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Resenhas de livros
Cenas Juvenis: Punks e darks no espetculo
urbano
GLRIA DOS SANTOS DiGENES
Doutoranda em Sociologia
Departamento de Cincias Sociais e Filosofia (UFC)
De noite quando a. cidade dorme
anjos negros de asas sujas e escuras
saem de suas tocas
(No acordem a cidade, Inocentes)
Cenas Jnuenis, de Helena Wendel Abramo, nos coloca em p1eno corao da cidade. Somos surpreendidos por um espetculo urbano, cujos protagonistas no apenas encenam cdigos prprios de linguagem mas, fundamentalmente, produzem uma inusitada esttica
juvenil. Personagens exemplares de uma singular encenao urbana, os punhs e darl~s parecem condensar os signos do mundo moderno: movimentao, transfigurao, ambigidade, efemeridade.
A juventude traz a marca do hibridismo da sociedade moderna
condensando, a um s tempo, o ser adulto e o ser criana. A idia de
situar-se em um estado de formao, de processo, de um vir a ser,
faz da juventude um sujeito muta.nte, signo por excelncia da sociedade moderna. Essa caracterstica de ser e no ser ocasiona na juventude um hiato na constituio de valores, e assim que a rebeldia, a revolta e a delinqncia tornam-se categorias-chave na
problematizao da condio juvenil.
Helena Abramo identifica os significados atnbudos juventude dentro do campo sociolgico. Sabe-se que a idia da ordem e da
integrao social tem marcado algumas produes sociolgicas, especialmente a Escola de Chicago. assim que os estudos sobre delinqncia juvenil 8. situam enquanto "um defeito no processo de
socializao, provocado por disfunes no sistema social" (p. 16).
desse modo que se gesta a idia dos "rebeldes sem causa", dos que se
colocam na esfera pblica, segundo os ''tericos da ordem", apen:::.:::
como expresso da dificuldade de se compartilhar modos de vida
pacwados socialmente.
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