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FACULDADES INTEGRADAS DE JACAREPAGUÁ

DIRETORIA ACADÊMICA NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD


HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTES
Apresentação Este módulo contém o processo histórico, social e político da orige
m e evolução da história da Educação Física, análises, ideologias, objetivando o
rientações e como suporte teórico em suas atividades de ensino. Espera-se, que v
ocê utilize os conhecimentos aqui oferecidos em reformulações pessoais e profiss
ionais. 1- O processo histórico social e político da origem e evolução da Educaç
ão Física e Esportes. 1.1 – Estudos teóricos e práticos da história da Educação
Física O mundo em que vivemos sofre constantes transformações. Sociedades se mod
ificam à medida que os valores são alterados de acordo com a evolução dos tempos
. De acordo com essa dinâmica evolutiva, podemos considerar a educação, e por co
nseguinte a Educação Física como área do conhecimento e como elemento fundamenta
l no processo de desenvolvimento do homem. Para compreendermos melhor o valor da
Educação Física, reconhecendo-a como disciplina capaz de inferir direta e favor
avelmente na formação integral do indivíduo, analisaremos sua evolução em síntes
e histórica. O homem não nasceu pulando, saltando, jogando. Todas essas atividad
es corporais foram constituídas em determinadas épocas históricas como resposta
a determinados estímulos, desafios ou necessidades humanas.
FATOS NA EVOLUÇÃO NO TEMPO E ESPAÇO CAUSAS E EFEITOS NA SOCIEDADE INVESTIGAÇÃO C
ONHECIMENTO DAS FONTES
TEORIA DA EVOLUÇÃO DO HOMEM
África 4.000.000
1os Homídeos > Australopitecos > Homo sapiens sapiens
Homo habilis > Homo erectos > Homo sapiens > d h l
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IDADE DA PEDRA
EOLÍTICO PALEOLÍTICO NEOLÍTICO MEGALÍTICO
PRÉ-HISTÓRIA GRANDES DIVISÕES DA HISTÓRIA IDADE DOS METAIS COBRE BRONZE FERRO
ANTIGA (aC e dC) HISTÓRIA MEDIEVAL MODERNA CONTEMPORÂNEA
Homem primitivo Para garantir sua subsistência e adaptar-se às condições do meio
ambiente, o homem primitivo possuía muitas qualidades físicas, para sobreviver;
estava constantemente exercitandose, com isso, aprendeu naturalmente a caçar, p
escar, nadar, construir, lutar, defender-se – exercícios úteis que lhe permitiam
satisfazer as suas principais necessidades, impostas na sua relação com a natur
eza e com os outros homens.
EOLÍTICO > pedra não trabalhada
PALEOLÍTICO > pedra lascada
NEOLÍTICO > pedra polida
MEGALÍTICO > grandes monumentos
Examinando atentamente a historia da Antigüidade, podemos inferir que, assim com
o os exercícios físicos, os jogos e as danças já faziam parte da língua do homem
. Existem vestígios de que eram continuamente praticados de diferentes formas; j
ogos de mímica, de lutas , danças guerreiras ou religiosas(como por exemplo, em
agradecimento ou reverência aos deuses de sua crença). Enfim, sem saber, o homem
descobria maneiras de exteriorizar seu estado de espírito e seus sentimentos. C
ompreendemos que o ser humano não vive isoladamente. Ao longo dos tempos, o home
m foi se agrupando, constituindo pequenos povos, que, por sua vez, foram se tran
sformando em diferentes civilizações, cada qual originando sua própria cultura.
Atualização do corpo também se modificou em função das novas necessidades do seu
meio de convivência.
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SISTEMAS EDUCACIONAIS PRIMITIVOS CHINESES
HOANG TI (3000 aC) Imperador guerreiro, pregava exercícios físicos com finalidad
es higiênicas e terapêuticas além do caráter guerreiro.
CONFÚCIO Grande moralista e sábio Visava regenerar os costumes e levantar a mora
l da sociedade com exercícios físicos
DINASTIA CHU (1122 a 255 aC) Alcançou o maior esplendor de sua cultura
ATIVIDADES Luta Tiro ao arco Danças Esgrima de sabre Tsu-Chu (semelhante ao fute
bol) Caça Boxe
DECLÍNIO DAS ATIVIDADES Filosofia de vida baseada na inanição. “O homem sábio nu
nca deixa de repousar e meditar” ( TaoTsé ) Budismo “meditação religiosa diária“
Brahmanes sacerdotes, juizes
Mercador HINDUS (DIVIDIDOS EM 5 CASTAS)
Guerreiro
Agricultor
Párias Desprezados e excluídos da sociedade.
Gregos e romanos A ginástica nome que originou na Grécia, “... visava ao aperfei
çoamento físico, à beleza e à harmonia de forma, por meio de exercícios e jogos
praticados nos ginásios...” Possuía importância fundamental na cultura desse pov
o, que foi também o criador dos Jogos Olímpicos. Os jogos eram realizados de qua
tro em quatro anos, em olimpíadas, e celebrados com muita pompa. Eram homenagens
aos deuses gregos e ainda uma forma pacífica de reunir
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suas populações que viviam em guerra. Para as mulheres existiam ginásios especia
is adequados à prática da ginastica cujas as atividades preferidas eram as corri
das e as danças. Quando conquistaram a Grécia, os romanos possuíam outra visão e
m relação à pratica de exercícios físicos seu objetivo era a preparação dos indi
víduos para a guerra, sem nenhuma finalidade moral ou estética. Um exemplo disso
era os brutais e sangrentos jogos de combate de gladiadores, organizados por el
es, e que provocavam o maior entusiasmo nas platéias presentes. GRÉCIA - UTILITA
RISMO GUERREIRO CONSTANTE
ESPARTA
ATENAS
CRIANÇA Apresentada ao pai que o adotava ou não Até 6 anos brinquedos Esferístic
a (com bola) Entregue ao Estado Rudimentos de gramática Música Aos 12 anos Ginás
tica fácil (flexionamento) Aos 18 anos Educação atlética guerreira
CRIANÇA Defeituosa sacrificada Livre até 7 anos Entregue ao Estado Regime comum
Alimentação sóbria Exercícios violentos
Após 13 anos Regime mais violento Exercícios militares Roubava para comer Punida
violentamente
LOCAIS E ATIVIDADES PALESTRA: (particular) dimensões restritas, banho quente, du
chas e lutas GINÁSIO: (gummos - nu) conjunto de lugares para a educação da mocid
ade, pistas de corridas a pé, lançamentos exercícios corporais. ESTÁDIO: Pistas
cobertas com ginásios e palestras, prélios (batalhas, lutas e pelejas esportivas
) JOGOS FÚNEBRES: Corrida de carros, pugilato, combate armado, tiro ao alvo, arr
emesso de peso de lança e luta. JOGOS GREGOS: Festas populares, cerimônias pan-h
elênicas, manifestações desportivas. JOGOS OLÍMPICOS: (em honra à Júpiter) Lutas
, corrida a pé, pentatlo (salto, disco, dardo, luta, corrida), corrida armada, p
ugilato, corrida de carros e de cavalos.
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Para as mulheres existiam ginásios especiais adequados à prática da ginástica cu
jas as atividades preferidas eram as corridas e as danças. ROMA – LOCAIS E ATIVI
DADES
CRIANÇA Colocada aos pés do pai que o reconhecia ou não. Até 7 anos cuidados mat
ernos com educação em casa com escravo grego ou escolas denominadas “Ludus”. Men
ino aos 12 anos ia para a escola dirigida pelo grammaticus e aprendia sobre os p
oetas latinos e gregos.
ANFITEATRO Combate de gladiadores e feras ESTÁDIO Exercícios eqüestres, canto, m
úsica, poesia
TERMAS Banhos quentes, duchas, fricções e banhos a vapor.
Aos 16 anos escola de retórica, política e forense. Aos 18 anos exercícios físic
os militares e estéticos gregos
DESPORTOS Corrida de carros, cavalos, luta de gladiadores, atletismo e competiçõ
es navais.
Idade Média e Renascimento Na época medieval, predominavam os torneios e os duel
os entre cavaleiros e cavaleiras que apesar de serem realizados de forma muito s
olene eram muito violentos sobretudo devido ao armamento utilizado: lanças e esp
adas. Na renascença, recuperou-se a concepção dos gregos: uma educação voltada p
ara o homem de forma integral: “O físico, o intelectual e a moral”, retomando de
ssa forma o valor da atividade física. SÉCULO IV: (Imperador Teodósio) queda dos
Jogos Olímpicos pela suplementação das antigas crenças das divindades olímpicas
pelo cristianismo.
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JUSTAS E TORNEIOS: Esgrima, arco e flecha, marchas e corridas a pé. CRUZADAS: Or
ganizadas pela Igreja nos séculos XI, XII e XIII, exigiram preparação militar. C
AVALARIA: Cavaleiro, nobre a serviço das causas justas e ideais da Igreja. Parti
cipava das Justas, Torneios e caças feudais. No Brasil A Educação Física no Bras
il nos leva à época do descobrimento: os portugueses quando chegaram aqui encont
raram indígenas habituados à prática de atividades físicas, da mesma forma que o
homem primitivo, pois os mesmos possuíam habilidades naturais e, na luta pela s
obrevivência, praticavam natação, arco e flecha, corridas, saltos, pesca, canoag
em, montaria, lutas e outros. Outra contribuição indígena foi o jogo de peteca.
Na época da escravidão, uma cultura foi introduzida pelos escravos africanos: ca
poeira, que é a mistura de dança, jogo e competição de demonstrar o sentimento d
e emoção e saudade de um povo. A elite dominante dessa época dividia o trabalho
em manual e intelectual. Baseada nessa postura, resistia na inclusão da ginástic
a nas escolas, pela semelhança com o trabalho manual, que era destinado aos escr
avos. Dois documentos nortearam os princípios da Educação Física. O primeiro foi
a Carta Régia de 04/12/1810 que introduzia a ginástica alemã (uma tentativa de
equiparar no mesmo grau de importância o intelecto e o físico do homem) na Acade
mia Real Militar. Nesse momento instalavase a função higienista, pois era import
ante terem homens fortes, sadios, robustos com condutas morais e intelectuais pa
ra o desenvolvimento do Brasil. O segundo documento foi o Parecer de Rui Barbosa
no Projeto 224/1882- “Reforma do Ensino Primário...”, que reforçava a importânc
ia da ginástica nos currículos escolares. No período pré-guerra(1930), as exigên
cias continuavam sendo de corpos atléticos e disciplinados, pois precisava-se ga
rantir a defesa da pátria. Após a Segunda Guerra Mundial (1945), o escolanovismo
buscava estimular o interesse do aluno e sua auto-realização (1961). Na década
de 70, presenciou-se a existência de um regime autoritário de poder: a Ditadura
Militar. Em função dessa nova perspectiva política, o sistema educacional foi to
talmente inúmeras mudanças em nossa sociedade. A educação baseou-se na Pedagogia
Tecnicista, que tinha como princípios a racionalidade e a eficiência. Foi um pe
ríodo marcado pela meta da produtividade. Com a privatização do ensino (sobretud
o das Universidades que deveriam reserva-se às elites) foram criadas inúmeras in
stituições universitárias. A Instituição do decreto 68.450, de 1971, manteve a ê
nfase na aptidão física, tanto na organização das atividades como em seu control
e e avaliação. Se por um lado o Regime Militar favoreceu a expansão da Educação
Física, pois houve um aumento significativo de suas escolas, por outro, a qualid
ade do ensino ficou seriamente comprometida. Principalmente devido ao comportame
nto de professores e profissionais da área que, influenciados pelas característi
cas da política educacional vigente, e com uma postura totalmente autoritária, a
presentavam uma forte tendência em valorizar o rendimento físico, a perfeição e
o domínio dos movimentos adquiridos por meio da aplicação de métodos rígidos de
automatização e adestramento, para se atingir um melhor desempenho esportivo. 1.
2 – As atividades físicas na Antigüidade e sua evolução China – Como Educação Fí
sica as origens mais remotas da história falam de 3000 a.C. lá na China. Um cert
o imperador guerreiro, Hoang Ti, pensando no progresso do seu povo pregava
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os exercícios físicos com finalidades higiênicas e terapêuticas além do caráter
guerreiro. O tratamento pela água era muito utilizada e o prático de exercício f
ísico e a massagem, eram consideradas uma necessidade vital. Índia – No começo d
o primeiro milênio, os exercícios físicos eram tidos com uma doutrina por causa
das “Leis de Manu”, uma espécie de código civil, político social e religioso. Er
am indispensáveis às necessidades militares além do caráter fisiológico. Buda, a
tribuía aos exercícios o caminho da energia física, pureza dos sentimentos, bond
ade e conhecimento das ciências para a suprema felicidade do Nirvana (no budismo
, estado de ausência total de sofrimento). O yoga, tem suas origens na mesma épo
ca retratando os exercícios ginásticos no livro “Yajur Veda” que além de um apro
fundamento da medicina ensinava manobras massoterápicas e técnicas de respirar.
Japão – A história do desenvolvimento das civilizações sempre esbarra na importâ
ncia dada à Educação Física, quase sempre ligado aos fundamentos médicos- higiên
icos, fisiológicos, morais, religiosos e guerreiros. A civilização japonesa tamb
ém tem sua história ligada ao mar devido sua posição geográfica além das prática
s guerreiras feudais: os samurais. Egito – Dentre os costumes egípcios estavam o
s exercícios Gimmicos revelados nas pinturas de paredes das tumbas. A ginástica
egípcia já valorizavam o que se conhece hoje como qualidades físicas como: equil
íbrio, força, flexibilidade e resistência. Já usavam, embora rudimentares, mater
iais de apoio tais como tronco de árvores, pesos e lanças. Grécia – Sem dúvida n
enhuma, a civilização que marcou e desenvolveu a Educação Física foi a Grécia, a
través de sua cultura. Nomes como: Sócrates, Platão, Aristóles e Hipócrates cont
ribuíram e muito, para a Educação Física e a Pedagogia atribuindo conceitos até
hoje aceitos na ligação corpo e alma através das atividades corporais e da mímic
a. “Na música a simplicidade torna a alma sábia; na ginástica da saúde ao corpo”
Sócrates. É de Platão o conceito de equilíbrio entre o corpo e espírito ou ment
e. Os sistemas metodizados e em grupo, assim como os termos halteres, atleta, gi
nástica, pentátlo, entre outros, são uma herança grega. As atividades sociais e
físicas eram uma prática até a velhice lotando os estádios destinados a isso. Ro
ma – A derrota militar da Grécia, não impediu a invasão cultural grega nos roman
os que combatiam a nudez da ginástica. Sendo assim, a atividade física era desti
nada às práticas militares. A célebre frase ”Mens sanna en corpore sano” de Juve
nal, vem desse período romano. Idade Média – A queda do império romano também fo
i muito negativo para a Educação Física, principalmente com a ascensão do cristi
anismo que perdurou por toda a Idade Média. Oculto ao corpo era um verdadeiro pe
cado sendo também chamado por alguns autores, de “Idade das Trevas”. Realizavam-
se apenas as lutas e os torneios, que eram combates praticados entre os nobres.
A Renascença – Depois de quase ter sido abandonada na Idade Média, iniciou-se um
movimento na Itália, que é concebida como berço da Educação Física moderna, ond
e se criaram escolas de Educação Física e também foram editados livros. Como, o
homem sempre teve interesse no seu próprio corpo, o período da Renascença fez ex
plodir novamente a cultura física, as artes, a música, a ciência e a literatura.
A beleza do corpo, antes pecaminosa, é novamente explorada surgindo grandes art
istas como Leonardo Da Vinci (1452-1519), responsável pela criação utilizada até
hoje das regras proporcionais do corpo humano.
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Consta desse período o estudo da anatomia e a escultura de estátuas famosas como
por exemplo a de David, esculpida por Michelâgelo Buonarroli (1475-1564) consid
erada tão perfeita que os músculos parecem ter movimentos. A dissecação de cadáv
eres humanos deu origem a anatomia como a obra clássica “De Humani corpores fábr
ica” de Andrea Vesalius (1514-1564). A volta da Educação Física escolar se deve
também nesse período a Vitório de Feltre (13781466) que em 1423 fundou a escola
“La Casa Gilcosa” onde o conteúdo programático incluiu os exercícios físicos. Il
uminismo – O movimento contra o abuso de poder no campo social chamado de Ilumin
ismo, surgido na Inglaterra no século XVII deu origem a novas idéias. Como desta
que dessa época os alfarrábios apontam: Joan Jaques Rousseau (1712-1778) e Johan
n Pestalozzi (17461827). Rousseau propôs a Educação Física como necessária na ed
ucação infantil. Segundo ele, pensar dependia de extrair energia do corpo em mov
imento. Pestalozzi foi precursor da escola previamente popular e sua atenção est
ava focada na execução correta dos exercícios. Idade Contemporânea – A influênci
a na nossa ginástica localizada começa a ser desenvolver na Idade Contemporânea
e quatro grandes escolas foram as responsáveis por isso: a alemã, a nórdica, a f
rancesa e a inglesa. A Alemã, influenciada por Rousseau e Pestalozzi, teve como
destaque Johann Cristoph Friederick Guts Muths (1759-1839) considerado pai da gi
nástica moderna. A derrota dos alemães para Napoleão deu origem a outra ginástic
a. A turnkunst, criada por Friederick Ludwig Jahn (1788-1825) cujo fundamento er
a força, “Vive Quem é Forte”, era seu lema e nada tinha a ver com a escola. Foi
ele que inventou a barra fixa, as barras paralelas e o cavalo, dando origem à Gi
nástica Olímpica. A escola voltou a ter seu defensor com Adolph Spless (1810-185
8) introduzindo definitivamente a Educação Física nas escolas alemãs, sendo incl
usive um dos primeiros defensores da ginástica feminina. A escola nórdica escrev
e a sua história através de Nachtegall (1777-1847) que fundou seu próprio instit
uto de ginástica (1799) e o Instituto Civil de Ginástica para formação de profes
sores de Educação Física (1808). Por mais que um profissional de Educação Física
seja desligado da história, pelo menos algum dia já ouviu em falar em ginástica
sueca, um grande trampolim para o que se conhece hoje. Per Henrik Ling (1766-18
39) foi o responsável por isso levando para a Suécia as idéias de Guts Muths apó
s contato com o instituto de Nachtegall. Ling dividiu sua ginástica em quatro pa
rtes: a Pedagogia – voltada para a saúde evitando vícios posturais e doenças; a
militar – incluindo o tiro e a esgrima; a médica – baseada na pedagogia evitando
também as doenças e a estótica - preocupada com a graça do corpo. Alguns fundam
entos ideológicos de Ling valem até hoje tais como: o desenvolvimento harmônico
e racional, a progressão pedagógica da ginástica e o estado de alegria que deve
imperar uma aula. Claro, isso depende do austral e o carisma do profissional. Um
dos seguidores de Ling, o major Josef G. Thulin introduz novamente o ritmo musi
cal à ginástica e cria os testes individuais e coletivos para verificação da per
formance. A escola francesa teve como elemento principal o espanhol naturalizado
Francisco Amoros Y Ondeano (1770-1848). Inspirado em Rabeias, Guts, Jahn e Pest
alozzi dividiu sua ginástica em civil e industrial, militar, médica e cênica. Ou
tro nome francês importante foi G. Dêmey (1850-1917). Organizou congresso, curso
s (inclusive o superior de Educação Física), regeu o Manual do Exército e também
era adepto à ginástica lenta, gradual, progressiva, pedagógica, interessante e
motivadora. O método natural foi defendido por Georges Herbert (1850-1917): corr
er, nadar, trepar, saltar, empurrar, puxar e etc. A nossa Educação Física, a bra
sileira, teve grande influência na Ginástica Calistenia criada em 1829 na frança
por Phoktion Heinrich Clias (1782-1854). A escola inglesa baseava-se nos jogos
e nos esportes, tendo como principal defensor Tomas Arnold (1795-1842) embora nã
o fosse o criador. Essa escola também ainda tem a influência de Clias no treinam
ento militar.
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A Calistenia – É por assim dizer, o verdadeiro marco do desenvolvimento da ginás
tica moderna com funcionamentos específicos e abrangentes destinada à população
mais necessitada: os obesos, as crianças, os sedentários, os idosos e também as
mulheres. Calistenia, segundo Marinho (1980) citado por Marcelo Costa, vem do gr
ego kallos (belo), sthenos (força) e mais o sufixo “ia”. Com origem na ginástica
sueca apresenta uma divisão de oito grupos de exercícios localizados associando
música ao ritmo dos exercícios são feitos a mão livre usando pequenos acessório
s para fins corretivos, fisiológicos e pedagógicos. Os responsáveis pela fixação
da calistenia foram: o Dr. Dio Lewis e a (A. C. M.) Associação Cristã de Moços
com proposta inicial de melhorar a forma física dos americanos que mais precisav
am. Por isso mesmo, deveria ser uma ginástica simples, fundamentada na ciência e
cativante. Em função disso Dr. Dio Lewis era contra os métodos militares sob a
legação que as mesmas desenvolviam somente a parte superior do corpo e os esport
es atléticos não proporcionavam harmonia muscular. Em 1860 a calistenia foi intr
oduzida nas escolas americanas. No Brasil dos anos 60 começou a ser implantada n
as poucas academias pelos professores da A. C. M. ganhando cada vez mais adeptos
nos anos 70 sempre com inovações fundamentadas na ciência. Sendo assim o Dr. Wi
llian Skarstrotron, americano de origem sueca, dividiu a calistenia em oito grup
os diferentes do original: braços e pernas, região póstero superior do tronco, p
óstero inferior do tronco, laterais do tronco, equilíbrio, abdômen, ombros e esc
ápulas, os saltos e as corridas. Nos anos 80 a ginástica Aeróbica invadiu as aca
demias do Rio de Janeiro e São Paulo abafando um pouco a calistenia. Como na Edu
cação física sempre há evolução também em função dos erros e acertos. Surge entã
o, ainda no final dos anos 80 a ginástica localizada desenvolvida com fundamento
s teóricos dos métodos da musculação e o que ficou bom da calistenia. A ginástic
a aeróbica de alto impacto causou muitos microtraumatismos por causa dos saltito
s em rítimos musicais quase alucinantes. A musculação surgiu com uma roupagem no
va ainda nos anos 70 para apagar o preconceito que algumas pessoas tinham com re
lação ao halterofilismo. Hoje, sob pretexto da criatividade, a ginastica localiz
ada passa por uma fase ruim com alguns professores ministrando aleatoriamente, a
ulas sem fundamentos específicos com repetições exageradas, fato que a ciência j
á reprovou, principalmente se o público alvo for o cidadão comum. 1.3 – Evolução
da Educação Física e do Esporte Moderno no Brasil e no Mundo Nos anos 90, o esp
orte passa a ser visto como meio de promoção à saúde acessível a todos, manifest
ada de três formas: esporte educação, esporte participação e esporte performance
. A Educação Física finalmente regulamentada é de fato e de direito uma profissã
o a qual compete mediar e conduzir todo o processo. Atletismo É a essência das o
limpíadas. Sua origem vem dos jogos da Grécia Antiga, quando guerreiros disputav
am os louros da vitória de Zeus uma corrida de 80 m. Na era moderna, participa d
esde da primeira edição das Olimpíada. A primeira medalha da história foi dada a
um saltador triplo, o americano James Connely, em Atenas. Nas corridas, nos sal
tos e nos lançamentos, o atletismo vem sendo o coração dos jogos, competições e
olimpíadas no mundo atual. Badminton O badminton começou como esporte-exibição n
a Olimpíada de Seul, em 1988, e foi oficializada em Barcelona. Tem muita tradiçã
o no leste e no sudeste asiático-indonésios, malaísios, sul-coreanos e chineses,
dominam as competições internacionais.
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Basquete Foi idealizado pelos americanos, no século passado, para suprir a falta
de uma atividade coletiva. Um dos jogos mais populares em todo o mundo é pratic
ado por vários países. Beisebol Com grande tradição nos EUA, o beisebol vem send
o dominado nas competições internacionais por Cuba. Ciclismo Pouco popular no Br
asil, o ciclismo é sinônimo de paixão na Europa e em alguns países latinos, como
a Colômbia. A mountain bike é a modalidade mais praticada no nosso País. Esgrim
a É um dos esportes olímpicos mais nobres e sua origem remonta à própria necessi
dade do homem se defender. Ficaram célebres em filmes e livros, os duelos na Eur
opa de séculos atrás, quando o homem lavava sua honra na ponta da espada. Atualm
ente, os duelos prosseguem, mas somente no campo esportivo e com a devida proteç
ão. Futebol Esporte mais popular do mundo, foi recordista de público em Barcelon
a. Ultimamente, com a participação de atletas profissionais desde 84, transformo
u-se em uma mini copa do mundo. Em Atlanta o futebol feminino fez sua estréia. G
inástica Artística A Ginástica Artística é um dos esportes mais fascinantes pela
beleza dos movimentos dos atletas. As evoluções realizadas nos outros aparelhos
parecem dignos de homens e mulheres feitos de elástico. Ginástica Rítmica É uma
modalidade irmã da Ginástica Artística. Distribui medalha individual pela soma
nas diversas provas. Combina os movimentos do corpo com elementos acrobáticos, s
empre acompanhados por música. Levantamento de Peso É um dos esportes mais tradi
cionais dos jogos olímpicos. A modalidade acabou ficando famosa pelos casos de d
opin. Handebol Começou a ser desenvolvido na Europa por volta de 1920, motivo pe
lo qual os europeus são os mestres neste esporte, possuindo o atual campeão mund
ial e o atual campeão olímpico. É um esporte vigoroso com alto grau de contato f
ísico e muita ação. É praticado atualmente em todos os continentes. Judô A luta,
originária do Japão, nasceu da observação de um filósofo que notou que galhos m
ais flexíveis não se rompem com o peso leve. A sabedoria oriental resultou nesta
arte marcial, que por ser considerada completa, despertou o interesse de outras
culturas e passou a ser praticada em vários países. No Brasil, não poderia ser
diferente. A corrida às academias é intensa. II) Análise histórica da Educação F
ísica no Brasil 2.1 – A Educação Física e Esportes, enquanto fenômenos culturais
da sociedade moderna Na década de 80, a Educação Física sofreu uma crise de ide
ntidade que originou uma
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mudança nas políticas educacionais. O enfoque que passou a priorizar o desenvolv
imento psicomotor do aluno, valorizando a sua prática também nas séries iniciais
e não somente nas séries do Ensino Fundamental. Apesar de muitos progressos obt
idos, por meio de inúmeros movimentos, debates, discussões e realizações, a Educ
ação Física ainda necessita de mudanças. Sobretudo para convencer a sociedade e
até mesmo o corpo docente, constituindo por profissionais de outras áreas, de se
u real valor, pois mesmo sendo reconhecida como uma área essencial ainda fica “m
arginalizada”. Um exemplo disso são os horários das aulas em desacordo com as ne
cessidades de suas especificidades, bem como locais inadequados e materiais, ins
uficientes para obtenção dos resultados esperados. Encontramos na década de 90,
um despertar da população para sua saúde, não a saúde como ausência de doenças,
mas aquela comprometida com a qualidade de vida, assunto que cada vez mais está
se tornando indispensável nos diversos setores da sociedade. A partir disso, obs
ervamos nos tempos atuais que as recomendações para qualquer programa de qualida
de de vida, giram ao redor de fatores como: alimentação controlada, mudanças de
hábitos adequados (fumo e álcool), atividades de lazer, cultura e, principalment
e, atividades físicas. De alguma maneira cada um de nós procura encontrar um equ
ilíbrio para manter-se saudável. Programas de ginásticas laboral, atendimentos d
e personal trainer, consultorias para atividades físicas e de lazer tornam-se aç
ões concretas para uma nova consciência corporal, inclusive abrindo campos de tr
abalho ao profissional da Educação Física. As doenças ocupacionais, problemas de
postura, estresse, sedentarismo, depressão, cardiopatia e outros, segundo espec
ialistas na área de saúde, estão se tornando os grandes males do século XXI. Cer
tamente seriam minimizados se, desde a fase escolar, o aluno fosse orientado e p
reparado para ser um indivíduo ativo, não sedentário e habituado à pratica de at
ividades físicas. É justamente por isso que se evidencia a necessidade de integr
ação da Educação Física com outras áreas do conhecimento, pelas inúmeras possibi
lidades de contribuição para melhorar da qualidade de vida aos indivíduos por me
io de uma educação relevante, responsável e realmente comprometida com o momento
histórico evolutivo. Com isso, torna-se necessário que o ser humano esteja cons
tantemente se aperfeiçoando como indivíduo e como ser social para poder se inter
-relacionar com esse mundo transitório, em todos os aspectos de caráter sócio-po
lítico econômico-cultural, buscando dessa forma melhorar sua qualidade de vida,
fator mais essencial à sua humanização. 2.2 – As questões éticas e morais do esp
orte na atividade profissional da Educação Física O desenvolvimento moral do ind
ivíduo, que resulta das relações entre afetividade e a racionalidade, encontra n
o universo da cultura corporal um contexto bastante peculiar, no qual a intensid
ade e a qualidade dos estados afetivos experimentados corporalmente nas práticas
da cultura de movimento literalmente afetam as atitudes e decisões racionais. A
vivência concreta de sensações de excitação, irritação, prazer, cansaço e event
ualmente até dor, junto a mobilização interna de emoções e sentimentos de satisf
ação, medo, vergonha, alegria e tristeza, configuram um desafio a racionalidade.
Desafio no melhor sentido de controle e de adequação na expressão desses sentim
entos e emoções, pois se processa em contextos em que as regras, os gestos, as r
elações interpessoais, as atitudes pessoais e as suas conseqüências são claramen
te delimitadas. E, habitualmente, distintos dos experimentados na vida cotidiana
. Aqui reside a riqueza e o paradoxo das práticas da cultura corporal particular
mente nas situações que envolvem interação social, de criar uma situação de inte
nsa mobilização afetiva, em que o caráter ético do indivíduo se explica para si
mesmo e para a outro por meio de suas atitudes, permitindo a tomada de consciênc
ia e a reflexão sobre esses valores mais íntimos. O que se quer ressaltar é a po
ssibilidade de construir formas operacionais de praticar e refletir sobre esses
valores, a partir da constatação de que apenas a prática das atividades e o disc
urso verbal do professor resultam insuficiência na sua transmissão e incorporaçã
o pelo
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estudante. O respeito mútuo, a justifica, dignidade e a solidariedade podem, por
tanto, ser exercido dentro de contextos significativos, estabelecidos em muitos
casos de maneira autônoma pelos próprios participantes. E podem, para além de va
lores éticos tomados como reverência de conduta e relacionamento, tornam-se proc
edimentos concretos a serem exercidos e cultivados nas práticas da cultura corpo
ral. No caso específico dos jogos, esportes e lutas, certamente não se pode esta
belecer uma relação direta entre uma atitude pautada na ética dentro e fora da s
ituação de jogo, ou seja, ser junto no jogo não suplica necessariamente ser junt
o nas relações sociais concretas e objetivas. Nesse universo de situações, porta
nto, podem-se valorizar a possibilidade de construção coletiva e a prioridade da
s regras e os acordos firmados entre os participantes. Pois quando ocorre um des
cumprimento do que foi combinado se estabelece uma relação de responsabilidade p
ela conseqüências das atitudes intrínsecas à própria atividade. Ao interagirem c
om os adversários, os alunos podem exercer o respeito mútuo, buscando participar
de forma leal e não violenta. Confrontar-se com um resultado de um jogo e com a
presença de árbitro permite a vivência e o desenvolvimento da capacidade de jul
gamento de justiça (e de injustiça). Principalmente nos jogos, em que é fundamen
tal que se trabalhe em equipe, a solidariedade pode ser exercida e valorizada. N
os jogos, esportes e lutas, em que existem regras delimitando as ações, surgem d
ois elementos interessantes para a discussão de valores éticos: um deles é a sim
ulação de fator e outro é a figura do árbitro. Por exemplo, num jogo de futebol,
um atacante entra na área, dribla o jogador da defesa, mas adianta demais a bol
a e, ao perceber que perdeu a jogada, imediatamente se lança ao chão, simulando
ter sofrido uma falta. Essa situação pode ser pano de fundo para uma interessant
e discussão, pois apesar das possíveis “vantagens” resultantes da simulação, o j
ogador segue sendo responsável por um ato que sabe desonesto. A figura do árbitr
o potencializa uma situação; na medida em que perante aos jogadores transferirem
a responsabilidade moral para o juiz, incorporando a figura do árbitro do jogo,
com mais um elemento que pode ser manipulado. Ou seja, toda simulação não perce
bida pelo juiz torna-se legítimo e em muitos contextos era capacidade de simulaç
ão é tão valorizada como as habilidades técnicas. Em ambas as situações a discus
são deve incluir a dimensão pessoal da ética no valor atribuído às atitudes cert
as ou erradas, positivar ou negativar, construtivas ou destrutivas. Deve incluir
, ainda, a dimensão social da ética que atribui valores às atitudes pessoais, e
que em muitos contextos, acaba por legitimar a transferência de responsabilidade
das atitudes pessoais para o grupo ou para o Juiz. O futebol profissional, atua
lmente, traz elementos para essa discussão, na medida em que as tentativas de si
mulação são consideradas passíveis de punições pela regra e, em algumas transmis
sões pela TV, existe um comentarista específico para o árbitro. A apreciação do
esporte-espetáculo permite conhecer e diferenciar as referências de valores e at
itudes presentes nas práticas culturais corporal exercidas profissionalmente, na
s quais, obviamente, a vitória, a derrota, a regra e a transgressão da regra adq
uirem outra conotação, outro tipo de conseqüência. O profissional que está realm
ente convencido do quanto o seu trabalho é fundamental torna-se uma referência i
mportante para seus alunos, pois, em suas aulas é capaz de mobilizar aspectos af
etivos, sociais, éticos, morais e outros de maneira intensa e explícita, o que f
az dele um conhecedor das principais necessidades de seus alunos. 2.3 – Sua infl
uência no contexto escolar, contextualizado e perspectivas. A infância é a idade
do lazer por excelência. O tempo totalmente liberado faz com que a criança dese
nvolva a especialidade de brincar, exceto durante o período escolar. As tendênci
as administrativas atuais, bem como a informatização de serviços nos alertam par
a um provável aumento do tempo livre, ou seja, o tempo disponível para outras at
ividades as quais acreditamos que o ser humano ainda não está preparada a realiz
ar, pois, praticamente,
13
passa os melhores anos de sua vida trabalhando. Concluímos, desta forma, que a f
unção educativa do lazer, consideradas muitas vezes uma atividade não prioritári
a, é necessidade humana. O lazer por suas características (a espontaneidade, a l
udicidade, a livre escolha), e o caráter relativamente desinteressado, deve ser
incorporado ao cotidiano da criança tornando-se um espaço privilegiado para a aq
uisição de informações e conhecimentos e para vivência da cultura, constituindo-
se em importante caminho para o crescimento pessoal e social do indivíduo. Volta
ndo à Educação Física, consideramos que as obrigatoriedades da vida escolar (que
hoje em dia inicia-se cada vez mais cedo), estão muitas vezes desvinculadas da
realidade da criança, que necessita, principalmente nas séries iniciais, de temp
o para brincar e, portanto, aprender brincando, o que será sempre mais prazeroso
e enriquecedor. A proposta é promover e buscar a educação para o lazer, por mei
o da alegria e da brincadeira, considerando o vasto conhecimento da cultura infa
ntil, repleta de significados, historicamente elaborados e muitas vezes ignorado
s pelas instituições de ensino. Superando barreiras e preconceitos, descobrimos
habilidades e belezas, equilibrando eficiência e eficácia, enfim, vivenciando re
lações espaciais e temporais, estamos favorecendo o autoconhecimento, sempre em
busca da felicidade e da cidadania. A escola não pode negar como fato histórico
a corporeidade humana, a infinita de gestos, expressões, movimento que os seres
humanos foram e são capazes de realizar, originando jogos, brincadeiras, danças,
esportes, lutas, diferentes formas de ginásticas e constituindo, desta forma, o
verdadeiro patrimônio lúdico da humanidade. O grande desafio da Educação Física
é propiciar ao educando o conhecimento do seu corpo, usando-o como instrumento
de expressão e satisfação de suas necessidades, respeitando suas experiências an
teriores e dando-lhe condições de adquirir e criar novas formas de movimento. Co
nsideramos que o movimento humano só se concretiza por meio do corpo do homem. E
sse movimento integra uma totalidade e não somente o ato motor, mas toda e qualq
uer ação humana que vai desde a expressão até o gesto mecânico. Não é apenas o c
orpo que entra em movimento, mas o homem todo que age e se movimenta. A Educação
Física deve associar o corpo, a emoção, a consciência, a busca do prazer, fazen
do o aluno sentir-se bem com o seu corpo no tempo e no espaço. Entendemos que é
necessário desenvolver uma concepção de educação física em que a atividade intel
ectual e a atividade corporal em vez de se confrontarem, se harmonizarem de form
a a melhor integrarem o ser humano no seu relacionamento: eu – o outro – os obje
tos – o mundo. Os currículos escolares deverão ter seus conteúdos compatíveis co
m as experiências vividas pelo aluno, servindo como ponto de partida para a aqui
sição de novos conhecimentos mais elaborados. A sistematização desses conteúdos
que são representados por ginástica, jogos, esportes e dança deve considerar ain
da as características de maturação, as diferenças individuais, as necessidades e
os interesses do aluno, sendo desenvolvidos em um ambiente lúdico, onde a liber
dade de expressão, a oportunidade de reflexão, discussão e questionamento, o tra
balho de equipe estejam garantidos, e que o aluno possa, por meio do movimento,
se relacionar com o seu próprio corpo, com o outro e com o meio social.
14
2.4 – Transformações da Educação física no Brasil e suas multiplicações na práti
ca profissional nos dias de hoje A Educação Física no Brasil foi pensada enquant
o prática nas escolas com propósitos profiláticos, morais e culturais. Por falta
até mesmo de formação adequada, muitos professores – chamados no passado de “in
strutores” – aplicavam para crianças exercícios praticados nos quartéis. Entre o
s profissionais, sempre houve controvérsia quanto ao tipo de atividades físicas
que deveriam ser ministradas para escolares. Havia aqueles que defendiam os exer
cícios ginásticos e, de outro lado, os que destacavam a recreaçào. Não é de hoje
que se manifestam discursos a respeito da importância daq Educação Física Escol
ar como uma questão de prevenção da saúde. Azevedo (1920) apontava para a educaç
ão física uma intervenção social, de modo a ensinar hábitos de higiene aos aluno
s e, ao mesmo tempo, a desenvolver um corpo sadio. São 80 anos pregando para que
os alunos entendam a relevância da Educação Física Escolar, mas pelo visto, fic
ou apenas a exigência prática de promover recreação. A prática pela prática. Edu
cação Física e Desporto A partir dos anos 70, aplica-se uma política oficial de
expansão da prática do desporto, o que se tornou um novo paradigma para toda a E
ducação Física. Naquele período, confunde-se educação física com o desporto, che
gando mesmo, em alguns casos, a serem considerados sinônimos. O plano nacional d
e educação física e desporto para o período de 1976 a 1979 é uma prova disso e t
raz as seguintes observações: “... a atividade física é hoje considerada como um
meio educativo privilegiado, porque abrange o ser na sua totalidade. O caráter
de unidade da educação, por meio das atividades físicas, é reconhecido universal
mente. Ele objetiva o equilíbrio e a saúde do corpo, a aplicação física para a a
ção e o desenvolvimento dos valores morais. Sob a denominação comum de educação
física e desportiva o consenso mundial reúne todas as atividades físicas dosadas
e programadas, que embora pareçam idênticas na sua base, têm finalidade e meios
diferenciados e específicos. O meio específico da educação física e a atividade
física sistemática, concebida para executar, treinar e aperfeiçoar, de acordo c
om a intenção principal que anima a atividade física, ela se desdobra em exercíc
ios educativos propriamente ditos, os jogos e os desportos. Face à informalidade
de que se reveste sua prática, os jogos e os desportos têm um poder maior de mo
bilização que os exercícios educativos, sendo recomendável, portanto, para melho
r eficácia de educação física a integração das formas”. O plano apresentava aind
a algumas diferenças em relação à Lei n° 6.251/75, que tratava da Política Nacio
nal de Educação Física e Desportos, dando uma direção à prática desportiva de fo
rma mais explícita. De acordo com seu art. 5°, o Poder Executivo definiu a Polít
ica Nacional da Educação Física e Desporto, com os seguintes objetivos básicos:
• • • • •
Aprimoramento da aptidão física da população; Elevação do nível dos desportos em
todas a áreas; Implantação e intensificação da prática dos desportos em massa;
Elevação do nível técnico-desportivo das representações nacionais; Difusão dos d
esportos como forma de utilização do tempo de lazer.
O Plano dava destaque ao conteúdo esportivo, sobretudo aos aspectos educacionais
e formativo. Na prática, acabou vingando o desenvolvimento do desporto em si. O
ntem e hoje A Educação Física Escolar passou por diversos momentos, teve certa i
mportância política, reconhecimento legal, mas cabe indagar por que ela não foi
capaz de se consolidar, se legitimar
15
como disciplina nas escolas, junto aos pais e aos demais professores. A Educação
Física é oferecida na escola há muitos anos, sua prática foi calcada em ginásti
ca e recreação e os objetivos definidos eram voltados para a construção de uma c
ultura que levasse o aluno a entender a importância daquela prática. Novas diret
rizes, nova cultura Desde 1996, quando da promulgação da LDB, não há mais determ
inação de carga horária das disciplinas. A escola é que constrói seu projeto ped
agógico e define a carga horária de cada uma. Portanto, é o professor de Educaçã
o Física que deve justificar a permanência da sua finalidade, argumentando e con
vencendo a comunidade da quantidade de sessões a ser oferecida na escola. Isto r
epresenta uma ruptura muito brusca e pegou desprevenidos os professores escolare
s, que sempre estiveram sob a capa protetora da obrigatoriedade, sem que tivesse
m que se preocupar em demonstrar para os pais, para o corpo docente e até mesmo
para os alunos sua finalidade e sua importância para o futuro da sociedade. A re
alização de atividades físicas ganha maior relevância a cada dia. O esporte cont
inua sendo a grande manifestação da humanidade, como espetáculo ou como forma de
lazer. Proliferam academias de ginásticas e é crescente o número de adeptos das
atividades físicas, mas na escola, a educação Física está sofrendo um grande im
pacto. A disciplina desprestigiada sem finalidade definida, perde espaço e os ex
emplos de sua prática de modo geral, a desabona e complica sua posição no contex
to educacional. Em contrapartida, as escolas que oferecem o esporte, a iniciação
desportiva, convênios com clubes e academias têm uma maior freqüência e ganham
um enorme interesse por parte dos alunos e jovens. Significa dizer que os jovens
vêem a Educação Física como uma atividade prática? ou que pela difusão da mídia
se interessam pela prática de atividades físicas, mas não a da escola, que não
atende às expectativas do que se procura? Por que se perdeu esse espaço na escol
a? Daqui por diante não haverá mais determinação de quantitativo de sessões sema
nais em nenhuma disciplina, as Secretarias de Educação e Conselhos de Educação n
ão são mais órgãos diretivos e sim normativos, cabendo à escola construir seu pr
óprio currículo de acordo com a realidade da comunidade. Não se trata de uma mis
são simples. Ainda vivemos sob a influência de antigos paradigmas e a cultura de
aptidão física, iniciação desportiva, formação de equipes representativas, apes
ar de todo um discurso de inclusão, de interdisciplinaridade e da importância da
Educação Física para a formação integral. O problema não será revertido pela le
galidade, pois não há mais amparo legal para determinar a obrigatoriedade de dua
s ou três aulas semanais. Não se pode ficar aguardando que os Legisladores atend
am apelos dos profissionais e promulguem leis que tornem a Educação Física Escol
ar obrigatória em todos os níveis e ciclos de ensino, o que esbarraria em incons
titucionalidade, uma vez que nenhuma disciplina terá tratamento diversificado. A
Educação Física Escolar deve das oportunidades a todos os alunos para que desen
volvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu ap
rimoramento como seres humanos. Seja qual for o objeto de conhecimento em questã
o, os processos de ensino-aprendizagem devem considerar as características dos a
lunos em todas as suas dimensões: cognitiva, corporal, afetiva, ética, estética,
de relação interpessoal e inserção social. III) Ideologias que permearam as cor
rentes teóricas em Educação Física Escolar e Esportes No século XX, a Educação F
ísica escolar sofreu, no Brasil, influências de correntes de pensamento filosófi
co, tendências políticas, científicas e pedagógicas. Assim, foi possível resgata
r cinco tendências da educação brasileira: A Educação Física Higienista (até 193
0); a Educação
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Física Militarista (1930 a 1945); a Educação Física Pedagogicista (1945 a 1964);
a Educação Física Competivista (após 1964); e, finalmente, a Educação Física Po
pular. 1- Educação Física Higienista – Para tal concepção cabe a Educação Física
um papel fundamental na formação de homens e mulheres sadios, fortes, dispostos
à ação. Tal concepção entende que independentemente dar determinações impostas
pelas condições de experiência material, o indivíduo pode e deve “adquirir saúde
”. Robustez corporal de certa parcela da juventude, robustez advinda de uma vida
de poucas privações, é colocada como paradigma para toda a juventude. E os meio
s para alcançar tal padrão são encontrados na adoção de um correto programa de E
ducação Física. A Educação Física Higienista é uma concepção que se preocupa em
erigir a Educação Física como agente de saneamento público, na busca de uma “soc
iedade livre das doenças infecciosas e dos vícios deteriorados de saúde e do car
áter do homem do povo”. 2- Educação Física Militarista – É uma concepção que vis
a impor a toda a sociedade padrões de comportamento estereotipados, frutos da co
nduta disciplinar própria ao regime de caserna. Também se preocupa com a saúde i
ndividual e com a saúde pública. Todavia o objetivo fundamental da Educação Físi
ca Militarista é a obtenção de uma juventude capaz de suportar o combate, a luta
, a guerra. Assim a Educação Física funciona mais como selecionadora de “elites
condutoras”, capaz de distribuir melhor os homens e mulheres nas atividades soci
ais e profissionais. O papel da Educação Física é de “colaboração no processo de
seleção natural”, eliminando os fracos e predominando os fortes, no sentido da
“depuração da raça”. Na Educação Física Militarista, a ginástica, o desporto, os
jogos recreativos, etc., só tem utilidade se visam à eliminação dos “incapacita
dos físicos”, contribuindo para uma “maximização da força e poderio da população
”. A Educação Física Militarista, por sua vez, visa a formação do “cidadão-solda
do”, capaz de obedecer cegamente de servir de exemplo para o restaurante da juve
ntude pela sua bravura e coragem. 3- Educação Física Pedagogicista – A Educação
Física Pedagogicista é pois, a concepção que vai reclamar da sociedade a necessi
dade de encarar a Educação Física não somente como uma prática capaz de promover
saúde ou disciplinar a juventude, mas de encarar a Educação Física como uma prá
tica eminente educativa. E mais que isto, ela vai advogar a “educação do movimen
to” como a única forma capaz de promover a chamada “educação integral”. A Educaç
ão Física pedagogicista está preocupada com a juventude que freqüenta as escolas
. A ginástica, a dança, o desporto, etc., são meios de educação do alunado. São
instrumentos capazes de levar a juventude a aceitar as regras de convívio democr
ático e de preparar as novas gerações para o altruísmo, o culto, a riqueza nacio
nal, etc. A Educação Física é encarada como algo “útil” e bom socialmente e deve
ser respeitada acima das lutas políticas dos interesses diversos de grupos ou d
e classes. 4- Educação Física Competitivista – Como a Educação Física Militarist
a, a Educação Física Competitivista também está a serviço de uma hierarquização
e elimitação social. Seu objetivo fundamental é a caracterização da competição e
a superação individual como valores fundamentais e desejados para uma sociedade
moderna. A Educação Física Competitivista volta-se para o culto do atleta-herói
; aquele a despeito de todas as dificuldades chegou ao pódium. Aqui a Educação F
ísica fica reduzida ao “desporto de alto nível”. No âmbito da Educação Física Co
mpetitivista, a ginástica, o treinamento, os jogos recreativos etc., ficam subme
tidos ao desporto de elite. Desenvolve-se baseado nos avanços dos estudos da fis
iologia do esforço e da biomecânica, capazes de melhorar a técnica desportiva. 5
- Educação Física Popular – Ao contrário das concepções anteriormente citadas, a
Educação Física Popular ano revela uma produção teórica abundante e de fácil ac
esso. A Educação Física Popular se sustenta quase que exclusivamente numa “teori
zação” transmitida oralmente entre as gerações de trabalhadores deste país. Boa
parte dos documentos (jornais, revistas, etc.)
17
do movimento operário e popular, que poderiam conter uma “teorização” ou pelo me
nor relato sobre as práticas de Educação Física autônoma dos trabalhadores, não
escapou aos olhos e garras incineradoras das classes dominantes. Todavia, do mat
erial existente é possível resgatar uma concepção de Educação Física que, parale
la e subterraneamente, veio historicamente se desenvolvendo com e contra as conc
epções dominantes. A Educação Física Popular não está preocupe com a saúde públi
ca e também, não pretende ser disciplinadores de homens e muito menos está volta
da para o incentivo da busca de medalhas. Ela assume um papel de promotores da o
rganização e mobilização de trabalhadores. Ela entende que a educação dos trabal
hadores está intimamente ligada ao movimento de organização de classes populares
para embate da prática social ou melhor para o compromisso cotidiano imposto pe
la luta de classes. PRATICANDO... 1 – Identifique três momentos importantes da H
istória da Educação Física no Brasil.
2 – Dentre as concepções de cada tendência apresentada, procure destacar os pont
os mais importantes entre elas.
ATIVIDADES... 1 – Faça uma reflexão sobre: a Educação Física, suas transformaçõe
s através dos tempos, sua influência no contexto escolar e na prática profission
al nos dias de hoje.
2 – Pesquisar sobre a evolução do esporte moderno no Brasil e no mundo.
18
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