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Este documento descreve o processo de autoconhecimento e individuação segundo a psicologia junguiana, comparando-o à metáfora alquímica da "Montanha dos Adeptos". Explica que o ego é dominado por complexos que precisam ser confrontados através da análise dos sonhos, símbolos e fantasias para se libertar do passado e ampliar a consciência. Ao longo de sete etapas como calcinação e sublimação, a "pedra bruta" da alma pode se tornar um "diamante original" liv
Este documento descreve o processo de autoconhecimento e individuação segundo a psicologia junguiana, comparando-o à metáfora alquímica da "Montanha dos Adeptos". Explica que o ego é dominado por complexos que precisam ser confrontados através da análise dos sonhos, símbolos e fantasias para se libertar do passado e ampliar a consciência. Ao longo de sete etapas como calcinação e sublimação, a "pedra bruta" da alma pode se tornar um "diamante original" liv
Este documento descreve o processo de autoconhecimento e individuação segundo a psicologia junguiana, comparando-o à metáfora alquímica da "Montanha dos Adeptos". Explica que o ego é dominado por complexos que precisam ser confrontados através da análise dos sonhos, símbolos e fantasias para se libertar do passado e ampliar a consciência. Ao longo de sete etapas como calcinação e sublimação, a "pedra bruta" da alma pode se tornar um "diamante original" liv
O ego, que se forma a partir da ativao do complexo de diferenciao da conscincia,
um arqutipo muito identificado com o corpo e com a persona - que o conjunto de personagens usadas nas vrias relaes da vida. Por isso, Jung afirma que o ego uma espcie de gestor da conscincia que, apesar de no representar a sua totalidade, ele est no centro e na periferia dela. No seu contraponto, o inconsciente, tambm existe um arqutipo gestor que a sombra, e como ela transita livremente no inconsciente, por meio dela que podemos adquirir conscincia da existncia da nossa alma - a psique; dos nossos contrapontos sexuais - anima ou animus, dependendo da estrutura corporal de gnero de cada indivduo; do self - que o arqutipo central e que pode nos remeter ao si - mesmo, ou Self - a totalidade; alm de todo contedo reprimido acumulado desde a nossa concepo, que o nosso inconsciente pessoal, e de toda histria evolutiva da vida senciente, incluindo a da humanidade, presente no inconsciente coletivo. Por isso, quem no est rendido conscientemente ao processo de individuao, geralmente por estar tomado por algum complexo, que sempre formado por ncleos afetivos, necessita comear a perceber sua sombra, para poder diligentemente se entregar para seu caminho de integrao/individuao, adquirindo sentido e significado existencial. Porm, como nosso ego conscincia, identificado com o corpo e com a persona, geralmente fica paralisado tanto nas queixas e temticas repetitivas, quanto nas demandas mais arcaicas e instintivas do sobreviver, crescer e perpetuar - fome, segurana e sexo; no conseguimos perceber e nos orientar por meio do nosso processo de individuao que, geralmente, se manifesta nos sonhos, nos eventos de sincronicidade e at nos sintomas - que so feridas por onde atravessam os deuses e toda potencialidade existencial. Nossa conscincia no tem capacidade infinita, apenas o inconsciente que tem! Seu espao minsculo, precioso e valioso. Por isso, crucial decidirmos o que manter dentro dela e o que jogar fora. Porm, apesar de no precisarmos ficar paralisados nas dores do passado, nem das injustias que aconteceram conosco, ou das coisas que nos causaram tristeza, devido existncia dos complexos, no fcil nos libertarmos do automatismo causado por eles. Ento, precisamos aprender com as lies do passado, mas no devemos ficar com elas no presente, dando espao para a dor e para um contnuo sofrimento. Porm, s por meio de um processo de autoconhecimento que poderemos superar as queixas e os sintomas fsicos ou relacionais. Porque os complexos nos mantm nas lembranas afetivas do passado, so autnomos e acabam dominando nossa mente, nos mantendo no auto-engano e na repetio do automatismo alienante. Toda nossa existncia, desde a concepo, est pautada pelos afetos. Tudo aquilo que direta ou indiretamente, fsica ou energeticamente, consciente ou inconscientemente nos atinge e produz mudanas, que vo do fsico ao espiritual, passando pelo psquico, familiar, profissional e social, podemos chamar de afetos. Muitos afetos so percebidos pela nossa conscincia, atingindo uma ou mais das quatro funes psquicas estudadas na psicologia junguiana. Porm, mesmo quando eles surgem subliminarmente, ficando imperceptveis para nossa mente consciente, eles produzem efeitos no nosso
pensamento, sentimento, intuio ou sensao, podendo despertar emoes e,
conseqentemente, os complexos. Sendo que, em muitas vezes, surgem desejos regressivos, advindos das experincias de segurana primordial vivenciados nos estgios pr egicos da relao me-beb. Lembrando que nos primeiros seis meses de vida, tambm vivenciamos a experincia da solido primordial. Alm disso, devido ao processo associativo que nossa psique opera e toda a formao de rede existente em nosso crebro, um afeto pode surgir de um modo, com intensidade e forma especfica, e acabar desencadeando mudanas no ser total. Ou seja, devido rede associativa, um cheiro ou uma msica, podem despertar mudanas bioqumicas que interferem no nosso pensamento, sentimento, intuio ou na percepo. Mudanas completamente injustificveis para quem est de fora, como mero observador. Por isso os complexos so autnomos, mantendo-nos reativos aos afetos, sempre num padro de emoes repetitivas que, devido reproduo constante, acabam nos deixando dependentes at das suas bioqumicas correspondentes. S por meio do autoconhecimento que poderemos sair desse padro. Porm, esse processo no segue um caminho linear e sua manifestao acontece em saltos, geralmente de forma descontnua e assimtrica, do ponto de vista do mundo manifesto. Mas, para o Self, ele tem continuidade. Ento, para que o autoconhecimento acontea, precisamos fomentar crises, situaes de desarranjo e desconstruo do automatismo. Sendo que, na minha experincia junguiana, os contedos metafricos, os smbolos, imaginaes, sonhos e fantasias so grandes ferramentas para a ampliao da conscincia. Como na metfora alqumica que passo a descrever, por meio da alegoria da gravura da montanha dos adeptos, onde a pedra bruta, geralmente cinzenta e carregada de sofrimentos e dores, por estar queimando por dentro, devido a autonomia dos complexos e a existncias de mgoas e ressentimos, para poder seguir seu caminho de lapidao evolutiva deve se submeter ao fogo exterior. O fogo que ir eliminar a gua, os sentimentos corrosivos, que dar a pedra a capacidade de ficar menos suscetvel aos afetos e suas respectivas emoes. Esse processo contnuo e principia pelo confronto consciente proposto pela frmula alqumica denominada V.I.T.R.I.O.L. Vitriol uma palavra advinda do latim, e formada pela frmula inicitica que sintetiza a doutrina alquimista: "Visita Interiorem Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem" e quer dizer: "visite o seu interior para encontrar sua pedra oculta". Com isso podemos deixar de ser pedras brutas. Porque, devido a contnua lapidao do autoconhecimento e do domnio da mquina, vamos ficando mais cristalinos at atingirmos o diamante original - que a nossa essncia! Ou seja, devemos entrar em contato com a prima matria, retificando-a por meio de vrias passagens, ritos e conhecimentos at alcanarmos a tintura me! O autoconhecimento aps o confronto da calcinao permite que o ar espalhe o o material seco, desembocando na sublimao alqumica, que a melhor maneira para diminuir os efeitos custicos e emotivos dos afetos que provocam sensaes, sentimentos, pensamentos e intuies dramticas e traumticas e que ocupam nosso ego/conscincia na forma de complexos, que esto na raiz das doenas produtoras de todos os tipos e formas de sintomas. A sublimao produz a ampliao da nossa conscincia, dando razo para nossa histria, vivencias e emoes, ajudando na superao da calcinao. Por meio da sublimao poderemos adquirir entendimentos
mais amplos sobre as ocorrncias da vida. S depois de arejarmos a terra, o calcrio
cristalizado, que poderemos reg-la com nossos sentimentos, a gua da diluio ou at soluo das queixas. Porque, antes da sublimao a cal estava viva e com gua ela calcinava produzindo mais queimao e dor. Depois do ar e da gua, sublimacio e solucio alqumicos, que vo surgir os insights, o calor das intuies criativas que produzir a germinao ou putrefao das sementes, fermentando possibilidades frteis para o crescimento e superao da queixa paralisante e custica. Neste momento que revolvemos os contedos dramticos e ou traumticos para diminuir a sensibilidade e atribuir novos significados. A partir desta etapa, poderemos preencher nossa conscincia com coisas boas, fazendo a escolha, a separao, destilao das emoes, para ficarmos mais leves, mais felizes, mais focados. Da vem a necessidade de atitudes concretas serem tomadas, coagulando, curando, dando consistncia e colorido tintura da vida, que a nossa verdadeira essncia. Todas essas sete etapas alqumicas, acima descritas, esto representadas na gravura da montanha dos adeptos que est abaixo:
* WALDEMAR MAGALDI FILHO (www.waldemarmagaldi.com). Psiclogo,
especialista em Psicologia Junguiana, Psicossomtica e Homeopatia. Mestre e doutor em Cincias da Religio. Autor do livro: "Dinheiro, Sade e Sagrado", coordenador dos cursos de especializao em Psicologia Junguiana, Psicossomtica, DAC Dependncias, abusos e compulses, Arteterapia e Expresses Criativas e Formao Transdisciplinar em Educao e Sade Espiritual do IJEP em parceria com a FACIS. wmagaldi@gmail.com