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A politica exterior da Republica (1889-1902) no exterior ao novo regime No plano estitamente diplomético, no houve solugéo de conti- ‘representacao diplomética por ocasiao do advento da Repiibli- .d0 informa o Relatdrio apresentado pelo primeiro-ministro ss Exteriores republicano, Quintino Bocaitiva, ao Governo, ‘As nag6es americanes acolheram com apleuso ¢solidariedade 0 1e. Uruguai ¢ Argentina foram os primeiros paises a lo; 0 primeiro em 20 e 0 segundo em 29 de novembro de mnhecimento do Chile ocorreu logo depois, em 13 de de- do mesmo ano. -gactio do Brasil em Washington, em oficio de 20 de novem- 889, deu conta a Quintin Bocaidva que o secretério de Esta- ‘orte-americano, Blaine, considerava a Reptblica fato consuma- manifestava a intencio de reconhecer imediatamente 0 novo ‘Com efeito, Blaine autorizou o representante norte-ametica- rasil, Robert Adams, a manter relacdes diplométicas com 0 0 ProvisGrio recém-instalado. Havia boa vontade por parte do vero norte-americano, desejoso de néo baixar o nfvel em que en- se encontravam as cordiais relagdes de amizade entre os dois ses. Dois dias apés, a legacdo completava a informacdo, obscrvando 0 advento da Repiblica fora bem acolhido na imprensa norte- asl, Ministério das Relaghs Exteriors, Relarério, 1891. p.6. 152 Amado Luiz Cervo e Clodoaldo Bueno Histéria da politica exterior do Brasil 353 americana, que enfatizou 0 fato de derramamento de sangue. Pouco depois, informar que 0 governo norte-americano tados Unidos reconhecen a Repitblica e em 20 de fevereiro foi ‘unanimemente pelo Congresso daquele pafs mocio de con- I ago a0 povo brasileiro pela adogHo da nova forma de governo. ‘0 Congzesso Constituinte brasileiro, cuja primeira sessto deu-se "15.de novenbro de 1890, em retribuicao, votou mensagem na de resolucto conjunta para expressar ‘emnome do povo brasileiro ao povo dos Estados Unidos da Amé- 3s mesmos Estados; afirmar ainda uma vez e por | cesta forma o sentimento da solidariedade que oliga 20 povo ame~ ricano no empenho de manter ede honrar a instituigdo do governo republicano procurando, com o bem-estar da comunhio nacional, | a felicidade e a paz para todos os povos.? ‘va norte-americana ~ embora por pouco tempo — causou es ¢ ja contra as expectativas de Quintino Bocaiiva. O ministro plenipotenciério do Brasil em Washington, Sal de Mendonga, informado de que as poténcias européias ni recederiam aos Estados Unidos no reconhecimento, empenhou. 1o sentido de consegui-Io, fazendo chegar ao Departamento de do, de modo indi Estados Unidos os ‘me, antecipando-se a qualquer poténcia enropéia. Em dezembro de 1889, foi posta em votacio no Senado ni americano mogdo de um de seus integrantes, Morgan, recoment © imediato reconhecimento formal da Repiblica. As opiniées no Coal ‘gresso estavam divididas a respeito, Havia 0 receio de que a mudati Ge regime fosse deconréncia de simples quartelada, sem apoio da {ade nacional. Os que argumentavam a favor levavam em conta Apesar da vacilagio, o reconhecimento formal da Repiiblica pelos ios Unidos foi relativamente répido e antecipado ao das Gias, Este fato © a mogtio congratulatdria demonstram o inte- ‘da poténcia do Norte em, no embalo da mudanca de institui- @éstreitar as relagées com 0 Brasil. Isto vinha ao encontro do jo dos novos donos do poder no Brasil. Com efeito, uma das 28 mais significativas imposta pelo novo regime &s relagdes ionais do pais foi o direcionamento destas para os Estados - Para esta aproximacio & poténcia hegemOnica do hemisfé- ‘Concorreram Quintino Bocaitiva e, de modo especial, Salvador de ‘onga? Gea Breenha, ogo apés © Quinze de Novembro, continuou tendo relagdes oficiosas. O Foreign Office aceitou a Repiblica fato consumado, mas protelou o reconhecimento formal a fim ‘26es de outra natureza: 0 reconhecimento serviria para “obstar as tna Guinagdes européias, que poriam em perigo o novo regime”, segun nanragao do representante brasileiro, Além disso, a demora no repiblicas deste hemisfério contra as monarquias”, Parte da opin Yislumbrava, pragmeticamente, a oportunidade de os Estados Uni terem o Brasil sob sua érbite de influé Apesar de, acerta altura, tere © Execativo norte-americanos, em 29 ise Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaltio Bueno de evitar cometer ato precipitado. Por isso preferiu aguardar a a capital da nova Rept para eventual protecdo dos interesses ingleses, uma vez que con: ago deveras calma. Isto todavia no si vantasse a suspeita de que a Gra-Bretanha quisesse seus neg ‘0 primeiro aniversétio do novo regime 1890), que coincide com a primeira sesso do Congreso Constit ist briténico Salisbury determinou que os navios de saudassem a bandeira do Brasil, atitude que, na seu reconhecimento, embora, formalmente, a referida qi de limites. Embora a maior parte dos paises da Europa (Ale © 13 dez, 1890; Relarério do 9 Histéria da politica exterior do Brasil serra, Bélgica, Itélia, Espanha e Portugal) tenham aguardado a de eleigdes, no geral a Repablica nfo teve problemas para ida pelas nagbes do Velho Mundo. A Riissia foi excecio, sreconheceu a Repuiblica em 26 de maio de 1892, apés a morte Pedro IL* fas comunicagdes oficiais, o transcurso de um regime para ou- eu de modo trangiiilo. Uma observagao acurada, todavia, gue em outras esferas houve alguns sobressaltos. Quatro dias Proclamagio da Repiblica, 0 ministro do Brasil em Londres a Quintino Bocaitiva que, & vista to de que o Brasil estava ligado 8 Inglaterra por interes- smerciais ¢ financeiros.* relativa demora do Foreign Office em reconhecer formal- te a Repiblica trouxe certa apreensio, ditada parte da opinio i Histéria da politica exterior do 6: ptando-se 0s exageros e respectivos desmentidos. No ano de \ emrazio dos distirbios intemos, as noticias desfavoraveis ¢ as vyeementes a0 Bi intensificaram na imprensa londrina. jo Joo Artur de Sousa Coréa, representante do Brasil na setanha, 0s acontecimentos politicos no Rio Grande do Sul eram, nal apreciados, em razio do que enviava desmentidos por meio as redacdes.” smo apés 0 término da Revolta da Armada e jé de Morais, o influente The Times de Londres, na jo de 1894, fez julgamento severo a respeito di gue se referia a sua tranqiiilidade politica sido a possibilidade de pronunciamento, pois poderia surgir um Ivador da sociedade” no Rio de Janeiro. Dizia ainda que do “benévolo e pacifico govemo de dom Pedro, a administra- ppais tem caido nas mos de especuladores ¢ aventureiros”, idéncias de Deodoro ¢ Floriano teriam sido para 0 porto de Santos -, sobre as possibilidades comerciais qu apresentavam aos ingleses nos recém-instalados estados de Sao P: Parand e Santa Catarina, ¢ de ter reconhecido que houve liber nna atiministracio da coisa piblica, recomendou 20s eventuais co Glantes ou investidores interessados no Brasil serem cautel que se chegasse a uma definig&o clara do quadro politico e & lidago da nova situacio? A pattir de entio, as apreciacbes favordveis sobre @ Rep: ca, decortentes da maneira pactfica com que ela se instalou, receram. As severas observacses sobre a situacdo geral do pais criticas & administracZo piiblica ~ sobretudo apés a reforma de Barbosa ~ nfo cessaram e prolongaram-se até 0 advento do gove de Campos Sales. Em 1891, a grave crise politica intema que se instalou, ! pelos desentendimentos entre o Congresso ¢ Deodoro, e pelas; ‘apreciagOes feitas pelos observadores estrangeiros pareciam sages de favorecimento imputadas a este, foi atentamente acot as preocupagtes dos monarquistas. O bario do Rio Bran- hada pela imprensa londrina. Com a reitineia de Deodozo ¢ a ‘exemplo, ainda na condicdo de cénsul em Liverpool, vis seqlente ascensio de Floriano, renovaram-se as Vises sombrias abi i © futuro do Brasil. © conde Pago d’Arcos, ministro de Portugal Rio de Janeiro, vishumbrow o ingresso do pais numa era de promt mentos, exacerbacio da crise financeira, com risco de confl generalizada e até de desmembramento. Tais projecdes coincid uumasétie de agiotagem e peculato (J. A politica nara republica ha tem sido uma grande contenda entre turmas rivais de expeculadores [..J. Os brasileiros na verdade tém pouca azio para resultados da mudanca, que em 1889 fol acla- «mada como a inauguragao da idade de ouro." muitas chamadas repiblicas do hispano-americano, Temia pela manutencdo da ordem, da in- da prosperidade, ¢ pela consolidacto das liberdades no pais, eyendo imediatamente apés 0 advento do novo regime, observou mento ni era para se fazer ntre monarquia e Repi- de Londres,3¢ 26:0, 1891; 1895 (273/23), sebretudo 0 de 28 mar érgio C. da Costa Hi rie da politica exterior do Brasil iss obstante 0 citado representante 5m freqiténcia, de colaboracdo e in ‘do regime sobre as agéncias noti lanosos & em Londres. Assim, uma das principais leira, no inicio da ‘vida republicana, consis- Oficial, a diplomacia punha-se de sobreaviso."® A par da crise financeira estava a crise politica dos tailitares subseqUentes & Proclamagio da Repiiblica a contr formar uma imagem negativa do pafs, Ambas epareciam aa cio Confidencial de Londres, 14 maio 1890; Humberto Bastos| Historia da Brasil no exterior, como as localizadas na Ruissia, Suf Presson Catee tt por entender que néo havia entio interesse de qualquer que justificasse sua manutengao."* ancisco Coelho Dante Badaré preferia os consulados as lega- = ob 0 argumento de que pafses novos como o Brasil necessita- fomientar as suas relagdes comerciais, industriais ¢ econémicas. o.com referencia a atuacdo da diplomacia, afirmou, recebendo dos” de seus pares, que “nenhuma habilidade pode suprir 0 Esse deputado era, alis, a favor da zagio das relacées intemnacioniais do Brasil, com énfase para a do Sul. = Opinio nfo distante dessa tinha o senador por Sto Paulo, Manoel ise Barros, que chegava a afirmar a desnecessidade de o Bra- igdes prOsperas. Sendo esta a pri Pendente entre os dois Estados, no havia rezio para Iegag&o em Assunciio.'* Nadiscussio do primeiro orcamento republicano pelo Legisl em 1891, percebe-se que, as vezes, o motivo para a supres. Jegagdes no exterior néo era apenas por razdo de economia nos {os piiblicos, mas também pela tentativa de deslocar parte dos dig matas vindos do Império, sobretudo porque alguns deles, dizia ‘um compo diplomético. Um pafs ter representago numerosa 70, cheia de tradicio ¢ etiquetas, se Ihe afigurava como algo io da velha e carcomida Europa, inadequado 3s repiblicas ame- jcanas. Assim, no via por que manter legagdes na Suica, Austria, disia ¢ Suécia, pois o Brasil néo tinha negécio de qualquer espécie esses patses, tornando aqueles postos verdadeiras sinecuras. tava a existéncia de Iegagdes em Portugal, Franca, Inglaterra repiiblicas confiantes com o Brasil. Na hipétese de surgir algum cblema com 0 pafs no qual nao se tivesse representacao diplométi- incumbir-se-ia um enviado extraordindrio para tratar especifica- gente do eventual assunto; uma vez conclufdo, desapareceria arespec- iva despesa."* ‘A redagio final do projeto de 1894 (oriundo da Camara dos De- itados e emendado pelo Senado), que reorganizava o corpo diplo- ico, dé idéia de quais eram as reas que 0 Legislativo tinka como ‘priocitirias nas relacdes do Brasil com o exterior. As legagées na Gri-Bretanha e na Franga continuavam a ser vistas como mais im- rtantes, seguidas pelas situadas nos Estados Unidos, Argentina, iguai, Portugal, Alemanha ¢ Itdlia. A América do Sul passava a _ set objeto de mais atengdo, com a criagio de legagdes no Equador e “Colombia e a supressio da situada no México. Os argumentos cartar a possibilidade de que a extingo de legagbes, justificada: economia de recursos, visasse atingir determinado ministro ext dindtio. Sem propor substituicdo especitica de pessoas — atrib do Poder Executivo -, parte do Congresso procurava, de ontra ‘ma, atingit 0 mesmo objetivo, Os pontos de vista observados nos anos subseqiientes, supressio e manutengo de representagdes no exterior eram os, desencontrados. Vejam-se os exemplos mais elogtientes, deputado Homero Batista manifestou estranheza pelo fat Comissio de Orgamento, depois de propor a extingdo de ¥: Tegagbes, manter a do Peru, considerada de segunda classe. Para: arlamentar, melhor do que extinguir seria unir legacGes, a fim de: evitar a inconvenigncia de cortar relagdes diplométicas com v: paises. Concordou com a supressio da legagio situada em Si ACD, sesso de 21 set. 1891. ACD, sess do 25 sa. is do Senado Federal Bago. 1892, ), sesso de 18 out. 1895, 'S Anais da Cémara dos Depurados (ACD), sessi0 de 24 set. 1891 1s2 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno Historia da politica exterior do Brasil 363 geralmente invocados para a permanéncia ou criagdo de legacies, América do Sul eram, ao lado de razSes ditadas pelo romantism: das ligadas aos interesses comerciais, as questes de limit tes ¢ eventuais, No referente aos a0 fechamento de legagées." do da existéncia de corrente com: itura dos discursos parlamentares leva & conclusiio de que o intengio de se incentivar 0 comércio internacional com determit io das Relacdes Exteriores n&o gozava de prestigio no ‘rea. Em consulados importantes para as relagdes comerciais do ps ivo Federal. Além de se lhe destinar pequena dotagéo orca- ‘como, por exemplo, o de Liverpool, no houve qualquer alteracé tacia (a referente ao exereicio de 1892, por exemplo, nao chegou da receita), pedia-se o fechamento de algumas legagdes ¢ a jcagdo de outras. Além disso, observava-se por parte dos recém- a0 poder a tendéncia de aproximagao do Brasil com paises ‘no espago americano, notadamente os Estados Unidos, e de ito das relagdes com a Europa. ou @ argumentaco afirmando que, na hipstese de 0 corpo Assim, advogava-se a supressio da legacdo do Brasil na Suica otientacdo da politica externa se atentar para a descortesia em relagio 20 governo que aceit arbitrar a controvérsia Brasil-Franca pela posse do Amapé. Pedi tais parlamentares, que fossem extintas, entre outras, as legacdés situadas na Riissia e no Japao, sob a alegago de que faltavam: se-ia que havia confusio en: ‘A primeira impressio que se tem sobre a politica exterior repu- ou, mais precisamente, da inauguractio do novo regime a0 cio da sestio ‘Rio Branco, isto €, de 1889 a 1902, 6 a de que faltou impressdo € reforgada pelo méimero elevado de sucederam na direogo da pasta das Relagdes Exte- luindo-se os que a exerceram interinamente ¢ no se terminados paises, mantinham-se e criavam 7 ndo em conta o fato de Carlos Augusto de Carvalho ter servido republicano, Nao faltaram, toda’ " jgovernos Floriano Peixoto e Prudente de Morais. Nao se consi- Nilo Peganha, representante do Est as interinidades, o governo do marechal Deodoro (1889-1891) ‘exemplo de vor discordante no que se referia as extingdes ‘ministros das Relagbes Exteriores: Quintino Bocaitivae Justo s6es diplométicas. Via nisso grave erro politico, pois o Brasil poderia se auto-isolar, adotando uma postura destoante do estégio| que entZo se encontrava a sociedade intemacional. cosmopel era marca do discurso do parlamentar fluminense, que ainda ‘ée cou o papel representado pela diplomacia nas relagbes entre os Ei dos como meio de ditimir contendas de ordem intemnacionel. ‘importante era o argumento de que nao se poderia quebrar ami € desorganizar 0 servico dipiomatico por espirito de econo! 5 ACD, sessio de 27 ago. 1895. Mesmo com tantas alteragdes ministeriais podem-se detec certes constantes. Houve difeengas de conduta dentro do a exterior que Império, Imediatamente apés sua 1920, procurou ser pan-americanista ao buscar a aproximac Houve eriticas, naturalmente, como a que consta no livro do quista Eduardo Prado, A ilusao americana, publicado em 4 zembro de 1893, do entre os dois paises em 31 de janeiro de 18: nesse sentido, a primeira ruptura, pois a diplomacia do impéri havia negado & assinatura do tratado de reciprocidade propost as observadas no Congresso Nacional logo apés a inauguracio regime, no perfodo de euforia republicana. Jone Honério Rodrigu 5 Veja-se Arras (19 Histérie da politica exterior do Brasil ricanizagdo” no Manifesto do Partido Republicano de 1870 ~ que teve en- inentes figuras no cenério da politica exterior bi do Quinze de Novembro, aparece de modo explicito o dese- adeptos do novo partido em slterar a maneira pela qual vinham conduzidos os negécios exteriores do pais. Ap ‘am para “‘suprimir este estado de J com todos os povos e em aspectos do Manifesto merecem atencZo: a excl sus mentores deram & organizacdo politica do tico da sua situado internacional ¢ o componente integré-1o ao sistema continental Pre- se romper com a tradigaio monérquica. Mesmo descontando- bos de redacio encontrados em documentos da época, como 890, in: ASF, sessdo de 15 nov. 1890; Freyre (1962, t 1, p. 166 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno Histéria da politica exterior do Brasil 167 restam diividas de que a politica exterior do Brasil sofreu significay reorientagao com o advento da Repiiblica, Na Camara dos Deputados, 0 republicano Aristides Mai questio de estabelecer diferencas entre a politica exterior do regime ¢ 2 do Império. Reconhecia que era preciso manter guarda em relacZo aos vizinhos, mas ao mesmo tempo procurar fvorecer do novo regime, o exemplo ara que desaparecesse a desconfianca que eles dispensavam Brasil. A Reptblica teria a obrigacdo “de criar a amizade de América do Sul”. O deputado foi mais longe para manifestar de ver constituida uma Confederacio Sul-Americana, isto América do Sul formando uma tinica nagdo, Reconheceu um ideal dificil de ser atingido, mas sua busca contribuiria park estreitamento da amizade das nagtes sul-americanas e para a preensio da “comunidade de in com mais firmeza, seguirmos a p Um aspecto a ressalvar dessa “americanizacio” 6 que cla nem se. confundia com “norte-americanizacao”. O pais também lagdes com a Argentina (Com referéncia especificamente \ Argentina, cumpre inicialmente ecvar que 0 advento da Repiiblica foi saudado em Buenos Aires losdes de regozijo nos dois paises. Na esteira das efustes de jedade americana, o titular das Relacdes Exteriores do novo , Quintino Bocaitiva, empreendeu viagema 20 Prata com o ob- ‘de resolver, conforme sugerira o governo argentino, por acordo , a velha questo lindeira referente & regidio de Palmas (ou Mis- - 0 Tratado de Montevidéu (25 assinatura de tratados com paises nele situados. Dentro dessa ectiva, 0 deputado inclinou-se pela supresso de legactes naq continente ~ legages que para ele eram um luxo — em favor ds ctiago de consulados, pelo fato de Id serem principalme | 5 nossos interesses. Os cOnsules deveriam ser hi exercer também as fungSes puramente diplométicas, Aristides Maia pronunciamento do depatado simbolizava o desejo qué parte dos integrantes do Legislativo manifestava de afastar 0 pais Europa e “americaniza:” as relagdes da Repiiblica recém-i da. A “americanizacio” no se dava apenas no aspecto da ‘940 das novas instituigSes, sob a influéneia de Rui Barbosa, m: bém no concernente & politica exterior. Reagia-se & preemin inglesa e aproximava-se dos Estados Unidos, o seu paradigma. A ligdo da escravatura e a adogdo do regime presidencialista dimin a diferenca entre os dois paises, que tinham também em comum, vvengSes contra 0 imperialismo europeu.” do pais vizinho, dividiria o terit6rio pela opinigo brasileira e transform nao havia por que ‘uma parte & Argentina, logo no segmento mais estreito do Bra- forma que, se consumado o tratado em questo, o mapa do pais de tal modo estrangulado que poria em risco até a unidade “ional. Se nio fosse inquestionavelmente brasileira a regio de as, por que nio esperar o lando arbitral em vez de se antecipar jconceder? Ademais, por que nao esperar a instalacio do Legislativo Oidinézio para empreender negociacdes de tamanho vulto? O primei- ministro das RelagSes Exteriores do Brasil comreu o risco de ser faiado no seu retomo ao Rio de Janeiro. O Ministério do Governo Provisério assumiu coletivamente a sponsabilidade na elaboragdo do Tratado de Montevidéu. © Con- F680 por sua vex no o referendou, até porque o proprio Quintino mendou a ndo-aprovacio, € a questo voltou a situacao pré- iblica; isto 6, iria para o arbitramento di , conforme havia sido ajustado pelos d BAD, seesdo de 2 ago, 1992 * Bandeira (1973, p. 134); Singer (1977, p. 374), D, sessdo do 1 “TASD, seslo de 17 ago. 1896 (dsoureo de Costa Azevedo) 163 Amado Luiz Cervo ¢ Clodoaldo Bueno Histévia da politica exterior do Brasil 359 Carlos Augusto de Carvalho, ministro das Relagées Exterig de Prudente de Morais, a0 iniciar a sua gestéo, fez declaraca, publicada no EI Diario de Buenos Aires — amplamente pr6-Av na e afirmou que a diplomacia da Repiblica era americanista. ele, 0 patriotismo dos homens do velho regime era, na reali chauvinisme patriotigue. Assim, para marcar a diferenca, py teu desenvolver uma politic aos demais paises da area sul-americana. Depois de protestar eg ¢ admiracao pelos argentinos, Carlos de Carvalho manifestou #0 de tomar ainda mais estreitas as relagbes entre 08 dois patse meio de um tratado de comércio, para ele a maneira mais segui vineular os povos.” Uma vez passado 0 periodo de euforia republicana, as nag&es voltaram a se observar com espirito de rivalidade, en ‘0 houvesse qualquer problema grave e conereto a embaragar as TelagSes apés a soluco do litigio de Palmas, arbitrado pelo pr dente dos Estados Unidos, Grover Cleveland. As tropelias tes de movimentago de revolucionérios nas fronteiras dos dois ses no eram suficientes para estremecer as suas relagtes. Durante 0 perfodo de 1889 a 1902, as comunicacdes ent Ministério das Relagtes Exteriores e a legago em Buenos centraram-se, basicamente, em trés assuntos: relacbes comerci preocupacio com o rearmamento naval da Argentina ¢ even hegemonia desta na regio platina, A situagdo da Marinha de Guerra do Brasil, 20 final do Imp. ‘io ora das melhores, mas de qualquer maneira ainda era a p da América do Sul, segundo Ouro Preto, o itimo chef de gabi da monarquia. A Repiiblica foi instaurada pelo Exército. A M teve um papel secundétio, apenas aderindo. A preeminéncia terrestre no cenério nacional logo apés 0 advento do novo re dificuldades financeiras, as crises politicas e, principalmente, volta da Armada reduziram sensivelmente o poder naval do pai explica a preocupacio brasileira em acompanhar 0 que se : na Argentina em termos de projetos de reorganizacio naval. Os entinos, por sua vez, acompanhavam os debates que se faziam ‘de Janciro a respeito de necessidade de o Brasil se reequipar do mar. No momento em que Argentina ¢ Chile estavam dos em TazHo da possibilidade de conflito entre arabos por ques- de fronteira, o governo Campos Sales evitava ligar 0 pafs a com. de desarmamento. Isto foi bem visivel quando 0 Brasil jinot do convite para participar de conferéncia sobre o desarma- alizada em 1899, em Haja, O clima de “paz armada”, pré- {03 paises europeus, 20s poucos instalava-se, também, na Amé- fo Sul (© Brasil adotou uma atitade de acompanhamento a respeito ages da Argentina com os vizinhos terzitorialmente meno- da Replica em Ao as nagGes americanas foi substituido por uma atitude realis- ocupada com 0 aumento do quadro de atracdo da Argentina itéxto da bacia do Prata ¢ atenta ao equilibrio de forcas no Sul Alora isso, entre os dois maiores paises da América do Sul exis- a8 dificuldades advindas des leis alfandegétias. Do lado do Bra- Thavia 0 Sbvio interesse em aumentar a presenca de seus produtos jercado da Argentina, que por seu turno lutava pela manuteng&o s exportacdes, especialmente a de farinha de trigo, no merca- brasileiro. Neste, o grande rival do pais de natureza sani- @, uma verdadeira “guerra e quarentenas”, que irritava profunda- nie as autoridades brasileiras. A Argentina, a0 declarar infestados Portos do Brasil, ndo 6 impunha Gaus as exportagées ditigidas 20 #2,.como também causava prejuizos ao comércio e & imigragéo val, pois contribufa para divulgar na Europa a imagem do pais “foco pest na expresso de Assis Brasil, num perfodo que os dois paises disputavam a vinda de imigrantes, Além das arentenas”, os jornais portenhos eram freqiientes em veicular uévias tendentes a prejudicar a imigrag%o para o Brasil, 0 que le- referido representante diplomético a rebat8-las junto aos prin- is 6rgios da imprensa. Politic intsmacional, Bf Diario, Buenos Aires, 29 nov. 1894, do Brasil Histéria de politica exterior Estados Unidos Outro exemplo de mudanca significativa nas relagSes intemag. nais decorrente da Repiiblica observou-se Por ocasiao da I C; bes recebidas pela delegagao brasileira, chefiada pelo ex-repub] no € entio monarquista Lafaiete Rodrigues Pereira, faziamn, camente, varias reservas ao encontro.” Os diplomatas do Império percebiam que os Estados Unidos, ‘vam consolidando um subsistema de poder no continents ameri agiram desfavoravelmente &s iniciativas que pudes iberdade de ago do Pais. Com referéncia a0 arbitrament, 08 Estados Unidos, mudando, dessa forma, a atitude do Império, i era de retic&ncia, cautela ¢ néo envolvimento. Na I Conferéncia ional Americana, Quintino modificou o eritério que vinhasendo o pela monarquia com referéncia a0 arbitramento.?* Salvador de Mendonca, com a anuéncia, pois, de Quintino, ¢ jun- te com os delegados argentinos, conseguiu a aprovacko dos os de arbitramento obrigat6rio e da abolicéo da conquista, gra- apoio conseguido, no final, dos Estados Unidos e & abstenco s, alterou sua conduta no sentido de, descontadas pequenas ‘iferencas, estabelecer perfeito entendimento com a delegaco nor- ericana. Outra mudanga de atitude que merece destaque foi a ximactio dos pontos de vista entre as delegagdes do Brasil e da entina, tio, convém-the conservar e desenvolver: Suas relages com ela, quando mais nio seja para estabelecer ink equilibrio exigido pela necessidade de manter a sua forma atual dé AL 273085. 3 Apud Azevedo Historia da politica exterior do Brasil 17a 0 préprio Rui Barbosa, ministro da Fazenda do Governo io, € que autorizara as negociacées, afimmou que aquele fun- exorbitara de suas instrugSes. Rui deixou o ministério dias ida assinatura do cor . De qualquer modo, 0 convénio nao ‘a ser denunciado pelo préprio governo norte-americano, em josto de 1894, , & falta de servigos estatisticos, as autorida. leiras nfo obtiveram informagies seguras a Tespeito dos seus. itos sobre © comércio exterior do pais. Mas, com ou sem influéncia sobre o Brasil, até entdo ligado ao concerto europen, exatamente & Gré-Bretanha, em razio dos interesses financeizo comerciais. Do lado brasileiro, além da natural atracio que a R blica do Norte exercia sobre os recém-chegados ao poder, havi {cat 0 produto para o consumidor norte-americano ~e o Brasil, trapartida, a0 longo de quase toda a Primeira Repiblica, reno. vores alfandegérios as mercadorias de procedéncia norte-ame- a.cada exercicio. Com tais favores, a farinha de trigo daquele figurava como uma das principai quebrando a tradi¢ao — que se mante Tongo do perfodo republicano ~ de no obrigar o pais com dessa natureza. O momento, todavia, ensejou a assinatura do nio comercial de 31 de janeiro de preferencial no mercado brasileiro. Parte deles isenta ~ como em gro ¢ farinha de trigo -, outra parte com reduedo de 25%. ‘roca, o Brasil continuaria a colocar o café iseato de direitos no cado norte-americano ¢, 0 mais importante, os agticares seriam bém objeto de favores alfandegérios com os quais esperava-se Inervencao estrangeira na Revolta da Armada (1893-1894) A crise politica do Brasil nos primeiros anos do novo regime, 0 tarismo ¢ © agravamento da rivalidade entre a Marinha e 0 Exér- a partir da ascensGo do marechal Floriano a presidéncia, forma- © quadro para a eclosio da revolta da forca naval contra 0 go- (ema0 legal, em 6 de setembro de 1893, liderada pelo almirante Custécio José de Melo. as, ficaram, na prética, anus das as vantagens concedidas ao de procedéncia brasileira, Os brisé leiros sentiram-se ludibriados, ¢ as acusagées recairam sobre Sal Gor de Mendonca, que nio teria conduzido bem as negoci monarquistas como Eduardo Prado, por exemplo, nfo desca

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