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CURSO DE DIREITO
CURITIBA
2010
CÉSAR DA COSTA
CURITIBA
2010
Dignidade Humana e o Crime de Aborto
César da Costa1
1
civil, embora a lei ponha a salvo os direitos do nascituro, não há bem jurídico a ser
protegido penalmente (vida e pessoa), porque estes só se consumam com o nascimento.
Com o nascimento, iniciam-se dois movimentos, um direcionado para a vida e outro
direcionado à constatação da permanência do estado potencial em que se encontrava o
feto antes da concepção. Dada esta potencialidade, o feto não é uma vida humana
propriamente dita para atribuir-lhe todos os direitos de um ser humano adulto.
Neste contexto, existindo a colisão de direitos, deve-se prevalecer os da gestante,
visto seus direitos estarem concretizados, com o atributo da personalidade e possuir vida.
Assim o artigo 128 do Código Penal confere que a dignidade da gestante se sobreponha
a futura dignidade do feto. Não se pode impor uma gravidez a uma mulher que teve
gravemente aviltada sua dignidade com base na mera expectativa de vida ou numa futura
dignidade do feto. Ninguém poderá ter mais direitos do que aqueles que já possuem vida
em sua plenitude.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32ª ed., São Paulo:
Editora Malheiros, 2008.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado - 14ª Ed., São Paulo: Editora
Saraiva, 2010.
MACIEL, Adhemar Ferreira. O aborto como problema milenar. BDJur, Brasília, DF, 12
jun. 2009. Disponível em: <http://bdjur.stj.gov.br/dspace/handle/2011/22487>.
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<http://bdjur.stj.gov.br/dspace/handle/2011/23480>. Acesso em: 6 ago. 2009.