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O documento discute a natureza do "bom" na avaliação moral. Ele explora várias perspectivas filosóficas como hedonismo, eudemonismo, utilitarismo e formalismo kantiano. Conclui que o conceito de "bom" varia entre sociedades e que sua realização depende da harmonização dos interesses individuais e coletivos em um determinado contexto social.
O documento discute a natureza do "bom" na avaliação moral. Ele explora várias perspectivas filosóficas como hedonismo, eudemonismo, utilitarismo e formalismo kantiano. Conclui que o conceito de "bom" varia entre sociedades e que sua realização depende da harmonização dos interesses individuais e coletivos em um determinado contexto social.
O documento discute a natureza do "bom" na avaliação moral. Ele explora várias perspectivas filosóficas como hedonismo, eudemonismo, utilitarismo e formalismo kantiano. Conclui que o conceito de "bom" varia entre sociedades e que sua realização depende da harmonização dos interesses individuais e coletivos em um determinado contexto social.
A avaliao moral compreende trs elementos: a) o valor atribuvel b) o objeto avaliado c) o sujeito que avalia Numa caracterizao geral da avaliao moral, a avaliao, por ter atribuio de um valor constitudo ou criado pelo homem, possui um carter concreto, histrico-social. Tambm preciso considerar que se pode atribuir valor moral a um ato se e somente se tiver ele consequncias que afetam a outros indivduos, a um grupo social ou sociedade inteira. A avaliao sempre atribuio de um valor por parte de um sujeito. Portanto, pelo valor atribudo, pelo objeto avaliado e pelo sujeito que avalia, a avaliao tem sempre um carter concreto, ou seja, a atribuio de um valor concreto numa situao determinada. Os itens a seguir se referem ao exame do valor moral fundamental: a bondade. 2. O bom como valor O ato moral pretende ser uma realizao do bom. Comportando-se moralmente, os homens aspiram ao bem, isto , a realizar atos moralmente bons. Definir o bom implica definir o mau. De uma sociedade para outra, mudam as ideias sobre o bom e o mau de acordo com as diferentes funes da moral efetiva de cada poca, e essas mudanas se refletem sob a forma de novos conceitos nas doutrinas ticas. Nos povos primitivos o bom , antes de tudo, a valentia, enquanto o mau a covardia. Com a diviso da sociedade em classes, 24 perde o seu significado universal humano. Na Idade Mdia bom o que deriva da vontade de Deus. Nos tempos modernos, o bom o que concorda com a natureza humana concebida de uma maneira universal e abstrata que podemos definir no pensamento tico como felicidade, prazer, boa vontade, utilidade. Mas tambm pode ser caracterizado como verdade, poder, riqueza e Deus. 3. O bom como felicidade (eudemonismo) Para Aristteles, a felicidade o mais alto dos bens e est no exerccio da razo. Isso significa que a felicidade est no alcance somente de uma parte privilegiada da
sociedade, da qual, refletindo a realidade de sua poca, estavam excludos os escravos e
as mulheres. O pensamento tico moderno sustenta o direito dos homens de serem felizes neste mundo, mas concebem a felicidade num plano abstrato, ideal, fora das condies concretas da vida social que favorecem ou constituem obstculos para a consecuo. Ou seja, a tese de que a felicidade o nico bom resulta demasiado geral se no se concretiza o seu contedo. Este contedo varia de acordo com as relaes sociais que o determinam e a cujos interesses serve. Portanto, no se pode considerar como adequada natureza humana em geral a felicidade que hoje se reduz s tendncias egostas do indivduo ou ao seu esprito de posse. Numa sociedade na qual no vigore o princpio da propriedade privada nem a onipotncia do dinheiro, e na qual o destino pessoal no se possa conceber separado da comunidade, os homens tero de buscar outro tipo de felicidade. 4. O bom como prazer (hedonismo) As teses bsicas do hedonismo tico, citadas abaixo, consideram prazer no sentido de prazeres mais duradouros e superiores, como os intelectuais e os estticos. 1. Todo prazer ou gozo intrinsecamente bom. 2. Somente o prazer intrinsecamente bom. 3. A bondade de um ato ou experincia depende do (ou proporcional quantidade de) prazer que contm. As teses, quantitativas e qualitativas do hedonismo tico reduzem o bom a reaes psquicas ou vivncias subjetivas, deduzindo o juzo de valor a partir do juzo de fato. 5. O bom como boa vontade (formalismo Kantiano) Kant defende que o bom deve ser algo incondicionado, sem restrio alguma. A felicidade est sujeita a certas condies, e se essas no se verificam no se pode ser feliz. A boa vontade uma determinao de fazer algo, de ser bom de uma maneira absoluta, sem restrio alguma, em toda circunstncia e em todo momento, sejam quais forem os resultados ou as consequncias da nossa ao, ou seja, a vontade que age no s de acordo com o dever, mas pelo dever, determinada, nica e exclusivamente pela razo. Contra esta concepo Kantiana da boa vontade, existem algumas objees, mas em suma, por seu carter ideal, abstrato e universal, oferece-nos um conceito do bom
totalmente inexequvel neste mundo real e, portanto, inoperante para a regulamentao
das relaes entre os homens concretos.
6. O bom como til (utilitarismo)
til para quem? O utilitarismo concebe, portanto, o bom como o til, mas no num sentido egosta ou altrusta, e sim no sentido geral de bom para o maior nmero de homens. Em que consiste o til? A concepo pluralista sustenta que se os bens intrnsecos que os nossos atos podem causar no se reduzem a um s, mas a uma pluralidade dos mesmos, onde o bom no s uma coisa ou o prazer ou a 26 felicidade mas vrias coisas que podem, ao mesmo tempo, considerar-se como boas. 7. Concluses a respeito da natureza do bom Os hedonistas e os eudemonistas consideram que os homens esto dotados de uma natureza universal e imutvel, que nos faz procurar o prazer ou a felicidade, e exatamente nestes bens fazem consistir o bom. O formalismo Kantiano apela para um homem ideal, abstrato e situado fora da histria, cuja boa vontade absoluta e incondicionada seria o nico verdadeiro bom. Os utilitaristas pem o bom em relao com o interesse dos homens e, ao mesmo tempo, procuram encontr-lo em certa relao entre o particular e o geral. A relao entre o indivduo e a comunidade varia com o tempo e com as diferentes sociedades. Na sociedade moderna o bom s pode ocorrer realmente na superao da ciso entre o indivduo e a comunidade, ou na harmonizao dos interesses pessoais com os verdadeiramente comuns ou universais. A realizao do bom na superao do crculo estreito dos interesses exclusivamente pessoais, no significado social da atividade do indivduo, do trabalho ou do estudo e na transformao das condies sociais, acarreta uma peculiar relao determinada pela estrutura social. O egosmo e suas opostas manifestaes solidariedade, cooperao e ajuda mtua so encorajadas ou obstaculizadas de acordo com as condies concretas nas quais vivem os homens. Por isso, o problema do bom como conjuno dos interesses pessoais e dos interesses coletivos inseparvel do problema das bases e das condies sociais que tornam possvel a sua realizao.
Anais da 1ª Conferência Internacional de Países de Língua Lusófona e Tcheca - Educação, Arte, Tecnologias e Empreendedorismo - Czech Republic And Lusophonic Countries: Education, Art, Digital Technology in Teaching International Conference 2020