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Operações de Motores de Corrente Contínua

Eduardo J. Meurer, Jean S. Brand


Disciplina de laboratório de Conversão Eletromecânica de Energia
Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, Brasil
dudu22meurer@hotmail.com, jean@gedre.ufsm.br

Resumo—O motor de corrente continua ainda tem algumas


utilizações nos dias de hoje. Em virtude da compreensão dos
diferentes tipos de excitações, e do comportamento dessas
máquinas, fez-se diferentes procedimentos práticos no intuito de
analisar o comportamento da velocidade quando tem seu circuito
montado em excitação independente e varia-se primeiramente a
corrente de campo e posteriormente a tensão de armadura, e
também verificar o comportamento da corrente de armadura e
da velocidade em excitação série sob diferentes cargas. Por fim,
simulações utilizando o software Matlab Simulink comprovam os
resultados obtidos experimentalmente.

Palavras chave— Excitação independente, Excitação série,


Máquinas elétricas, Motor CC, Características de velocidade de
um motor CC. Figura 1 - Esquemático de um motor CC

I. INTRODUÇÃO O motor CC pode ser expresso como um circuito elétrico,


A máquina de corrente contínua (CC) é uma máquina como mostra a Figura 2. Através desse circuito equivalente, e
elétrica girante a qual é capaz de converter energia mecânica das equações fundamentais da máquina CC, a qual (1) é a
em energia elétrica quando operada como gerador, e energia equação para a tensão gerada na máquina (EA ), dependente da
elétrica em mecânica quando utilizada como motor. Apesar de constante de enrolamento (K), do fluxo por polo (ϕ) e da
na atualidade terem tido seu uso bastante reduzido, ainda se velocidade da máquina (ω) e (2) é a equação para o torque
aplica esse tipo de máquina elétrica em elevadores, prensas, etc. induzido (τind ), dependente de K, ϕ e da corrente de armadura
O presente artigo contém a descrição experimental de três (IA ).
experimentos práticos, além de simulações para comprovação
da teoria. Primeiramente, levanta-se o comportamento de
velocidade do Motor CC, através da variação de corrente de
campo, onde para isso monta-se a máquina na configuração de
excitação independente. O segundo experimento prático trata
também do levantamento da característica de velocidade da
máquina, porém dessa vez varia-se a tensão de campo do motor,
novamente na configuração de excitação independente. Por
último.......
II. ABORDAGEM TEÓRICA
Quando se fala em motor CC, deve-se primeiramente
conhecer as características essenciais essas maquinas, como
mostra a Figura 1. O estator tem polos salientes, e é excitado Figura 2 – Circuito equivalente da Máquina CC
por uma ou mais bobinas de campo, e as escovas são
conectadas ao dispositivo de modo em que a comutação ocorra EA =Kϕω (1)
quando os lados da bobina estiverem na linha neutra da
máquina, por isso deve-se ter a linha neutra do motor bem τind =KϕIA (2)
ajustada, no intuito de não se ter um desgaste precoce nas
escovas.
A. Motor CC de excitação independente atingida, onde com o incremento na carga ligada ao motor,
Os métodos de excitação tanto para o gerador quanto para aumenta-se o fluxo. O resultado disso é uma característica de
o motor CC são os mesmos. A excitação independente é, como torque x velocidade de declive acentuado.
o nome diz, o tipo de excitação no qual o circuito de campo do
motor é alimentado de forma independente, ou seja, alimenta-
se o circuito de campo a partir de uma fonte CC de tensão
constante, como mostra a Figura 3. Através da lei de Kirchhoff
das tensões, tem-se através de (3) tem-se a equação para o
circuito de armadura dos motores CC.

Figura 4 – Circuito equivalente do motor CC excitação série

Com base no circuito equivalente, pode-se definir o através


da lei de Kirchhoff das tensões a tensão terminal do
dispositivo, como mostra (5), e através de (6) o torque induzido
no motor, dessa vez com a corrente de armadura elevada ao
Figura 1 – Circuito equivalente do motor CC excitação independente quadrado visto que o fluxo é o produto constante de
proporcionalidade (c) pela corrente de armadura. Ou seja, o
VT =EA +IA RA (3) motor fornece um torque induzido maior quando ligado nessa
configuração, logo aplica-se essa ligação para usos que requere
Como o interesse maior é a análise da velocidade do um conjugado maior, como motores de arranque de carro ou
dispositivo, e através de (1) e (2) definiu-se que a variação motores de tração de locomotivas.
positiva da corrente de armadura (causada pelo aumento na
tensão terminal) acarreta em um aumento do torque induzido VT =EA +IA (RA + RS ) (5)
na máquina, o qual aumenta a tensão interna, fazendo com que
novamente a corrente de armadura diminua até o momento no
τind =KcIA2 (6)
qual o torque induzido será igual ao torque de carga.
Paralelo a análise da corrente de armadura da máquina,
pode-se analisar a corrente de campo, através de (4). Quanto III. PROCEDIMENTO E RESULTADOS EXPERIMENTAL
maior for a resistência de campo, menor será sua corrente, A. Variação da corrente de campo
levando a uma diminuição do fluxo. Diminuindo o fluxo,
O primeiro ensaio consiste em verificar a relação entre a
aumenta a corrente de armadura, como consequência da
rotação do rotor do motor e sua corrente de campo. Para isso
diminuição da tensão interna da máquina, levando ao
liga-se a máquina na configuração excitação independente e
incremento do torque induzido da máquina. Quando aumenta
regula-se a tensão do motor em 100 V, e regular a corrente de
o torque, aumenta a velocidade e aumenta a tensão interna,
campo em um valor alto, nesse caso 360 mA. Diminui-se a um
levando novamente a diminuição da corrente de armadura até
passo de aproximadamente 30 mA a corrente de campo para
que o torque induzido seja igual ao torque de carga.
analisar o comportamento da máquina. O comportamento que
𝑉𝑇 se espera nesse ensaio é o aumento da corrente velocidade da
𝐼𝐹 = (4) máquina baseado na diminuição da corrente de campo. As
𝑅𝐹 medições realizadas nesse caso foram da tensão de linha na
armadura (Varm), a corrente da armadura (Iarm) a corrente de
B. Motor CC de excitação série campo (Iexc) e a velocidade da máquina (N), e os dados
O motor CC série consiste em um motor o qual o levantados no ensaio estão presentes na Tabela 1. Com base
enrolamento de campo é conectado em série com o circuito de nesses dados do ensaio, pode-se traçar a curva da velocidade
armadura do dispositivo, como mostra a Figura 4. Ou seja, as em função da corrente de campo, conforme mostra a Figura 5.
correntes de campo, de linha e de armadura desse tipo de
conexão são as mesmas. Com base nisso, a característica
terminal desse tipo de conexão é diferente da conexão
independente, devido ao fato de o fluxo agora ser diretamente
proporcional a corrente de armadura, até que a saturação seja
TABELA 1
VARIAÇÃO DA CORRENTE DE CAMPO 1550
Varm (V) Iarm (A) Iexc (mA) N (RPM)

Velocidade do Rotor (rpm)


100 1,000 360 1310 1350
100 0,965 330 1342
100 0,940 300 1385 1150
100 0,940 270 1440
100 0,960 240 1515
950
100 1,006 210 1595
100 1,079 180 1695
100 1,180 150 1825 750

550

1900 350
25 40 55 70 85 100 115
Velocidade do Rotor (rpm)

1800
Tensão de Armadura (V)
1700 Figura 6 – Gráfico da corrente de armadura x velocidade do motor

1600 C. Variação da Carga para motor série


1500 O último ensaio prático consiste na montagem do circuito
1400 em excitação série. O objetivo desse experimento é analisar a
característica de velocidade quando se tem o motor sob um
1300 torque. Para criar o torque pode-se ou adiciona-lo através de
1200 um freio de Foucault ou variar a corrente de armadura. Não se
150 200 250 300 350 adicionou através do freio em virtude de as máquinas estarem
com defeito, inviabilizando o processo experimental.
Corrente de Campo (mA)
Mede-se a corrente de armadura e a variação de velocidade
desse circuito, sendo a variação de corrente de armadura de em
Figura 5 – Comportamento da velocidade com excitação independente torno de 0,2 A por passo. A Tabela 3 mostra os valores
levantados através do ensaio, assim como a Figura 7 mostra os
B. Variação da tensão de armadura gráficos traçados.
O segundo ensaio é semelhante ao primeiro, onde novamente
monta-se o circuito na configuração excitação independente,
porém agora fixa-se a corrente de campo e varia-se a tensão de 1500
armadura no intuito de analisar a variação da velocidade em
Velocidade do Rotor (rpm)

1400
função da variação da tensão de armadura. As medições de
saída são da corrente de campo, a tensão de armadura a 1300
corrente de armadura e a velocidade da máquina.
Os dados levantados experimentalmente estão 1200
presentes na Tabela 2 onde o passo da variação da tensão de
armadura é aproximadamente 10 V. Baseado nesses dados 1100
obtidos, pode-se traçar o comportamento da velocidade da
máquina para diferentes tensões de armadura com corrente de 1000
campo fixa, como mostra a Figura 6.
900
TABELA 2 1,5 1,7 1,9 2,1 2,3 2,5
VARIAÇÃO DA TENSÃO DE ARMADURA
Varm (V) Iarm (mA) Iexc (mA) N (RPM) Corrente de Armadura (A)
109 0,90 330 1446 Figura 6 – Comportamento da velocidade com excitação série
100 0,87 330 1315
93,2 0,84 330 1225
80 0,78 330 1036
D. Simulações Matlab Simulink
70 0,75 330 913 No âmbito de comprovar os resultados obtidos de forma
61 0,70 330 806 prática, fizeram-se simulações computacionais através do
50 0,68 330 650 software Matlab Simulink dos três ensaios realizados.
40 0,65 330 515
30 0,58 330 390
A primeira simulação foi a do motor CC com variação da
corrente de campo. Os dados obtidos estão presentes na Tabela
4, assim como o gráfico é mostrado através da Figura 7.
TABELA 4 Por fim fez-se a simulação do motor CC com excitação
VARIAÇÃO DA CORRENTE DE CAMPO NO SIMULINK
série. Variou-se a corrente de armadura da máquina, e o
Varm (V) Iexc (mA) N (RPM)
103 360 1330 comportamento é mostrado através da Tabela 6 e da Figura 9.
103 330 1350
103 300 1390 TABELA 5
103 270 1480 VARIAÇÃO DA CORRENTE DE ARMADURA NO SIMULINK
103 223 1600 Iarm (A) N (RPM)
103 180 1735 2,4 900
103 140 1945 2,25 940
103 100 2250 2,12 1030
1,9 1060
1,8 1200
2400 1,65 1250
1,45 1350
Velocidade do rotor (rpm)

2200

2000 1400

Velocidade do rotor (rpm)


1800 1300
1200
1600
1100
1400 1000
1200 900
95 195 295 395 800
Corrente de campo (mA) 700
Figura 7 – Comportamento da velocidade com excitação independente 600
1,5 2 2,5 3
A segunda simulação foi do motor CC agora com variação Corrente de armadura (A)
da tensão de armadura. Os resultados obtidos foram colocados Figura 9 – Comportamento da velocidade com excitação série
na Tabela 5, e o gráfico traçado através da Figura 8.
CONCLUSÃO
TABELA 5 Pôs-se em prática os conceitos estudados teoricamente,
VARIAÇÃO DA TENSÃO DE ARMADURA NO SIMULINK
Varm (V) Iexc (mA) N (RPM)
através dos ensaios com um motor de corrente contínua. Para
100 390 1500 isso, primeiramente verificou-se que a velocidade do motor,
95 390 1340 quando ligado em excitação independente, aumenta à medida
90 390 1210 que a corrente de campo ou a tensão de armadura diminuem,
80 390 1150 seguindo a teoria descrita no presente relatório.
70 390 900
60 390 720 Em um segundo momento fez-se a ligação em excitação
55 390 650 série, onde fez-se o ensaio variando a corrente de armadura da
máquina e observou-se que a velocidade decresce com o
aumento da corrente de armadura, comportamento esse previsto
1600 teoricamente.
Velocidade do rotor (rpm)

1400
1200 Ao final simularem-se os três ensaios através do Software
Matlab Simulink onde observou-se o mesmo comportamento.
1000
800
600
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
400
200
CHAPMAN, S. Fundamentos de Máquinas Elétricas. Mc Graw Hill: 2011.
0
20 50 80 110 FITZGERALD, A. E., KINGSLEY Jr. C. E UMANS, S. D. Máquinas
Tensão de armadura (V) Elétricas com Introdução à Eletrônica De Potência. 6ª Edição, Bookman,
2006.
Figura 8 – Comportamento da velocidade com excitação independente
TORO, V. Del, MARTINS, O. A. Fundamentos de Máquinas Elétricas.
LTC, 1999.

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