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RETORNOS DE CAPITAL ORIUNDOS DE PRÁTICAS DE

CONSERVAÇÃO DO SOLO∗

S.V. CIRIACY-WANTRUP
Universidade da Califórnia

P ode-se considerar que o Comitê de Programa, quando designou


o tópico para esta discussão, estava principalmente interessado
nas dificuldades inerentes à avaliação dos retornos de capital
oriundos de práticas de conservação do solo, e nas possibilidades
práticas e analíticas de se lidar com tais dificuldades. Esses
problemas são realmente importantes e oportunos. São necessárias
informações sobre retornos de capital para que os produtores ou
fazendeiros sejam induzidos a tomar suas próprias decisões sobre
as práticas de conservação do solo para ajudar os governos a
criarem políticas adequadas de conservação e justificá-las perante o
público.

Sentido econômico das práticas de conservação do solo

Poucas palavras poderiam ser ditas sobre o significado de


“práticas” na economia de conservação do solo.1 Para determinar o
estado ideal de conservação é teoricamente necessário considerar
variações em um serviço de produção individual e manter todos os
outros serviços constantes. É difícil satisfazer esta exigência teórica
atualmente; e além do mais, serviços de produção individual não
são, por natureza, de conservação ou esgotamento. Na realidade
econômica, soluções teóricas do estado ideal de conservação só
podem ser aproximadas. Uma das aproximações mais úteis é pensar
em termos de práticas alternativas de conservação.
Uma determinada prática de conservação do solo envolve
trocas inter-relacionadas entre vários setores de produção, em mais
de um momento; dessa forma, os produtos podem ser alterados em
vários casos. Por exemplo, a prática de terraceamento envolve


Artigo apresentado no encontro anual da Associação Americana Econômica da
Fazenda, Green Lake, Wisconsin em 9 de Setembro de 1947. Artigo No. 122
Giannini Fundação de Economia Agrária.
1
Pouco precisa ser dito sobre o significado econômico de conservação do solo
em geral, e do estado ideal de conservação. Este significado tem sido discutido
em vários artigos recentes (S. V. Ciriacy-Wantrup: “Empreendimento e
Conservação Privados do Solo,” Este Journal, Vol. XXIV. No. 1, February 1942.
“Impostos e a Conservação de Recursos”, Quarterly Journal of Economics, Vol.
LVIII, February 1944. “Conservação de Recursos e Estabilidade Econômica,”
Quarterly Journal of Economics, Vol. LX. May 1946). Conservação e
esgotamento se referem às mudanças físicas na distribuição de tempo das taxas
de uso dos recursos individuais. Conservação não implica em eficiência,
esgotamento ou desperdício. Ambos podem ser desperdiçados. Desperdício de
recursos pode significar somente que o fluxo de valor líquido da utilização não é
maximizado. Alguns dos problemas encontrados na forma de maximização da
presente discussão.
1181
investimentos em mão-de-obra e maquinário para construção, o
gasto de material para preparação de mercado distribuidor
apropriado, despesas de manutenção e reparo ao longo dos anos,
variações de tamanho e disposição das áreas cultivadas, mudanças
nos métodos de cultivo e colheita, mudanças nos resultados da
produção, nos riscos, e, possivelmente, outras alterações. Sob tais
condições o valor real do fluxo adicional total de custos causados
por uma certa prática é comparado com o valor real do fluxo
adicional total de rendimentos.2 Por definição, a diferença entre
estes dois valores reais (ou seja, rendimentos líquidos reais) é
idêntica aos retornos de capital das práticas de conservação do solo
sob consideração. Os retornos de capital podem ser positivos,
negativos ou nulos. Embora ninguém possa determinar o estado
ideal de conservação nesse sentido, salvo por acidente, a modesta
porém prática meta de melhoramento do estado atual de
conservação, pode ser alcançada de forma efetiva.

Distribuição de Rendimento e Fluxos de Custos ao longo do Tempo

Rendimento e fluxos de custos normalmente diferem nos


seus tempos de distribuição3. Os rendimentos tendem a se tornar
maiores do que os custos ao longo do tempo. Por exemplo, na
construção de barragens para represamento ou estancamento de
água, os custos estão concentrados na primeira parte da vida
econômica das estruturas. Isto acontece porque o costume ou a lei
requer amortização dentro de um determinado período de tempo. A
vida econômica pode ser muito maior do que este período, e pode
requerer um pequeno custo de manutenção. Rendimentos, por outro
lado, podem ser pequenos a princípio, mas podem aumentar
consideravelmente no decorrer do tempo. Normalmente leva algum
tempo para a vegetação e o manejo humano se ajustarem à
mudança do curso de água. Sob tais condições é enganoso se a
avaliação do fluxo de renda é limitada por um período de
amortização arbitrária. Isto tem acontecido, por exemplo, em
conexão com o cálculo da relação custo/benefício no programa
federal de controle de inundação e em outros projetos públicos de
construção. O resultado é uma relação custo/benefício
incorretamente pequena; isto, por sua vez, pode levar ao
esvaziamento de benefícios por meio de procedimentos de
avaliação incorretos. Alguns destes procedimentos serão
considerados mais tarde. O recurso é avaliar os fluxos de custos e

2
O presente valor é do fluxo de soma de valores positivos e negativos estendidos
ao longo do tempo, cada valor ocorrido em algum momento (para curto, valor
corrente) ser descontado no momento/instante no qual uma decisão planejada é
tomada.
3
O problema de medidas diferentes na distribuição tem sido discutido em: S. V.
Ciriacy-Wantrup. “Impostos e as Pesquisas de Conservação.” Quarterly Journal
of Economics, op. cit.
1182
rendimentos por meio de toda a vida econômica das estruturas.
Pode ser de valia, observar que a vida econômica não é
frequentemente dada pelas condições tecnológicas, sendo uma
variável que é determinada pela maximização dos retornos de
capital oriundos da prática de conservação sob consideração. Por
exemplo, o uso de uma represa para estocar água pode ser
estendido indefinidamente por despesas com manutenção para
reduzir a sedimentação e remoção de sedimentos. Tais despesas,
contudo, podem se tornar anti-econômicas em uma certa data se
comparadas com outras alternativas, tais como a construção de uma
nova represa ou os cuidados com sedimentos ao longo da
correnteza (isto é, usar a velha estrutura simplesmente como uma
represa de controle). Às vezes, porém uma vida econômica máxima
é dada e é economicamente relevante no planejamento4. Isto seria
verdade com um arrendatário que planeja se mudar para uma outra
fazenda quando o seu arrendamento termina e que não recebe
compensação pela vida útil (não vencida) de uma prática de
conservação. Para ele a vida econômica ideal de uma prática de
conservação não poderia ser mais longa do que a duração do seu
arrendamento.

Destinação e Incidência de Fluxos de Rendimentos e Custos

O último exemplo leva a um outro problema importante na


avaliação dos retornos de capital oriundos de práticas de
conservação do solo. Pode ser designado o problema da destinação.
Sob um dado sistema de valores (a ser discutido agora) pode ser
considerado como axiomático (evidente) para a avaliação social
que todos os rendimentos e custos devem ser destinados à prática
de conservação do solo que lhes dá origem, independente da
incidência dentre membros de um grupo social5. É interessante
diferenciar claramente tal destinação de rendimentos e custos a
práticas de conservação de solo funcionalmente relacionadas como
um problema de avaliação social adequado e a destinação às
pessoas (incidência) como um problema de distribuição de renda.
Rendimentos e custos independentes de incidência serão
chamados aqui de rendimentos e custos sociais. Eles são
parcialmente privados e parcialmente públicos. A incidência dos
rendimentos e custos privados recai parcialmente no agente de
planejamento responsável pela prática de conservação do solo; esta
porção pode ser chamada de rendimento e custos empresariais. A
incidência se uma segunda porção de rendimentos e custos
privados recai sobre indivíduos que estão ligados em competência

4
Economicamente relevante significa que uma dada vida máxima é menor do
que a vida econômica ideal.
5
Por exemplo, o Decreto Federal de Controle de Inundação de 22 de junho, 1936
(Publicação No. 738, 74º Congresso) emprega a frase “a quem quer que elas
possam caber”.
1183
não-empresarial com a empresa sob discussão – por exemplo, como
proprietários, credores ou trabalhadores6. A incidência de uma
terceira porção de rendimentos e custos privados recai sobre
indivíduos sob condições onde existam ligações inter-empresariais;
tais ligações podem ocorrer na conservação do solo por meio do
movimento de água e entulhos morro abaixo, por meio de
incêndios e escavações morro acima e pela dispersão de insetos e
pragas. A incidência de rendimentos e custos públicos pode recair
em propriedade pública – por exemplo, estradas e reservatórios –
ou pode ser tão difundida por meio do corpo político que não pode
ser apurada individualmente – por exemplo, se efeitos na
estabilidade, segurança social e defesa nacional estiverem
envolvidos; a primeira pode ser chamada de fiscal e a última de
rendimentos e custos coletivos.
A importância da incidência de fluxo de rendimentos e
custos para avaliação privada de retornos de capital oriundos de
práticas de conservação de solo é grande. Tais retornos podem ser
bastante diferentes dos pontos de vista do operador da fazenda, do
seu proprietário e de seu credor. Diferenças semelhantes entre
retornos ocorrem se houver tais conexões inter-empresariais, como
foi mencionado acima. Os resultados são diferenças no grau e tipo
de práticas de conservação de solo que indivíduos privados podem
pagar, por um lado, e que, sejam socialmente desejáveis pelo outro.
Esta situação é uma das maiores razões para as políticas públicas
de conservação.
Na avaliação pública, todas as porções de rendimentos e
custos sociais oriundos de práticas de conservação de solo são de
igual importância; mas, para a implementação e a técnica de
política de conservação a distinção entre diferentes porções de
rendimentos e custos sociais de acordo com a incidência é
relevante. Por exemplo, a fim de induzir uma consideração
adequada (no sentido de destinação como se fosse para avaliação
social) de rendimentos e custos empresariais, a educação pode ser
suficiente; ou a assistência pública para resolver imperfeições
institucionais na adaptabilidade de gerenciamento, capital, mão-de-
obra e a terra pode ser desejável. Consideração apropriada de
rendimentos e custos privados não-empresariais pode
freqüentemente ser induzida por aplicações e melhoramentos mais
vigorosos das leis de propriedade e arrendamento existentes. Para
consideração apropriada de rendimentos e custos públicos,
6
O interesse de proprietários e credores na conservação é geralmente
reconhecido. No entanto, o interesse do trabalhador na conservação
frequentemente não é menor. O trabalhador não é perfeitamente móvel. A
conservação pode afetar a segurança do emprego (trabalhadores atados em áreas
de florestas que não estão sob um gerenciamento de rendimento contínuo são um
exemplo), as condições de moradia (onde a moradia é temporária por causa do
esgotamento dos recursos como em algumas áreas de mineração), a saúde e
conforto pessoal (através de tempestades de poeira, poluição da água e
deterioração dos recursos ambientais).
1184
subsídios ou propriedade e gerenciamento totalmente públicos são
normalmente necessários. Isto é especialmente verdadeiro para
rendimentos e custos coletivos.
O interesse público é, às vezes, definido de tal maneira a
excluir o interesse empresarial. Diz-se que o interesse público não
está envolvido se os rendimentos e custos empresariais formarem
uma parte importante dos rendimentos e custos sociais. Isto é
verdadeiro para muitas práticas de conservação do solo em terra
particular. De acordo com esta visão, tais práticas de conservação
do solo não deveriam ser subsidiadas. Podemos perguntar, quando
é que o interesse público está envolvido? Se um, dez ou vinte por
cento dos rendimentos e custos sociais forem não-empresariais? Se
uma, dez ou vinte pessoas estiverem envolvidas além do agente de
planejamento? Procedimentos altamente arbitrários podem ser
adotados para resolver esta dificuldade. O W.P.A. (Administração
de Projetos de Trabalho), por exemplo, adotou uma regra
administrativa geral com o propósito de que no mínimo vinte
pessoas deveriam aprovar os benefícios de um projeto público
antes que ele pudesse ser aprovado.
A solução desta dificuldade já foi sugerida. Sob nossa
suposição com relação ao sistema dado de valores, o interesse
público está igualmente envolvido em todas as partes dos
rendimentos e custos sociais. Todavia, as técnicas de proteção do
interesse público podem variar em relação a diferentes partes, e,
dentro destas partes, em relação às causas de destinações
inapropriadas. O mero fato de rendimentos e custos sociais serem,
também, altamente empresariais, não descarta o interesse público
em práticas de conservação do solo em terras privadas. Por outro
lado, subsídios podem não ser socialmente desejável, mesmo se
uma parte substancial dos rendimentos e custos sociais forem não-
empresariais.
Se subsídios públicos para práticas de conservação do solo
devem ser dados a propriedades privadas em casos onde a maioria
dos custos e rendimentos são empresariais, os critérios seguintes
devem ser aplicados: primeiramente, deve-se perguntar se os
subsídios são ferramentas econômicas para melhorar o estado de
conservação (considerando, naturalmente, custos de
administração)? Ou, as ferramentas alternativas – por exemplo, nos
campos de educação, taxação e regulação – são mais econômicas?
Segundo, assumindo que o subsídio seja a ferramenta mais
econômica, os rendimentos líquidos sociais resultantes seriam
maiores do que se a mesma soma de dinheiro público fosse
empregada em campos alternativos? O economista não está
isentado de pensar sobre estes critérios pelo fato de que as regras
que dizem respeito aos mesmos são, às vezes, estabelecidas por
precedentes ou pela lei.
Nas economias de conservação, valores são classificados
como onsite e offsite, como direto e indireto, como temporário e
1185
permanente, e como objetivo e subjetivo. Estas e outras classes de
valores são construídas com o objetivo de prescrever prioridades de
avaliação no cálculo da relação custo/benefício de projetos
públicos. As classes em si não são claramente definidas. Além
disso, nos critérios de classificação, o problema de incidência é
acompanhado pelo problema da abrangência dos fluxos de renda e
custo – isso é, com a existência de valores de mercado-extra
(frequentemente chamado de “intangível”). Vamos lidar agora com
esse último problema.

Abrangência dos Fluxos de Rendimento e Custo

Até agora, nós temos considerado que valores ou tabelas de


valores para todas as unidades de componentes (serviços e produtos
individuais ocorrendo em cada instante) dos levantamentos de
rendimento e custo e para a taxa de desconto de tempo estão
prontamente disponíveis. É conhecimento comum que essa
suposição freqüentemente não é justificada em um sistema de valor
baseado principalmente nos valores de mercado. Em outras
palavras, os efeitos de uma dada prática de conservação de solo
podem ser reconhecidos como economicamente relevantes a partir
de um ponto de vista privado ou público, mas a expressão em
termos de valor monetário é difícil. Esse problema é analítico e
praticamente diferente do problema da destinação. Existem, no
entanto, inter-relações importantes entre os dois problemas: é mais
difícil apropriar-se de rendimentos ou alterar custos se os valores
de mercado estiverem prontamente disponíveis do que se
indivíduos afetados e os tribunais encontrarem dificuldades de
avaliação. Além disso, nesse e em outros países ocidentais, as
instituições sociais reguladoras da destinação de rendimentos e
custos entre as pessoas tem se desenvolvido com e entorno de uma
economia de mercado individualista. Conseqüentemente, elas não
estão bem adaptadas a uma consideração de valores de mercado-
extra – especialmente se a incidência do último for coletiva.
A abrangência de fluxos de rendimento e custo cria
dificuldades na avaliação de retornos de capital oriundos de
práticas de conservação de solo somente na política pública. Ela
também é importante em economias privadas, mas, aqui, as
dificuldades na avaliação não surgem. Agentes de planejamento
individual estão capacitados para comparar subjetivamente à
margem, utilidades e inutilidades conectadas com um mercado-
extra tão bem como os bens de mercado. A avaliação subjetiva de
rendimento de fluxos e custo de mercado-extra, sob certas
condições,7 de taxas de desconto de tempo individuais, são
significantes para a política pública no entendimento e influência

7
A respeito dessas condições ver S. V. Ciriacy-Wantrup, “Private Enterprise and
Conservation”.
1186
do estado atual de conservação. Porém, para a avaliação objetiva de
retornos de capital, tais valores subjetivos não são acessíveis nem
relevantes.8 Procedimentos relevantes para a avaliação objetiva de
mercadorias de mercado-extra em política pública podem ser
chamados de avaliação administrativa.9
Pode-se diferenciar dois níveis de avaliação administrativa
na base do refinamento quantitativo experimentado. No primeiro
nível, tenta-se obter expressões monetárias para unidades ou para
mercadorias de mercado-extra. No cálculo de retornos de capital
oriundos de práticas de conservação de solo, os resultados podem
ser tratados da mesma forma que os valores de mercado. No
segundo nível, sem tentar uma expressão monetária quantitativa,
um certo fluxo de rendimentos do mercado-extra é melhor
classificado do que os fluxos possíveis de custo. Neste caso,
calcular os retornos de capital a partir das práticas de conservação
de solo não tem sentido. A questão econômica está selecionando
aquelas práticas de conservação de solo que produz o fluxo de
rendimento com o mínimo possível de custos.
O segundo nível de avaliação administrativa é mais comum
se um objetivo mínimo ou padrão é significante para a política
pública. Tais padrões são usados, por exemplo, em decisões
referentes ao montante fornecido de segurança interna, saúde
pública, e segurança pública (contra fogo e acidentes). Estes
padrões podem variar ao longo do tempo. Padrões mínimos de
conservação do solo são também justificados socialmente e
possíveis na prática. A consideração de tais padrões é interessante e
importante, não cabe à discussão de retornos de capital.
No primeiro nível – o quantitativo, a avaliação
administrativa pode, com freqüência, utilizar valores de mercado
como ponto de partida e referência. Tribunais, comissões de
utilidade pública e órgãos semelhantes, freqüentemente operam

8
Poderíamos falar por cada indivíduo dos “retornos subjetivos de capital” vindo
de práticas de conservação do solo. Porém tal terminologia seria confusa e irreal.
Por meio de observação e indagação pode ser estabelecido que agentes de
planejamento se interem de suas preferências em relação às mercadorias de
mercado-extra e cheguem a resultados definitivos em relação ao ideal de práticas
alternativas de conservação do solo. Contudo, nenhum propósito útil se obtém
nomeando estes resultados de “retornos de capital”. Em política pública, por
outro lado, é necessário obter uma medida objetiva para comparar custos e
rendimentos de mercado-extra.
9
O termo avaliação coletiva, o qual ocorre na mesma relação (H. D. Dickinson,
Economics of Socialism. Oxford University Press, Oxford, 1939, 262 p.) não é
empregado aqui porque a avaliação de mercado também está num sentido, e
porque o mesmo termo usado acima em conjunção com rendimentos e custos
poderia levar a uma confusão. O termo preço administrativo, no sentido de um
preço resultante da avaliação administrativa, não tem relação com o termo preço
administrado, o qual tem sido usado para descrever a rigidez dos preços sob
competição injusta.
1187
com esta base. Na conservação do solo, muitos rendimentos e
custos de mercado-extra podem ser avaliados desta forma. Por
exemplo, a redução de sedimentação nos reservatórios, a poluição
de rios, a degradação de recursos estéticos e cênicos podem ser
avaliadas como de grande amplitude, caso forem utilizados valores
de mercado em cálculos auxiliares. O tipo particular de cálculo
auxiliar que é empregado varia muito com diferentes problemas.
Discussões de muitos tipos que tem sido usados nos conduziriam
ao afastamento do assunto em questão.
Em vez de usar valores de mercado em cálculos auxiliares,
os critérios de mercado – chamados de igualdade de oferta e
procura, podem ser usados na avaliação administrativa, no primeiro
nível. Os estudantes de economia socialista têm dado atenção
considerável à avaliação pelo método da tentativa e erro. Este tipo
de avaliação administrativa é bem aceito para o mercado
individual, mas não para o mercado de mercadorias coletivas.
Mercadorias de mercado-extra individual podem ser consumidas
individualmente e em porções pequenas. Exemplos – são a
recreação em parques públicos e campos de esporte.
O mesmo tipo de avaliação administrativa pode ser útil para
mercadorias individuais que estão, no momento, avaliadas no
mercado sob formas de mercado que não levam ao equilíbrio (tais
como oligopólio e monopólio bilateral) e sob formas de mercado
que embora levem ao equilíbrio são socialmente indesejáveis (tais
como o monopólio unilateral e a competição monopolística). Este
ponto merece ser mencionado aqui porque essa condição se aplica
aos fundos de capital de mercado e à determinação dos juros. Não
há razão para que a avaliação no primeiro nível não possa ser
aplicada às taxas de juros. Aqui também, as taxas de mercado
existentes podem ser usadas como referência; ou então, critérios
estabilizadores – por exemplo, preços estáveis ou aplicação
completa – podem ser escolhidos.

Avaliação de Mercadorias Coletivas do Mercado-Extra

Normalmente sobra um item residual nos tipos de avaliação


administrativa que se apóia em valores e critérios de mercado. Este
valor residual é formado por aqueles levantamentos de rendimento
e custos, de princípio coletivo. Possibilidades de avaliação de
mercadorias de marcado-extra coletivo podem ser somente
esboçadas aqui. O problema essencial é obter um programa
Remand, ou seja, um programa de renda social marginal. Um
programa de fornecimento, isto é, de custo social marginal; pode
ser normalmente calculado a partir de valores de mercado, caso
contrário, os princípios de obtenção de programas de forneci-
mento são os mesmos que para programas procura. Então,

1188
como pode-se obter programas de demanda para mercadorias
coletivas de mercado-extra?
Na amostragem de indivíduos ou de um grupo social pode-
se perguntar que preço em dinheiro eles desejam pagar por
quantidades adicionais sucessivas de uma mercadoria coletiva de
mercado-extra. As escolhas oferecidas relacionam-se às
quantidades consumidas por todos os membros de um grupo social.
Se o grupo interrogado é uma amostra, e somente uma amostra é
utilizada, o programa mortal da amostra é obtida e cada ponto nesse
programa é então multiplicado pelo número de indivíduos de todo o
grupo social que está sendo investigado.10 Se cada indivíduo de
todo o grupo social é interrogado, todos os valores individuais (não
as quantidades) são acrescentados.11 Os resultados correspondem
ao programa de demanda do mercado. Para propósitos de política
pública esse programa deve ser considerado como um programa de
renda social marginal. Em combinação com o programa de custo
correspondente pode-se determinar o fornecimento da mercadoria
de mercado-extra socialmente desejável.
Várias objeções a este procedimento de avaliação podem ser
consideradas:
Primeiro, pode-se afirmar que as quantidades de
mercadorias do mercado-extra coletivo são caracterizadas pelo
volume, e que, programas marginais não podem ser obtidas por
essa razão. O problema de volume não é de forma alguma peculiar
para mercadorias de mercado coletivas. Já foi sugerido que em
aproximações práticas à idealização teórica, são utilizados
adicionais totais ao invés de valores quantidades marginais. Não
pode ser negado, por outro lado, que é difícil definir quantidades de
mercadorias coletivas de mercado-extra – não obstante o seu
volume. Se não puderem ser encontradas quantidades físicas
adequadas, custos podem servir; por exemplo, pode-se medir a
conservação adicional em termos de apropriações consensual para
este objetivo. Neste caso tem que ser considerado que decisões a
respeito de prioridades ao esforço de conservação são deixadas
para as autoridades administrativas adequadas. Assim, o propósito
de tais apropriações em termos de quantidades físicas tem que ser
explicado aos eleitores para capacitá-los a fazerem escolhas
significativas.
Segundo, pode-se afirmar que as expectativas de incidência

10
A seleção de uma amostra ou amostras e de um programa modal levanta um
número de problemas estatísticos interessantes que não podem ser discutidos
aqui.
11
No caso de mercadorias individuais de marcado-extra (em contraste às
coletivas) a escala de quantidade de programas individuais de demanda
relacionam-se com unidades individuais da mercadoria. A fim de obter o
programa de demanda total (programa de rendimento social marginal), valores
são adicionados. No caso discutido no texto, os valores são adicionados.
1189
de custos na forma de taxas enviesara as respostas às perguntas. Por
meio da educação, design de questionários ou entrevistas
adequados, pareceria possível manter estas influências potenciais
menores. Vigilância contra este tipo de influência é uma
necessidade comum a todos os questionários de recenseamento que
tratam de pagamento ou renda.
Terceiro, pode-se afirmar que os programas marginais de
rendimento social obtidos da forma sugerida não pode ser usado
pois não foram consideradas outras mercadorias de mercado e a
utilidade marginal do dinheiro não costuma manter-se constante.
Estas objeções também se aplicam ao uso programas para a análise
de mercado. Falando estritamente, todos os bens de mercado e de
mercado-extra estão inter-relacionados por causa da
complementaridade ou competitividade do uso ou produção e por
causa do lucro monetário limitado. Teoricamente pode-se obter,
pela investigação, funções de rendimento social marginal para
qualquer número de variáveis; variações na utilidade marginal do
dinheiro também podem ser medidas e contabilizadas. Na realidade
econômica, a política pública deve normalmente ser capaz de lidar
com um produto de mercado-extra em um dado momento e assumir
que as variações na utilidade marginal do dinheiro são de pouca
significância.
Por fim, o método proposto de avaliação de programas
marginais de rendimento social das mercadorias do mercado-extra
coletivo pode ser rejeitada como sendo demasiadamente
acadêmica. É claro que é verdade que o fornecimento de
mercadorias do mercado-extra coletivo não é freqüentemente
determinado pela avaliação monetária, mas pelo comando de um
autocrata pela vontade de uma minoria poderosa ou por outros
fatores institucionais e políticos. Isto não significa, no entanto, que,
em uma democracia, a avaliação não poderia auxiliar o governo a
tomar decisões. Nota-se que o procedimento destacado pode ser
usado para ajudar em ambos os níveis de avaliação administrativa.
Pesquisas e votação podem ser usadas para determinação
quantitativa, bem como para a graduação de valores. Progresso
considerável tem sido feito recentemente na produção e avaliação
de investigações de grupo por questionário e entrevista. Até agora,
os economistas tem feito pouco uso desse progresso no campo da
psicologia individual e social. Economia de bem-estar pode ser
colocada em uma base mais realista se uma cooperação mais
estreita entre economias e certas ramificações jovens da psicologia
aplicada fosse estabelecida.

Um Procedimento Incorreto na Consideração dos Valores do


Mercado-Extra

As vezes um procedimento usado na avaliação


administrativa, que também está baseado em pesquisas com
indivíduos, pode ser enganoso. Isso acontece, por exemplo, nos
1190
gastos socialmente permissíveis dos fundos públicos para o
controle de enchentes. Indivíduos são questionados não quanto eles
estariam dispostos a pagar por quantidades adicionais sucessiva de
uma mercadoria coletiva de mercado-extra (estas quantidades,
como nós sabemos, estão para o grupo social como um todo), mas,
antes, para relatar os chamados valores subjetivos dos benefícios
individuais – por exemplo, da proteção contra prejuízos de
inundação para uma empresa particular. Estes montantes são então
somados. O resultado é um aumento grande (mas fictício) de
benefícios vindos dos trabalhos públicos. Agregados de valores
subjetivos não constituem um programa de demanda para uma
mercadoria coletiva. Este procedimento perde totalmente o sentido
de avaliação e o seu papel na contabilidade social. Os
procedimentos mais apropriados, citados acima, podem sofrer
descrédito devido a semelhanças superficiais.

Medindo as Preferências Individuais

Em um sistema de valores objetivos implica que às


preferências individuais são dadas um certo peso na influência dos
valores. Se valores monetários são considerados, como na
discussão precedente, a medição é realizada pela distribuição da
renda monetária. Na avaliação administrativa, a influência de
indivíduos sobre valores pode também ser medida pelos seus
direitos políticos.
Os aspectos normativos da medição social não podem ser
abordados com as ferramentas da economia. A importância social
dos indivíduos e de suas preferências depende de toda sua cultura,
da qual a economia é apenas uma parte. Mas, em economia, um
sistema particular de medição pode ser selecionado para estudo. Do
mesmo modo, para objetivos de política pública, um determinado
sistema de medição pode ser postulado como “o melhor” nos
campos filosófico, ético ou em outros campos a priori. Embora a
política de conservação não esteja relacionada a um sistema
particular de medição, algumas conseqüências resultantes da
seleção de um certo sistema são relevantes aqui.
Vamos assumir, por exemplo, que pesos baseados na
igualdade de oportunidade econômica e na igualdade de direitos
políticos são selecionados ou postulados.12 Este tipo de igualdade é
o ideal adotado pelas sociedades democráticas contemporâneas.
Este é também o ideal sugerido pela corrente filosófica conhecida
como positivismo. Se qualquer absolutismo metafísico de valores e
de verdade são rejeitados, como no positivismo, não existe uma
base para diferenciar a importância social dos indivíduos. Por isso,

12
Raramente precisa ser mencionado que igualdade de oportunidade econômica
não necessariamente significa igualdade de renda. Da mesma forma que
igualdade de direitos políticos não significa direitos iguais de voto para todos.
Até as democracias mais liberais excluem certas classes etárias de votar.
1191
nos temos dessa afirmação, qualquer desvio de igualdade política e
econômica, no sentido supracitado, resultaria em distorções do
sistema de valores e conseqüentemente dos retornos de capital
oriundos das práticas de conservação do solo. Em outras palavras,
mesmo se os fluxos de custos e rendimentos fossem abrangentes –
o que não são – a validez dos retornos de capital como um
princípio de direção para a política de conservação ainda seria
restrita. Pode até ser argumentado que deveria ser um objetivo da
política de conservação a compensação pelos efeitos de distorções
dos retornos de capital no estado de conservação. O que estes
efeitos são e, conseqüentemente, que ação compensativa é
requerida, não faz parte desta discussão. A sua menção é feita
meramente para indicar uma possibilidade de influência se a
política de conservação está baseada nos retornos de capital.

Problemas na Obtenção de Dados Básicos

Até agora temos considerado as dificuldades em avaliar


retornos de capital oriundos de práticas de conservação do solo.
Vamos focalizar alguns problemas encontrados da obtenção de
dados básicos que podem ser usados para estimar retornos de
capital.
Na tecnologia de conservação do solo, uma abundância de
dados experimentais relativos a entradas e saídas físicas de práticas
de conservação sob diferentes condições de clima, inclinação, solo,
e vegetação, foi acumulada. A abordagem usada nestes
experimentos é a mesma da nossa presente discussão, isto é, nos
termos de práticas individuais de conservação do solo.
Experimentos não têm sido restringidos a laboratórios e canteiros
de testes. Eles têm compreendido fazendas e campos inteiros.
Embora alguns deles não tenham sido bem projetados e
controlados, em sentido científico, uma parte suficiente deles estão
bem detalhadas de forma minuciosamente crítica. A maioria das
estações de experimento foram realizadas por técnicos de
experimentação agrícola e do Serviço de Conservação do Solo.
Pode-se esperar que este valoroso material tenha sido usado
como a base para o cálculo econômico das práticas de conservação
de solo. Tanto economistas quanto técnicos teriam lucrado ao
cooperar em tal cálculo. No entanto, com poucas expectativas,
economistas têm escolhido uma abordagem diferente;
especialmente a Divisão de Pesquisas Econômicas do Serviço de
Conservação do Solo.
Os economistas têm tentado estimar o valor de retornos de
capital oriundos da conservação de solo comparando rendimentos
líquidos de fazendas inteiras que foram completamente
reorganizadas com o propósito da conservação, com o lucro líquido

1192
de rendimentos de fazendas que não foram tão reorganizadas.
Refere-se à reorganização como um “plano completo de
conservação” e abrange normalmente um grande número de
mudanças em práticas individuais. Algumas destas mudanças
podem resultar na conservação, outras não. Uma atenção pequena é
dada ao número e à caracterização – seja conservadora, depredante
ou neutra – das práticas individuais.
Três modificações desta abordagem estão em uso. Primeiro,
rendimentos líquidos são comparados na mesma fazenda antes e
depois da reorganização. Segundo, rendimentos líquidos nas
fazendas reorganizadas são comparados com aqueles de fazendas
que não sofreram reorganização. Terceiro, rendimentos líquidos
são derivados de receitas de fazenda nas quais os efeitos de
reorganização são avaliados hipoteticamente. Conseqüentemente,
tem se tornado prática usual diferenciar entre fazendas em
conservação de um lado e fazendas sem conservação de outro. As
vezes, um sistema complicado de pontuação é usado para
classificar as fazendas nestas duas classes e diferenciá-las entre
graus de conservação. Qual é a importância analítica e prática desta
abordagem?
É importante que todas as operações da fazenda estejam
interrelacionadas pela doutrina de gestão de fazendas. A principal
razão é a importância dos custos conjuntos na agricultura; este
problema foi discutido com detalhes em outros textos.13 Resulta
desta doutrina que toda mudança em práticas tem que ser traçada
cuidadosamente nos seus efeitos na fazenda inteira. Não se deduz,
contudo, que mais do que uma mudança nas práticas deveria ser
considerada ao mesmo tempo. Ao contrário, todo esforço deveria
ser feito para manter outras práticas, tanto quanto possível,
constantes na dedução dos efeitos de uma mudança em uma
prática. Isto é especialmente verdade caso uma modificação em
uma só prática envolva variações em muitos serviços produtivos e
conduza a mudanças complexas de fluxos de rendimentos e custos.
Foi enfatizado acima que tais complexidades normalmente surgem
no caso de práticas de conservação de solo. A abordagem sob
discussão multiplica as dificuldades de dedução dos efeitos da
prática de conservação do solo – dificuldades que são apreciáveis
em qualquer evento. Além do mais, a abordagem pode ter
resultados bem enganosos. Isto acontece se práticas de conservação
alteram-se simultaneamente com práticas neutras em relação à
conservação – ou até depredantes. Sob tais condições, a
“lucrabilidade” de um “plano completo de conservação” pode
existir devido à outra prática que não seja a de conservação.
Opostoamente, práticas de conservação rentáveis podem ser

13
S. V. Ciriacy-Wantrup, “Economias de Custos Conjuntos em Agricultura.”
This Journal, Vol. 23, No. 4, November 1941, pp. 771 – 818.
1193
descartadas por serem abordadas em conjunto com outras práticas
improdutivas.
A omissão anterior ao requerimento de que “outras coisas
sejam iguais” está mais sujeita as objeções que algumas outras
dificuldades de abordagem sob discussão. Períodos diferentes de
tempo, fazendas diferentes, gerentes diferentes, condições
econômicas e físicas diferentes, julgamento pessoal de investigador
que gradua a conservação constrói receitas estão envolvidas nas
comparações entre fazendas em conservação e fazendas sem
conservação. Na prática, mudanças de variáveis conectadas com
estes últimos fatores não podem ser evitadas e tem que ser, tão
longe quanto possível, levadas em conta e corrigidas. Por outro
lado, mudanças simultâneas deliberadas em mais de uma prática
levam a complicações desnecessárias e influências perigosas.
Os efeitos de um “plano completo de conservação” nos
rendimentos líquidos de fazendas em conservação, comparados
com aquelas fazendas sem a prática de conservação, prova que
melhorias na organização de fazenda são rentáveis. Isto, claro, não
pode ser negado. Prova de que tal uso prático e analítico é um
resultado certo? O resultado diz ao fazendeiro qual prática de
conservação do solo, dentre um número de alternativas, seria
proveitosa para sua fazenda em particular? O resultado diz a ele
com que intensidade ele deveria usar uma certa prática de
conservação do solo? O resultado dá a ele informação sobre
modificações rentáveis sobre uma certa prática sob condições
diferentes de clima, declive, solo e vegetação? Os políticos têm
uma base analítica pronta para avaliar o fluxo de custos e
rendimentos sociais vindos da conservação do solo? Os operadores,
proprietários e credores tornam-se conscientes de como diferentes
práticas de conservação do solo afetam seus diferentes interesses
em uma fazenda particular? Eu creio que todas estas perguntas têm
que ser respondidas na negativa.

Conservação de Solo é o Mesmo que Boa Gestão da Fazenda?

Aqueles que usam uma abordagem de avaliação na qual a


conservação do solo é identificada com melhorias da organização
da fazenda confiam, sem dúvida, que estão agindo no interesse da
educação agrícola. Contudo, a longo prazo, tal identificação parece
inadequada pois depreciará a conservação. Possivelmente é verdade
que, sob a maioria das condições, algumas práticas de conservação
do solo são iguais ao bom manejo da fazenda. É verdade também,
que, sob a maioria das condições, outras práticas de conservação do

1194
solo são uma má gestão da fazenda. Fazendeiros são bons
observadores e tirarão suas próprias conclusões indiferentes aos
esforços educacionais.
A partir de seu início, no último quarto do século XIX, a
conservação freqüentemente tem sido identificada com idéias e
objetivos não necessariamente em harmonia com ela. Em um
momento foi “quebra de controle de monopólio sobre recursos”,
em outro foi “eliminar gastos de competição na utilização dos
recursos”. Antes da última guerra algumas plantações foram
estigmatizadas como depredadoras do solo e penalidades (como
deduções da AAA – Associação de Regulamentação Agrícola –
pagamentos de benefícios) impostas aos seus cultivos. Até 1941 o
milho plantado para silagem, beterrabas, sorgos, amendoins,
batatas, verduras, plantações de vegetais, campos de feijão, ervilha,
soja colhida para semente, fibra de linho, entre outros, foram
oficialmente classificados como esgotadores do solo.14 Algumas
destas plantações são valorosas para a conservação do solo, sob
certas condições, elas podem servir como uma base para a
economia de granja e animais domésticos favorecendo a
diversificação; podem ser úteis para erradicar ervas daninhas por
meio do cultivo em fileiras e efeitos de proteção (quebra-luz,
sombreado); elas podem aumentar a absorção de água por meio de
suas necessidades de arar a terra com sucos profundos e podem ser
fortemente fertilizadas sem perigo de alojamento (do fertilizante na
terra). A conclusão parece garantir que outros objetivos diferentes
da conservação – por exemplo, manutenção da paridade de preço –
foram responsáveis pela identificação da conservação com uma
redução no tamanho destas plantações.15 Poderia ser que algum
objetivo, não necessariamente no interesse da conservação, está por
trás da recente identificação de conservação e boa gestão da
fazenda?
O que o fazendeiro deve pensar sobre estas identificações
em mudança sobre a conservação? Alguns dos melhores
fazendeiros têm se tornado, de fato, descrentes sobre o uso oficial
da palavra conservação. Cada vez mais, eles têm aprendido a se
relacionar com a conservação como um termo diferente para um
subsídio geral para a agricultura, ou meramente como um
dispositivo para obter alguma coisa gratuita do governo. Esta
atitude é bastante compreensível se for dado uma olhada na
terminologia oficial no passado. Esta atitude é incompreensível se
olharmos para a terminologia oficial do passado. Esta atitude
mudará se aos fazendeiros é dito que a conservação do solo é
meramente o bom manejo da fazenda? Educação, como nós a

14
Veja U. S. Agricultural Adjustment Administration: 1941 Agricultural
Conservation Program Bulletin. Washington, Govt. Print. Off., 1941, pp. 33 – 85
ACP – 1941.
15
Depois de Pear Harbor, pouco foi dito oficialmente sobre culturas/lavouras
depredadoras de solo, e muitas destas mesmas lavouras foram subsidiadas.
1195
entendemos, significa alargar as bases de julgamento independente
daqueles que devem ser educados. Avaliado por esta medida, o
trabalho econômico do Serviço de Conservação do Solo não tem
sido do mesmo nível como seu trabalho na tecnologia de
conservação do solo e sua aplicação por meio dos Distritos de
Conservação do Solo. Aqueles que educam são freqüentemente
influenciados por os que lhes ensinam. Desta forma a pesquisa
também é afetada. A pesquisa econômica patrocinada pelo Serviço
de Conservação do Solo tem sido desviada de uma interpretação e
análise econômica diligente de dados tecnológicos disponíveis e
tem sido direcionada a uma tentativa de provar que a conservação
do solo “por si só” é rentável para os fazendeiros. Esta análise não
pode ser mal-compreendida: não deveria ser concluído que a
pesquisa econômica em conservação deveria ser reduzida. Ao
contrário, crê-se que no presente momento investimentos maiores
em pesquisa econômica são de necessidade soberana no campo da
conservação.

DISCUSSÃO*
Aaron G. Nelson
Administração de Crédito de Fazendas de Omaha

Sr. Wantrup define retornos de capital oriundos de práticas


de conservação de solo como a diferença entre o valor presente do
fluxo total adicional dos rendimentos e o fluxo adicional total dos
custos. Retornos de capital são idênticos ao rendimento líquido
atual de uma dada prática de conservação. Os fluxos de rendimento
e de custo incluem tanto os valores de mercado quanto os de
mercado-extra, a incidência deles pode ser privada ou pública. É
apontado que, na avaliação de retornos de capital, toda a vida
econômica de prática deve ser usada no lugar de um período
arbitrário de amortização. A vida econômica, quando não limitada
por condições tecnológicas, “é uma variável que é determinada na
maximização de retornos de capital” (ou o rendimento líquido
atual) da prática de conservação. A taxa de desconto, então, é um
fator importante na determinação da vida econômica.
A seção que lida com a destinação e incidência de fluxos de
rendimento ou de custo coloca em questão que enquanto
rendimentos e custos sociais são também amplamente empresariais,
o público continua a ter interesse em práticas de conservação em
terra privada. A primeira parte de minha discussão lida com este
ponto.
As razões primárias pelo interesse público em práticas de
conservação de solo em terras privadas surgem porque (1) os
recursos do solo tem uma vida econômica maior para o público que
para o indivíduo privado, (2) podendo haver um desejo ou uma
*
Discussão apresentada no encontro anual da Associação Econômica da Fazenda
Americana, Green Lake, Wisconsin, 9 de Setembro, 1947.
1196
necessidade de maximizar a eficiência de produção agrícola do campo. Uma
razão freqüentemente dada para programas de conservação agrícola
governamental é que a nação deve fazer planos perpétuos enquanto o fazendeiro
individual faz planos somente para o período no qual ele planeja operar a
fazenda. Ambos, governo e indivíduo, teoricamente, fariam planos que
maximizariam rendimentos líquidos atuais de uma dada fazenda, considerando
os valores de mercado e de mercado-extra. Os valores de mercado-extra público,
incluindo aqueles que são coletivos, normalmente seriam muito maiores que os
valores de mercado-extra privado e um importante fator contribuinte para a vida
econômica do fazendeiro público do que para o fazendeiro individual. Ao longo
da década passada, fazendas nos Estados Unidos têm mudado de donos, em
média, a cada 20 anos. Onde um empresário antecipa o controle de uma fazenda
por um longo período de anos, a maximização de retornos de capital (rendimento
liquido atual) geralmente requereria a aplicação de um programa de conservação
incluindo estrutura permanentes ou alterações na fazenda. Onde tal programa é
adotado, retornos de capital privado provavelmente se aproximaria de retornos
de capital social a partir das práticas, qualquer diferença sendo principalmente
devido a diferenças na taxa de desconto. Contudo, o horizonte econômico do
empresário pode ser limitado devido a incertezas, falta de conhecimento ou
condições de arrendamento (ou posse); e a posição financeira do empresário
pode impedir a tomada de certas práticas de conservação, particularmente no
estágio inicial do investimento. Como o período de tempo no qual os planos são
feitos é reduzido, as práticas de conservação envolvendo estrutura permanentes
ou alterações na organização da fazenda tendem a ser eliminadas pelo
empresário e a lacuna é ampliada entre retornos de capital sociais e privados.
Vários métodos, tais como educação, subsídios, e regulação podem ser utilizados
para induzir a adoção de práticas de conservação e preenchimento dessa lacuna.
A seleção de medidas, contudo, deve ser baseada nos dois critérios esboçados
pelo Sr. Wantrup, a saber, (1) determinação de qual medida é mais econômica, e
(2) equalização de rendimentos líquidos sociais a partir de gastos alternativos do
dinheiro público.
A segunda razão dada acima para interesse público em conservação de
terra privada, a saber, a facilitação da eficiência máxima da produção agrícola do
campo, tem sido de muito menos importância nos Estados Unidos que em alguns
outros países. É geralmente reconhecido que muitas práticas de conservação
servem para aumentar a produção atual tão bem quanto para estender a vida
produtiva do fator de produção. O aterramento (curvas de nível), por exemplo,
aumenta a produção atual na maioria dos casos e também serve para reduzir a
erosão, assim, preservando a terra para a produção contínua. Ao longo de 50
anos a Inglaterra tem exigido, por decreto, a compensação de arrendatário por
melhoramentos inesgotados e de proprietários por dívida de prejuízo por
negligência da parte de arrendatários; que serve para estender o horizonte
econômico, facilitando a adoção de práticas de conservação duradouras, a
produção aumentada e a maximização de retornos de capital.
Quando um país tem uma deficiência de produtos agrícolas, o interesse
público de produção em terras privadas aumenta. Até mesmo onde a deficiência
não predomina, pode ser de interesse público encorajar práticas de conservação
em terras privadas, se isto fizer com que a produção agrícola seja mais eficiente
1197
e os preços de produtos sejam reduzidos. Ambas as situações criam valores
adicionais de mercado-extra que são importantes para a maximização de
retornos de capital.
O segundo ponto em minha discussão diz respeito à análise de resultados
em certas práticas de conservação. Considerado sob o ponto de vista da
praticidade, o julgamento dos métodos de análises econômicas do Sr. Wantrup
empregado para indicar resultados de prática de conservação do solo é
justificado somente em parte. A discussão deste ponto deveria ser construída
como justificativa de métodos que economistas têm seguido, mas podem ser
úteis para enfatizar algumas das dificuldades práticas envolvidas.
É considerado que, com o objetivo de apurar os resultados de uma dada
prática, o requerimento das “outras partes serem iguais” , como já foi visto neste
artigo, deve ser respeitado. É também geralmente reconhecido que empresas-
fazenda, operações e práticas estão intrinsecamente ligados. Além disso, como já
foi apontado neste artigo, economistas e técnicos teriam se beneficiado pela
cooperação em uma rigorosa avaliação econômica de práticas de conservação de
solo. Mas o desenvolvimento do “plano completo de conservação” está baseado
no grau considerável do tipo de análise abordado por Wantrup como essencial.
O “plano completo de conservação” executado pelo Serviço de
Conservação do Solo em cooperação com o fazendeiro, está baseado nos dados
experimentais, modificados de acordo com as condições da fazenda abordada.
Dados experimentais são obtidos das estações de pesquisa de conservação do
solo, das quais existem aproximadamente 33 nos Estados Unidos, e de outras
fontes semelhantes a estações experimentais. As estações de pesquisa,
localizadas nos vários tipos de áreas de lavouras, são conduzidas para fornecer
informações sobre os resultados de práticas individuais de acordo com o
requerimento de “outras partes serem iguais”. Estes dados, acoplados com outros
dados experimentais aplicáveis, formam a base do “plano completo de
conservação”.
É verdade que todo tipo de análises econômicas formais, “muito
pequenas”, têm sido feitas a partir de dados quantitativos obtidos nas estações de
pesquisa, e se tais análises foram feitas, pessoas dispostas a fazer o “plano
completo de conservação” em fazendas individuais deveria ser capaz de dar
atenção mais adequada às considerações econômicas.
No entanto, análises econômicas baseadas em dados quantitativos de
estações de pesquisa teriam perdas na aplicação em condições de fazenda. A
respeito do rendimento, os dados de estação de pesquisa provavelmente seriam
suficientemente completos de forma que as análises econômicas encontrariam
dificuldades relativamente pequenas, desde que os valores de mercado fossem
aplicados diretamente aos produtos adicionais produzidos. Se uma tentativa
fosse feita para estender as análises para as empresas granjeiras dificuldades
consideráveis seriam encontradas, porém, usando informações quantitativas
auxiliares, uma aproximação do fluxo de rendimento adicional provavelmente
poderia ser estabelecida. Contudo, a respeito do custo, as análises teriam,
normalmente, pouca base quantitativa nas informações das estações de pesquisa.
Dados de custo quantitativo que estão disponíveis nas estações, na maioria das
práticas, teriam pequena aplicabilidade nas condições atuais da fazenda e,
portanto, qualquer estimativa de fluxos de custo teria de ser baseada
1198
primariamente em dados auxiliares. Desse modo, enquanto levantamentos de
custos e rendimentos de prática de conservação individual provavelmente
poderiam ser desenvolvidos incrementando os dados de estação de pesquisa, eles
não seriam mais do que uma aproximação dos fluxos de custos e rendimentos
nas atuais fazendas e, portanto, seriam de valor limitado.
A sugestão poderia ser feita no sentido de coletar dados recordes da
fazenda, a qual forneceria uma base para análises econômica seguras de retornos
de capital a partir de práticas de conservação. É praticamente impossível e,
normalmente, não prático, de acordo com as condições regulares de agricultura,
tentar a identificar os itens de custos e rendimentos quantitativos com os de
práticas individuais. Além do mais, mesmo com dados quantitativos exatos e
completos disponíveis, a maioria de nossas técnicas de análise econômica não
são suficientemente precisas para medir resultados de práticas que afetam,
intricadamente, o negócio da fazenda no todo. Além disso, práticas de
conservação são caracterizadas freqüentemente por partes, e mesmo que uma
prática seja adotada em uma fazenda, em muitos casos é praticamente
impossível satisfazer o requerimento das “outras partes serem iguais”. Assim,
torna-se evidente que enquanto os méritos das análises econômicas baseadas no
“plano completo de conservação” são limitados, outras abordagens estão
envolvidas por obstáculos reais. É claro que isso não significa que métodos de
pesquisa mais novos e refinados não devam ser desenvolvidos. Economistas, em
particular, poderiam ser mais agressivos em análises de prática de conservação,
e, como está enfatizado nas sentenças conclusivas do artigo, um maior
investimento em pesquisa econômica é um requisito primordial para o campo da
conservação do solo.
O terceiro e último ponto em minha discussão dizem respeito à relação
da conservação do solo e uma boa gestão da fazenda. É considerado, geralmente,
como enfatizou o Sr. Wantrup, que algumas práticas de conservação do solo são
boas gestões de fazenda enquanto outras são ruins. A comparação dos dois
termos depende muito das definições usadas. É claro que à gestão de fazenda
geralmente é atribuído a um sentido mais amplo do que a conservação de solo, já
que ela envolve outras considerações, tais como empresas granjeiras, bem como
o manejo de terra. Contanto que o tempo usado na maximização de retornos para
ambos seja idêntico, o bom manejo de terra privada e a conservação de solo
seriam basicamente os mesmos em muitos casos. O fator tempo envolvido em
conservação de solo, no entanto, freqüentemente é mais longo do que o
envolvido em manejo de terra privada e em tais casos os objetivos finais são
diferentes.
Também deve ser notado que mudar a ênfase no sentido de conservação
e na classificação de plantações relativo à conservação referida neste artigo, é
geralmente aplicável, não para atividades de Serviço de Conservação de Solo em
consonância com suas estações de pesquisa ou seus Distritos, mas para
programas conduzidos pela Administração de Marketing e Produção e, antes,
pela Administração de Ajustamento Agrícola. A opinião do Sr. Wantrup é bem
aceita: “que tal mudança de foco não conduz à continuidade bem sucedida da
conservação induzida pelo governo na agricultura americana”.

1199
DISCUSSÃO

HORAGE G. PORTER
Banco da Reserva Federal de Richmond

Já de início, deixe-me elogiar o Dr. Wantrup por este artigo muito


empolgante, pelos artigos anteriores e pelos artigos que ele tem contribuído com
nossa Associação e nosso PERIÓDICO. Em minha breve exposição me
concentro em apenas alguns pontos.
Em primeiro lugar, quero chamar atenção para as primeiras afirmações
do artigo. Eu acho que merece uma ênfase especial como um pano de fundo a se
pensar sobre vários aspectos de nosso tópico, “Retornos de Capital provenientes
de Práticas de Conservação de Solo”. Ele disse, e eu cito: “Informação sobre
retornos de capital é necessária para influenciar fazendeiros a tomarem decisões
adequadas sobre práticas de conservação do solo, para ajudar os governos a
projetar políticas adequadas de conservação e justificá-las perante o público”.
Nisto você vê que Wantrup reconhece dois níveis de interesse. Um é o
nível de fazenda individual e o outro é o nível de grupo ou governamental. Esta
distinção é bastante significativa e eu sinto que o artigo seria mais efetivo se esta
distinção tivesse sido mantida mais em evidência. A maioria dos meus
comentários dizem respeito ao nível de fazenda individual.
Em certo ponto Dr. Wantrup discutiu sobre o período em que os custos
são cobertos, sobre os rendimentos recebidos e sobre a relação de
custo/benefício. Ele disse: “A solução é avaliar os fluxos de rendimento e de
custo por meio da vida econômica plena das estruturas”. Ele continua
reconhecendo que isto nem sempre é possível. Parece que ele poderia ter
adicionado um reconhecimento específico, que a vida econômica efetiva de uma
dada estrutura, em uma determinada fazenda, pode ser diferente para uma parte
interessada do que para outra.
Para ilustrar isso vamos admitir que há uma fazenda na qual o trabalho de
nivelamento da terra se faz necessário. Se admitíssemos, previamente, que a
fazenda é possuída e operada por um homem jovem e consciente; há razões para
crer que ele tentaria pensar em termos de vida econômica plena das estruturas de
acordo com o uso do termo pelo Dr. Wantrup. Isto poderia ser 95 anos ou mais.
Agora, vamos fazer apenas fazer uma mudança em nossa suposição e
supor que o fazendeiro em vez de ser jovem é velho. No caso de fazenda
operada por um homem jovem, um emprestador (banco, creditário) poderia se
sentir livre para pensar em termos de uma vida econômica plena, tão grande
quanto a assume o fazendeiro, apesar da chance de mudança de proprietário. No
entanto, no caso do operador mais velho, há a certeza virtual de que o
gerenciamento mudará e o emprestador ficará indisposto a pensar em termos de
uma vida econômica plena de estruturas tão longa quanto na outra ilustração.
Nessa associação, quanto mais geral for uma dada prática de conservação em
uma área, fica menos possível que uma mudança no gerenciamento da fazenda
altere a prática. Em outras palavras, a extensão dentro da qual as avaliações
separadas da “vida econômica plena da estrutura” cai, tende a ser mais restrita
onde uma dada prática se tornou institucionalizada do que quando está sendo
iniciada.
1200
Se o operador proprietário pegar emprestado ou financia uma prática de
conservação, é preferível pensar em todo o pacote das práticas de conservação
que são julgadas apropriadas para sua fazenda; provavelmente insistiria em um
plano de pagamento em que o débito fosse abatido fora dos aumentos de
rendimentos que aconteceriam. Ele está igualmente interessado em pagar o
empréstimo antes que a vida econômica do seu plano de conservação composto
acabe.
Com muita freqüência os emprestadores esperam o reembolso antes que
os processos em financiamento tenham se desenvolvido completamente. No
entanto, a natureza nunca aprendeu como ler uma data de dívida em uma nota.
Conseqüentemente, se o programa de reembolso de um empréstimo de
conservação não coincide com os processos biológicos financiados, os
fazendeiros alojados devem procurar uma prorrogação, por falta de pagamento,
ou pelo uso do dinheiro de outra parte no negócio da fazenda para cumprir sua
obrigação contratual.
Eu não considero que um outro financiamento ou empréstimo seja o que
parece melhor para resolver o problema. Tampouco, parece o mesmo para um
emprestador olhar para a vida, máxima de uma prática de conservação
individual, ou para o problema de um plano de conservação complexo para uma
fazenda, como olha o operador, e em seguida estender sua escala de reembolso
pelo período total e esperar de Deus que nada atrapalhe a eficácia do programa.
A partir de um ponto de vista, a situação é diferente em pelo menos um
aspecto importante. Isto surge do elemento “tamanho”. Por exemplo, em uma
área que cobre um grupo de municípios, um estado inteiro, ou a nação, há um
número suficiente de unidades de operação de tal forma que estatísticas podem
estimar, dentro dos limites práticos, a taxa anual de onde está ocorrendo a
deterioração em fazendas.
Em certo ponto Dr. Wantrup levanta um número de questões
importantes. Ele as dirige especialmente às análises baseadas nos eleitos a um
plano de conservação completo sobre rendimentos líquidos de tais fazendas. Ele
levanta questões como – Isto diz a um fazendeiro sobre qual prática de
conservação de solo dentre um número de alternativas que seria rentável para
sua fazenda em particular? Isto diz a ele com que intensidade ele deveria usar
uma certa prática de conservação de solo? Ele conclui suas questões afirmando
que elas devem ser respondidas negativamente. Com isso eu concordaria; e
ainda perguntaria se alguma pesquisa, que já está em andamento ou que poderia
ser realizada, poderia ou não produzir respostas inteiramente adequadas para
estas questões. Uma coisa é usar tais questões como um limite contra o qual
podem-se notar mudanças; outra coisa bem diferente é pensar que a pesquisa
pode fornecer respostas afirmativas, totalmente satisfatórias para tais questões
quando elas se aplicam as fazendas individuais específicas.
No artigo, um ponto considerável foi discutido sobre a necessidade de se
manter todas as coisas constante de uma vez. Embora eu vá garantir a
sonoridade de tal política, enfatizaria que é bem difícil justificar o estudo de
algumas práticas individuais em completo isolamento. Enquanto tal
procedimento é geralmente satisfatório, há momentos em que acredito que mais
pode ser aprendido por meio do estudo de modelos do que por estudo de práticas
individuais. Vamos olhar novamente para o aterramento como exemplo.
1201
Wantrup nos leva a considerar o aterramento como uma prática, o
desenvolvimento de áreas ausentes de grama como uma outra e o declive
lavrado como uma terceira. De fato, pareceria que o mesmo, ou mais que isso,
poderia ser aprendido estudando estas três práticas como um modelo ao invés de
estudar cada uma separadamente.
Pelo fim do artigo do Dr. Wantrup, ele expressa interesse sobre o tipo
maus companheiros que a conservação mantem. Por exemplo, ele se refere a
identificação entre conservação com a redução na área de plantio de certas
plantações. Isto é seguido pela questão: “Poderia ser que algum objetivo, não
necessariamente no interesse dos objetivos de conservação, está por trás da
recente identificação entre conservação e boa gestão da fazenda?” “O que deve
pensar o fazendeiro sobre estas mudanças de identificações de conservação? Um
pequeno grupo de bons fazendeiros tem se tornado completamente descrentes a
respeito da conservação. Mais e mais eles têm aprendido a considerar
conservação como um termo diferente para subsídio agrícola...”.
Enquanto eu não tenho intenção de ser desobrigadamente crítico, posso
admitir que não encontrei o que parece ser para mim uma justificativa adequada
para tais afirmações. A partir do ponto que estamos discutindo conservação,
precisamos nos interessar com que sentido algum programa de ação, ou
programas, utilizam a palavra “conservação”? Fico surpreso com a afirmação
“um pequeno grupo de bons fazendeiros tem se tornado completamente
descrentes a respeito da conservação” por causa de tais identificações.
Concordaria se ele tivesse a intenção de dizer que poucos fazendeiros desejam
que várias agências do governo fossem, no mínimo, consistentes no seu uso do
termo conservação; porém não estou ciente de qualquer número significante que
esteja descrente a respeito da “conservação” como tal.
Fechando minha parte da discussão, concordo com o que disse Dr.
Wantrup sobre a necessidade de mais pesquisa econômica no campo da
conservação do solo. Enquanto eu, não iria tão longe quanto ele ao dizer que a
“pesquisa econômica é a necessidade soberana no campo da conservação”, diria
que acredito ser uma necessidade importante. Trabalhar como eu faço – com
instituições de empréstimos, com fazendeiros e trabalhadores agrícolas
profissionais, estou muito ciente da necessidade de mais ação no campo de
conservação do solo. Arriscaria um palpite que muito mais ação poderia ser feita
no campo de conservação do solo para permanecer no nosso conhecimento
presente e que a maioria desta ação seria bem direcionada. No entanto, não há
dúvida que mais atenção dada para a pesquisa econômica deveria pagar bons
dividendos, ambos em impostos, com os quais as práticas de conservação de
solo estão sendo adotadas na efetividade de tais esforços.
Finalmente, acredito que falo por todos nós quando digo que achei o
artigo do Dr. Wantrup estimulante e útil. Enquanto eu tenho me restringido,
principalmente, em poucos pontos nos quais eu avaliaria a situação um pouco
diferentemente ou no mínimo mais completamente que fez o Dr. Wantrup, me
distanciei de muitos pontos dos quais acho que concordamos no todo.

1202
Como citar este artigo:

CIRIACY-WANTRUP, S. V. Retornos de Capital Oriundos de Práticas de


Conservação do Solo. Tradução Livre de: Marcelo Teixeira da Silveira, 2008.
Presented at the annual meeting of the American Farm Economic Association,
Green Lake, Wisconsin, September 9, 1947. Paper No. 122 Giannini Foundation
of Agricultural Economics.

1203

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