray matter volume in Alzheimer
disease. Neurology. 2009 Apr 28;72(17):1487-94.
65) Fernandez LL. Is MTHFR polymorphism a risk factor for Alzheimer's disease like APOE?. Arq. Neuro-
Psiquiatr. vol.63 no.1 São Paulo Mar. 2005
66) Larrandaburu M e cols. Determinaçãodas variantes alélicas da apo E em pacientes com doença de Alzheimer no
Rio Grande do Sul. Rev Bras Gen1997;20 (Supp):S215.
25
67) Cação JC, et al. Apolipoprotein e polymorphism in first-degree relatives of patients with familial or sporadic
Alzheimer's disease. Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.65 no.2A São Paulo June 2007
68) Tschanz JT, et al. Conversion to dementia from mild cognitive disorder: the Cache County Study. Neurology.
2006 Jul 25;67(2):229-34.
69) Petersen RC, et al. Apolipoprotein E status as a predictor of the development of Alzheimer's disease in
memory-impaired individuals. JAMA 1995 Apr 26;273(16):1274-8.
70) Dik MG, et al. Memory complaints and APOE-epsilon4 accelerate cognitive decline in cognitively normal
elderly. Neurology 2001 Dec 26;57(12):2217-22.
71) Garcia AN, et al. APOE-epsilon4 polymorphism and cognitive deficit among the elderly population of
Fernando de Noronha. Arq Neuropsiquiatr; 66(2B): 298-302, 2008 Jun.
72) Bertram L, Tanzi RE. Genome-wide association studies in Alzheimer’s disease. Human Molecular Genetics,
2009, Vol. 18, Review Issue 2
73) Bertram L, et al. Systematic meta-analyses of Alzheimer disease genetic association studies: the AlzGene
database. 1: Nat Genet. 2007 Jan;39(1):17-23.
74) Desikan RS, et al. MRI measures of temporoparietal regions show differential rates of atrophy during
prodromal AD. Neurology. 2008 Sep 9;71(11):819-25.
75) DeCarli C, et al. Qualitative estimates of medial temporal atrophy as a predictor of progression from mild
cognitive impairment to dementia. Arch Neurol. 2007 Jan;64(1):108-15.
76) Grambaite R, et al. White matter diffusivity predicts memory in patients with subjective and mild cognitive
impairment and normal CSF total tau levels. J Int Neuropsychol Soc. 2009 Oct 19:1-12. [Epub ahead of print]
77) Wolk DA, et al. Amyloid imaging in mild cognitive impairment subtypes. Ann Neurol. 2009 Jul;66(1):123.
78) Saykin AJ, et al. Older adults with cognitive complaints show brain atrophy similar to that of amnestic MCI.
Neurology 2006;67:834 – 42. 2000.
79) van der Flier WM, et al. Memory complaints in patients with normal cognition are associated with smaller
hippocampal volumes. J Neurol 2004;251:671–5.
80) Rimajova M, et al. Fluoro-2-deoxy-D-glucose (FDG)-PET in APOEepsilon4 carriers in the Australian
population. J Alzheimers Dis. 2008 Mar;13(2):137-46.
81) Hansson O, et al. Association between CSF biomarkers and incipient Alzheimer's disease in patients with mild
cognitive impairment: a follow-up study. Lancet Neurol. 2006 Mar;5(3):228-34.
82) Ewers M, et al. Multicenter assessment of CSF-phosphorylated tau for the prediction of conversion of MCI.
Neurology. 2005 Nov 8;65(9):1502-3.
83) Graff-Radford NR, et al. Association of low plasma Abeta42/Abeta40 ratios with increased imminent risk for
mild cognitive impairment and Alzheimer disease. Arch Neurol. 2007 Mar;64(3):354-62.
84) Li G, et al. CSF tau/Abeta42 ratio for increased risk of mild cognitive impairment: a follow-up study.
Neurology. 2007 Aug 14;69(7):631-9.
26
85) Snider BJ, et al. Cerebrospinal fluid biomarkers and rate of cognitive decline in very mild dementia of the
Alzheimer type. Arch Neurol. 2009 May;66(5):638-45.
86) Maruyama M, et al. Cerebrospinal fluid neprilysin is reduced in prodromal Alzheimer's disease. Ann Neurol
2005 Jun;57(6):832-42.
87) Zhong Z, et al. Levels of beta-secretase (BACE1) in cerebrospinal fluid as a predictor of risk in mild cognitive
impairment. Arch Gen Psychiatry. 2007 Jun;64(6):718-26.
88) Shaw LM, et al. Cerebrospinal Fluid Biomarker Signature in Alzheimer’s Disease Neuroimaging Initiative
Subjects. Ann Neurol. 2009 April ; 65(4): 403–413.
89) Visser PJ, et al. Prevalence and prognostic value of CSF markers of Alzheimer's disease pathology in patients
with subjective cognitive impairment or mild cognitive impairment in the DESCRIPA study: a prospective
cohort study. Lancet Neurol. 2009 Jul;8(7):619-27.
90) Singh M. Essencial fatty acids, DHA, and human brain. Indian Journal of Pediatrics, Volume 72 - March,2005
91) Morris MC, et al. Consumption of fish and n-3 fatty acids and risk of incident Alzheimer disease. Arch Neurol
2003 Jul;60(7):940-6.
92) Schaefer EJ, et al. Plasma phosphatidylcholine docosahexaenoic Acid content and risk of dementia and
Alzheimer disease: the framingham heart study. Arch Neurol. 2006 Nov;63(11):1545-50.
93) Freund-Levi Y, et al. Omega-3 fatty acid treatment in 174 patients with mild to moderate Alzheimer
disease: OmegAD study: a randomized double-blind trial. Arch Neurol. 2006 Oct;63(10):1402-8.
94) van de Rest O, et al. Effect of fish oil on cognitive performance in older subjects: a randomized,
controlled trial. Neurology. 2008 Aug 5;71(6):430-8.
95) Quinn et al. A clinical trial of docosahexanoic acid (DHA) for the treatment of Alzheimer's disease. Alzheimers
and Dementia, 2009; 5 (4): P84
96) Yurko-Mauro et al. Results of the MIDAS trial: Effects of docosahexaenoic acid on physiological and safety
parameters in age-related cognitive decline. Alzheimers and Dementia, 2009; 5 (4): P84
97) Zhang HY, Tang XC. Neuroprotective effects of huperzine A: new therapeutic targets for neurodegenerative
disease. Trends Pharmacol Sci. 2006 Dec;27(12):619-25.
98) Wang BS, et al. Efficacy and safety of natural acetylcholinesterase inhibitor huperzine A in the treatment of
Alzheimer’s disease: an updated meta-analysis. Journal of Neural Transmission Volume 116, Number 4 /
April, 2009
99) Li J, et al. Huperzine A for Alzheimer's disease. The Cochrane Database of Systematic Reviews 2009 Issue 4.
100) Aisen PS, et al. A Multi-Center, Double-Blind, Placebo-Controlled Therapeutic Trial to Determine Whether
Natural Huperzine A Improves Cognitive Function. Acessado em 16/10/09 de http://clinicaltrials.gov/ct2/
show/NCT00083590?term=huperzine+A&rank=1
101) Little JT, et al. An update on huperzine A as a treatment for Alzheimer's disease. Expert Opinion on
Investigational Drugs February 2008, Vol. 17, No. 2, Pages 209-215
27