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1.3-Preparação e Execução
- Retiram-se, cada vez mais, do operário, ou do trabalhador direto, a função de preparar o
trabalho e de organizar e estudar as rotinas, ficando ele apenas com a parte propriamente
executiva. Os órgãos de execução vão realizar aquilo que foi preparado, estudado e
planejado pelos órgãos de preparação.
- Um dos pontos principais do trabalho de Taylor é a separação entre as funções de
preparação e as de execução. Ele estabeleceu que, para que o trabalho industrial, de
oficina, resulte eficiente, se faz mister a criação de quatro agentes de preparação
diretamente ligados aos operários. Os agentes de preparação vão constituir, nas
organizações americanas e inglesas, o conhecido “Planning Departament”, ou seja
Departamento de Planejamento, de Estudos ou Técnico.
- São os seguintes os agentes de preparação, tal qual foram aconselhados por Taylor nos
seus primeiros trabalhos (encontram-se algumas vezes modificações na denominação das
diversas funções, mas pouco influi, porque o que mais interessa é a idéia da separação das
funções):
a. Encarregado das ordens de serviço (estabelecer o curso das peças e da matéria-prima
e de tudo o que for necessário para a realização do trabalho);
b. Encarregado das fichas de instrução (baixa as instruções sobre os detalhes de serviço
para os agentes de execução);
c. Encarregado do tempo (registrar os tempos, fazer sua apuração e controle, bem como
efetuar a apuração do custo do trabalho realizado);
d. Encarregado da disciplina ou das relações humanas (estabelecer contato com o
pessoal do quadro, cuidando da admissão, da seleção, da demissão e da disciplina
dentro do estabelecimento).
- A finalidade do planejamento é caracterizar qual o trabalho que deve ser feito como deve
ser feito esse trabalho, onde e por quem deverá ser executado, e finalmente, quando
deverá ser feito.
- Analogamente, vamos encontrar no campo da execução uma divisão do trabalho. A
substituição do contramestre antigo, que teria de ser um homem quase excepcional, por
quatro contramestres funcionais, ou quatro encarregados de serviço:
e. Encarregado geral (preparar, dentro da oficina, o trabalho, até o instante em que a peça
é colocada na máquina, e cuidar para que o operário tenha à sua disposição tudo o que
precise para trabalhar);
f. Encarregado da velocidade ou da fabricação (zelar para que as ferramentas adequadas
sejam empregadas, as máquinas estejam em condições de dar o máximo rendimento e
o trabalho seja convenientemente conduzido);
g. Encarregado da inspeção (responsável pela qualidade e acabamento do produto);
h. Encarregado da conservação (fiscalizar a limpeza e conservação das máquinas, para
que estejam em perfeito estado e em condições de trabalhar logo que solicitadas).
- As críticas a esta distribuição de funções em órgãos de preparação e de execução são
inúmeras, porém quase todas elas não têm fundamento real porque não é uma organização
rígida essa que Taylor prega. Há casos em que se torna necessária a existência dos oito
agentes auxiliares do trabalho e outros há em que algumas dessas funções podem ser
atribuídas a um único homem, como nas organizações mais simples.
- Encontramos em alguns tipos de trabalho a acumulação de duas ou três funções em um
único indivíduo, embora sem que haja entrechoque nas suas atribuições.
- Por outro lado, a crítica de que esta forma de organização pode acarretar a supressão da
unidade de comando, um dos grandes princípios do trabalho organizado, também é falha,
porque não há entrechoques de comando: cada agente só dá instrução na parte que lhe
está afeta, e cada operário só recebe ordens diretas, para cada atividade, de uma só
pessoa. Estaríamos diante de um entrechoque se não houvesse precisão muito nítida nas
atribuições de todos, de modo que cada um desses agentes avançasse sobre o campo do
outro. Desde que o trabalho esteja organizado, há tarefas definidas afetas a cada um dos
agentes e, assim, cada qual cuida somente daquilo que está dentro das suas funções.
1.4-Regras da técnica
- Taylor expõe, ainda, as regras da técnica, reunindo em tais itens as normas que devem ser
obedecidas para os trabalhos de usina ou oficina e que, por extensão e adaptação, se
podem aplicar ao trabalho humano de um modo geral:
1. Para cada tipo de indústria ou para cada processo, estudar e determinar a técnica mais
conveniente.
2. Analisar, metodicamente, o trabalho do operário, estudando e cronometrando os
movimentos elementares.
3. Transmitir, sistematicamente, instruções técnicas ao operário.
4. Selecionar, cientificamente, o operário.
5. Separar as funções de preparação e execução, definindo-as com atribuições precisas.
6. Especializar os agentes nas funções de preparação e execução.
7. Predeterminar tarefas individuais ao pessoal e conceder-lhes prêmios, quando
realizadas.
8. Unificar os tipos de ferramentas e utensílios
9. Distribuir eqüitativamente, por todo o pessoal, as vantagens que decorrem do aumento
da produção.
10. Controlar a execução do trabalho.
11. Classificar mnemonicamente as ferramentas, os processos e os produtos.
. Onde: S = salário/hora k = QP
s = salário/peça PB
n = nº de peças/hora QP = quantidade produzida
k>1 PB = produção de base
1.6-Conclusões
- Pensamento fundamental (básico) = especialização.
- Orientação básica = mão-de-obra econômica, retribuída com salários elevados.
- Homem Econômico = “o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas e
materiais”.
- Iniciou o estudo dos tempos e movimentos. (Tempo-padrão = é o tempo que uma pessoa
adaptada ao trabalho e bem treinada no método específico, leva para executar a tarefa,
trabalhando em ritmo considerado normal).
- A organização era vista como um sistema fechado (mecânico, previsível e determinístico),
ou seja, os indivíduos não recebiam influências externas.
- Pode-se dizer que a sua grande contribuição teórica reside nas diretrizes que fixou para a
racionalização do trabalho industrial e na divisão de autoridade e supervisão ao nível de
linha.
- A importância de Taylor para o estudo da Administração reside, sobretudo, no fato de ter
enfatizado o papel da ciência na atividade administrativa.
2.2-Funções
- Funções criadoras de recursos:
a. Técnica: corresponde à atividade produtiva da empresa.
b. Comercial: abrange as tarefas de compra e venda.
c. Financeira: obtenção e gerência dos recursos financeiros, em termos de dinheiro ou
crédito.
- Funções não produtivas:
d. Contábil: classificação e registro dos fatos econômico-financeiros ocorridos na
empresa, com a finalidade de apurar seus bens, direitos e obrigações, lucros ou
prejuízos.
e. Segurança: diz respeito ao controle de um conjunto de normas e materiais, visando à
proteção humana e à proteção material.
f. Administrativa: refere-se ao trabalho de gerência, direção e controle das atividades para
que a empresa possa atingir racionalmente seus objetivos.
2.3-Princípios administrativos
- Fayol inclui na sua obra uma série de princípios – aliás, grande – num total de quatorze,
que dizia serem resultados de suas observações em muitos anos de trabalho.
- Chamava, porém, a atenção para o fato de que esses princípios não eram rígidos, nem
deviam ser considerados como tais, e que, além disso, não há limitação por número de
princípios.
- Eles decorrem das observações que cada administrador vai fazendo e em virtude das quais
recolhe ensinamentos, fixando-os sob forma de regras ou leis, para serem obedecidas por
outros que lhe sucedem e que podem, destarte, aproveitar-se não só dos conhecimentos,
como também das experiências anteriores.
1. Divisão de trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para
aumentar a eficiência;
2. Autoridade e responsabilidade: autoridade e o poder de dar ordens e o poder de
esperar obediência. A Responsabilidade e o dever de prestar contas e uma
conseqüência natural da autoridade. As duas devem estar equilibradas;
3. Disciplina: mediante regras de subordinação aos superiores – respeito às convenções;
4. Unidade de comando: cada empregado deve receber ordens de somente um superior.
E o principio da autoridade única;
5. Unidade de direção: certo número de atividades obedece à supervisão de um único
superior (uma cabeça e um plano para cada grupo de atividades que tenham o mesmo
objetivo);
6. Subordinação do interesse individual ao coletivo: o interesse de um indivíduo não deve
prevalecer contra o interesse coletivo;
7. Remuneração: salários justos do ponto de vista da empresa e do trabalhador;
8. Centralização: concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização;
9. Cadeias hierárquicas: definindo uma rigorosa estrutura de autoridade e
responsabilidade;
10. Ordem: a perfeita ordenação humana e material;
11. Equidade: amabilidade e justiça para alcançar lealdade do pessoal;
12. Estabilidade: a rotatividade tem um aspecto negativo sobre a eficiência do pessoal;
13. Iniciativa: abrangendo o dinamismo desde o principal executivo até os mais baixos
níveis de autoridade (a capacidade de visualizar um plano e garantir pessoalmente o
seu sucesso);
14. Cooperação: estimulando o espírito de equipe e a conjugação dos esforços para a meta
final.
2.4-Conclusões
- A cada uma das funções estabelecidas por Fayol corresponde, naturalmente, uma
capacidade especial. Os homens que são chamados para exercê-las, nas determinadas
formas sob as quais se apresentam, necessitam de capacidades a elas correspondentes.
Cada uma delas repousa sobre um conjunto de conhecimentos e de habilitações especiais.
- A principal capacidade do operário é a capacidade técnica.
- À proporção que se sobe na hierarquia da empresa, a importância atinente à capacidade
administrativa aumenta, enquanto decresce a que se prende à capacidade técnica.
- Portanto, a capacidade essencial do diretor é a administrativa.
4.2-Princípios
- Produtividade: aumento da capacidade produtiva do trabalho.
- Intensificação: redução do tempo de produção, eliminação da capacidade ociosa de
trabalhadores e equipamentos, permitindo o rápido retorno do capital investido.
- Economicidade: reduzir ao mínimo o volume dos fatores da produção em curso de
transformação.
4.3-Fundamentos
- As relações entre o operário, empregador e o consumidor são para Ford, os pontos mais
importantes do trabalho industrial.
- Serviço à coletividade: Tarefa social do empregador; O ciclo de produção começa no
consumidor; Um automóvel deve ser desenhado para satisfazer às necessidades, em preço
e qualidade do maior número possível de compradores.
- Ritmo: Trabalho em cadeia; O trabalho deve ser executado de acordo com o tempo da
esteira transportadora de peças; Cada tarefa deve ser executada no tempo mínimo.
- Operário-consumidor: O melhor cliente da indústria é o seu próprio empregado; O
desempregado é um cliente imobilizado.
- Produção a baixo custo, levado a efeito, entretanto, com o pagamento de salários elevados.
- Lema principal: “Pequenos lucros, grandes vendas”.
4.5-Ford e a Amazônia
- Criada em 1928 para suprir de borracha a indústria automobilística americana, a cidade de
Fordlândia – nas margens do rio Tapajós (PA) – foi um projeto visionário e fracassado do
empresário Henry Ford.
- A Fordlândia, construída em estilo americano, com usina de luz, hospital e uma infra-
estrutura até hoje rara na região, surgiu de um acordo entre Ford e o governo brasileiro.
- O empresário injetou mais de US$20 milhões na cidade, plantando cerca de seis milhões
de seringueiras e erguendo casas de madeira para uma população de 15 mil pessoas.
- Os trabalhadores não pagavam aluguel e tinham direito a água, luz, remédios e médico.
- Em 1934, Ford fundou Belterra. A localização da cidade, próxima da foz do Tapajós,
facilitava o escoamento da produção de borracha e a vinda de equipamento pesado dos
EUA.
- Apesar de todo o investimento, as duas cidades não prosperaram e sucumbiram devido às
pragas nas seringueiras, ao isolamento e aos altos impostos.
- Em 1946, Ford vendeu o projeto com todo o maquinário ao Ministério da Agricultura.
Fordlândia e Belterra viraram bases agrícolas experimentais, administradas por
cooperativas de seringueiros. Atualmente são habitadas pela população ribeirinha. O
complexo está quase arruinado. Em 1992, foram realizados leilões dos equipamentos,
pratarias e móveis que restaram do sonho de Ford.