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QUINTA-FEIRA, 27 DE MAIO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

Economia
ESPECIAL
FÓRUNS
ESTADÃO
REGIÕES:
Sul
&NEGÓCIOS

FOTOMONTAGEM: ALEX FREITAS SOBRE FOTOS DE HÉLVIO ROMERO E GERSON PANTALEÃO


Sul quer reformas para
retomar peso na economia
Abalo nas exportações e perda de participação na riqueza nacional desafiam região a investir para recuperar espaço perdido

Produção Ações em baixa


Investir em Participação no
indústrias é saída mercado de capitais
para elevar renda é de apenas 4,6%
Pág. H2 Pág. H4

Panorama. Na fotomontagem, a Ponte Hercílio Luz, que liga Florianópolis (SC) ao continente, o Porto de Rio Grande, um dos maiores do País, e a Ferrovia Curitiba-Paranaguá, no Paraná

C
om o melhor Índice No debate promovido pelo Es- to do grande desafio a ser en- diversificada, mas perdeu espa- região passará a fazer parte da da de patamar se forem feitas
de Desenvolvimento tado para discutir os rumos do frentado. O presidente da Fede- ço na expansão do mercado de “espinha dorsal” do sistema fer- 60% das obras previstas pelo
Humano (IDH) do desenvolvimento regional, em- ração das Indústrias do Paraná, capitais em decorrência do pen- roviário brasileiro, graças ao PAC. “Pode-se gostar ou não,
País, a Região Sul, a presários dos setores industrial Rodrigo da Rocha Loures, defen- samento estatizante de parte da projeto que deverá estender a mas o fato é que o PAC criou
segunda mais rica depois do Su- e agrícola, consultores financei- de a mobilização das lideranças classe política e do ambiente ferrovia Norte-Sul até o extre- foco para os investimentos.”
deste, acaba de acordar para ros e autoridades apontaram de regionais em favor da reforma político instável e beligerante. mo sul do Rio Grande do Sul. Para ele, gargalos representam
uma dura realidade: no ano pas- forma unânime a necessidade política e da modernização do Na abertura do “Fóruns Esta- Bernardo Hees, presidente da oportunidades de desenvolvi-
sado, sua participação na rique- de investimentos em infraestru- Estado brasileiro. dão Regiões – Sul”, o ministro ALL, uma das maiores empre- mento. Nesta edição, o Estado
za nacional foi de 16,2%, o que tura como uma das estratégias a Wagner Salaverry, sócio do dos Transportes, Paulo Passos, sas de logística do País, disse mostra como o Sul enfrenta o
significa uma queda em relação serem adotadas. banco Geração Futuro, conside- listou as obras previstas para os que não só o Sul melhora, mas desafio de recuperar seu espaço
a 2003, quando chegou a 17,7%. Mas esse é apenas um aspec- ra que o Sul tem uma economia Estados do Sul e anunciou que a toda a economia brasileira mu- no cenário econômico nacional.

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H2 Especial
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QUINTA-FEIRA, 27 DE MAIO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

FÓRUNS ESTADÃO REGIÕES. SUL


HÉLVIO ROMERO/AE

Desafio
é agregar
valor à
produção
Para especialistas, região deve investir em
tecnologia na produção de commodities

Ana Conceição de preços. Com forte tradição


AGÊNCIA ESTADO agropecuária,aregiãotemcondi-
ções para dar este salto de quali-
Responsável por 40% da pro- dade, mas para isso tem de resol-
dução agropecuária e por par- ver alguns problemas.
te importante da exportação Para Valverde, a chave está na
agrícola do País, a Região Sul geração de tecnologia aplicada,
tem agora o desafio de passar além da capacitação empresarial
ao próximo estágio: o de agre- e de mão de obra. Embora reco-
gar valor à produção. nhecidoporseudesenvolvimen-
“Manter a estrutura de uma to, o Sul, como o resto do País, Debate. Presença da Região Sul no desenvolvimento do País: Hees, da ALL, o ministro Paulo Passos e Ricken, das Cooperativas
grande economia baseada em ainda não conseguiu traduzir
commodities não deve ser meta ciência em tecnologia, diz. “O lor via apoio tecnológico e mer- acabamentodequalidade,segun- para aprimorar a técnica de pro- qualidadedevidaeeconomiafor-
para ninguém. Temos que alme- Brasil é o 17.º maior gerador de cadológico. “No Paraná há cerca do o professor da PUC. O desa- dução e criaram uma linha de te. O crescimento médio do Sul
jar uma modificação fundamen- ciência do mundo, mas está em de 20 arranjos produtivos locais fio é tornar os poucos e localiza- queijos que não existia no País.” (3,2% ao ano) nos últimos 12
tal no modelo econômico do 80.º lugar na geração de tecnolo- de sucesso.” dos avanços em uma política de Ricken, da Ocepar, também anosmascara uma realidade me-
Sul”, afirmou Belmiro Valverde gia. Não temos a tradição de pas- ElecitaocasodacidadedeCia- produção generalizada. defende ganho de eficiência em nos agradável em algumas áreas.
JobimCastor,professordeadmi- sar de uma coisa à outra, mas te- norte, no Paraná, que depois de Entre as iniciativas, Valverde outras áreas, como a redução do O professor da PUC lista mais
nistração da PUC-PR, durante o mos de resolver isso, porque o quase quebrar com o declínio do lembra a da família do empresá- chamado “custo Brasil”, que no de 200 municípios do Paraná,
Fóruns Estadão – Região Sul. mundo está indo nessa direção.” café,encontrou na indústria têx- rio catarinense Raul Anselmo Sul corrói 36% do valor dos pro- dos cerca de 400 do Estado, com
Segundo Valverde, a pauta de Nas palavras do diretor da Or- til o caminho para uma econo- Randon, a mesma da marca de dutos,comdestaqueparaospro- Índice de Desenvolvimento Hu-
exportações da região mostra ganização das Cooperativas do mia sustentável. Há também o autopeçasecarrocerias, que des- blemas logísticos. “No Paraná, mano (IDH) abaixo da média do
uma produção fortemente de- Paraná (Ocepar), José Roberto exemplo dos sofisticados polos de1997 fabrica um queijo do tipo gastamos 37% do valor do calcá- País. “Hoje o interior do Paraná
pendente de commodities agrí- Ricken, “tem de investir acima moveleiros no Rio Grande do grana, típico da região da Padâ- rio só em pedágios entre Rio concorre com 30% do PIB do Es-
colas, como soja e carne de fran- do pescoço”. “Cerca de 80% da Sul e em Santa Catarina, que ex- nia, na Itália. “Eles estimularam Grande e Cascavel.” tado, ante 65% da região metro-
go,e,emconsequência,umaeco- população do campo tem baixa portam parte do que produzem. os laticínios a produzir um leite Agregar valor também reduzi- politana de Curitiba. Há 30 anos
nomia muito afetada pelas osci- instrução.” Mas, fora deles, de 70% a 80% da comdeterminado teordegordu- ria disparidades regionais, for- era o contrário. No Rio Grande
lações do câmbio. Reivindicar Valverde cita dados da Funda- produção não tem design nem ra, trouxeram mestres italianos tes nos Estados, apesar da boa do Sul ocorre algo parecido.”
controle do dólar, contudo, não ção Anísio Teixeira, que mos-
seria a solução. tramque no Sul a média deprofi-
“Nãose podeimaginar uma al- ciência emPortuguês e Matemá-
teração na política cambial, en- tica mal chega a cinco, numa es- até mesmo certa acomodação
tão a exportação tem que ser
maiseficiente”,defendeu.Eleci-
cala de zero a dez. “Educação é a
chave da produtividade e é um
Perda de participação no PIB do empresariado têm contribuí-
doparaessacurvanegativa”,afir-
ta a soja como exemplo. “A olea- dos fatores que fazem o Sul der- ma o economista José Roberto
ginosa tem 50 subprodutos, mas
exportamos apenas dois, farelo
rapar.”
Enquanto a educação não me-
do País preocupa empresários Ricken,do Sindicato e Organiza-
ção das Cooperativas do Paraná.
e óleo, além do próprio grão. Is- lhora, Valverde identifica nos Orepresentante da Federação
so se aplica a outros itens, como chamados arranjos produtivos da Agricultura do Rio Grande do
a carne. Somos exportadores de locais,ouclusters,umaopção pa- ção das economias do Paraná, que parece pouco nas estatísti- Sul, Fernando Adauto de Souza,
carcaças.” ra ajudar especialmente peque- Declínio de 1,5 ponto Santa Catarina e Rio Grande do cas significa, na prática, uma re- lembra que a característica ex-
Mesmo países mais avança- nos e médios produtores, que porcentual em seis anos Sul no PIB nacional. Ainda do- ceita encolhida em cerca de R$ portadora dificulta a produção
dos na exportação de itens agro- são maioria no Sul, a agregar va- é difícil de ser recuperado nos do segundo maior Produto 46 bilhões, valor equivalente a dereceitas maiores. “Não vamos
pecuários de alto valor agrega- com câmbio desfavorável Interno Bruto regional do País, 1,5% do PIB de R$ 3,14 trilhões recuperar nossa participação no
do, como Estados Unidos e al- e infraestrutura falha atrás apenas da Região Sudeste, verificado no ano passado. PIB se não tivermos uma boa in-
guns europeus, têm intensifica- ● Vocação os três Estados encolheram 1,5 No período, a participação do fraestrutura de escoamento da
doaproduçãodealimentoscerti- ponto porcentual no total da fa- Rio Grande Sul declinou de nossa produção.”
ficados, funcionais e processa-
dos,diantedasaturaçãodosmer-
40 %
da produção agropecuária
Marco Damiani
ESPECIAL PARA O ESTADO
bricaçãodariquezabrasileira du-
rante os últimos seis anos.
7,33% do PIB nacional para 6,4%.
No Paraná, a redução foi de 6,4%
cados de commodities, que e da exportação de produtos Em2003,o Sulalcançouamar- para 5,8% e, em Santa Catarina, Presença das empresas
veem margens de lucro menores agrícolas do País tem Uma preocupação comum une ca de 17,7% de presença no bolo houve estabilidade em 4%. do Sul na bolsa ainda é baixa
por unidade de produto e, por origem na Região Sul empresários urbanos e rurais da do PIB nacional, mas registrou “A guerra fiscal, as circunstân- Pág. H4
vezes, com grandes oscilações Região Sul: a perda de participa- preocupantes 16,2% em 2009. O cias políticas de cada Estado e

DEBATEDORES
(Fiep), Rodrigo da Rocha Lou- sorganizar a produção no campo
Indústria reivindica res, durante exposição no even-
to Fóruns Estadão Regiões/Sul.
e fazer demagogia em nome da
reforma agrária.”
“O fortalecimento da socieda- Gaúchos, catarinenses e para-
voto distrital e fim de de civil é um imperativo para o
nosso crescimento”, disse Lou-
naenses mostram-se escaldados
pelas perdas, nos últimos anos,
res. Ele lembrou estar ocorren- de empreendimentos indus-
suplente no Senado do um processo continuado de
desindustrialização da econo-
triais que nasceram na região
mas migraram para outros Esta-
mia nacional, o que afeta direta- dos, em razão de atrativos fis-
reivindicações. mente a Região Sul. cais.
Para presidente da O pacote inclui obras de logís- “As reformas tributária e polí- “Quandoo Sulficamuitopací- Wagner Salaverry Rodrigo Loures
Federação das Indústrias tica e infraestrutura, como a ins- tica, ambas substantivas, são o fico,acomodado emsuasestatís- Sócio do banco Presidente da Federação
talaçãode umgasoduto no senti- melhor remédio para combater ticas de área rica do País, sempre Geração Futuro das Indústrias do Paraná
do Paraná, atraso político do leste-oeste, exigências sobre esse processo”. Loures chegou a saiperdendo”, afirmou o empre- Disse que o Sul tem uma eco- Disse que o motivo dos garga-
é a principal causa dos melhorias na rede de ensino ofi- defender a realização de uma as- sário José Paulo Cairolli, repre- nomia diversificada, com forte los é o mau funcionamento do
problemas econômicos cial,comestabelecimentodeme- sembleia nacional constituinte sentante da Confederação das participação de médios e pe- Estado, que é lerdo e ineficien-
tasparaodesempenhodeprofes- para reorganizar o desenvolvi- Associações Comerciais e Em- quenos estabelecimentos. Mas te. O ambiente é adverso aos
Em torno de organizações não sorese alunoseumasérie de mu- mento nacional. “Isso vai ser presariais do Brasil. Ele citou a perdeu espaço na expansão da investimentos por causa tam-
governamentais,entidadesasso- danças no sistema tributário. muito difícil de acontecer, mas ausência de um equipamento no Bovespa. Na região, há um pre- bém dos altos custos financei-
ciativas ou federações empresa- No Paraná,nada menosque 28 não podemos abrir mão de ter- aeroporto internacional de Por- domínio de uma cultura estati- ros e da política cambial. De-
riais, o certo é que o público da entidades da sociedade civil, mos posições claras sobre todos to Alegre, que viabilizaria pou- zante e ambiente político instá- fendeu a necessidade de refor-
Região Sul continua a dar mos- com a OAB à frente, agem em os assuntos.” sos sob neblina, como exemplo vel e beligerante. mas tributária e política.
tras de exercitar uma participa- torno do movimento “O Paraná No Rio Grande do Sul, a Fede- do que a desmobilização política
ção política acima da média na- que Queremos”, que prega mu- ração da Agricultura igualmente dosgaúchos acarreta.“Nosso ae-
cional. A partir desta semana, a danças na política estadual e na- não se furta a carregar bandeiras roporto fica fechado constante-
FederaçãodasIndústriasdeSan- cional. “Precisamos do voto dis- polêmicas. “O melhor seria aca- mente porque simplesmente
ta Catarina (Fiesc) está buscan- trital misto e do fim dos suplen- bar com o Incra”, disparou o re- perdemos interlocutores para
doespaçonasagendas doscandi- tesdesenadores,umaexcrescên- presentantedaentidadenoeven- reivindicar ao governo federal a
datos a presidente da República cia da democracia brasileira”, to, Fernando Adauto Loureiro atualização das instalações e
paraentregar solenemente,den- afirmou o presidente da Federa- deSouza.“Esseórgãosóvemser- equipamentos”, reclamou.
tro do Estado, o próprio rol de ção das Indústrias do Paraná vindo, ao longo de anos, para de- A ida da fábrica de calçados
Grendene para o Ceará, recente-
● Mercosul ● Sem mágica ● Tempo
mente, e a perda de projetos in- Fernando Adauto José Paulo Cairoli
dustriais para outras regiões fo- Loureiro de Souza Presidente da CACB
BELMIRO VALVERDE PAULO PASSOS FERNANDO ADAUTO ram citados como casos nos Federação da Agricultura Disse que o Sul perdeu partici-
PROFESSOR DE ADMINISTRAÇÃO MINISTRO DOS TRANSPORTES LOUREIRO DE SOUZA quais a falta de posicionamento do Rio Grande do Sul pação no PIB nacional. Criti-
DA PUC-PR “Não vamos resolver os PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DA políticomaisefetivofoidetermi- Defendeu o equilíbrio das con- cou a guerra fiscal entre os Es-
“O Mercosul perdeu o objetivo, problemas por mágica, AGRICULTURA DO RS nante para o desfecho. “A atual tas públicas como forma de se tados, a elevada carga tributá-
que era otimizar a relação do Só trabalhando de maneira “Nossa política agrícola é de safra de dirigentes políticos do garantir um câmbio real, Hoje, ria e a transferência de recur-
bloco com o mundo. Nos últimos muito firme” quando os jesuítas chegaram. Sul se entendeu muito mal com disse, apesar da boa colheita, sos do Sul para outras regiões
anos, países com problemas Foi consolidada em 1964” o governo federal e o resultado o produtor não está conseguin- (via incentivos). Defendeu a
desorganizaram o Mercosul. Vejo “Temos muito que fazer. foi a redução de investimentos e do pagar suas contas. Propôs necessidade de um novo pacto
com pesar que hoje ele é quase Um acúmulo de duas décadas “O Incra tem 45 anos, tempo um certo esquecimento das nos- um pacote de reformas e de federativo e a necessidade de
que um cadáver insepulto” não se resolve em quatro anos” de insegurança no campo” sasnecessidades”,disseoempre- investimentos. elevar o valor agregado.
sário Rodrigo Loures. / M. D.
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QUINTA-FEIRA, 27 DE MAIO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

FÓRUNS ESTADÃO REGIÕES. SUL

Presença no mercado de ações é baixa


Apenas seis companhias do Sul foram ao mercado captar recursos desde 2004; presença no mercado acionário brasileiro é de 4,6%
FOTOS: HÉLVIO ROMERO/AE
Paulo Fortuna
ESPECIAL PARA O ESTADO

As empresas do Sul do País es-


tão longe de mostrar na bolsa
um desempenho compatível
com o tamanho da economia
da região e o vigor do seu mer-
cado consumidor. As compa-
nhias locais tiveram desempe-
nho tímido no processo de ex-
pansão do mercado de capi-
tais do País nos últimos anos,
ainda que os especialistas do
setor apontassem uma série
delas com potencial para
atrair investidores.
Entre 2004e 2009,116 compa-
nhias fizeram ofertas iniciais de
ações (IPOs, na sigla em inglês)
no Brasil, mas apenas seis ti-
nham sede na Região Sul.
O resultado é que, enquanto o
PIB da região do Sul representa
16,2% do nacional, as empresas
da região somam 4,9% do valor
de mercado das companhias lis-
tadas na BM&FBovespa, segun-
do o Banco Geração Futuro.
“Apenas 13 companhias do Sul
listadas em bolsa possuem valor
de mercado superior a R$ 1 bi-
lhão”, ressalta Wagner Salaver-
ry, sócio-diretor do Banco Gera-
ção Futuro. Para ele, a falta de
cultura de mercado de capitais
entre os empresários locais é de- Bolsas. Wagner Salaverry, do Banco Geração Futuro, fala sobre oportunidade de investimento na região, mas reclama da falta de cultura de mercado de ações
terminante para o atual quadro.
“Oempresárionãotemessarefe- mente na captação de recursos. ocorre em São Paulo – com po- tores de desestímulo aos em- vestimentos para outras re- aço), Expresso Mercúrio (trans-
rência, faltam exemplos de su- “Há muitas empresas familia- tencial para captar recursos no preendedores locais. giões. Ele citou os casos da Ipi- portes) e Trafo (transformado-
cesso de companhias da região res cujos proprietários têm difi- mercado e crescer. Esse ambiente adverso, diz, ranga/Copesul (combustíveis e res) entre essas companhias.
nabolsaque estimulemaabertu- culdadesde abrirmãodocontro- O executivo lembra que no contribuiu para que empresas petroquímica),Avipal/Elegê(ali- Outras empresas, com a admi-
ra de capital.” letotaleprestarcontasaomerca- Rio Grande do Sul, o ambiente da região fossem absorvidas por mentos), Tintas Renner (tintas nistração no Sul, concentraram
Existem outras questões que do”, afirma Salaverry. Ele desta- político instável, a falta de políti- outros grupos nacionais e inter- erevestimentos), Frangosul(ali- investimentos em outras partes
inibem a participação no merca- caque aindahá poucasempresas cas de longo prazo e o predomí- nacionaisque,porsuavez,muda- mentos), Lojas Arno (varejo), do Brasil. Ele cita a BRF-Brasil
do de capitais – e consequente- na região de porte médio – como nio da cultura estatizante são fa- ram o comando e o foco dos in- Zambrogna (distribuição de Foods, que investe no Centro-
Oeste, Grendene/Azaléia, no
Nordeste, e a Weg, com investi-
mentos no Sudeste.
nando a região metropolitana. modo à iniciativa privada agir de
Falta de investimento produziu Depois de afirmar que a Re-
gião Sul passará a fazer parte da
maneiracoordenada com os pla-
nos oficiais”, definiu. O executi-
Valorizada. O levantamento
do Banco Geração Futuro mos-
“espinha dorsal” do sistema fer- vo lembrou que o arroz do Rio tra um desempenho excepcio-
gargalos, afirma ministro roviáriobrasileiro,o ministro in-
formou que o governo vai iniciar
Grande do Sul e 70% da safra de
grãos do Estado e do Paraná já
nal de algumas companhias lo-
cais na bolsa, mas com um parti-
os estudos para levar “a ferrovia são transportados por trens até cipação restrita e perfil atípico
dos Transportes, Paulo Passos, Em outros, como é o caso do Norte-Sul até Rio Grande, noex- os centros consumidores e por- em comparação com a média re-
Paulo Passos diz que a durante o evento Fóruns Re- Centro-Oeste, a ideia é expan- tremo sul gaúcho”, completou. tos, e completou: “Alguma coisa gional. O valor de mercado das
duplicação da BR-101 giões Estadão/Sul. “Temos mui- dir a rede de forma a atingir os Olevantamento, cujocustoes- certa está sendo feita”. empresas do Sul na bolsa é de R$
to que fazer. Um acúmulo de novos polos de produção. Ao to- tá estimado em R$ 9 milhões, vai Apesar da ênfase na utilização 98,4bilhões,massomente aGer-
e o anel ferroviário de duas décadas não se resolve em do, no País, o portfólio de inves- projetar o traçado em bitola lar- de outros modais de transporte, dau (R$ 30,5 bilhões), do setor
Curitiba são obras quatro anos”, ponderou. timentos definido no PNLT pa- ga a partir da cidade de Panora- o ministro classificou como “a siderúrgico, e BRF Foods - Brasil
prioritárias no Sul Paraelaboraro PNLT,ogover- ra um horizonte que vai até 2025 ma, na divisa de São Paulo com obra mais importante do atual Foods (R$ 19,7 bilhões), da área
no estudou a vocação e o tipo de soma 917 projetos – 332 rodo- Mato Grosso do Sul, num total conjuntodeintervençõesdo pla- de alimentos, respondem por
A falta de investimentos nas desenvolvimento do que cha- vias, 96 ferrovias e 51 hidrovias. de 1,6 mil quilômetros de linhas, nofederal” aduplicaçãoda rodo- mais da metade do montante. A
duas últimas décadas produziu mou de cada eixo logístico no Na Região Sul, entres as diver- cortando os três Estados do Sul. via BR-101 Gerdau, ainda que tenha o poder
os gargalos e as ineficiências País. Em alguns casos, como é o sas obras arroladas, o ministro O PNLT prevê investimentos de decisão centralizado no Rio
que, agora, o Plano Nacional de daRegiãoSul,aprioridadeémes- destacou o investimento em in- Elogio. O presidente da ALL de quase R$ 300 bilhões até Grande do Sul, é uma compa-
Logística de Transporte mo e efetivamente destravar os termodais e no anel ferroviário Logística, Bernardo Hees, elo- 2025, ou cerca de R$ 20 bilhões nhia global que hoje tem investi-
(PNLT) quer começar a resol- gargalos e aumentar a eficiência de Curitiba, que ajudará a escoar giou o plano do governo. “Ele dá por ano. Hoje, o investimento é mentos mais fora do que dentro
ver. A afirmação foi do ministro dos sistemas de transporte. a produção até o porto, contor- foco e norteia investimentos, de de R$ 14 bilhões por ano. /M.D. do Estado.

DEBATEDORES
algo entre 55% e 60%. Em 2006, cidades. Segundo Hees, aumen-
ALL vai investir era de 50%. Segundo Hees, cerca
de70% da safra de grãos do Para-
tou o transporte de cargas entre
Porto Alegre e São Paulo, São
náedoRio GrandedoSul étrans- Paulo e Buenos Aires, Porto Ale-
R$ 300 milhões em portada por ferrovias.
Emquepeseamaior participa-
gre e interior. “No começo era só
porto, hoje o equilíbrio é maior”,
çãodosgrãosneste ano,aempre- salientou. Mas dois terços do
ferrovias na região sa aposta no aumento do trans-
porte industrial. “Hoje não se vê
transporte ainda são destinados
à exportação.
umaindústrianoSulquenãopre- O executivo considerou bem
lhões serão usados para atender veja o transporte por ferrovia”, delineados os projetos para o se-
José Roberto Ricken Bernardo Hees Serão adquiridos 10 mil o crescimento orgânico da em- afirmou.Alémdisso, Heesobser- tor ferroviário inclusos nos Pla-
Diretor da Organização das Presidente da ALL toneladas de trilhos, 600 presa de logística e no projeto vou que a ALL segue investindo nosdeAceleraçãodoCrescimen-
Cooperativas do Paraná Disse que o País deve enxergar Rondonópolis(MT), queprevê a notransporteintermodal decar- to (PAC) 1 e 2 e disse que, se 60%
Considerou que a Região Sul e seus gargalos como oportunida- vagões e 30 locomotivas, construção de 260 quilômetros gas para o setor industrial e tam- deles forem realizados, “o Brasil
o País tem potencial equivalen- des. No Sul, com obras peque- além da construção de de ferrovia em Mato Grosso. bém agrícola. Hoje, a participa- mudadepatamar”noqueserefe-
te ao americano, mas é preciso nas e médias é possível ganhar pátios e acessos a portos AALL tambémestá trabalhan- ção de mercado da ALL no trans- re à logística. Mas, em que pese a
vencer os gargalos de infraes- eficiência. Ele acha que o País do na reativação de ramais ferro- porte intermodal é inferior a importância dos grandes proje-
trutura. Citou a necessidade de muda de patamar se forem fei- Michelly Chaves Teixeira viários. A empresa investiu na 20%. O transporte de contêine- tos de infraestrutura, Hees res-
esforços para melhoria da es- tas 60% das obras previstas Ana Conceição melhoria do trecho entre Santo res também é olhado com aten- saltou que é a resolução de pe-
trutura tributária, regras de ca- pelo PAC. “Pode se gostar ou AGÊNCIA ESTADO Ângelo e Giruá, no Rio Grande ção pela companhia, que já está quenos gargalos que poderá me-
botagem e estrutura de finan- não, mas o fato é que o PAC do Sul, reforçando os trilhos pa- articulando parcerias. “Esse es- lhoraraprodutividadeda logísti-
ciamento. criou foco”, afirmou. A América Latina Logística ra maior circulação de vagões. forço será endereçado aos por- ca nacional. “Poderemos dar
(ALL) vai investir R$ 300 mi- Em 2011, ramais da área de São tos de Santos e do Sul do País, grandes saltos com os projetos
lhões na Região Sul este ano, se- Luiz Gonzaga serão reativados, como Paranaguá e Rio Grande”, que cuidam de pequenos entra-
gundo o presidente da operado- destacou o presidente da ALL. comentou Hees. ves, como as entradas de gran-
raferroviária,BernardoHees.Se- A safra do Sul no ciclo O transporte entre praças do des cidades e de portos, obras
rão adquiridos 30 locomotivas, 2009/10,de61milhõesdetonela- mercado interno é outro seg- quemelhoremacirculaçãodeca-
600 vagões e 10 mil toneladas de das segundo o Instituto Brasilei- mentoquetambémtemtidopar- minhões, ferrovias, hidrovias.
trilhos, além de construídos pá- ro de Geografia Estatística (IB- te importante na estratégia da Projetos pequenos e médios po-
tios e acessos aos portos de São GE), deve elevar o porcentual de empresa, com um incremento dem criar grandes eficiências e
Francisco (SC), Paranaguá (PR) transporte agrícola da ALL para entre a integração entre grandes deveriam ser prioridade.”
e Rio Grande (RS). “São investi-
Marcelo Perrupato Belmiro Valverde mentos necessários para aten-
● Excrescência ● Passageiros ● Bitola larga
Secretário nacional de Professor da PUC Paraná der o aumento da demanda por
Política dos Transportes As médias de crescimento da transporte de cargas, tanto in- RODRIGO DA BERNARDO HEES MARCELO
Afirmou que o PNLT prevê in- Região Sul, nos últimos 12 dustrial quanto agrícola.”. ROCHA LOURES PRESIDENTE DA ALL PERRUPATO
vestimentos de R$ 20 bilhões anos, são razoáveis, mas elas A ALL espera um crescimento PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DAS “Pelo nosso contrato, só SECRETÁRIO NACIONAL DE
por ano até 2025. A maior par- mascaram a realidade de áreas de 10% no volume transportado INDÚSTRIAS DO PARANÁ (FIEP) podemos trabalhar com POLÍTICA DOS TRANSPORTES
te vai se concentrar nas Re- altamente estagnadas. A região na região em 2010. As operações “Precisamos do voto transporte de carga. Mas o “Tenho impressão de
giões Sul e Sudeste. Nessas re- é muito dependente das expor- noSulrepresentam60%darecei- distrital misto e do transporte de passageiro é mais que, com bitola larga,
giões, a preocupação é de resol- tações de commodities. Os ta da companhia. O valor a ser fim dos suplentes barato e muito subsidiado no vai ser possível fazer
ver gargalos. Noutras regiões, principais desafios são, ainda, a aplicado no Sul corresponde a de senadores, uma mundo todo. Sou um grande essa operação dupla,
o centro é a expansão de ferro- infraestrutura e agregar valor à 30% do R$ 1 bilhão que será de- excrescência da entusiasta e torcedor. Tomara transporte de carga e de
vias, hidrovias e estradas. produção. sembolsado em todo o exercício democracia brasileira” que tenhamos, pois precisamos” passageiro. É o futuro”
de 2010. Os outros R$ 700 mi-
O ESTADO DE S. PAULO QUINTA-FEIRA, 27 DE MAIO DE 2010 Especial H5

FÓRUNS ESTADÃO REGIÕES. SUL


SEBASTIAO MOREIRA/AE–8/12/2005

Duplicação
da BR-101
atrasa e fica
para 2012
Rodovia concentra o maior volume
de cargas entre o Sul e outras regiões

Elder Ogliari
PORTO ALEGRE PARA LEMBRAR
Obra mais reivindicada por Construída no início dos
gaúchos e catarinenses desde anos 70, a BR-101 foi projeta-
os anos 80 do século passado, da para 4,6 mil veículos por
a duplicação do trecho sul da dia nos trechos de Santa Ca-
BR-101, entre Palhoça (SC) e tarina e Rio Grande do Sul. A
Osório (RS), começou a sair a capacidade foi rapidamente
do papel em 2005, mas ainda superada pela demanda. No
não está pronta. Tanto quanto fim dos anos 80, comunida-
as promessas no período ante- des catarinenses cortadas
rior, os atrasos se sucedem na pela BR-101 começaram a se
execução do projeto. mobilizar para pedir a dupli-
Pelas previsões mais otimis- cação. E tiveram de enfrentar
tas, do Departamento Nacional promessas e atrasos. Após
de Infraestrutura de Transpor- várias idas e vindas, licitação
tes (DNIT), tudo estará pronto cancelada e outros percalços,
até o fim de 2012. Mas, com base as obras começaram em
em estudos próprios, a Federa- 2005. A previsão de término,
çãodas Indústriasde SantaCata- em 2007, já foi adiada pelo
rina (Fiesc) vem afirmando que menos duas vezes. A nova,
não há mais como esperar que a oficial, é para 2012.
conclusão ocorra antes de 2014. Em obras. Caminhões trafegam na BR-101, no trecho duplicado em Florianópolis: problema está na ligação com Porto Alegre
Já o presidente do Sindicato das
Empresas de Transportede Car- mativa de 20 mil veículos por dia
gas e Logística no Estado do Rio é razoável. O DNIT calcula ainda
Grande do Sul (Setcergs), José que o número de usuários cresça veria ser aprofundado.
Carlos Silvano, vê a demora co-
mo excessiva. “Quando pronta,
a 10% ao ano e 30% a cada verão.
O empresário Cláudio Alber- Porto de Paranaguá ● Investimentos De acordo com o assessor téc-
nicodaFaep,tambémhánecessi-
a duplicação já estará obsoleta.” to Damo, presidente da Associa- R$ 51milhões dade de modernizar os equipa-
A espera incomoda morado-
res dos 17 municípios catarinen-
ção Empresarial do Vale do Ara-
ranguá (Aciva), diz que todo o é principal entrave ao foram investidos desde 2003 nos
Portos de Paranaguá e Antonina
mentos, sobretudo o shiploader
(que leva os produtos até os po-
ses e oito gaúchos cortados pe- trecho não duplicado já era um rões dos navios). “Os nossos es-
los 348 quilômetros do trecho
em duplicação da rodovia, todos
gargalo por estar entre outros
dois,duplicados. As obrascome- agronegócio no PR R$ 12 milhões tão com 15 anos, o que provoca
demora no embarque”, afirma.
preocupados com os altos índi- çaram em 2005 e já exigiram in- É o valor das obras de revitaliza- Segundo ele, informações sobre
ces de acidentes, sobretudo por vestimentos de R$ 1,2 bilhão, do ção em execução nesses portos deficiências portuárias correm
atropelamento,enquantoaspas- R$ 1,6 bilhão previsto. No lado pelos próprios usuários.” muito rápido entre importado-
sarelas não forem construídas. E catarinense, o maior e maiscríti- Movimentação de DeacordocomCamargo,estu- res e operadores internacionais.
preocupa também empresários
e caminhoneiros. A BR-101 con-
co, 143 dos 248 quilômetros já
estãocom a pista duplicada e en-
produtos agrícolas mais dos de várias entidades ligadas
aos setores produtivos apontam
R$ 45 milhões
são os investimentos programa-
“Pelo risco, a seguradora cobra
mais e eleva a tarifa, o importa-
centra o maior volume de cargas tregue ao tráfego, segundo o que dobrou em dez anos, algumas necessidades nas ma- dos para ampliação dos portos dorpaga,masdiminui ovaloren-
entre o Sul e as demais regiões. DNIT. mas, apesar das obras, lhas ferroviárias e rodoviárias do tregue ao exportador”, reclama.
Também faz parte do Corredor Preocupada com os atrasos, a problemas continuam Estado. Nos últimos dez anos, “O agronegócio paga a conta.”
do Mercosul, que vai de Minas Fiesc encomendou estudos a em média 70% da safra é trans- cisam reduzir a velocidade a 10 A Administração dos Portos
Gerais ao Rio Grande do Sul. um consultor, o engenheiro Ri- Evandro Fadel portada por rodovia. O estado ou 20 quilômetros e desmem- de Paranaguá e Antonina (Appa)
Há transtornos também para cardo Saporiti, para avaliar o CURITIBA de conservação delas, principal- brar a carga, ficando com apenas enviou, pela assessoria de im-
passageiros de ônibus e turistas, que está pronto e o que não está. mente as que foram entregues à 40 vagões, para percorrer o tre- prensa, apenas uma listagem de
que estão entre os principais Aconclusão, apresentada em de- Quando se trata de discutir gar- iniciativa privada, não é alvo das cho até Ponta Grossa. obras. Entreas quejá teriam sido
usuários da rodovia, sobretudo zembro, indicou que, além dos galos que impedem um melhor críticas do assessor da Faep. No Traçado antigo, ele é repleto feitas desde 2003, num investi-
no verão. As viagens de ônibus chamadosquatrograndes garga- desempenhodoagronegóciopa- entanto,eleacentuaanecessida- de curvas com aclives e declives mento de R$ 51 milhões, estão a
entrePorto Alegre e Florianópo- los – Lote 29, Morro dos Cava- ranaense, o primeiro que vem à de de se rediscutir os contratos acentuados. Uma proposta, dis- instalação de equipamentos de
lis, que duravam seis horas, che- los, Canal Laranjeira e Morro do tonaéo PortodeParanaguá.“Éo com as concessionárias de pedá- cutida com os governos estadual segurança, terminais públicos
gam a demorar oito. Enquanto a Formigão –, ainda faltam 59 pas- principal”, afirmao assessor téc- gio, para reduzir o valor das tari- e federal, é a construção de um deálcooledefertilizantes,draga-
duplicação não fica pronta, os sarelas, seis viadutos simples, 14 nico da Federação da Agricultu- fas. Um levantamento mostra ramal ferroviário de cerca de 80 gememergencialdoCanaldaGa-
motoristassão obrigados atrafe- viadutos duplos e 26 passagens ra do Estado do Paraná (Faep), que,em2008, osprodutoresgas- quilômetros ligando Guarapua- lheta e troca de boias de sinaliza-
gar por vários desvios. Em feve- inferiores. Nilson Hanke Camargo. taramR$140,9milhõesem pedá- va a Ipiranga, onde passa a ferro- ção náutica. Estariam em execu-
reiro,no carnaval,houve conges- No lado gaúcho, a expectativa Segundo ele, em 1999, a movi- gio até o Porto de Paranaguá. via Central do Paraná. ção obras de revitalização no va-
tionamentos de 20 quilômetros é entregar os 99 quilômetros de mentação era de 14 milhões de No setor ferroviário, um dos No entanto, Camargo acentua lor aproximado de R$ 12 mi-
naregião de Laguna ede 17 quilô- pista duplicados até setembro e toneladas de produtos agrícolas. trechos mais reclamados é o que que não adianta nada melhorar a lhões. E estão programados in-
metros perto de Palhoça. deconstruir a ponte que falta so- Dez anos depois, o volume subiu liga Guarapuava a Ponta Grossa, estrutura de transporte se, ao vestimentosdeR$45milhõespa-
Os dados do volume de tráfe- bre oRio Três Forquilhas einsta- para 32 milhões de toneladas. na região central. Os cerca de 80 chegar ao Porto de Paranaguá, ra um pescante, que permitiria
go no trecho sul da BR-101 são lar os sistemas de iluminação e “Mas o porto é exatamente o vagões que seguem de Cascavel os produtos acabam represados. atracação de mais dois navios,
contraditórios, mas a maioria ventilação dos túneis do Morro mesmo, apenas a manutenção é até Guarapuava numa média de Um dos problemas é o calado aprofundamento de berços e um
das fontes concorda que a esti- Alto até dezembro. feita e de forma muito precária 40a50quilômetrosporhorapre- nos berços de atracação, que de- silo público graneleiro.
DIVULGAÇÃO–23/3/2009

Turismo é destaque na
economia catarinense
rada 2009, o faturamento com o senvolvimento turístico se con-
Com crescimento de turismo em 2010 deve crescer centra na faixa litorânea, porém
10% previsto para este 10%, como antecipou o secretá- ele induz uma grande demanda
rio de estado, cultura, turismo e na maioria de nossas regiões.
ano, arrecadação com esporte, Valdir Walendowski. Um turista argentino, por
o turismo atinge 12% Dados da pasta informam que exemplo,queentranoEstadope-
do PIB do Estado arrecadação com o turismo deve lo oeste, já vem gastando até seu
superar R$ 10 bilhões de 2009, o destino”, pondera Walendo-
Júlio Castro equivalentea12%doProdutoIn- wski, acrescentando que 80%
FLORIANÓPOLIS terno Bruto (PIB) catarinense. A dos mais de 21 milhões de turis-
estimativa está baseada em pes- taschegamaoEstado anualmen-
Com o quarto melhor Índice de quisas elaboradas por técnicos te por via terrestre. Desse núme-
Desenvolvimento Humano da universidade britânica Ox- ro, 95% são viajantes internos e
(IDH 0,863) e a segunda maior ford apresentadas no Congresso os outros 5%, estrangeiros, 71%
expectativa de vida do País (71,9 InternacionaldeViagenseTuris- deles da Argentina.
Cartão-postal. Ponte Hercílio Luz, que liga o continente à ilha: Estado atrai mais turistas
anos), Santa Catarina surge co- mo, realizado no fim no ano pas- Ofluxoargentino,aliás,segun-
mo o principal roteiro turístico sado, em Florianópolis. do Walendowski, diminuiu em
dos últimos anos no Brasil. E a Com seus 500 quilômetros de 2010 em relação a temporadas nal.” Segundo o secretário, não çãoturísticaestáperdendo espa- tendência constante. Eles são
vocaçãoturísticacrescenamedi- praias,realçadaspor lagoas, rios, passadas. A demanda foi com- existe em Santa Catarina gran- ços para os grandes investimen- destinados a “turistas” que, se
da em que os indicadores reve- montanhas e segmentos da Ma- pensada por chilenos, bolivia- des investimentos em hotéis. A tos imobiliários. De acordo com não compram, alugam por tem-
lam o setor como um dos mais ta Atlântica, o Estado tem 50% nos,uruguaios eparaguaios. “Na ocupação de leitos na última Walendowski, a construção de porada. “É o turista se tornando
promissores de sua economia. dessaarrecadação vinda do fator média, esse turista gasta cerca temporada foi de cerca de 65%. imóveis em altíssimo padrão no proprietário de imóveis em San-
Proporcionalmente à tempo- indutor “sol e praia”. “Nosso de- de30%amaisqueoturistanacio- Essareferênciademovimenta- litoral catarinense segue uma ta Catarina”, define.
H6 Especial
%HermesFileInfo:H-6:20100527:

QUINTA-FEIRA, 27 DE MAIO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

FÓRUNS ESTADÃO REGIÕES. SUL

Os números da
Indústria
1 PARANÁ
IDH EM 2008
PIB 2007 R$ 161.582 milhões
BASE 2005
Região Sul é
Região Sul
PIB per capita 2007 R$ 15.711
Participação no PIB
nacional de 2007
6,07%
0,820 socialmente a mais
POPULAÇÃO
Três Estados desenvolvida
recupera compõem a
menor região em
dimensão e a que
têm o maior IDH
as
e
cim de
ág
c ina
te Re Ilum Tel
ua
EM 2009*

e
aliza
e
de ora d étrica
s
nto olet ção el e fixo (ser
n
efo TV (poss m)**
r (po
iço)**
da (serv o)**
can goto (serv

(serv o)*
iç *
viço)**
uem)**
ssue
10 ● O Sul detém o maior Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH)

nível de
b do do País, de 0,831. O IDH é uma
a
A put medida comparativa de bem-es-
om
oc 39
cr

.68
,6%
M i
MT tar da população, usada desde
1993 pelo Programa das Nações
GO
Unidas para o Desenvolvimento

6.2
atividade
(PNUD), que avalia dados rela-

72
tivos à riqueza, educação e

,8%

47
MG esperança média de vida,
entre outros. Quanto mais
MS próximo de 1,0, maios é o

86,5
87,2% 95,3%
desenvolvimento.

%
SP RJ De acordo com os da-
Empresas zeram perdas da crise, retomam dos mais recentes, a re-

99,2%
1 gião tem PIB per capita
a produção e reabrem as contratações de R$ 13.208 e 94,8% de
PR
99,4%

sua população é alfabeti-


96,6%

zada, o que ajuda a expli-


92,5%

Marco Damiani neiro a março. Esses Esta- car o desenvolvimento


2 SC
10.91

ESPECIAL PARA O ESTADO dos já demonstram poder ir socioeconômico da região


mais à frente: as vendas da

43
comparada com outras
84,4

A Região Sul agora anda de indústriacatarinenseavança- ACEANO regiões do Brasil. O índice


%
7 8,

mão dadas com o Brasil nas es- ram 22,85% em março ante fe- de mortalidade infantil é de
ATLÂNTICO
1%

RS

.7
tatísticas. Enquanto o PIB bra- vereiro, enquanto as do Paraná 17,2 por mil nascidos vivos,

,3%
sileiro, segundo projeções do cresceram 22,04%. o mais baixo entre as regiões

43
3

18
4.1

Banco Central, está perto de “A indústria gaúcha vive um do País, e a expectativa de vida
apresentar crescimento de momento de forte motivação, de 74,2 anos, a mais alta.
até 8,5% no primeiro trimes- acompanhando o aquecimento Entre as 21 cidades com o

6.1
2

34
tre, em comparação com o da economia nacional”, afirma o ,8% maior IDH do País (acima de
8

mesmo período do ano passa- presidente da Federação das In- 0,855), 12 estão na Região Sul:
do, entidades empresariais dústrias do Rio Grande do Sul, 97,7%
Florianópolis (SC, a capital de
gaúchas, catarinenses e para- Paulo Tigre. A produção hoje se 89,4% Estado com maior IDH, 4ª no
%
99,8% 81,6 ,0%
naenses exibem números que volta mais para o mercado inter- 79 ranking), Bento Gonçalves (RS,
também apontam para o alto. no e menos para as exportações, 6ª), Balneário Camboriú (SC, 7ª),
O Índice de Desempenho In- a exemplo do que está aconte- Joaçaba (SC, 8ª), Porto Alegre
dustrial do Rio Grande do Sul, cendo no restante do país. *Estimada em 3 RIO GRANDE 2 SANTA (RS, 9ª), Carlos Barbosa (RS,
2009 (IBGE) IDH EM 2008 IDH EM 2008
apurado pela federação das in- Com cerca de 40 mil indús- **Pnad 2008 BASE 2005 DO SUL CATARINA BASE 2005 11ª), Caxias do Sul (RS, 12ª), Join-
(Pesquisa
0,832 0,840
dústrias gaúchas, revela expan- trias dentro de suas divisas, o Es- PIB 2007 R$ 176.615 milhões PIB 2007 R$ 104.623 milhões ville (SC, 13ª), Curitiba (PR, 16ª),
Nacional por PIB per capita 2007 R$ 16.689 PIB per capita 2007 R$ 17.834
são de 8,6% nos primeiros três tadoassisteaosurgimentodepo- Amostra de Participação no PIB 6,64% Participação no PIB 3,93%
Selbach (RS, 17ª), Blumenau (SC,
mesesdoano anteoprimeiro tri- los industriais inexistentes há Domicílios) nacional de 2007 nacional de 2007 19ª) e Luzerna (SC, 20ª).
mestre de 2009. Em Santa Cata- cinco anos. “Há uma crescente
FONTE: ?????????? INFOGRÁFICO: MARCOS A. BRITO/AE
rina,nomesmopadrãocompara- indústria naval, acabamos de re-
tivo,asvendasindustriaiscresce- ceberumafábricadesemicondu- criadoresde gadopremium.”Za- mento das filiadas. Todos os se- ciáveis pelos empresários”, diz o se”,calculaocoordenadordoDe-
ram 4,58%. No Paraná, o setor tores, ampliamos nosso setor de wislak lembra que um quilo de tores de atividades industriais presidente da Fiesc, Alcantaro partamentoEconômicodaFede-
industrial acumulou 2,61% de ja- laticínios e subimos de patamar carne produzida no estado pode pesquisados apresentaram alta, Corrêa. “Isso significa a amplia- ração das Indústrias do Paraná
em celulose”, enumera Tigre, custar duas vezes mais do que a com destaque para máquinas, ção da infraestrutura estadual, a (Fiep), Maurílio Schimitt.
que completa: “É o que estamos mesma porção originária da re- aparelhos e materiais elétricos. melhorianarededeeducaçãobá- O setor de metalurgia básica,
● En sintonia chamando por aqui de nova eco- gião Centro-Oeste. “O produtor Aexceçãoforamveículosauto- sica e a solução de questões liga- por exemplo, demonstrou forte
nomia gaúcha”. daqui tem uma criação de me- motores, com queda de 49,19%. das a tributos.” recuperaçãoemmarço,comven-
8,5 %
é a projeção de crescimento
Na Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, o professor
lhor qualidade e agrega valor aos
seus produtos. Neste momento
Mesmo assim, as indústrias do
Estado abriram 12.341 empregos Paraná. Com vendas expandi-
das 88,38% maiores que no mes-
mo mês de 2009. Couros e calça-
do PIB brasileiro no primeiro Paulo Zawislak sustenta que as em que a renda da população es- com carteira assinada em abril. dasem18,14%para os demaisEs- dos,com46,56% amais,e máqui-
trimestre, em comparação com empresas voltadas ao agronegó- tá em alta, ele se beneficia" Somente o setor indústria de tadose9,71% internamente,ain- naseequipamentos,comum sal-
o mesmo período de 2009 cio de alto valor agregado têm transformação contribuiu com dústria do Paraná compensou, to de 42,23%, também mostra-
apoiado,nocampo,o crescimen- Santa Catarina. Em Santa Cata- 6.449 vagas para o resultado. O nos primeiro trimestre, a retra- ram que as previsões otimistas
to das indústrias no Estado. rina,marçotrouxeamelhor notí- saldo líquido de empregos é o ção de 19,61% nas exportações. têm bases sólidas. “As últimas
8,6 %
é a previsão de expansão da
“Nossa tradicional base agrope-
cuáriatem-se saídobemnas últi-
cia de vendas industriais desde
2001,quandoaFederaçãodasIn-
maiordosúltimos dezanos,com
54.759 vagas de janeiro a abril.
“Nossa indústria deverá ter, este
ano, desempenho semelhante
duas safras foram ótimas e espe-
ramosmais umacombons resul-
indústria gaúcha no período mas safras, especialmente seto- dústriasdoEstado(Fiesc)come- “O que mais precisamos agora ao de 2008 e zerar as perdas veri- tados”,adiantaoeconomistaRo-
res de beneficiamento de grãos e çouaapuraravariação nofatura- é superar obstáculos não geren- ficadasem2009,em razão dacri- berto Zurcher, da Fiep.

NILTON FUKUDA/AE–21/5/2009

Em Santa Catarina,
investimento previsto
é de R$ 2,6 bi até 2012
se. A forte queda das exporta-
88% do total será ções catarinenses, de 24,6% até
aplicado em fábricas no novembro do ano passado, foi
um dos fatores que mais afeta-
Estado. Mais da metade, ram a economia do Estado.
R$ 1,4 bilhão, será Em relação à retomada dos in-
investida ainda este ano vestimentos,ossetores de meta-
lurgia básica (R$ 732 milhões),
Júlio Castro celulose e papel (R$ 400 mi-
FLORIANÓPOLIS lhões) e alimentos e bebidas (R$
273 milhões) lideram as inten-
Será de R$ 2,6 bilhões o investi- çõesnopróximotriênio.Osvalo-
mento das indústrias catarinen- res investidos pela indústria do
ses no triênio 2010-2012. Mais Estado em 2009 somaram R$ 1,2
da metade, R$ 1,4 bilhão, será in- bilhão, com queda de 43% em re-
vestida ainda este ano. A previ- lação aos R$ 2,1 bilhões de 2008.
são faz parte da publicação “De-
sempenho e Perspectiva da In- Comparação. Na avaliação de
dústria Catarinense 2010”, lan- Alcantaro Corrêa, a redução ex-
çada esta semana pela Federa- pressiva dos investimentos refle-
çãodas Indústriasde SantaCata- te a crise econômica mundial e a
rina(Fiesc), comoapoio doBan- incerteza das indústrias quanto
co Regional de Desenvolvimen- aos reflexos da recessão sobre o
to do Extremo Sul (BRDE). No crédito e a demanda. “Apesar da
triênio,R$2,26bilhões(88%)de- melhoria do cenário em 2010, a
vem ser aplicados nas fábricas recuperação do nível de investi-
em Santa Catarina e o restante mentos não é tão vertiginosa, se
nas unidades localizadas em ou- comparada com o desempenho Retomada. Fábrica de ração da Perdigão em Santa Catarina: passado o impacto da crise, indústrias da região voltam a crescer
tros Estados ou no exterior. de 2008. Mas temos de lembrar
No contexto geral, o cenário que aquele foi um ano atípico, investimentos para 2011 são de produtiva,ampliaçãodasinstala- pacidade instalada atual atende
projetado para 2010 é de alta de com valores acima da média dos ● Previsão R$ 611,9 milhões e para 2012 são ções e lançamento de produtos. às demandas para 2010, porém,
5,5% no Produto Interno Bruto últimos anos.” de R$ 559,8 milhões. Segundo o No ano passado, apesar da crise, maisde50%dascompanhiaspre-
(PIB), além de elevação da pro-
dução industrial, das vendas e
O montante previsto até 2012
na pesquisa confirma dados das
R$ 2,26 bi
devem ser aplicados nas fábricas
levantamento, o porcentual de
empresas que já definiram os in-
77%daempresasfizeraminvesti-
mentos. As atividades indus-
tendem ampliar a capacidade de
produção em 2010.
do emprego. A avaliação foi feita empresas do Estado, mas não de Santa Catarina em três anos, vestimentos para 2011 é de 51%. triais que puxaram investimen- Para os industriais, há pontos
pelo presidente da Fiesc, Alcan- contempla os investimentos segundo a publicação da Fiesc Em relação a 2012, 47,5% das in- tos em 2009 foram metalurgia preocupantes para este ano. En-
taro Corrêa. Na conjuntura, se- anunciadosporindústriasde ou- ‘Desempenho e Perspectiva da dústrias afirmaram que têm in- básica (28%), máquinas, apare- tre eles estão a desvalorização
gundo ele, o sinal seguirá amare- tras unidades da Federação em Indústria Catarinense 2010’ vestimentos previstos. lhos e materiais elétricos (18%), docâmbio, aconcorrência exter-
lo para as exportações, já que a Santa Catarina, como os do Gru- Os investimentos previstos e alimentos e bebidas (18%). na, principalmente em relação à
projeção é de manutenção da ta- po EBX, da companhia alemã de paraotriênio têm comofinalida- Outrodadoimportantedapes- China e ao avanço da Rússia no
xa de câmbio valorizada e de len- autopeças ZF e do Grupo Global ção quegera postosde trabalhoe des a aquisição de máquinas e quisa é que hoje 64,6% das em- mercado europeu, o aumento
to crescimento da demanda in- (termoelétrica). “Ou seja, os va- desenvolvimento.” equipamentos, atualização tec- presas catarinenses já traba- dospreçosdosinsumosedasma-
ternacional por causa do ritmo lores são ainda mais expressi- O estudo, com 135 empresas nológica e desenvolvimento de lham com a mesma capacidade térias-primas, a infraestrutura
derecuperaçãodospaísesdesen- vos, o que é muito importante, já de médio e grande portes, mos- produtos.Tambémserãoinvesti- produtiva dos níveis pré-crise. deficiente, a elevada carga tribu-
volvidos mais afetados pela cri- que é o investimento na produ- tra que as estimativas atuais de dos em aumento da capacidade Para86,4%dosempresários,aca- tária e o crédito caro e escasso.
Especial H7
%HermesFileInfo:H-7:20100527:

O ESTADO DE S. PAULO QUINTA-FEIRA, 27 DE MAIO DE 2010

FÓRUNS ESTADÃO REGIÕES. SUL


GERSON PANTALEÃO/AE–8/3/2010

Obra de porte. Operários da P-53, primeira das plataformas encomendadas pela Petrobrás a ser concluída no polo de Rio Grande: com o crescimento, município espera quadruplicar orçamento

Investimentonopolo navalsoma R$14 bi


Rio Grande recebe R$ 13 bilhões em investimentos na indústria de navios e plataformas marítimas e mais R$ 1 bilhão, em outros negócios
Elder Ogliari ram projetos para se instalar. dustrial (Senai), a Fundação
PORTO ALEGRE Sãoempresasdefertilizantes, lo- Gaúcha do Trabalho e Ação So-
gística, alimentos, madeira, quí- Obra da Petrobrás Araucária, em 1977. Em menos ra, Leonardo Brusamolin Júnior, cialeaprefeiturapassaram aofe-
Os investimentos bilionários mica e, agora, metalúrgicas. de 40 anos, a população saltou há problemas de infraestrutura, recer cursos de qualificação téc-
em diques, estaleiros, cascos “Semanalmente recebemos provoca boom em de 17 mil habitantes para com falta de creches, escolas e nica básica.
de navios e plataformas maríti- novas consultas”, diz o secretá- Araucária, Paraná 117.964. Agora, a cidade vive no- casas. “É difícil encontrar imóvel A metalúrgica Metasa, que es-
mas são a parte mais vistosa, rio estadual do Desenvolvimen- va explosão. Já chegaram mais vazio”, diz Manoel Ehlke Ozório, tá se instalando na região, pediu
mas não a única, do polo naval to e dos Assuntos Internacio- 17 mil pessoas de vários Estados da Imobiliária Barracão. E os que a prefeitura formasse 400
em Rio Grande, no sul do Rio nais, José de Souza Barbosa. ● A Petrobrás é responsável pe- e outras 5 mil vão chegar a partir preços estão nas alturas, com trabalhadores e promete com-
Grande do Sul. Estão em anda- OsecretárioparaAssuntosEx- la maior obra do Programa de do próximo mês, quando haverá altas de 50% a 70%. Por causa plementar o treinamento den-
mento obras de ampliação das traordinários da prefeitura de Aceleração (PAC) no Paraná. parada para manutenção das uni- da demanda, moradores estão tro da própria empresa.
vias de acesso e do calado do Rio Grande, Gilberto Machado Estão sendo investidos cerca de dades. Detalhe: mais de 80% dos transformando suas casas em Aobraparaaconstruçãodano-
porto, ao custo de quase R$ de Pinho, conta que passa boa R$ 10 bilhões na construção e 399 municípios paranaenses têm pousadas. va fábrica começa em um mês.
700 milhões. Juntos, eles partedotempocomnovosinves- modernização de 19 novas unida- menos de 23 mil habitantes. Praticamente não há desem- Pronta, em meados de 2011, terá
atraem dezenas de outros pro- tidores.Nasconversas,eledesta- des na Refinaria Presidente Getú- A receita do município prevista prego e o comércio não têm do capacidade para processar 60
jetos privados,que somam cer- ca que, ao contrário de diversos lio Vargas (Repar). Este é um dos para este ano é de R$ 535,9 mi- que reclamar. “Está todo mundo mil toneladas de aço por ano pa-
ca de R$ 1 bilhão. portos cercados de montanhas, maiores investimentos da compa- lhões, com incremento de 27,8% feliz, mas o que nos preocupa é ra fornecer componentes de pla-
A onda de crescimento come- o de Rio Grande está diante de nhia na área de refino no País. em relação 2009. Segundo maior aproveitar essa oportunidade e taformas marítimas e navios.
çou com a Petrobrás. A estatal uma extensa planície, o que tor- As obras, questionadas pelo Tri- arrecadador do estado, Araucá- se desenvolver”, diz a presidente A metalúrgica Profab foi das
encomendou as plataformas na mais fáceis as expansões. bunal de Contas da União (TCU), ria tem o maior PIB per capita, da Associação Comercial, Indus- primeiras a se instalar na região.
P-53,já concluída, P-55, em cons- Osonho dacidade,paraofutu- devem se estender até 2012. de R$ 86,7 mil. Segundo o secre- trial e Agropecuária de Araucá- Inaugurada em fevereiro de
trução, e P-63, a ser iniciada em ro,éatrair usinasdegeração eóli- A Repar foi inaugurada em tário de Planejamento da Prefeitu- ria, Rosa Tanaka Zelaga. 2007, a empresa fazia correias e
breve, a consórcios privados, e a ca, plantas de regaseificação, fá- elevadores de caçamba. Hoje,
construção de oito cascos de na- bricas de celulose. Se tudo isso produz também peças de caldei-
vio FPSO ao grupo Engevix, a ser ocorreraté2020,apopulaçãopo- mil indiretos no período entre tadores, eletricistas, pedreiros e politana de Porto Alegre, não vai raria pesada, tubulações e estru-
feita no Estaleiro Rio Grande 1, derá dar um salto, dos atuais 205 2005 e 2015. Somente em 2010 carpinteiros, outros segmentos acabar.Motivo:faltadequalifica- turas metálicas e está investindo
que o grupo W Torre construiu. mil para 450 mil habitantes. O devem ser oferecidas 5 mil novas também procuram trabalhado- ção da mão de obra. em novas fábricas, e uma delas
Agora,segundoaSecretariaEsta- orçamento municipal subirá de vagas, inclusive para áreas deho- res. “Até para encontrar alguém Nos últimos três anos, a Uni- será no Rio de Janeiro.
dual do Desenvolvimento e dos R$ 200 milhões para R$ 800 mi- telaria,alimentação,lazer,trans- que lave pratos é difícil”, consta- versidade Federal do Rio Gran- Estimulada pela demanda na-
Assuntos Internacionais (Se- lhões por ano. porte e indústria do vestuário. ta o empresário Claudio Silva, de (Furg) criou seis novos cur- val,aempresapassoudeseis fun-
dai),30empresasjáestãoinstala- Aprefeituraacreditaque osin- Enquanto a área industrial de- dono do restaurante Plaza Grill. sos de engenharia, enquanto o cionários,nosprimeirosdias,pa-
dasnaárea;sete estão construin- vestimentos no polo naval vão manda soldadores, caldeireiros, Apesar disso, o desemprego, Ministério do Trabalho, o Servi- ra 180. O faturamento multipli-
doplantas;eoutras22apresenta- criar15 milempregos diretos e 35 encanadores, montadores, ajus- ao redor de 12% da região metro- çoNacionaldeAprendizagemIn- cou-se por oito em três anos.

Artigo

Uma porta para o desenvolvimento do comércio exterior



✽ Curitiba. O turismo também vem apre-
sentando crescimento significativo,
incremento econômico, que hoje inves-
te na construção de plataformas petrolí-
nos Aires, assim como entre as praias de
Santa Catarina e Punta del Este. Outro
mentais, também trazem condições
de desenvolvimento para a Região Sul
CARLOS
BIEDERMANN comdestaqueparaFlorianópolis,cidade feras, cascos, navios, embarcações de aspecto favorável é a existência de todos do país.
que tem se transformado em referência apoio e no fornecimento de material pa- os modais na região (hidroviário, rodo- Todas essas mudanças tendem a
em termos de qualidade de vida. ra essas obras. viário, ferroviário, aeroviário e maríti- deslocar o eixo naval do Rio de Janei-

S
ituada na fronteira com Ar- O setor industrial naval tem sido um A Petrobrás, uma das principais inves- mo), algo importante do ponto de vista ro, tornando Rio Grande o segundo
gentina, Paraguai e Uruguai, dos responsáveis por atrair investimen- tidoras do projeto, desenvolve no local estratégico. Esses investimentos com polonavalemmovimentação,perden-
principais parceiros do Brasil tos nacionais e estrangeiros para a re- quatro empreendimentos gigantescos: vistas ao Mercosul confirmam a Região do apenas para o Porto de Santos. Ta-
no continente latino, a Re- gião. Importante registrar também os asplataformasP-53,P-55,P-63eoestalei- Sul do Brasil como uma importante por- manho impacto gerado pela necessi-
gião Sul vê sua economia se transfor- efeitos muito positivos da Copa de 2014 ro que, nos próximos anos, deverá ser ta para o desenvolvimento do comércio dadedeumainfraestruturaqueampa-
mar com o crescimento do setor in- para a Região, onde teremos duas cida- responsávelpelaconstrução depelome- exterior brasileiro. re o projeto faz com que gestores cor-
dustrial – o segundo do País. des-sede, e muitas outras como apoio. nosoitocascos das45 plataformas de pe- Fazer do Porto de Rio Grande o hub porativosegovernamentaisdiscutam
Os três Estados do Sul vêm experi- Não apenas as reformas dos estádios e a tróleo que a estatal quer colocar em ope- port doSul do Brasil é devital importância a influência dos investimentos para
mentando significativo crescimento construção da Arena do Grêmio modifi- ração até 2020. Estima-se que essa em- para a economia. Prova disso é que o Pro- construção do polo naval em toda a
acompanhandoe,decertaforma,lide- carão o perfil das cidades, mas todas as preitadatenhageradomaisde30milem- grama de Aceleração do Crescimento RegiãoSul.Ossetoresenvolvidosdire-
rando o crescimento do Brasil nestes obrasdeinfraestrutura,quejáestãosain- pregos diretos e indiretos, beneficiando (PAC) do governo federal destinou R$ 2,7 tamente com a sua construção, tais
tempos em que o País apresenta esta- dodaspranchetasparaaexecução,movi- trabalhadores da construção civil, da bilhões para obras nos portos brasileiros. como madeira, mobiliário e transpor-
bilidade econômica e política. São mentarão a economia de tal forma que área metal0mecânica e das engenharias. A parte deste orçamento que coube à Re- te, são os maiores beneficiados pela
muitososexemplosdessecrescimen- ainda é difícil estimar o crescimento do Masnãoéapenasno petróleoqueresi- gião Sul foi investida no prolongamento instalaçãodoempreendimento,segui-
to.Temoso poloautomotivo doPara- PIB regional que será verificado. de a importância deste porto para toda a dos molhes e nas obras de dragagem, que, do pela siderurgia e os químicos nos
ná, o setor agropecuário em toda a re- O Porto de Rio Grande/RS é um polo Região Sul do País. Um dos principais completos,tornarãoRioGrandeaptopara Estados do Paraná, Santa Catarina e
gião, o polo metalomecânico de Ca- naval que está atraindo investimentos, objetivos do empreendimento é ser um receber os maiores navios de carga do Rio Grande do Sul.
xiasdoSul.Háimportantecrescimen- gerando empregos e impulsionando a “PortodoMercosul”,concentradoredis- mundo e distribuir a mercadoria aos de-
to na indústria de serviços, especial- economiaregional.Suaestruturaéconsi- tribuidordecargaparaoutrosportosbra- mais portos do Brasil e de outros países. ✽
mente nas capitais, com destaque pa- derada fundamental para a produção e o sileiros e para os vizinhos Uruguai e Ar- O petróleo e gás têm papel fundamen- SÓCIO DA PRICEWATERHOUSECOOPERS,
ra saúde e educação, onde temos po- armazenamento de petróleo no Brasil e gentina. A localização é ideal por se si- tal no desenvolvimento econômico da VICE-PRESIDENTE DA FEDERASUL E COOR-
los de excelência em Porto Alegre e tem colaborado de forma decisiva para o tuar entre o Porto de Santos e o de Bue- nação e, ao receber incentivos governa- DENADOR DO CAPÍTULO SUL DO IBGC
H8 Especial
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QUINTA-FEIRA, 27 DE MAIO DE 2010 O ESTADO DE S. PAULO

FÓRUNS ESTADÃO REGIÕES. SUL


EDUARDO NICOLAU/AE–10\2\2003

Agronegócio
é quase a
metade do
PIB regional
Mesmo com intensa industrialização, Sul
depende dos negócios gerados no campo

José Maria Tomazela


SOROCABA ● Força agrícola

Os três Estados da Região Sul já


respondem por 18,5% do Produ-
63 %
do arroz do País sai do RS
to Interno Bruto (PIB) nacional.
Conforme dados do IBGE, o Rio
Grande do Sul possui o quarto
PIB brasileiro – atrás de São Pau-
86,4 %
do trigo do País sai do RS e do PR
lo, Minas Gerais e Rio de Janeiro
–, o Paraná está em quinto lugar
e Santa Catarina em sétimo.
A posição no ranking nacional
3,63 milhões
de toneladas de frango foram
revela grande equilíbrio da eco- exportadas por SC em 2009
nomia nesses Estados. O Sul vi-
veintensoprocessodeindustria-
lização,mas grandeparteda eco- sandoMatoGrosso.Apenas aso-
nomia regional ainda depende ja respondeu por 14 milhões de
dos negócios gerados no campo. toneladas. O Estado manteve a
A produção da agricultura, da posiçãodemaiorprodutornacio-
pecuária e das florestas quase nal de milho, com 12,6 milhões
não chega ao consumidor como de toneladas. Lidera, ainda, na
produto primário. Passa, antes, produção de feijão. A participa-
porumintensoprocessodeagre- ção direta da agricultura no PIB
gação de valor pela indústria de paranaense subiu de 15% em
transformação e da agroindús- 2007 para 18,5% no ano passado.
tria, além de um bem estrutura- Odesempenhodeve-se,sobre-
do modelo de conversão de pro- tudo, à retomada na produção Vinho. Colheita de uvas cabernet savignon em Bagé: destaque regional e exemplo de integração de indústrias e agricultura
teínavegetalemprodutos deori- de soja e trigo e à expansão das
gem animal. Considerada toda a áreas de cultivo da cana-de-açú-
cadeia gerada pelos produtos, o car.Natemporada2009/10,oPa-
agronegócio representa quase raná perdeu a posição de segun- nos 19% e a segunda, que teve
50% do PIB regional. do maior processador de cana
do Centro-Sul para Minas Ge-
Cooperativas buscam excelência diminuição de 15%. Para a soja,
os produtores destinaram 11% a
Destaques. O Rio Grande do rais, mas pode recuperar a posi- mais de terra.
Sul detém 8,8% do PIB nacional
egrandeparte desuaeconomia é
ção na safra atual, com previsão
de moagem de 51 milhões de to-
na produção de grãos no Paraná Segundo o professor universi-
tário,Eugênio Stefanello.oEsta-
baseadana agriculturadegrãos – neladas. A última safra foi preju- do tem possibilidade de expan-
soja,trigo,arrozemilho–,napro- dicada pelo excesso de chuvas. dir a áreade agricultura em cerca
dução de fumo, na pecuária e na Santa Catarina é o maior ex- um Estado que privilegiou o sis- de 500 mil hectares, avançando
indústria de transformação de portadordefrangoedecarnesuí- Com ajuda das pequenas tema cooperativo de produção. ● Pujança na região do arenito Caiuá, no
produtos do campo. O Estado se na do Brasil. No ano passado, as propriedades, Estado “A liderança não é hoje um fa- noroeste, onde prevalece a pe-
destacaem alimentos,fibrastêx-
teis naturais, madeira e couro.
duas principais empresas do se-
tor no País, a Sadia e a Perdigão,
produz 31,3 milhões tor preponderante para nós”,
diz o diretor-geral do Departa-
21 %
da safra brasileira de grãos vem
cuária. “Já estamos no limite de
expansão, por isso daqui para
de toneladas de grãos e
Na última safra, bateu recorde sejuntaram,formando aBRFoo- volta à liderança nacional mento de Economia Rural (De- do Estado do Paraná, que tinha frente Mato Grosso vai superar
nacolheitadegrãos,com24,4mi- ds, uma das maiores empresas ral), da Secretaria da Agricultura perdido a liderança para Mato oParaná.Masaindapodemosau-
lhões de toneladas. A soja atin- de alimentos do mundo. As ex- do Paraná, Francisco Simioni. Grosso na safra anterior mentar muito a produtividade.”
giu o maior volume individual, portações de carne de frango so- Evandro Fadel “A preocupação maior é levar Nesse contexto, as cooperati-
com 10 milhões de toneladas. A maram 3,63 milhões de tonela- pesquisa,assistênciatécnicaade- vas,cujahistória começouna dé-
safra do arroz atingiu 8 milhões
de toneladas – o Estado detém
dasem 2009,com receita deUS$
5,8 bilhões. Este ano, reduzidos
CURITIBA

O Paraná deve retomar na safra


quada e crédito em quantidade e
na oportunidade corretas.”
374 mil
estabelecimentos rurais possui
cada de 50 no Paraná, exercem
grande influência. “Entre 60% e
63% da produção nacional. os efeitos da crise global, o setor 2009/2010 a liderança nacional Segundoele,apresençadoIns- o Estado do Paraná, com área 70% da produção do Estado pas-
Outro destaque é o trigo: jun- voltou a crescer, com aumento naprodução degrãos,comprevi- titutoAgronômicodoParaná(Ia- média de 60 a 70 hectares sa por suas esteiras”, salientou
tocomo Paraná,o Estadoprodu- previsto de 5% no volume de ex- são de colher 31,3 milhões de to- par), do Instituto Paranaense de Simioni. “Elas atuam na comer-
ziu 86,4% do cereal no Brasil. O portação e de até 10% na receita. neladas, o que representa 21% da Assistência Técnica e Extensão cialização, armazenagem e es-
Rio Grande do Sul é também o Nos primeiros meses deste safra brasileira. O Estado tinha Rural(Emater)edeváriascoope- Porém, na safra atual, tudo coamento da produção, o que in-
principal produtor de vinhos fi- ano, o Estado absorveu 30% dos perdido o posto na safra anterior rativasdá“vantagem comparati- conspirou a favor dos produto- fluencia na renda do produtor.”
nos no País e a produção de fu- pintinhos alojados nos aviários para Mato Grosso. va” em relação a Mato Grosso. res paranaenses. No caso da so- Historicamente, as grandes
mo continua a ser uma atividade para serem transformados em Porém,produtorese autorida- Aperdatemporáriadalideran- ja, chegou-se a uma média de 3,4 propriedades vêm sendo dividi-
relevante no Estado e no País. frangos, mas vem sendo seguido des paranaenses sabem que a li- ça na produção de grãos na safra quilos por hectare e, no milho, daspelospatriarcasentreosdes-
O Paraná responde por 6% da de perto pelo Paraná, que ficou derança é passageira, já que há 2008/2009tevefortecomponen- de 7,7 mil quilos por hectare. cendentes, numa espécie de “re-
riqueza produzida no Brasil. Na com outros 25%. A migração da pouca área de expansão no Esta- te climático. Com chuvas abaixo Essa conjunção de fatores forma agrária privada”. De acor-
safra 2009/10, o Estado reassu- atividade decorre da maior dis- do. Por isso, procuram cada vez do normal, mal distribuídas e compensou até mesmo a redu- docomaSecretariadaAgricultu-
miu o primeiro lugar na produ- ponibilidade de soja e milho, mais melhorar a produtividade, frio, o Brasil teve quebra de 9 mi- ção de área em algumas culturas, ra,oParanátemhoje374milesta-
ção agrícola nacional, com 31,4 principais insumos da avicultu- diversificar as culturas e agregar lhões de toneladas. Pelo menos como o feijão, que perdeu 18%, a belecimentos rurais, com área
milhões de toneladas, ultrapas- ra, em território paranaense. valores, o que é favorecido em 7,5 milhões foram no Paraná. primeira safra de milho com me- média de 60 a 70 hectares.

ANTONIO PACHECO/AG RBS–18/10/2004

País. Segundo a responsável pe-


Governo tenta lo programa de diversificação do
ministério, Adriana Gregolin, já
foram investidos R$ 15 milhões
substituir cultivo de no programa, que conta com 60
projetos em andamento. “Hoje
atingimos apenas 25 mil famí-
tabaco na região lias. Nossa meta é chegar a 100
mil famílias e, para isso, precisa-
ríamos investir R$ 30 milhões.”
Culturas como pêssego, leite e
muito trabalho, principalmente avitivinicultura,aúltimajátradi-
Força do mercado, pelo fato de os produtores alega- çãonaregião,sãoasmaisincenti-
responsável por 95% rem que é difícil encontrar outra vadas. O projeto inclui reuniões,
cultura que garanta rentabilida- seminários,alémdevisitastécni-
da produção do País, de semelhante. cas e dias de campo para mostrar
dificulta implantação de ARegião Sul responde porcer- aosprodutoresqueépossíveltra-
projetos de diversificação ca de 95% da produção de tabaco balhar com outras atividades. “A
do País, e desse total o Rio Gran- monocultura dá sinais de que
Jaqueline Silva de do Sul lidera, com 54%, segui- não é sustentável e diversificar
ESPECIAL PARA O ESTADO do por Santa Catarina (29%) e será uma necessidade no futu-
Paraná (17%). As características ro”, afirma Adriana.
Desde que o Brasil ratificou a climáticas – sem o excesso de ca- Deacordocompesquisarecen-
Convenção-Quadro para o Con- lor de outras regiões – impulsio- te do Departamento de Estudos
trole do Tabaco (CQCT), em namacultura,queencontrouna- Sócio-EconômicosRuraisdoPa-
2005, o Ministério do Desenvol- quelas terras condições propí- Força do fumo. Plantação em Santa Cruz do Sul, RS: 730 municípios produtores na região raná(Deser-PR),73%dosprodu-
vimento Agrário desenvolveu o cias. Nos três Estados, cerca de tores entrevistados disseram ter
Programa Nacional de Diversifi- 730 municípios cultivam o taba- triasestãoemAraranguá,Blume- soas. O ciclo de produção e in- tação do manejo na lavoura. o desejo de mudar de atividade.
cação em Áreas Cultivadas com co. Santa Cruz do Sul e Venâncio nau e Joinville, e no Paraná na dustrialização é feito com inten- Aforça dessemercado,que ge- “Há um fator cultural muito for-
Tabaco,umesforçoparaconven- Aires,no Rio Grande doSul, con- cidade de Rio Negro. Só na zona sa parceria entre as duas pontas. rou R$ 4,4 bilhões em receitas ao te. A maioria é de pequenos pro-
ceros produtoresadeixaroculti- centram as indústrias de cigar- rural, mais de 186 mil produto- As empresas dão todo suporte agricultor só no último ano, difi- dutores que seguem a atividade
vo. Porém, em cinco anos, foram ros, cigarrilhas e charutos. resparticipamdacadeia.Aindús- para plantio, desde sementes e culta a intenção do governo em dos pais, avôs e dizem que é tudo
poucas conquistas e ainda há Em Santa Catarina, as indús- tria emprega mais de 30 mil pes- fertilizantesatécursosdecapaci- substituir a cultura do fumo no que sabem fazer”, diz Adriana.

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