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Mulher morre em microlipoaspiração

Bonita, casada, com uma filha de 4 anos e uma preocupação constante: manter
o corpo em forma. Silvana Turine Augusto fazia ginástica, mas o excesso de
gordura no quadril a incomodava. Foi isso que motivou a advogada a procurar
uma clínica para fazer uma cirurgia estética.

“Ela viu o médico numa revista, depois pesquisou na internet e foi consultá-lo”,
conta o marido, Paulo de Tarso Augusto Jr.

Silvana fez a cirurgia com anestesia local. Passou mal e foi levada para o
hospital. “A informação que a médica do pronto-socorro informou que ela
chegou morta”, diz o marido.

A clínica do médico Bruno Molinari foi interditada pela Vigilância Sanitária. E a


morte de Silvana virou caso de polícia.

Disposta a fazer a lipoaspiração, Silvana não se abalou com o aspecto da sala


de cirurgia, montada num quarto da clínica do doutor Bruno Molinari. O
Fantástico teve acesso a um vídeo feito depois da morte dela. Os funcionários
tiveram tempo de limpar tudo. Mesmo assim, as imagens chocaram os técnicos
da Vigilância Sanitária. A diretora e um farmacêutico da vigilância examinaram
o vídeo, e apontaram as falhas da clínica.

“É uma clinica desorganizada, despreparada para fazer procedimento invasivo e


com risco de transmissão de infecção”, avalia a diretora da Vigilância Sanitária,
Yara Alves Camargo.

“São medicamentos abertos, agulhas, utilizadas sem identificação, sem


condições de qualidade de segurança para o paciente e para quem faz
manipulação”, afirma Paulo Nakano Jr., farmacêutico da Vigilância Sanitária, de
São Paulo.

Vários medicamentos estavam com prazo de validade vencido e muitos,


armazenados em locais impróprios, como o banheiro.

A Vigilância Sanitária constatou que a clínica também não tem equipamento


para reanimar um paciente em choque.

“A quantidade de equipamentos dele era insuficiente para procedimento de


reanimação cardiorespiratória”, aponta Yara Alves de Camargo, diretora da
Vigilância Sanitária, de São Paulo.
Semanas antes da morte de Silvana, o Fantástico conversou com o médico,
para uma reportagem sobre tratamento estético. A reportagem não foi exibida.
Na entrevista, Bruno Molinari fala sobre a técnica que ele usa, a
hidrolipoaspiração

“O segredo é essa solução de soro, adrenalina, bicarbonato, e anestésico, que


você incha esse tecido e faz com que a célula de gordura seja aspirada junto
com tecido”, explicou o médico em outubro de 2005.

“Hidrolipoaspiração é uma distorção da lipoaspiração verdadeira; para tornar o


procedimento aparentemente menos perigoso ou menor”, explica Vera Cardim,
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Procurado novamente pelo Fantástico, esta semana, o médico só aceitou falar


por telefone. “Nisso apresentou quadro alucinatório, começou a gritar, balbuciar
feito criança. Teve quadro de crise convulsiva, imediatamente chamamos o
serviço de remoção, de ambulância”, disse o médico.

Com a demora da ambulância, o médico levou Silvana no próprio carro. Disse


que ela chegou viva ao hospital.

“Ela estava viva, com batimento cardíaco. Tanto que o hospital acolheu a
paciente para manobras cardiorespiratórias”, disse o médico.

O hospital contesta. “A equipe medica que a atendeu, após exames e


aparelhos, verificou que estava em óbito”, afirma Antônio Carlos Pereira,
Diretor do hospital.

A polícia instaurou inquérito para apurar o que realmente aconteceu.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), alerta: a lipoaspiração não


pode ser tratada como um procedimento simples. É uma cirurgia agressiva, que
deve ser feita por médicos capacitados, em clinicas equipadas ou hospitais.
Mesmo uma anestesia local, que aparentemente não oferece risco, pode ser
perigosa.

“Mais de dois vidrinhos de xilocaína anestésico local comum podem matar por
convulsão”, alerta Vera Cardi, da SBCP.

Silvana consultou um endocrinologista, antes da lipoaspiração, para tentar


emagrecer. Em nota, o médico diz que aconselhou a paciente a fazer exercícios
e mudar a alimentação e não sabia que a advogada ia fazer cirurgia.

O médico diz que ela escondeu dele alguns remédios que ela estava tomando,
isso pode ter provocado a convulsão e até parada cardíaca. “Eu acredito que
não, não tinha por que esconder, os remédios não eram proibidos”, diz o
marido de Silvana.

Só os exames do Instituto Médico Legal vão apontar a causa da morte de


Silvana. Na internet já há uma página, num site de relacionamentos, com
outras supostas vítimas do doutor Bruno. São homens e mulheres que
passaram pela clínica e ficaram com seqüelas. No caso de Silvana, não há mais
reparo.

“Se ele for responsável, tem que ser punido”, sentencia o marido de Silvana.

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