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FACULDADES OPET

CURSO DE DIREITO

Dignidade Humana e o Crime de Aborto

CURITIBA
2010
CÉSAR DA COSTA

Dignidade Humana e o Crime de Aborto

Trabalho Interdisciplinar apresentado ao curso de


Direito, Turma 3B, das Faculdades Opet.

Orientador: Professora Adriana Nogueira

CURITIBA
2010
Dignidade Humana e o Crime de Aborto

César da Costa1

A dignidade Humana é o reconhecimento de um valor baseado na própria natureza


da espécie humana a qual inclui manifestações de racionalidade, de liberdade e de
finalidade em si. Essa auto-realização pessoal, que seria o objeto e a razão da dignidade,
só é possível através da solidariedade com todos nós. Tudo o que somos é devido a
outros que estão a nossa volta e nos transmitiram uma cultura, uma série de tradições e
princípios. Uma vez constituídos e inseridos nesta solidariedade humana, atingimos a
realização a nós próprios através da relação e ajuda ao outro. Não respeitaríamos a
dignidade de outros se não a respeitássemos no outro.
A dignidade da pessoa humana é um valor supremo que atrai o conteúdo de todos
os direitos fundamentais desde o direito à vida. Tida como referência constitucional
unificadora de todos os direito fundamentais, esta obriga a um valor que tenha em conta
o seu amplo sentido normativo-constitucional e não uma qualquer ideia focada somente
no ser humano, reduzindo-a ao sentido de defesa dos direitos pessoais tradicionais.
Os direitos fundamentais são obrigatórios juridicamente porque são explicitações do
princípio da dignidade humana, que lhes dá fundamento. No sistema normativo, sua
análise fica ligada ao do princípio da proporcionalidade, visto que em não havendo
direitos fundamentais absolutos e ocorrendo uma situação antagônica entre dois direitos,
impõe-se proceder a compatibilidade destes, aplicando-se o princípio da
proporcionalidade, o qual permitirá, por meio de juízos comparativos de ponderação dos
interesses envolvidos no caso concreto, harmonizá-los, seja através da redução
proporcional do âmbito de aplicação de ambos ou de um deles apenas.
Por isso, por meio do princípio da proporcionalidade, será indicado qual o direito que
na situação concreta está mais ameaçado de sofrer uma lesão mais gravosa caso venha
ceder frente a outro, devendo por isso prevalecer. É este o caso de conflito entre o
princípio da dignidade da mulher grávida por causa de um estupro frente à futura
dignidade do feto.
O tipo penal aborto seria o de impedir o nascimento, por provocação. Sob a ótica
1
Bacharel em Administração de Empresas pela UFPR; Pós-Graduado em Telemática, Redes e
Internet -CEFET-PR; Acadêmico de Direito Faculdades OPET.

1
civil, embora a lei ponha a salvo os direitos do nascituro, não há bem jurídico a ser
protegido penalmente (vida e pessoa), porque estes só se consumam com o nascimento.
Com o nascimento, iniciam-se dois movimentos, um direcionado para a vida e outro
direcionado à constatação da permanência do estado potencial em que se encontrava o
feto antes da concepção. Dada esta potencialidade, o feto não é uma vida humana
propriamente dita para atribuir-lhe todos os direitos de um ser humano adulto.
Neste contexto, existindo a colisão de direitos, deve-se prevalecer os da gestante,
visto seus direitos estarem concretizados, com o atributo da personalidade e possuir vida.
Assim o artigo 128 do Código Penal confere que a dignidade da gestante se sobreponha
a futura dignidade do feto. Não se pode impor uma gravidez a uma mulher que teve
gravemente aviltada sua dignidade com base na mera expectativa de vida ou numa futura
dignidade do feto. Ninguém poderá ter mais direitos do que aqueles que já possuem vida
em sua plenitude.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PRADO, Luiz Regis. Comentários ao Código Penal : doutrina : jurisprudencial


selecionada : conexões lógicas com os vários ramos do direito. 4ª ed., São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2007.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32ª ed., São Paulo:
Editora Malheiros, 2008.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado - 14ª Ed., São Paulo: Editora
Saraiva, 2010.

MACIEL, Adhemar Ferreira. O aborto como problema milenar. BDJur, Brasília, DF, 12
jun. 2009. Disponível em: <http://bdjur.stj.gov.br/dspace/handle/2011/22487>.

SIQUEIRA, Geraldo Batista de. Aborto humanitário: autorização judicial. Justitia, São
Paulo, v. 53, n. 156, p. 9-14, out./dez. 1991. Disponível em:
<http://bdjur.stj.gov.br/dspace/handle/2011/23480>. Acesso em: 6 ago. 2009.

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