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1) O documento discute a importância de estudar a história dos negros no Brasil para entender as origens e raízes culturais do país.
2) No entanto, a proposta do MEC de excluir os estudos literários portugueses da Base Nacional Comum pode levar ao afundamento da história do imperialismo branco e da escravidão no Brasil.
3) O documento também aponta que o Brasil esconde suas origens africanas em diferentes aspectos culturais como a música e o cinema, que raramente abordam o tema da
1) O documento discute a importância de estudar a história dos negros no Brasil para entender as origens e raízes culturais do país.
2) No entanto, a proposta do MEC de excluir os estudos literários portugueses da Base Nacional Comum pode levar ao afundamento da história do imperialismo branco e da escravidão no Brasil.
3) O documento também aponta que o Brasil esconde suas origens africanas em diferentes aspectos culturais como a música e o cinema, que raramente abordam o tema da
1) O documento discute a importância de estudar a história dos negros no Brasil para entender as origens e raízes culturais do país.
2) No entanto, a proposta do MEC de excluir os estudos literários portugueses da Base Nacional Comum pode levar ao afundamento da história do imperialismo branco e da escravidão no Brasil.
3) O documento também aponta que o Brasil esconde suas origens africanas em diferentes aspectos culturais como a música e o cinema, que raramente abordam o tema da
Uma nao deve conhecer suas origens, mesmo que fragmentada, buscando identificar os alicerces de suas razes, identificando elementos que garantam um futuro digno, pois suas caractersticas no devem ser deixadas de lado, sob a condio de correr os mesmos erros do passado. Parece que estamos andando na contramo. Em um momento histrico em que a informao est cada vez mais acessvel, atravs das mdias sociais e das novas tecnologias, em especial o uso de smartphones com acesso quase irrestrito internet, o MEC prope mudanas na BCN (Base Nacional Comum), excluindo os estudos literrios portugueses, e assim, consequentemente, da histria literria e seu contexto social do pas que nos colonizou. Os livros didticos, por mais que no aprofundassem sobre o assunto, traziam propostas de discusses sobre a chegada do homem branco (portugueses) no continente americano, de maneira a apontar que eles cometeram atrocidades por aqui, comeando pelos nativos, desde aspectos religiosos at humanos e, chegando escravido dos negros, trazidos do continente africano. Com o afundamento da histria literria, que leva consigo Luiz Vaz Cames e Fernando Pessoa, entre outros, boa parte das reflexes sobre o imperialismo branco no Brasil vai embora, assim como a origem ou formao no s da lngua, mas da nossa histria. Por outro lado, apontar a literatura portuguesa e no a africana, por exemplo, valorizar a cultura europeia e descartar a africana, sendo que h uma urgncia ou dvida histrica que deve ser reparada. Sem dvida, estudar a histria da frica pode contribuir para o entendimento das nossas razes culturais, mas o continente africano sendo to grande quanto o Brasil, seria difcil trabalhar de forma sensata, posto que no temos um acesso verdadeiramente amplo sobre o assunto, pois nada destes contedos foram ensinados aos professores que hoje esto em sala. Mas isso no tira a importncia destes estudos. Outra questo que observamos em poucas reflexes seria o fato de que o Brasil esconde suas origens, de todas as formas possveis. Na msica, por exemplo, Carmem Miranda, Tom Jobim e Srgio Mendes foram os destaques nos Estados Unidos durantes muitos anos, e ainda hoje d mais valor a bandas e cantores brancos em eventos como Brasilian Day, por exemplo, com Skank, Ivete Sangalo, Claudia Leitte, entre outros. O Brasil tambm no produz filmes sobre o tema escravido, basta digitar em um buscador filmes brasileiros sobre escravido e aparecer 5 opes, entre eles apenas dois que trabalham relativamente a histria dos escravos, os outros apenas trabalham o tema. Porm, se colocar filmes americanos sobre escravido aparecer uma lista quase interminvel, sendo que muitos foram premiados, e vrios mostram a escravido dos negros naquele pas e a luta pela liberdade, sendo que l a discriminao to intensa quanto em nosso pas. Obviamente que h mais produo de filmes americanos, de modo geral, mas o Brasil foi o ltimo pas das Amricas, depois de muita presso de outros pases, a promover a
abolio, no seria assim um tema a ser discutidos por cineastas, poetas,
msicos e nas diversas formas de arte? Um grande passo para reconstruir a histria da frica parece em algumas colees, que procuram desmistificar o paradigma da histria nica, de que s h uma voz que conta, ou seja, de que h pelo menos dois lados da histria, daquele que est no poder, histria oficial, e daquele que no est no poder, histria mais prxima da realidade. Tambm apontando o mito de que o continente selvagem por excelncia, e logicamente de que h diversos pases com caractersticas, lnguas e culturas diferentes. Estimativas apontam que em torno de 5,5 milhes de africanos foram trazidos para o Brasil, embora cerca de 12% destes no conseguiram sobreviver a travessia transatlntica. Estudos tambm revelam que mais de 29 milhes de negros foram arrancados do continente africano, principalmente para trabalhar em terras portuguesas, brasileiras e inglesas, sendo que 45% deles vieram para o continente americano. A ideia de trabalhar a histria do negro no Brasil obviamente necessita de embasamento, e fazer esse resgate revelar a identidade do povo brasileiro. Contudo, apontar a riqueza cultural que os povos oriundos da frica trouxeram para c no mnimo fundamental. Pode-se dizer que o retrato de um povo s completo quando coloca todos os seus representantes em condies de igualdade.