T.J.R.J. ~ Div. de Registro de acordaos
Prosesso: 2001.001.27327
237699/237710
estaoc Resistrado em 05/17/2002 Por: vLW
PODER JUDICIARIO
PRIMEIRA CAMARA CI{VEL
APELACAO CiVBL N°27327/2001
RELATORA: Des. Valéria G. da Silva Maron
Agio de indenizagio pleiteada pela
esposa e filhos menores de ciclista,
morto,por atropelamento, por coletivo
da 1é. Prova demonstrando ter
ocorrido culpa concorrente, ante 0
ingresso inopinado da vitima a frente
do 6nibus, que nada fez para evitar 0
acidente, quando deveria estar
preparado para tal, eis que a pista
estava em obra, com muitos
trabalhadores no local. Provimento.
Vistos, relatados e discutidos estes autos da apelagao
civel n°27327/2001, em que sto apelantes SELMA MARIA DA SILVA
RIBEIRO e outros ¢ apelada VIACAO UNIAO LTDA.
ACORDAM os Desembargadores que integram a
Primeita Camara Civel do Tribunal de Justiga do Estado do Rio de
|e"
7550681.0291ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PODER JUDICIARIO
Apolagio Civel 2°27327/2001 2
Janeiro, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos
termos do voto da Relatora.
Adotou-se como relatorio a parte expositiva do
parecer em que a douta Procuradoria de Justiga opinou pelo nfo
provimento do apelo.
Versa a hipétese dos autos pedido de indenizagtio
formulado pela esposa ¢ filhos menores de ciclista atropelado por
coletivo da ré, que faleceu no local, isto é, na Estrada Washington Luiz,
km 121.
Como constou do laudo (fis. 35) a bicicleta i
apresentava danos no garfo traseiro, no quadro e empenamento na roda
traseira; quanto a vitima, era portadora de afundamento no t6rax.
Também da certidao de ébito constou, como causa
mortis (fls. 11), perfurag#o de pulmées, fratura de ossos costais, ago
contundente.
‘Na prova oral colhida, a testemunha FRANCISCO
GALDINO DA SILVA (fis. 112) narrou “ que o énibus atingiu a
bicicleta bem na traseira, até porque, apés ingressar na frente do énibus,
a vitima ainda tentou voltar para 0 acostamento; que o énibus estava
: Ae
yasesi-029tx
ESTADO DO RIO OE JANEIRO
PODER JUDICIARIO
‘Apel Civel 092752772001, 3
vazio, com 15 ou 20 pessoas no maximo; que o Gnibus trafegava em
velocidade nao superior a 30 km por hora, até porque a rodovia estava
em obras, quando a vitima, que trafegava pelo acostamento, em uma
manobra brusca, passou pata a frente do Gnibus, quando entio foi
atropelado; que as obras na pista eram no lado esquerdo; que, por onde
transitava a bicicleta da vitima haviam varias pessoas, dentre elas, os
proprios trabalhadores da obra.”
Assim do exame das provas ficou bem claro que 0
acidente ocorreu por culpa concorrente dos envolvidos; do ciclista que
ingressou a frente do énibus para se desviar de um trabalhador, ¢ do
motorista que nada fez para evitar o atropelamento, ou minorar seus
efeitos, pois poderia ter buzinado, parado ou desviado; aduza-se que, se
no local estavam sendo realizadas obras ¢ havia muitos trabalhadores na
pista, impunha-se a condugio do veiculo com cautela redobrada, pois 0
que ocorreu com o ciclista poderia ocorrer com qualquer dos obreiros.
Em conseqiéncia responde a apelada por ato de seu
preposto, devendo arcar com o pagamento dos ganhos da vitima,
comprovados a fils. 10, pelo seu tempo de sobrevida provavel, ¢ ao
pagamento da verba por dano moral pleiteada, no equivalente a duzentos
salérios minimos, isto é, quarenta mil reais, corrigidos a partir deste
julgamento, e com juros de mora desde a citagao, condenada a recorrida
17820581-0291