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A necessidade da leitura de pequenos sinais analégicos (pro- venientes de sensores e transdutores) é muto comum no meio industrial. Temperatura, umidade e campos eletromagnéticos sao apenas alguns dos fatores que influenciam o funcio- namento de una médquina. Por outro lado, ¢ incrl- vel como, com apenas um pequeno amplificador ‘operacional podemos monitorar essas grandezas, e gerar pequenos sinais de controle muito tteis ao técnico (ou usuario). ‘Quando falo sobre esse assunto estou me referinco a relacéio custo-beneficio de um instrumento dedicado a analise de uma gran- deza, e um pequeno circuito que pode ser tao eficiente quanto ele (dependendo do. caso). Por exemplo: Qual € 0 instrumento classico para medir-se EMI? Resposta: O analisador de espectro. Segunda pergunta: Vocé precisa, efetivamente, mecir a EM, ou apenas deteciar se ela esté ou nao em um nivel aceitavel?: Bom, se 0 caso for 'medir”a EMI, vocé precisa de um analisedor de espectro (que poce custar cerca de U$ 10.000,00), mas, se yocé necessita apenas verificar se o nivel de EMI é ou néo aceitavel, um pequeno circuito de U$ 10,00 po- dera resolver 0 caso. O objetivo deste artigo é proporcionar ao leitor algumas idéias praticas utiizando am- plificadores operacionais, que podem tesol- ver varios problemas comuns na industria de forma simples e, principalmente, econd- mica. Para que 0 leitor possa aproveitar melhor essas idéias, vamos fazer antes uma revisdio objetiva sobre amplificadores operacionais. Boa leitura! i ‘Alexandre Capelli SABER ELETRONICA N? 2424JULHOI200), DEFINIGAO DE AMPLIFICADOR OPERACIONAL © ampiilicacor operecional (que doravante sera chamado"A. 0”) foiori- ginalmente desenvolvido para exeou- tar operagoes matematicas, dai o seu nome “operacional’. Como surgimen- to da tecnologia digital, esse tipo de Utilizagao doixou de ser interessante: por outto lado, 0.8.0 tornou-se umn dos principais componentes para trata- mento de sinais analégicos. ‘Aidéia do ampiiicador operacional 6 antiga. Na época das vélvulas, um amplificador operacional era cons- truldo com 14 valvulas todo. Com o desenvolvimento dos serricondutores, alguns A.Os eram circuitos formados por 20 transisteres © algumas deze- nas de outros componentes. As pes- ‘quisas para o desenvolvimento de um Circuito integrado como amplificador ‘operacional ganharam érfase na cor- rida espacial. Em 1967, a Fairchild cconstrusu 0 primeiro A. O como um Cl: © HA 702, Esse foi o primeiro A.O air para a Lua, em 1969, Pouso tempo depois, a National aperfeigoou 0 projeto. e criou 0 uA 709, mais versatile robusto, Naépoca, esse Clera vendido por US 75, 00 cada! Na verdade, varias empresas to- maram parte no desenvelvimento do amplificador operacional. Denire elas podemos citar: Zeltex; Burr-Brown: Nexus; Philbrick; Fairchile: © National Atualmente podemos encontrar centenas de tipos de ampificadores operacionais no mercado, e a maioria deles custa menos de US 1,00. Uma das aplicagdes mais comuns para 0 A. O 6 como conversor analé- gico / digital, que é 0 “elo’entre os nis analogicos externos (sensores) © acPU. Fisicamente, 0 A.O 6 um circuito integrado ulilizaco como "ampliicador” de lensdes, © simbolo do A.O pode 0} = entrada nao inversora 9 = entrada inversora Fig, 1 -Simbolo do ampiiicadr oparaciral SABER ELETRONICA NY $424JULHOI2001 Vout set visto na figura 7, onde também encontramos a descricéo dos seus pinos basicos, Eletricamente, 0 A.O comporta-se ‘como um amplificador diferercial, isto sua saida é daca pela expresséo Vo = A (V(+)-V(-), onde: Vo = tensio de said ‘= ganho V+ = tensao da entrada nao inversore \F = tensdo da entrada inversora, Nos préximos tépicos deste artigo ‘esludaremos as diversas formas de se calcular o ganho. Antes de abordé-los, ‘entretanto, vamos analisar 0 compor- tamento dindmico de um A.O através do exemplo da figura 2. A enttada V+ (nao Inversora) tem uma fonte de tenséio senoidal, ja 2 entrada V- (inversora) ¢ almentada com um sinal quacrade, Suponha que o ganho para essa configuragéio seja 1 (A = 1 > nao amplifica e nem atenua a tensao). Como setia a forma-de-onda na saf- da? Para responder essa questao va: mos decompor em pontos as duas for mas-de-onda da entrada do A. O, em fungio dos pontos de interseceao e maximas (ou minimos). Para cade ponto vamos utilizar a expresso ten- so de saida do A. 0: Vo = A (V+ - V4). Como 0 ganho (A) € unitario,entaio teremos: Vo = V(+)-V¢). Ponto Iniciaremos nossa andlise pela ort gem dos eixos coordenadios. Nesse ponto o valor da entrada 1ndo inversora é 0 V, e a entrada inver- sora é igual a “a’vots. Fig. 2- Salida Gilerencial do AO. Aplicando a expressiio Vo = A (Y()-V()) teremos: Vo = 1 (0-2) =-a, ‘Asalda para 0 ponto 0, portanto, 6 igual a -a Ponto 1: No ponto 1 temos ¥+ =a, eV- portanto: Vo = (a-a) Vo =0¥. Ponto 2: ponto 2 apresenta V+ =2a, eV =, portanto:Vo = 1 (2 aa) Vo=a. Ponto 3: Novamente temos V+ = a, @ V- = a, portanto: Yo = 1 (@--a)) Vo=2a Ponto 4: © ponto 4 tem V+ = 0, e = portanto: Vo = 1 (0-a) Vo=-a. Ponto 5: No ponto 5 temos uma situagao invertida quanto a polaridade, isto é, V4=-2a, eV- =a, portanto: Vo = 1 (228) Vo=-3a Ponto 6: Temos V+ =~, V- = -a, portan: to:o=1¢e(-a)) Vo = 0 vols, Aanélise dos demais pontes seré andioga, Cabe lembrar que a configuragao para ganho unitario nao é a apresen- tada na figura 3, conforme veremos mais adiante, © ganho 1 foi atribuido apenas para facilitar 0 entendimento do com- portamento dinéimico de um A. 0, ten- do em vista sua natureza diterencial. Fig. 3- AO como amplicadorinversor. AO IDEALE A.O REAL Quando utilizamos A.Os, sempre os consideramos como componentes ideais, isto 6, sem perdas, limitagoes de freqéncia ou ganho. Embora o ‘componente real possua limitacoes fisicas, elas nao sao significativas na “l6gica’do projeto, mas sim, na esco- tha do methor tipo de amplificador ‘operacional. Para melhor compreen- s&0 desse conceito, vamos analisar as caracteristicas do A. O ideal A) 0 A.O ideal deve ser um com- Ponente linear, isto 6, nao saturar. Essa ¢ a razéo pela qual sua tenso de saida 6 expressa por: Vo = A (V(+)- (2). Tal expresso nao 6 valida nos pontos de saturacdo. Para que o A.O. seja puramente linear, ele deve am- plificar apenas a diferenga dos sinais da entrada, e nunca o sinal comum as duas. Essa caracteristica, que sera es- tudada neste artigo, denomina-se MRR (Common Mode Rejection Ratio) ou razao de rejeigéo de modo comum, B) Aimpedéncia de entrada de um ‘AO ideal 6 infnita, isto 6, Zi = «. Isso significa que nao ha consu- mo de corrente pelas entradas do A.O, fazendo com que esse componente ‘do interfira nos sinais aplicados a ele. ‘Apenas como exemplo pratico, essa 6 uma caracteristica fundamental nos Circuitos utlizados na instrumentagao eletrénica. C) OA. Oideal tem impedancia de saida nula, ou seja Z out = 0. Fisica- mente, isto quer dizer que, indepen- dentemente da intensidade da corren- te elétrica drenada pela sua saida, ndo haveré queda de tensdo interna no AO. 1D) A resposta em frequéncia de um ‘A. O ideal deve ser ilimitada, isto 6, 6 ‘seu ganho nao deve variar em fungao da frequéncia do sinal E) O ganho do A. O ideal é infinito Az=. “Mas, para que devo saber as ca- racteristicas de um A. O ideal se ele nao existe? Dependendo da aplicagao, uma ou outra caracteristica do A.O real é mais significativa. Vamos a um exemplo pré- tico: Caracteristicas do A. 741: a) raz0 de rejeigo de modo comum =90dB b) impedaincia de entrada (Z in)=10°0 ¢) impedancia de saida (Z out) = 75 0 d) freqdéncia média de trabalho =100 kHz €) ganho = 200. 000. Notem que nenhum dos parame- tros apresenta o valor ideal, mas mes- ‘mo com as limitagdes de um A.O real, Podemos escolher 0 tipo mais indica- do para nossa aplicagao, tendo como referéncia os valores ideais. Ainda falando sobre exemplos pra- ticos, imaginem um circuito que deva ‘operar em 1 GHz. Com certeza, o Cl 741 nao é 0 componente indicado Para esse circuito, e nesse caso um ‘A. para frequiéncias mais altas seria necessério, Por outro lado, se estivés- semos monitorando um sensor Hall ‘em 10 kHz, e que fornecesse 1 mV de saida, para um circuito de leitura operando com 10V, 0 Cl 741 serviria para amplificar esse sinal em 10.000 vezes para estabelecer um elo entre essas etapas, GANHO DO A. OE TERRA VIRTUAL, Um dos conceitos ‘polémicos'nos cursos de Eletrénica é 0 “terra virtu- al", também conhecido como “curto- Circuito virtual”. Por experiéncia pré- pria, sei que esse t6pico costuma transformar parte da nota nas avalia- gdes de eletrénica aplicada em uma parcela também’virtual” Para uma melhor compreensao desse assunto, vamos considerar 0 A. O como sendo ideal, portanto, a ex- pressdo: Vo = A (V(+) - V (.)) é valida, ‘© que significa que ele 6 um compo- nente perfeitamente linear. Como ja dissemos anteriormente, ara um A..0 ideal o ganho é infinito (A ==). Por outro lado, uma outra for- ma de escrever a expressao da ten- so de saida do A.0 6 Vt) -V)=Vo A Como A , @ qualquer numero Gividido por infinito tende a zero, tere- ‘mos: V(+)-V() = Vo. = 0. E, portanto: V+ = “Mas, 0 que isso tem a ver com terra ou curto-circulto virtual?” ra, pelos calculos acima pode- mos notar que 0 potencial da entrada ndo inversora (V +) 6 igual ao da in- versora (V -). Eletricamente, quando um ponto do circuito tem 0 mesmo potencial de outro ponto é porque eles estdo liga- dos, ou seja, em curto-circuito. Normalmente, quando colocamos dois pontos de um circuito em "curto” temos uma corrente circulando. Aliés, esse é 0 conceit de curto-circuito, isto 6, a presenca de uma corrente eletri- ca no condutor na auséncia de dife- renga de potencial (ddp = tensao = 0). Porém, na pratica, observamos que nao ha corrente circulando entre as entradas do A. O, ¢ esse é justamen- te 0 motivo pelo qual atribuiu-se o ter- mo “curto-circuito virtual", pois embo- ra comas entradas em “curto’, nao ha corrente. Outro modo de analisar esse fenémeno pode ser visto através da figura 3. ‘Como veremos mais adiante, esse Circuito & um amplificador inversor, uma configuragao muito utilizada nos circuitos eletronicos em geral. Notem ‘que a entrada no inversora (V+) esta aterrada, portanto, V + = 0. Mais uma vez aplicamos o termo'virtual’, visto que embora essa entrada tenha o mesmo potencial do terra (zero volt), nao temos corrente circulando por ela, Portanto é um"terra virtual” CONFIGURAGOES BASICAS Os amplificadores operacionais podem operar em uma enorme varie ‘SABER ELETRONICA N® 3421JULHO/2001 dade de configuragées. As mais co- muns so: amplificador inversor; nao inversor; somador; integrador; diferen- ciador; e comparador. A) Amplificador inversor: AA figura 4 mostra como devemos ligar um A.O para que ele funcione ‘como amplificador inversor. Fig. 4- Ganho do ampiicador iverson. Nessa configuragao, seu ganho & dado por -R,/R,, € 0 sinal negativo significa que ha uma inversao de fase de 180° da saida em relagao a entra- da. ‘Aplicando ainda o conceito de cur- to-circuito ou terra virtual, fica facil entender o porque do ganho (A) pode ser expresso por-R/R, Eniende-se por ganho de tenséo de um amplificador a razao entre a tensdo de safda e a tensao de entra- da, isto 6, A. Vout, vin Como a impedincia de entrada do ‘A.O pode ser considerada infinita (na pratica ela varia de 10° a 107 9), a corrente da fonte de tensao V in pro- duz uma corrente (I) que & igual a, Por sua vez a corrente |,, pode ser ‘expressa (ei de Ohm) por 1, - Vin-V) . Vin RR, (Ve) =0). Analogamente 1, -W@-Vout _ Vout R R V() = 0 (terra virtual’) ‘SABER ELETRONICA N? 342\JULHO/2001 Como |, 6 igual a, teremos: vin By eportanto Vout .-R., Vin R, onde Vout = ganho = A. Vin “Como um A. Ona configuragéo de amplificador inversor comporta = se dinamicamente?” Observando a figura 5 podemos ver um exemplo pratico onde 0 A. O, alimentado com uma fonte simétrica de + 15, possui um sinal de entrada alternado de 2 Vp aplicado a sua entrada inversora. Notem que a forma- de-onda da aida, amplificada em 10 x, est defasada de 180° em relagdo a entrada. Essa é a principal caracte- ristica da entrada inversora, ve +10v| 1010 Ore = 10 ‘Vout = 10{2Vpp - 0) = 20Vppipico-t-pico) Fig. 5 - Comportamento dlindmico do ampiticadorinversor. Outro fator muito importante a ser considerado quando desenvolvemos circuitos com ampificadores operacio- nals é 0 ponto de referénoia, O ponto de referéncia de um A. O depende do potencial aplicado a sua entrada néo inversora. Aliés, alguns autores atribu- ‘em o nome dessa entrada como en- trada de referéncia. A figura 6 ilustra 0 mesmo exer- plo da figura 5, porém, operando com uma nova referéncia de 3 V. Podemos notar que 0 ganho, de- fasagem e forma-de-onda da saida permanecem os mesmos, entretanto, a saida agora tem um nivel CC de 3V agregado, isto 6, sua referencia (treshould) agora é 3 Voc, e nao mais 0 volt. imi superior Ivpp=20v 3y| tele haw once av c | zener 3V Fig. 6 - Ponto dereeréncia do AO. A teferéncia do A. O deve ser cui dadosamente analisada no desenvol- vimento de circuitos, pois ela esta “intimamente’ligada ao limite da ten- so de sada do amplificador opera- clonal. A figura 7 mostra como a for- ma-de-onda de saida ficaria se o cir- cuito da figura 6 tivesse uma referén- cia de 6 Vee (a0 invés de 3 Voc). 18 ‘zener 6 V Fig, 7 Sentide “Cetada’ Notem que a sendide de saida foi “ceifada’, pois ultrapassou o limite superior de alimentagao do A. O. Na prética, o A. O real possui uma limitagdo da tensdo de saida ligeira- mente menor que sua alimentagao (aproximadamente 2 Veo). Isso ocor- re devido a perda interna do compo- nente (impedancia de saida). B) Amplificador nao inversor: amplificador no inversor 6 ou- tra configuragao muito utiizada na ele- tronica. As principais caracteristicas desse circuito sao: Sinal de saida em fase com a entrada,e 0 ganho nunca ode ser menor do que 1. Aplicando sinais pela entrada néo inversora, a saida amplificada estaré em fase com a entrada, e 0 ganho dessa configuracao dado por: Av=1+R JR, Notem pela férmula que, por me- nor que seja a razdo RJR, (zero, por ‘exemplo), 0 ganho permanecerd (no minimo) unitério. Esse tipo de circui- to, portanto, ndo pode atenuar sinais (Av menor que 1). Observando a figura 8, e conside- rando 0 A. O como ideal, ao aplicar- ‘mos 0 conceito de “curto-circuito vit- tual’, fica bem facil determinarmos a expresso do ganho. Como I, = |, (impedancia de en- trada do A. O infinita), e 1+ = 0 (pela ‘mesma razAo), temos: 412) +0) “4 a ‘ | oka) 4k Av lt 0 -10y}-—— 312) Vout = 2Vpp * 10 = 20Vpp Fig. 9 - Dindmica do A.O néo inversor. do comportamento dindmico dessa configuragao. “Como posso atenuar um sinal sem inverter sua fase em relagao a entrada?” Nem sempre (alias, quase nunca!), conseguimos “tratar’um sinal confor- me desejado com apenas um A.O. Imaginem que em determinado cir- cuito 0 sinal de saida deva ser 1/3 do sinal de entrada, e com mesma fase. Como o sinal de saida deve ser menor que 0 sinal de entrada, signifi ca que nosso amplificador deve funci- onar como atenuador, ou seja, seu ganho deve ser menor que 1. Imedia- tamente, sabemos que uma configu- ragéo nao inversora n&o podera ser utilizada, pois seu ganho minimo & igual a 1 (Av = 1 +R JR,, portanto, mesmo que R,, seja zero, AV sera igual aq), Por outro lado, a configuragao in- versora pode assumir valores de ga- nho menores que 1 (A=- R., /R,), PO rém a saida do sinal serd defasada de 180° em relacdo a entrada. Isoladamente, nenhuma delas ser- ve. A figura 10mostra como podemos resolver 0 problema de modo bem sim- ples, utilizando dois operacionais em cascata (saida de um na entrada de outro). Notem que o primeiro deles tem © ganho igual a 1/3, 0 que atende a primeira necessidade do’projeto”. Embora com o sinal atenuado de- vidamente (ponto A), sua fase esta invertida. Para voltar 4 mesma fase do sinal de entrada, basta inverté-la no- vamente. A segunda etapa do circuito faz ‘exatamente isso, pois trata-se de um ‘amplificador inversor com ganho uni- tério. A tenso no ponto B esté atenu- ‘ada (1/3 da tensao de entrada), e com mesma fase 1, =VO-Vout , VinVo R R, axa Fig. 10- Ampliicado- Ako Tes em cascata. -B, . Vin-Vo Ro Vin “RB, = +1=Vout Ra. Vin Vout .1+8, Vin R AA figura 9 apresenta um exemplo eT Te + (8 Vpp) = @Vpp SABER ELETRONICA N° 342/JULHO/2001 C) Comparador de tensao: Nés ja podemos concluir que, para ‘controlarmos 0 ganho do operacional, temos que ter um resistor de realimen- tagdo (R,). ‘A razao entre esse resistor e 0 resistor de entrada (R, determina o ‘ganho do circuito. Quando construimos configura- ‘g0es desse tipo, dizemos que ocitcuito std em “maina fechada’ Fica facil entender como o ganho de um ampitficador operacional torna- se infnito (“dealmente”falando) na au- séncia do resistor de realimentacao R,, isto é, em’malha aberta’. A figura 11 fornece um exemplo de um ampli- ficador inversor utilizado em malha aberta. 0 ganho dessa configuragao 6 - RJR, portanto nao havendo R ., significa que R, tem resisténcia infini- a(R, = ~).O ganho, entao, é igual a Independente do valor de R,, 0 ganho sera sempre infinito, pois infi- nito dividido por qualquer numero con- tinua sendo infinito. Ora, dinamica- mente, como 0 ganho ¢ infinito, en- to, a tensdo de saida também ten- derd a infinito pois V out = V in. Av, © Av=es, Portanto: Vout = Vin = <> > Vout Eo que significa saida com ten- ‘so infinita para 0 A.O? Significa que o limite da tensao de saida seré estabelecido pela fonte-de- alimentagao do A. O. Resumindo, quando um A. O esta em maha aber- ta, na sua saida, ou temos a tenséo minima da fonte, ou a tensdo maxi- ma, Nesse caso 0 A. O trabalha como um transistor no corte ou saturagao. Nesses pontos 0 A. O deixa de ser um ‘componente linear. Ainda no exemplo da figura 11 podemos notar que 0 fator determi ante para a sada estar em + Vcc ou Zero volt é 0 maior potencial aplicado SABER ELETRONICA N° 342/JULHOI2001 em cada entrada. Caso 0 maior po- tencial seja 0 da entrada nao inverso- ra, a saida estaré em + Voc, caso 0 maior potencial seja o da entrada in- versora, a saida estara em - Veo (ou zero volt para fontes nao simétricas). Essa configuracao & muito ttl, pois podemos estabelecer a tensio de sa- fda, segundo uma comparagao de duas tenses na entrada do A.O. Esse 6 0 motivo pelo qual o nome da confi- guragao em malha aberta 6 “compa- rador de tensao’. Notem que a tensao adotada como referéncia no exemplo foi 1 Veo. Toda vez que o sinal senoidal aplicado na entrada inversora assumir valores maiores que 1Vcc, a saida do operacional estara em 0 volt. Toda vez que esse sinal for inferior 1 Veo, a saida estara em 5 Veo. ‘Além de comparar duas tensdes, essa configuragao converte sinais analogicos em digits. proprio circuito da figura 11 6 (na esséncia) um conversor A/D de 1 bit Como nao existe um A.O ideal, pode-se notar que a transi¢ao de 0 para 5 V, na realidade, nao ocorre de imediato. O tempo que 0 A. demora para responder a variagao do sinal gera uma inclinagao ( rampa) nas bor- das da forma-de-onda. Essa caracte- ristica 6 denominada “slew-rate' (taxa de inclinagao), e quanto menor ela for, maior a freqiléncia que o componen- te poderd trabalhar. Ainda levando em. conta as limitagdes do A.O real em relagao ao ideal, se montassemos 0 Circuito da figura 11 de fato, observa- riamos que nunca a tensao de saida atingiria 5 Vcc. Na verdade, ela seria ligeitamente menor, pois, devido a impedancia de saida, temos algunas Perdas internas no A.O O “tamanho” dessa perda depen- de do tipo e do fabricante do compo- nente. "Fig. 1 - Comparador de tens. weve) Vout C Vis Voy Vv Vout = 20 (Vpp) Vout maxim Vout minimo: | ae j2L. vn (pulso rapido) | | Fig. 12 Cteuito itegracor, D) Integrador: A figura 12/lustra um circuito mui- to utiizado na industria, que é 0 am- plificador integrador. Podemos notar ‘que, no lugar do resistor de realimen- tagao, temos um capacitor. 1850 signi- fica que no decorrer do tempo, 0 ga- rnho dessa configuragao mudard, pois, inicialmente, o capacitor esta descar- regado. Quando 0 capacitor esta des- ‘carregado ele comporta-se como um. curto-circuito, isto é, R , = 0.0. Porém, ‘aos poucos, ele inicia 0 proceso de carga, e sua “resisténcia’ aumentard segundo uma constante de tempo dada por 1 / @RC. Fisicamente, € como se ao invés de colocarmos um resistor fixo R,, colocdssemos um potencidmetro R,, © qual teria sua resistencia aumenta- da proporcionaimente @ rotagao do ‘seu eixo, Dessa forma 0 ganho au- mentara até atingir 0 valor de infinito, © que ocorrera quando o capacitor cestiver totalmente carregado. ‘A tensdo de saida dessa configu- ragao pode ser dada por Vout= - 1/RC |'V in dt + Ve (0) Na pratica, esse circuito ¢ muito utiizado nos acionamentos de moto- Tes elétricos, e faz parte das malhas de controle Pi (Proporcional e Inte- gral) e PID (Proporcional Integral ¢ Diferencial), onde necessitamos que ‘a poténcia nao seja entregue de ime- diato ao motor, tanto na partida como nna reversao do movimento. Com esse tipo de controle, podemos “atrasar” (através de uma rampa) o ganho da malha de controle, fazendo com que ‘© motor parta de modo suave, respei- tando as limitagdes elétricas da insta- lagéo, e as mecanicas da inércia da carga. A figura 13 mostra que 0 circuito integrador pode trabalhar nos aciona- mentos de motores tanto CA como ‘CC. Notem que logo no inicio do pro- e880, ocorre uma oscilagao sub- amortecida, até que 0 acionamento encontre seu ponto ideal de operagao. E) Circuito diferenciador ou derivad circuito diferenciador, também conhecido como derivador, tem uma. caracteristica muito interessante: 0 ganho depende da frequéncia do si- nal de entrada. © ganho desse circuito & expres- 80 por Av = WRC. Como 0 capacitor (figura 14) en- contra-se logo na entrada do circuito, quanto maior a freqiiéncia de entra- a, tanto maior seré o ganho, visto que a “impedancia’do capacitor (que faz Papel de R ,) diminui com 0 aumento da freqdéncia. ae Se __Fig. 14 - Ciro cterenciador. Uma aplicagao pratica desse cit- cuito € como conversor frequéncia / tensio, e seu grande problema ¢ a sensibilidade a ruidos elétricos. Cuidado para nao confundir 0 cit- ‘uito diferenciador (ou derivador) com © circuit amplificador de diferencas, que serd estudado ainda neste arti- 90. F) Circuito Somador: A figura 15 apresenta a peniitima ‘configuragao a ser analisada por este artigo, e trata-se do circuito somador. ‘Como sempre fazemos, para determi- nar sua tensaio de saida, basta termos em mente trés conceitos basicos: = Considerar 0 A.O como ideal (A= =); = Curto-circuito, ou terra virtual (V (+) V (-) = 0); - Lei das correntes, de Kirchhoft 10 eos weal a BRS R PL | cmb} ZL | wee | eae controle rencla | realimentago | Fig, 13 - Matha de controle de um acionamento. Pela lei de Kirchhoff (conservagao das correntes pelo “né"), tem Lt lt lytet | Como U = RI (lei de Ohm), te- mos: Vin t-Vt) + Vin2V0) +..+Vinn V6) R R V(-V out. Rf © curto-circuito virtual nos diz que V()=V (+) =0,V () 6 um terra virtu- al. Através desse conceito, podemos reescrever a equacao acima do se- guinte modo: Vind +Vin2 +... +Vinn= _ Vout. Ry Re A, a Portanto V out = — (Bt, Vin 1 + Bt, Vin 2+... + Bt, Vin n). a Ay R, Notem que cada entrada é soma- da as demais, amplificada com seu préprio ganho. Nao esquegam que o sinal negativo antes da expressao sig- nifica apenas a inverso da fase de saida em 180° em relacdo & entrada. | Ri vo Re i Vina - Pg bk | Vins | wi | Pa | Vie(n) + Ls AMPLIFICADOR OPERACIONAL NA INSTRUMENTACAO, © conceito de “instrumentagao”, ‘quando analisado no meio industrial, @ bastante amplo. Quando nos referi- mos a esse termo, néo quer dizer que devamos ter um instrumento conven- ional (multimetro, osciloscépio, etc.) realizando determinada medida. Um sensor termopar ligado a entrada analégica de um PLC (por exemplo), para a industria, é uma técnica de “instrumentacéo”. Monitorar sinais de pequena amplitude (faixa dos mV) ‘exige certos cuidados, principalmen- te se esses sinais esto em um ambi- ente industrial. Por melhor que seja a instalagdo da planta industrial, seu ambiente & rico em interferéncias eletromagnéti- cas (EMI). s inversores de frequéncia, ma- quinas de eletroeroséo, motores CC @ CA, pontes rolantes, entre outros, ‘80 dispositivos comuns em uma in- distria, e também geradores de dois, principais tipos de EMI: a transmitida pela rede de alimentacdo, e a irradia da pelo ar. ‘Ambas podem induzir ruidos elé- tricos centenas de vezes maiores que © sinal que se pretende monitorar. Como se isso nao fosse suficiente, a impedincia de entrada do A. O 6 ex- Rt | 2” Fig, 15 - Ampliicador Somador. ‘SABER ELETRONICA N° 3421JULHO/2001 tremamente alta, 0 que o torna uma’porta aberta’para captagao de ruidos. “Como entéo utilizar 0 A. O na indiistria sem que ele sofra com as Iinterferéncias do ambiente?” A resposta para essa pergunta sera dada com analise de cinco prin- cipais aspectos: configuracdo a ser ut- lizada; tensao de off-set, circuitos em cascata; ipos de componentes,e cui- dados na construgao do circuito. A) Configuragao utilizada: ‘Amplificador de diferencas ‘A figura 16 mostra um exemplo da leitura de umn sensor “genérico”(sensor Hall, termopar, ou semelhante) cuja saida de tensao é da ordem de alguns milvots Esse sensor est em um ambien- te de alta EMI, que induz ruldos de 60 Hz de amplitude muito maior que o sinal do sensor. Caso utiizassemos um A. O na configuracao inversora (ou ndo inver- sora) convencional, 0 ruido seria am- pliicado em uma proporgdo muito maior que o sinal em questo, pois esse 6 de pequena amplitude. O circuito amplificador de diferen- a, por sua vez, ampifica apenas a diferenga dos potenciais aplicados em cada entrada. O ruido, por ser comum, {as duas entradas, desaparece. Essa propriedade denomina-se CMRR (Common Mode Rejection Ratio), ou [ Sina de sensor EMI “induz"ruido elétrico ras entradas do A.O. SABER ELETRONICA N® 342/JULHO/2001 TENSOES SIMETRICAS. [ ‘Até agora quase sempre analisamos 0 A. O funcionando com fontes simétricas, porém, caso a construgéo desse tipo de fonte sea inconvenien- te, alguns artificios podem ser utiizados para que nao haja deterioragao do sinal | A figura abaixo mostra um exemplo onde nao temos fonte simétrica, porém seu sinal é recuperado sem problemas. ‘Como o valor minimo 6 zero volt, caso deixassemos 0 ponto de referén- cia (entrada nao inversora V (+)) em zero volt, todo o semiciclo negativo | seria perdido, o que acarretaria em uma grave distorgao do sinal. A técnica 6 colocar a entrada de referéncia em Voc /2, através de um divisor resistvo. ‘Notem que, embora sem simetria, a senéide estd integra na saida do ‘operacional..O problema agora é que a sendide apresenta um nivel DC de 10 V. Caso esse fosse um circuito de audio, por exemplo, conseguiriamos | ‘ouvir no alto-falante apenas um forte “ronoo”. O que fazemos entdo é colo- | ‘car um capacitor em série com a saida, que elimina o nivel CC da sendide. No caso do alto-falante, o som seria reproduzido sem maiores problemas. 1K “Poténcia’ sonora ‘som nivel DC 5 Vy As Voere| t ‘Sendide integra porém ‘com nivel DC ‘Ampiticador de diterenga ido ampiicado, ©” sinal do sensor pordido’ Fig. 16-Amplcador de dlerenca ulzado na instumentaa indus | razo de rejeigaio em modo comum. Quanto maior for o CMRR de um ope- racional, @ de sua configuracdo, tanto maior serd a capacidade de rejeigao {tenses comuns as duas entradas, e sua salda seré funcdo apenas da diferenga de potencial entre as entra- das. ‘O CMR tipico para um A. 0 é de 80 dB. Quando utiizamos a configu- ago amplificador de diferenca, todo © circuito fica com o valor CMR pro- ximo ao do préprio operacional AA figura 17 ilustra essa configura- ‘go, bem como a expressao da sua tensdo de saida. Notem que, para R, 7 R, Igual a R, / R, 0 CMRR tende a infiito, sendo limitado apenas pelas caracteristicas internas do préprio Cl. Ro | Rt | vin “ving Vout Re pe | Vout = B2 (vit - Vina) Ry _ Re para Ré _ Re, wemos CMAR =00 pore Fa Ri |. 17 Apter reas " B) Tensao de off-set: Aiguns Cls necessitam do ajuste Ga tensdode off-set.0741 éum exer plo, pois possul um pino exclusive para essa fungdo. Uma grande parte dos Os, enttetanto, cispensam esse tipo Ge ajuste, visto que ele ja é feito inter- namente no Cl Quando trabalhamos com instru- mentagao, devemos optar por tipos como. esse, pois a tensao de off-set pode atingir valoros bem maiores que © proprio sinal a ser monitorado. A tensdo de off-set 6 uma tenséo residual, oriunda do desbalancea- mento dos transistores de entrada co A.O, Esses transistores formam 0 am- plificador diferencial do A. 0,¢ ambas 2s entradas devem estar em curto-cir- cuito ¢ aterradas pata que 0 ajuste possa ser realizado. O leitor podera otar que, em alguns casos (0 Cl 741, por exemplo}, 0 ajuste de off-set néo 6 eficaz, @ a tensio de saida nunca atinge zo10 volt, Esses Cis, definitiva- mente, no sao indicados para instru- mentagéo. ©) Tipos de components: “Qual Cf devo utilizar como am- pliticador operacional para instrumentagao?" Quando desejamos trabalhar com sinais de pequene amplitude, as ca- racteristicas internas do Cl so fun- amentais a0 bom funcionamento co Gireulto. Podemos encontrar no mer- cado ‘n’modelos de Cis, voltados 20 “iratamento"desses sinais, e, geral- mente, eles s&o formados por mais ce um A.O no mesmo Cl A figura 18 apresenta a estrutura bisica de um Cl muito utiizado para instrumentagao, e vata-se do INA 321, ca Texas instruments, Podemos observar 3 ampiiicado- rs operacionais dentro do mesmo Cl. Essa técnica (ligagdo de A.Os em cas cata) aumenta significativamente o CMAR, que no caso desse Cl é 94 dB D) Circuitos em cascata: Normalimente nacessitamos de cir auitos com altos ganhos quando tra- balhamos em insirumentagao. Uma técnica de aumentar 0 CMRR, e cimi- nuir a tensao de off-set é ‘parcelar’o canho em etapas. Vamos tomar como exemplo um circuita nao inversor com R & Va Ve ShulDown Fig. 18 Ampiticador Operacional INA3Z1 - Taxas Instuments, ganho de 100 000. Ao invés de utili- zamos um tinico A. com esse gan- ho, utilizamos 2 A, Os em cascata (sa- ida de um, na entrada de outro). Cada A. fica responsavel por uma parce- fa do ganho, © que nao significa que mais de um CI seja necesssirio. O LM 324, por exemplo, é um circuito inte- grado que possui 4 A.Os internamen- to, A figura 19 mostra em blocos ge- rais essa técnica, onde podemos no- tar que 0 ganho final & o produto dos: dois ganhos anteriores. Outra ventagem dessa técnica é maior precisao, Os tesistores de alto valor tem maior tolerancia relativa, cconseqtientemente, ocircuito som eta- pa unica de amplificagao torna-se menos preciso. E) Cuidados na construgao do circuito: Uma vez definidoo circuit (tipo de configuragéo, tipo de Cl, etc.) a mon- tagem pode influenciar muito a perfor- mance do projeto. A figura 20 fornece a primeira das trés “dicas’para dimi- ‘uit as tensdes © correntes parasitas no circuito de instrumentagao, ¢ trata- se do “anel de guarca’, cujo principio de funcionamento é a gaiola de Fara- day. ‘As entradas do A. O ficam conti nadas a um quadrado metaiico feito na placa de circuito impresse que, se for dupla-face, torna-se ainda mais, eficiente. O capacitor deve ser da or dem de alguns pF; para que néo haja lum efeito integrador indesejavel ‘A segunda dica 6 composta por fit {ros eletrostétoos e eletromagnétioos. ‘A figura 21 mostra alguns capacitores ligados proximos ao A. O. Nao impor- ta que a fonte-de-alimentagao jd te- nha uma boe filtragem, pois 0 ruido pode ser introduzide pelo cabo de al mentacao dela ao circuito. Portanto, 6 importante que esses capacitores estejam préximos (olétrica e mecar ‘camente) ao Cl. Também um nticleo de ferrite deve ser eorescido a linha de alimentagio do circuito, pois 6 uma boa protegéo contra EMI Aitima dica 6 utilizar, sempre que possivel, cabos blindados para ligar 0 sensor (ou fonte de baixa amplitude) as entradas do A.O. Fig. 20- Protegio conta ruldos fen eto, ay elle Ry Re Fg. Vout = Vin + Ay = 100.000 Vin poh Bio Wesabe oa | FNP ave Au Avy = 100" 1000 10.000 Z Ry a doko ° Arplticago em cascate: LL Ato cite ata prossto Fig, 19 Amoliiadores em cascata SABER ELETRONICA N° 2424JULHO/2001 Ferre contra EMI Detalhe do fit de EMI (Prottipo) Fig. 21 - Protecdo conta EMI TRES CASOS REAIS NA INDUSTRIA A) Circuito para alarme de sobretemperatura (até 80° C) com sensor tipo NTC. Certo cliente reclamava que as chaves estaticas da sua injetora para termopldsticos queimavam com fre- ‘qléncia, mesmo quando substituldas por outras de maior poténcia. De posse de um alicate amperime- tro, comecei a andlise das correntes. Com um multimetro TRUE RMS veri- fiquei as tensdes. Tudo parecia estar dentro da normalidade, até que repa- rei na fita térmica (indicadora de tem- Peratura) colocada no dissipador das chaves, e ela acusava uma sobre- temperatura de 85°C, Quando verifi- queio filtro de ar da maquina, consta- tei que ele estava muito sujo, 0 que ‘causou a parada do ventilador. O ven- tilador que refrigerava as chaves es tava travado de tanta sujeira. Sem ven- tilagao, as chaves ultrapassavam 85°C, o que diminuia sensivelmente o MTBF do sistema, Estava claro que problema era da maquina para fora, isto é, falta de manutengao preventiva. O chefe da manutengao pediu-me entéio um acessério, que gerasse um alarme no painel do operador, toda vez ‘que a temperatura ultrapassasse o va- ‘SABER ELETRONICA N? $42\JULHO/2001, lor maximo indicado. A figura 22 ilus- tra como com apenas um A.O e al- uns poucos componentes periféricos © problema fol resolvido, © AO do circuito funciona como comparador de tensao. Toda vez que a temperatura ultrapassa 65° C (ma- ximo permitido pelas chaves) um bit 6 enviado & HM da maquina, que gera a mensagem’ sobretemperatura nas chaves estaticas, verifique o filtro de are o ventilador’”. O funcionamen- to do circuito é bastante simples, vis- toque, ao subir a temperatura no NTC, sua resisténcia cai. Consequentemen- te, a tensdo sobre ele também. Quan- do essa tenso for menor que a ten- sao de referéncia (entrada nao inver- sora), 0 A.O satura para + Voc (12 volts). O transistor entao, conduz, e um bit de 24 Veo (tensao retirada da pré- pria fonte do PLC) 6 enviado para a THM da maquina. O relé tem a fungao de isolar a maquina do circuito, B) Alarme de sobretemperatura com sensor termopar: Outro cliente reciamava que 0 pa- rafuso de injegao da sua injetora para termoplastico quebrava constante- mente. Analisado em nossos labora- torios, constatou-se que o parafuso encontrava-se dentro das especifica- Ges, e a sua dureza estava correta. Como de costume, peguei alguns ‘equipamentos e fui ver 0 que ocorria. ‘Ajuste da temperatura de “alarmo" O operador da méquina comanda- va a primeira plastificacao sem aque- cer (@ “derreter’) o pldstico residual dentro do canhao. Obviamente, isso poupa tempo, porém gera esforcos mecénicos acima das especificagdes sobre 0 parafuso, causando sua que- bra prematura. A maquina possui um sistema de protegao Standard contra essa prati- a, porém ele tinha sido desativado pelo proprio operador. Para evitar novos “erros”, fiz um Circuito bem parecido com o primeiro, porém utilizei dois A.Os, sendo que o primeiro deles é um amplificador nao inversor com ganho maximo 1.000 (fi- {gura 23). \sso foi necessario porque nessa temperatura, 0 sensor teve de ‘ser modificado para um termopar (mV de tensdo de saida). O restante do cir- cuito ¢ igual ao primeiro projeto, e a mensagem da IHM 6: "Cuidado, 0 ca- hao néo estd pronto para a plasti- ficacao!”. €) Detector de EMI Os dois circuitos anteriores me deram uma grande idéia: “podemos monitorar qualquer sinal, de qualquer natureza, nao importa qual condi- 40, com apenas A.Os". Claro que nao estamos falando de casos onde grande precisao é funda- ‘mental, mas para as demais situagdes, um Unico A.O pode nos dizer muita Reelé AS1RC2 (Metaltex) bit‘0" ou "1" gera alarme no IHM via PLC, quando a temperatura tultrapassa 0 limite pré-determinado +24Veo Fig, 22 Alarme de sobretemperatura (até 80°C) com sensor NTC. 13 Sensibildade 470 ka Fig. 28 - Alarme de sobretemperatura (acima {de 80°C) com sensor tipo termopar. coisa. Foi esse conceito que utilizei para desenvolver um alarme de EMI Um cliente possuia em sua insta- Jaco muitas maquinas de eletroero- so. Elas geravam tanta EMI, que um ‘centro de usinagem equipado com CNC perdia a comunicagao com o PC. ‘Sugestao 1: ‘Alternar a utilizagao das maquinas para que amédia da EMI diminuisse. Pergunta do cliente: “Até quantas maquinas eu posso ligar ao mesmo tempo?” Minha resposta: Nao seill! Na verdade, a EMI nao dependera apenas do niimero de maquinas liga- das, mas sim, do trabalho que cada uma estiver fazendo. Tentei explicar ‘que uma Gnica maquina, dependen- do da tarefa, poderia gerar EMI surfici- ‘ente para causar a falha. Por outro lado, dez delas poderiam trabalhar ‘com outra pega, sem causar proble- mas. Sugestdo 2: Construir um alarme de EMI. Para isso montei um pequeno “ré- dio de galena’ (figura 24) mas, ao in- vés de um fone-de-ouvido, liguei sua saida na entrada do projeto 2, visto 4 ototpo que temos mV na saida do diodo 1N 60. Sintonizei o circuito para préximo de 1100 kHz (freqiiéncia critica de EMI para maquinas-ferramenta) ¢, toda vez que a EMI chegava préxima ao limite admissivel, 0 relé atuava um sono/ alarme ¢ uma lampada. ‘Quando conto essa experiéncia para meus colegas, eles insistem em erguntar como achei o limite maxi- mo admissivel de EMI. Sempre respondo que realizei um estudo profundo com um analisador Para os Fig, 24- Detector de EMI Bobina N60 100 voltas defiode ‘cobre 0,3 mm? Iga ‘em nécieo de B ar de % polegada de espectro, mas eles dizem que, na verdade, eu liguei as diversas maqui- nas de eletroerosao até 0 defeito ma- nifestar-se e, entdo, utilizel esse valor ‘como referéncia. “Ora, eu jamais util- aria métodos to anti-académicos” CONCLUSAO Vérias configuragdes envolvendo ‘amplificadores operacionais nao foram vistas neste artigo, porém, o leitor pode utiliza-lo como “ponto de parti- da’ para estudos mais profundos. As andlises matematicas também foram superficiais, visto que nossa intengao 6 transmitir algumas experiéncias pra- ticas do nosso pessoal de campo. Lembrem-se que o bom técnico é aquele que sabe utilizar a teoria como “ferramenta'do seu trabalho pratico. Limitar-se a estudos puramente tedricos, ou apenas a técnicas prati- cas pode ser um erro fatal Eume lembro bem de uma expe- riéncia académica que tive na Univer- sidade: a matéria de Eletromagne- tismo. Logo no inicio dessa disciplina, no curso de Engenharia, fiquei muito entusiasmado, pois pensava que, f- nalmente, iria entender os principios elementares das telecomunicagées. Qual no foi a minha surpresa em per- ceber que essa disciplina era, na es- séncia, uma “pés-graduagao’em cal culo integral e diferencial. Bem, ao final da disciplina eu fi- quel com meu conhecimento em cél- culo sensivelmente aumentado, porém ainda sem saber como funcionava uma antena de fato! Até hoje acredito que, primeira- mente, 0 assunto deve ser tratado fi- sicamente (mostrar como ele realmen- te funciona) e, somente entéo, partir para a anélise matematica. Os amplificadores operacionais no fogem a regra. REFERENCIAS Sao 2 sites bem interessantes para informagdes sobre amplificadores ‘operacionais: wwwlinear-tech,com / yledes/itc1881 e www.ti.com/sc/ inag2t. Esses sites disponibilizam catdlo- 90s e “data-sheets” bastante titeis. ‘Até a proximal . SABER ELETRONICA N° 342/JULHO/2001

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