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Ademais, há de se considerar que desde 2004 os valores do foro anual passaram a
aumentar vertiginosamente, passando de poucas centenas de reais, na década de 1990 e
primeira metade da década de 2000, para alguns milhares de reais nos últimos anos, o
que vem inviabilizando o efetivo exercício do direito à moradia de diversas famílias.
Por fim, lembra-se que o festejado mestre PONTES DE MIRANDA ensinou que a enfiteuse “é
um dos cânceres da economia nacional”, ou seja, além de arcaico, está defasado e
ultrapassado (Cf. Tratado de direito privado, 3ª ed., Rio de Janeiro: Borsoi, 1971, v. 18,
p. 179; apud VENOSA, Direito civil: direitos reais (Coleção Direito Civil, v. 5), 3ª ed.,
São Paulo: Atlas, 2003, p. 380).
Pelos motivos acima expostos, aponta-se que diversos moradores da região passaram a
buscar seus advogados para propor ações na justiça, com dois objetivos: (i) obter a
declaração de que o regime enfitêutico deve ser desconstituído e (ii) depositar em juízo
os valores supostamente devidos, durante a tramitação do processo, a fim de evitar os
prejuízos do inadimplemento — tais como acréscimo de juros de mora e a provável
inscrição em dívida ativa dos valores, ou seja, cobrança judicial (Execução Fiscal) —.
Renato Xavier da Silveira Rosa é advogado em São Paulo, formado pela Faculdade de Direito do Largo
São Francisco (Universidade de São Paulo – USP), pós-graduando em Direito Tributário pelo
Departamento de Direito Econômico e Financeiro da mesma instituição e membro da banca de advocacia
paulistana Cesar & Pascual – Advogados Associados.