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Chartier prope que as mutaes nas cincias sociais no se deu devido crise geral das
cincias sociais, mas sim, por que na prtica os historiadores e outros cientistas literrios j se
distanciavam do modelo estruturalistas devido s lacunas que o mtodo deixava no campo da histria.
Esse modelo se fundamentava em trs preceitos: um projeto de histria global que podia ser aplicado a
qualquer sociedade; o objeto de pesquisa geralmente delimitado por um espao; e a primazia dada ao
recorte social.
O modelo estruturalista foi perdendo espao e dando lugar a uma forma de anlise com cada
vez mais pluralidade de abordagens e de compreenses. Assim, a histria em seus ltimos avanos
mostrava que era impossvel qualificar os vrios elementos de uma determinada sociedade em termos
unicamente sociolgicos. A nova histria, dessa forma se mostrava sensvel a pluralidade da clivagens
e diversidade dos empregos de matrias ou cdigos partilhados.
Essa nova perspectiva por um lado trazia uma certa liberdade ao historiador, que se
desvinculava das forma estabelecidas pelo marxismo. Por outro, trazia novas incertezas, pois no
constitua um sistema unificado.
Com efeito, para Chartier a cultura no podia ser qualificada atravs de um recorte social. Ele
afirma que partir dos objetos, das formas, dos cdigos e no dos grupos, levou a histria sociocultural
a distorcer a concepo social. Em outras palavras, o autor explica que a histria sociocultural, por
privilegia o recorte a partir da luta de classes, esqueceu de outros princpios de diferenciaes que
tambm so sociais, ou seja, as diferenas de sexo, de idade, de religio. Etc.
Tambm redutora as concepes que mostram as diferenas culturais como mera
possibilidades de grupos na aquisio de materiais. Ou seja, os grupos mais populares teriam uma
cultura diferente dos grupos letrados devido a aqueles no possurem os mesmos materiais - como se
um grupo no tivesse uma identidade prpria produzida pelos indivduos.
A Nova Histria Cultural abre um leque para os pesquisadores, pois qualquer coisa pode virar
objeto de pesquisa. Por exemplo, possvel construir uma histria do pensamento, da leitura, etc.
assim uma histria da leitura trataria sobre como se deu as vrias formas de leitura, os hbitos que se
perderam e os que foram adquiridos. Tendo sempre a possibilidade de diversas clivagens ao invs de
uma concepo estruturalista.