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Coe UU La sens rem d a ee Revista Forum de DIREITO SINDICAL RFDS DOUTRINA Diretores Sarah Campos Cézar Britto cece IRE ourma ‘ARTIGOS. 0 sstema juin da ree-arelto no cxdenamento portogus as groves atpicas- Franco Liberal Fernandes ine do stad oestado de ise? Oahsteoxamantiro ea precaracto ds functo pubea ~ Sarah Campos Deltas humans berdade snd A atuagie do Judo em face datos antsincals pratcades pelos ‘s neoocac clea transnacional novo mundo do trabalho -Danlla Muradas Reis, Pedro Augusto Gravaté Nicoll (cireko& geve eo se tes em Portugato caso dos sercot minimos no stor dos tanspotes Joo Leal Amado ‘Oemprego pbcoem tempor de crv econdmica~ Paul Velgae Moura perspectives do movimento sndical em face das tua rasformagSes no modo de acumulao aptalita ‘andre Liz Ramos Entravesideoloics impedes da negoctaciocoletva no Brasil Chaar Bitto Aabolgho do arto potestatvo - Ariteu César Pinto Neto Protec om face de condtas antisnccas aun de Uns lesa sistema prose €os novo taques 20 ‘Grr fundomental erdadesndkal- Marla Rosaria Barbat,Flvia Sousa Maximo Perera _Anegocagb coletva seus imites— mites lea Jurspradenca ¢ doutinsros 3 posbdace de negociacde clea {erdretos table ~ Jobo Pedro Ferraz dos Passos, Rodrigo Silva Ferraz ds Passos eft democrtico no sndcalsme brasileiro Lis Carlos More ‘Aautodeterminaciocoletiva sob controle do Poder Juco ~ Augusto Clsa Lote de Carvalho ‘© dexmonte do moriment indica basco ante a ampla erence propesta plo PL 430/04 Benizete Ramos de Medeiros Crsndicatre 2 acministraio da sti -governana, logo soci coerstencialade na preven echo dos eins do aba: Sistema Nico ternal de Concorso Tabet Nite) [Anténio Gomes de Vasconcelos, Gabriela de Campos Sene Diet d taba fexbiizacio« contemporane'dade: spontamentos para um debate em torno da afmacso dos ‘retes fundamental eda negocarso cles don servidores publics Claude Santos daSilva IN bf ih dns 84 O desmonte do movimento sindical brasileiro ante a ampla terceirizagao proposta pelo PL n° 4.330/04 Benizete Ramos de Medeiros ‘Asvogada trabalista; professora de Dielt Individual ¢ Coletho do Trabalho, bem como de Processo do Trabalho (Ru); presidente da Delearso Brasileira da Associer#o Lusobrasiira ‘Ge luistes 40 Trabalho ~ JUTRA; diretora da AGRAT o da ACAT; membro de comisso de Diet do Trabalho do IAB. A liberdade $6 alicerca @ democracia quando conjugada com a justica social, (B. Calheiros Bornfim) FResumo: 0 presente texto Vata dos efeitos da ampla terceirizardo, a partir do PL nt 4.330/004, no frommento sindica brasleko, sem malores mmersdes na concetuegd0 e estudo da teceiizago ¢ mals no epecto poiica e social. Anaisa 0 projeto, com um olhar no martento histrico em que fol inilalmente Dronosto — periodo neoliberal ~ e 0 atual, para compreender as consequéncias no movimento sincical Brasileiro, ne perspectiva do desmonte de categoria por atiidade preponderant Palavraschave: Neoliberlismo. Tercerzagio. Precerzag2o. Categoria. Sindicatos, Fragmentagéo. SSumérte: 4 tntroducto ~ 2 Contexualzande o perodo do surgimento do projeto — 0 necliberalismo 1210 Projeto de Le! # 4.390/2004 como proposta de tercelizacaa ample - 4 Quanto & desestrutura de feoresentagio sindleal~8 A organizacdo dos tecetrizados no PL nt 4.380/04 6 Conclusdo— Referéncias 1 Introdugao Discute-se no atual momento da sociedade brasileira — conturbado pelas crises de ordem politica, moral e social ~ 0 retorno do Projeto de Lei n* 4.330, de 2004, ‘do deputado Sando Mabel, que pretende a ampliagdo da terceirizago para todas @s atividades da empresa. Nao bastando os graves problemas que a terceiriza¢30 pro- voca no aspecto individual das relagdes trabalho, desarticula, também, 0 movimento sindical, desmobilizando a categoria, que deixard de existir. (© presente texto, abandonando maiores imersdes na conceltuacao e estudo da terceirizagdo e mais no aspecto politico e social, trataré da anélise do referido proje- to, com um olhar no momento histérico em que foi inicialmente proposto e no atual, 1 Forum de DW. Snia~RFOS | Bel Monona, aro m9. 208288, Mr, 2015 SENZETE RMOS DE MEDEAROS © DESMONTE DO M4 para compreender as consequéncias no movimento sindical brasileiro, na perspective Portanto, @ 0 desmonte de categoria por atividade preponderante. E certo que 0 direito coletivo, sobretudo 0 sindicalismo no Brasil, carece de profundas reformas, ante um quadro de quase 20.000 sindicatos, a maioria pouco palhistas em. representativa, da questéo da contribuigap sindical obrigatéria bem como da reviséo, rrabalho. responsével da questao da unicidade sindical. No entanto, a ideia de unio, de c= Hobsbawe tegoria, de fortalecimento, precisa ndo s6 ser mantida, como revigorada no Estado co numa ‘nica’ Social e Democratico de Direito, uma vez, que 6 conquista atingida a partir de muito século XX, tempo de movimento coletivo. gantes ou acide feomecou a Sef 2 Contextualizando o periodo do surgimento do projeto - 0 as mutagies of neoliberalismo rmentos, onde € ‘ fou quando se * 1A déceda de 90 marca 0 auge do neoliberaismo, que tem seu inicio com © i comes declinio do welfarestatet e como pontos fortes a perda da forga do intervencionismo estatal e a valorizag3o do mercado, com 0 intuito de atrair 0 capital estrangeiro, redu- zindo 0 Estado de Bem-Estar Social, politicas assistencialistas, sempre com ateng3o estabilidade financeira, reduzindo-se os encargos sociais e tributérios. A ldgica neoliberal é de flexibilizagdo, de reducdo e de precarizago de direitos, que, no dizer de Kpstein, “justamente no momento e que os trabalhadores mais necessitam do Estade Nagao como amortecedor, para absorver os choques da eco- omia mundial, ele os esta abandonando”.* Portanto, 0 discurso é da flexibilizagdo, do estado minimo, com a proposta das seguintes, emt “grande salto t terceiro mundo ‘Como unt garam a migra terceiro mundi ‘em indastrias) fe avango nos! privatizagdes das estatais, iniciadas na Inglaterra e Argentina, chegando &s empresas he brasileiras. Assim agindo 0 estado se desincumbe de varios setoreg, com o discurso fiodo, outros} de prejulzos e mau funcionamento e delega, privatizando suas empresas, que, por pecifico, tante consequénela, so adquiridas por capital estrangeiro, que passa a ditar normas inter- Segunda Guet nas, pressionado os poderes Legislative e Executivo & reducdo de direitos, de Estado sensiveis efel minimo. Estado de Be Essa ideologia era, & 6poca, promovida pelo capitalismo norte-americano que tam, como ¢ pregava a formacdo de blocos econémicos, fim das taxas alfandegérias e abertura movimentos ¢ completa de mercados, sedimentando 0 mundo globalizado, que se iniclara ante- a defender a riormente, estabelecendo-se o cenério perfeito para as transagies, sob a ética dos passivo, em! interesses econdmicos, primordialmente, tornando atraente 20 capital estrangeiro. - 7 HOBSBAWM, 7 Worestate~ Estado de BorvEstar Soci rgantzato pati ¢ econtmica que claca © Estado como Sto Pale: agente da promondo sci eergantzador 6a economia. Nesta ofentaiio, 0 Estado € 0 agente regamentasor + woBsEAWM, GE toda vida « sabde soi, plica« esonbrica do ais em pacers cm sindetose empresas pages, Sto Paulo: em nies derertas, de aor Com pas om questo, Cabe eo Estado Go Bestar Soi gran sorvgns + HOBSEAWAN, Blbcose prtec30 8 popes. Sto Paulo: + KAPSTEN, Bhan 8. Os tabathxores © 2 ecoromia mundial Gazeta Mercantl alga, ec8o basi + DALLESRAVE reolberain nit out 1996. 270 TF Oe Sina ene rue, ow 3,8, 200289, poe 208 Portanto, os principios do neoliberalismo so os ditames intemacionais, tendo 10 l6gica o estado minimo, a lexibilizacao € @ reduce de direitos sociais com sigdo de terceirizagées, contratagies temporérias, reformas previdenciarias © ihistas em geral e, até mesmo, mais ousada de extingdo da propria Justiga do abalho. Hobsbawm? admite que a avassaladora transformagao no era pontual, tampou- ‘60 numa Gnica década, jé que tinha seu inicio “em algum momento no ditimo tergo “do século XX, a larga vala que separava a pequenas minorias dominantes modemi- zentes ou acidentalizantes dos paises do Tercelra Mundo do grosso de seus povos ‘comecou a ser tapada pela transformacdo geral,de suas sociedades”. Adverte que {45 mutagdes ocorridas com a globalizacao econdmica nos paises em subdesenvolv- mentos, onde ainda ndo era possivel identificar 0 iniclo de tudo, quando aconteceu, " ou quando se “tomau a nova consciéncia dessa transformagao", mas que o fendéme- no Jé comegara nos Estados Unidos na década de 60, acelerando-se nas décades seguintes, embora de forma menos visivel nos paises de terceiro mundo. Mas que 0 “grande salto avante* da economia mundial capitalista nao $6 dividiu e perturbou o Yerceiro mundo, mas também levou os habitantes para um mundo moderno.* Como uma das formas de se expressar, as indistrias na década de 70 come- garam a migrar totalmente ou parcialmente sua produgdo para paises de segundo terceiro mundo, seguindo transferéncias, em algumas, até processos sofisticados ‘em indistrias de alta tecnologia e, portanto, a revolugdo nas formas de comunicagao @ avango nos meios de transporte torou tudo isso possivel.” Nesse diélogo de transformagées socials ¢ a tentativa de identificaglo do pe- ffodo, outros estudiosos do neoliberalismo confirmam a auséncia de um marco es- Pectfico, tanto que Dallegrave Neto® assenta que as mudiancas se Iniclaram apés a ‘Segunda Guerra Mundial, na Europa e América do Norte, mas € na década de 80 que sensiveis efeitos se assentam com relagao & repulsa contra a polticg de intervengo Estado de Beméstar Social. Para sustentacao dessa filosofia, os neoliberais apor tam, como culpados pela crise econdmica e alta de inflago, © poder sindical e os movimentos operério, com as reinvindicagdes de melhorias. E, com isso, passou-se ‘a defender a ideia de Estado minimo, em face dos direitos sociais e trabalhistas, ¢ passivo, em face dos lucros e da lel de mercado e, portanto, © modelo adotado, com 7 VROBSBANWA, Ere, Ee cos extromos-o breve sBoulo XX 19141801. Traduglo de Marcos Sertanta. 2. e ‘Séo Paso: Companhia das Letas, 1996. p. 353, 958, 259, HOBSBANIM, Exe Ba dos exremos-o breve século XX 19144901. TradugBo de Marcos Santana, 2. ed ‘Sto Pou: Companhia das Lets, 1998. 9. 356-358, HOBSEAWM, Ere. Eve dos exromoe 0 breve sdculo XX 1914-1901, Tradugdo de Marcos Santas. 2. ed Sk Pauio: Compantia dae Leas, 1996. p. 354 DALLEGRAVE NETTO, José Alfonso, Estado neoliberal e seu impacto sociluic. In: Giobaizardo ‘eoliberoismo edits soci. Rio de Jeo, Rl: Destaque, 1997. p. 72407. Finan GeO, Sings RPDS et Herat, ano m3. 268288, on 2028 feito, foi o das privatizagdes, desregulamentagao dos mercados, descentralize flexibilizacao dos direitos trabalhistas e globalizacéo por blocos transnacionais.7 © Brasil aderiu a esse movimento em novembro de 1989, no chamado. ‘senso de Washington, quedando-se as imposigGes do FMI, Banco Mundial, Interamericano de Desenvolvimento e, a partir de entdo, no Brasil, iniciara cortes orgamentérias na satide, educagao e politicas mais socials. Indagando acerca do que efetivamente consiste 0 neoliberalismo, encont ‘em Frei Beto® de que € 0 novo caréter do velho capitalismo que tomiou corpo no do @ partir da Revolugo Industrial do século XIX — as méquinas com capacidad produzir em grande escala possibilitaram a indistria aumentar os lucros das ef ‘sas. E 0 capitalismo, para ele, é “uma religido laica fundada em dogmas” com po credibilidade, tendo o caréter social do capitalismo durado até o final dos anos com a crise do petréleo, os golpes dos Estados para estancar o avanco de conqul socials, @ cooptagao dos sociais democratas, o fim dos Estados de Bem-Estar © a utlizagao da divida externa como forma de controle dos paises periféricos MC). A partir dai nasceu 0 neoliberalismo, considerado, para muitos, um es! natural e avangado da civilizacéo. E, numa anélise mais lddica e comparativa da globalizagao, contrapoe qi (0 capitalismo transforma tudo em mercadoria, bens e servos, inch 2 forga de trabalho. 0 neoliberalismo o reforga, mercantilzando lessencials, como os sistemas de sade e educagéo, forecimento ‘gua e energia, sem poupar 0s bens simbélices ~ a cultura é reduz ‘@ mero entretenimento; a arte passa a valer, néo pelo valor estética ‘obra, mas pela feria do artista; a religo puverizada em madismoss 25 singularidades étnicas encaradas como folclore; o controle da d ‘tecnocientificos que prometem sate perene e heleza exuberante.” Sissekind faz importante ¢ afinada reflexao entre globalizagao e neolibe mo, apontando diferengas e ponderando que o tema provacou a polémica entre os defensores do Estado Social e os do Estado Liberal. Os neolibersis pregam a omissao do Estado, desregulamentando, tanto. quanto possivel, 0 Direlto do Trabalho, a fim de que 2¢ condigées do. DALLEGRAVE NETTO, José Affonso. © Estado nesiberal © seu impacto soclolufc. Int Giobalzanta neolberolismo e deites soca Rio de Jone, Ri: Destaque, 4987, p. £0. FREIBETO. Oque 6 0 neoliberlismo, isporivl em: . Anessa erm 16 ago. 2007 4 FREIBETO. Oque éoneolberaizme, Dispanive em: . Acesso em: 16 ago. 2007. 272 Foun ge. Sinica REDS el Morte, ano 3, 200289, /oee. 2088 ‘emprego sejam ditadas, basicamente, pelas leis de mercado. J8 os defensores do Estado social, esteados na doutrina social da igreja ou 1a flosofia trabalhista, advogam a intervencéo estatal nas relagdes de ‘trabalho, na medida necesséria & efetivaeao dos principios informadores da justiga social e @ preservagdo da dignidade humana.** N&o 6 diferente a reflexdo de Dinaura Gomes," para quem o neoliberalismo ‘opera como um sistema que retine questies de ordem politica, econémica e cultural, pois tanto a distribuigdo de renda e a organizagao Social ficam submetidas a forca do ‘mercado, do lucro, que S20 contrérios ao Estado Social e Democrético de Direito, uma vez que gera o sucateamento de politicas educacionais, ambientais, de seguranga e de satide, revelando a incapacidade do governo em atender, notadamente nos paises periféricos que tém a autonomia estatal reduzida, a interesses dos grupos. ‘Vela-se que os resultados dos pesquisadores da histéria do capitalismo mais modema acentuam, com unanimidade, que o grande legado do neoliberalismo foi um cconjunto de contradigdes € profundas desigualdades que conduziriam as profundas crises no final da primeira década do século XXI, com excluso dos fracos, inaptos 20 ‘combate. Aos que conseguissem continuar na luta seria exigi#o desempenhos supe- riores, maior produtividade, disciplina, abnegagao, a fim de superar os concorrentes. AAs custas da sade dos trabalhadores, buscava-se a satide das empresas. Num paralelo importante com o direito trabalho, Sissekind, elaborado e as- sumido defensor da manutengo da intervengao do estado nas relagdes socials do trabalho, estabelece a diferenca entre desregulamentacao e flexibilizagSo, para quem ambos conceltos nao se confundem. A desregulamentacao “defende a inexisténcia da maioria das normas. E infelizmente cresce 0 ntimero de seus defensores, numa orquestracao de inegével reflexo na midia” e a flexibilizagao uma redugdo mitigada da intervengaa do Estado, ‘Segue aduzindo que “os adeptos do Estado social, entre os quais me incluo, admitem, apenas nesta fase da histiria s6cio econdmica, a redugo do grat de in- tervengo da lei nas relagbes de trabalho", com a finalidade de que os sistemas de protecdo indisponiveis estabelecam um minimo de protecao, para garantir a dignide- de do trabalhador. Para ele, a flexibilizacao, a partir dos representantes dos agentes sociais, deve ter por objetivo (e $6 assim se justifica): a) atendimento a peculiarida- des regioneis, empresariais e profissionais: b) implementagao de nova tecnologia ou {de novos métodos de trabalho; ¢) preservagao da satide econémica da empresa e dos respectivos empregos.* 5 SOSSEKIND, Arai. 0 fturo do dieito do trabalho no Brasil. Revista Le, v.64, n. 10, p. 1083, 2000. 5 GOMES, Dinaura Godinho Pimontel. Oveito do trabalho © algidade do pessoa humana no contexte da _@obalzardo econémica- prblemas eperspectvas. S30 Paul: Li, 2005. 9. 116-118 « += SOSSEAIND, Amato, 0 futuro do are co tabsihe no Brasil Revista Le, v.68, n. 10, p. 1283, 2000, Finance. Sinica - AFD Bee Herat, an m3 9. 269:288, out 2028 273 Pera Bomtim,'* 0 Estado omisso que se submete aos ditames neoliberais paises e organismos internacionais, em um verdadeiro esvaziamento, deixa 205 res sociais 0 pape! principal de decidirem sobre seus destinos, relegando 20 ‘mércio internacional a liberdade de propostas de redugao de custo social. Ne: , parece que 0 movimento dos atores socials, principalmente as representagdes | Sindicais, tem um campo mais amplo e ao mesmo tempo mais provocative do ponto de vista das necessidades de cobrangas, militancia e organizagao. \Veja-se que, nesse periodo, com a submissao 3s normas norte-americanas, © Brasil deveria estabelecer condigdes juridicas correspondentes e neutralizar, com isso, 0 grupo que poderia trazer embaragos ou mesmo impedir seus objetivos. Se o Estado minimo objetiva a abertura de mercado e as empresas estrangelras objetivam mais lucro, 6 corolério 0 enfraquecimento dos sindicatos e do trabalhador, quanto aos seus direitos, bem como a obediéncia de toda a sociedade eos ditames da minoria. Para isso, as legislagbes deveriam seguir esse comando de submisséo, razo pela | qual os projetos de lei tinham 0 trago nitido de submissao aos ditames do neolibera lismo e aos blocos econémicos, sob pena de comprometimento de que essa politica no fosse implementada. Mas, para tanto, era fundamental que fosse instrumentalizada pelas normas. Juridicas, e ter uma aparéncia de legitimidade pela via legislativa. Por isso, 0 govemo € diversos deputados encaminharam projetos visendo ao cumprimento dos objetivos neoliberais, dentre eles, 0 que instituiu trabalho por prazo determinado; compense:_ (G80 de horas extraordinérias através do chamado banco de horas; vias altemnativas de solucao extrajudicial de conflitos, com a instituicBo das comissées de conciliagao prévia; contrato de trabalho provisério; contrato a tempo parcial e terceirizagao ampla, Em 2004, 6 lancado 0 Projeto de Lei n? 4.330, do deputado Sandra Mabel (PMDB.GO). Veja-se que, dentre outras, a ideia da tercelrizagao era perseguida desde 0 ‘auge do perfodo neoliberal e volta 20s poucos com a ampliagao pelo TST, @ partir da Simula n* 331 suas constantes alteragies e, de forma agressiva, a partir do desarquivamento do PL n® 4330/2004, em 2013. 3 0 Projeto de Lei n° 4.330/2004 como proposta de tercelrizagao ampla Dentre as idelas de reduedo de direitos e desorganizagao da classe trabalhado- ra, @ terceirizagao nao podia faltar, na época, no cardapio das opgées do governo e, © BOMAM, Benesto Caters, Globaizndo, fexbltzaeSo © desregulamentse80 do deo do taba. In Globaizardo, neoieraismo » dretos sociis Rio de Jans: Destague, 1997. p38. 274 nun Ge, Since F0S | oe Harz, ane m9. 269289, oe, 2035 (© DESMONTE DO MOVMENTO SELON. BRASILERG ANTE A ELA TERCEREZAGIO PROPOSTA PLO PN 330/08 erspectiva de amplitude, veio o encomendado Projeto de Lei n® 4.30/04," de @ do deputado Sandro Mabel. E, apesar de ter sofrido grande reptidio perante ‘Ssindicais, magistrados, procuradores, OAB, ABRAT, até mesmo parlamen- » Bois proposta 6 de uma amplitude exacerbada de terceirizaglo, destruindo limites impostos pela SGmula n® 331, do TST, e por legislagées restritivas sobre 0 . esté na ordem da discussao, Ocorre que nesse perfodo neoliberal alguns projetos precarizantes foram arqui- dos, como 0 do negociado X legistado, 0 da reforma da CLT, 0 da extingao da tiga do Trabalho (transformado posteriormente na EC n® 45/04) e outros avance- © foram aprovados. 0 da terceirizacao pode-se dizer que ficou insepulto e, no ano 2013, voltou ao cenério com forga total. Com 0 intuito de se chegar a um consenso sobre o Projeto de Lei n® 4.330/04, criada, em 5.7.2013, na Comissao de Conciliagdo © Justiga da Camera dos 10s, uma comissdo quadripartite, da qual participam, pelo lado dos trabalha- es, CGTB, CTB, CUT, Forga Sindical, NCST e UGT. Na banceda patronal, esto as Maia (PMDB — BA), Ricardo Berzoini (PT - SP) e Roberto Santiago (PSD - SP) jpresentam o Legislativo.*® Ap6s varias discussdes, 0 referido projeto sofreu 121 emendas, dando origem ‘2 um substitutivo, apresentado pelo deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB ~ BA), 0 qual continua sendo repudiado, pois apesar das alteragdes sofridas, a esséncia do ajeto de Lei n? 4.330/04 foi mantida, qual seja, a terceirizago ampla em todos os ‘Segmentos da empresa. ® Com perspectivas de alta gravidade, no que tange a liberalidade para qualquer Btividade econémica, inclusive atividadesim; responsabilidade da temadora e da pres- desestrutura da representacdo sindical e terceirizagtio do servigo piiblico, al- Guns atores socais e a propria comissao analisaram e confrontaram o projeto original, @ proposta atual e os aspectos que se traduzem em graves reflexos no movimento _Sindical brasileiro - € esse 0 foco deste texto ~ que esto no artigo segundo, que sssim preceitua:” % BRASIL Cimara dos Deputades. Pojto de Lei n® 4.330, de 2004. Dispoivel em: . Aceaso em: 20 oud. 2014. % CLAUDINO, Viviane. Comisséo define ponts para cebate sobre reguamentagéo da teceirzagdo. Rede Brat! Aut. Dsponivel ert: . Acesso em: 20 out. 2014, roposicoesWet2Peoateor=246% BRASIL Cémara dos Deputados. Substtuvo 20 Proeto de Ler 4.330. ce 2004. Dsporivel em: < ov. camara.gov.br/proposicoes Web /prop_mostrarintegra?codteor=1124964aftlename=Tram! PL+4380/2004>. Acesso em: 31 out 2014. ‘ODeSMONTE 00 MOVIENTO SNOICAL BRASILERO ANTEA AVPLA TERCEIREAGHO PROPOSTA PELO PLN 4330/04 prestadora, formando assim uma atividade mercantil de mao de obra, “coisificando” ‘a forca laboral, ou seja, 0 trabalhador passa a ser visto como uma “coisa” que pode ser negociada. E 0 grande perigo do projeto. Era a proposta liberal de submeter 0 ‘trabalho ao ideério capitalista. A gravidade aqui esté na possibilidade de tercelrizago em qualquer atividade da empresa, ou seja, tanto nas atividades-meio como atividades‘fim, considerando ‘que @ atividade-fim diz respeito 20 ceme das atividades da empresa, 0 que pode ser constatado ao se examinar 0 contrato social. J8 a atividade-melo pode ser definida como aquela alheia ao objeto principal da ‘empresa, ou seja, aquela que tena um cardter meramente de apoio, como exemplo, ‘as especificadas no antigo parégrafo Gnico do art. 3° da Lei n? 5.645/70: Pardgrafo Unico. Transporte, conservagéo, cust6dla, operacdo de eleva dores, limpeza e outras assemelhadas. Nesse diapasdo, a velha bilateralidade do vinculo empregaticio estabelecida nos arts, 28 e 3% da CLT cai por terra, porque para a formaco do vinoulo os requisitos da pessoalidade, onerosidade, nao eventualidade e subordinagdo deve estar pre- sentes, pois, segundo a CLT: Aan. 2° Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que ‘assumindo os riscos da atividade econdmice, admite, essalaria e dirige 1 prestacdo pessoal de servigos. \Vejase, com a possibllidade de terceirizar qualquer atividade, os riscos da ati- vvidade econdmica serio transferidos para vérias empresas, formandose categorias profissionais diferentes dentro da mesma atividade econdmica. Isso faz desaparecer ‘a nogdo estabelecida no art. 3 consolidado: [Art 3 Considera-se empregado toda pessoa fisica que prestar servigos ‘de natureza nao eventual 2 empregador, sob @ dependéncia deste © mediante saléro. [A proposta do projeto, ainda que de forma velada, destruiré a classica dicotomia conceitual entre empregado e empregador, a essencialidade da subordinacdo juridica fragllizaré toda a ideia de categoria. Mas, sera que fragmentando 0 conjunto, afastando o poder de mando de ma- neira direta, 0 capital tera qualidade na prestacao de servigos? & um aspecto a ser pensado. Mas, por ora, 0 que importa é analisar para compreender a velha roupagem {dos interesses capitalistas, na destruico da legislagéo obreira e, dessa feita, com 0! ‘agravante da fragilizagao do movimento sindical. A) 2 Finan de Oe Silo! -RFDS Bao Horm, ao m2, 6 209289, hoe 2035 Apenas para relembrar as quatro hipéteses de terceirizagao licita realgadas ‘SGmula n¢ 331 do TST: F = Trabalho temporéirio, dentro dos requisitos impostos pela Lei n* 6.019/74, = Vigilantes de instituigo financeira e transporte de valores - Lei n® 7.102/£ = Atividades de conservagao e limpeza - SGmula n? 334, Il, Atividades relacionadas & atividade-meio do tomados ~ Simula né 331, Ill E de extrema importancia a identificagao da atividade laboral como meio 0 fim dentro de uma empresa, tendo em vista que a partir dessa identidade 6 que. poderé avaliar, no contexto atual, a licitude ou no, Mas isso também nao i mais, segundo o projeto. 4 Quanto 4 desestrutura da representagao sindical Dentre os principios do direito coletivo, ou direito sindical para alguns, esta lado do importante principio da liberdade o da unicidade sindical que, segundo Amé Mascaro Nascimento,” “afirma-se que promove melhor a unidade do grupo, a sua 60 lidez e a uniao indispensével para que as reivindicagdes, macigamente manifestads tenham condigées de influir”. Veja-se que a unicidade representa a forca da mesma categoria profissional. fragdo nao inferior a um municipio, respeitada a conquista de base territorial sup @ essa drea geogréfica, podendo ser formada por diversos municipios, mas ser tomando por base a categoria profissional (art. 8, Il da CF/88). 4.1. Nogdes de enquadramento sindical A unicidade e 0 enquadramento sindical tém suporte na Constituigao Feder no art. 8%, inc. I: 1-6 vedada a crlagdo de mais de uma organizagai sindical, em qualq g72u, representativa de categoria profissional ou econémica, na base territorial, que ser definida pelos trabalhadores ou empreg interessados, nao podendo ser inferior & érea de um Municipio. E€ a CLT que estabelece, no art. 58, §2%, 0 que é enquadramento, in verbis: §§2* Entende-se por atividade preponderante a que caracterizar a unidad {de produto, operago ou objetivo final, para cuja obtencdo todas) demais atividades convijam, exclusivamente om regime de co funcional. §1# A solidariedade de interesses econdmicos dos que empreendem ‘atvidades idénticas, similares ou conexas, constitul 0 vinculo social ‘bdsico que se denomina categoria econdmica. Portanto, ocorre quando hé solidariedade de interesses econdmicos dos que ‘empreendem atividades idénticas, similares ou conexas, constituindo vinculo social bésico entre pessoas. Atividades similares so consideradas aquelas que se assemetham ou que S80 ‘conexas — embora nao sejam semelhantes, se completam. Portanto, para se entender a categoria profissional, € necessério compreen- der quais atividades da empresa estabelecem a sua atividade preponderante. Logo, pode-se afirmar que categoria profissional € aquela formada por trabalhadores de profissdes idénticas, similares ou conexas, como exerplo metalirgicos, comercié- rlos, bancérios etc, E, pois, 0 conjunto de trabalhadores que tém permanentemente identidade de Interesses em relagdo 8 sua atividade laboral. Para Mascaro Nascimento, “Um tra- balhador é membro da categoria profissional porque exerce determinada profissao. Esse enquadramento natural, automético, esponténeo, independente de seu ato”. [Nao se iré, aqui, entrar no exame do que seja categoria diferenciada. Vejase que a terceirizagao empla, como pretende o projeto © mesmo algumas decisdes dadas pelo TST quando da interpretacdo da Simula r 334, & extrema: mente nociva 20 movimento sindical brasileiro, uma vez que desmonta a nocdo de ‘categoria, dentro ¢ fora da prépria empresa, uma vez que se corre 0 risco de nao haver empregados diretos ligados & sua atividade preponderante e, sim, empregados de varias empresas diferentes conforme a maior ou menor especializagao e fragmen- ‘ago da profisso. Além disso, @ auséncia de fixagdo no posto de trabalho contribuiré para a de- sorganizagdo do grupo de trabalhadores. Esse parece um ponto fundamental a ser levando em consideraco, porque, se aplicada em larga escala a tercelrizacdo, 2 ‘tendéncia é um total esvaziamento da ideia de unigo, de vinculo solidério, quer seja or identidade, similtude ou conexao profissional. 5 Aorganizago dos terceirizados no PL n® 4.330/04 E 0 que diz 0 projeto em comento sobre isso? Nada. Veja o substitutivo, que se refere a sindicalizagao dos trabalhadores terceirizados de forma muito econdmica: 279 ‘Art. 78 Convengo ou acordo coletivo de trabalho poderdo disciplinar a ‘comunicacao dos contratos de terceirizagao ao sindicato profissional. "Tal aisposttvo a amparo legal & precarizagéo trabalhista dos terceirizedos, ue é uma feculdade e nao uma obrigacéo da tomadora permitir que as convenes. € acordos coletives se estendam aqueles. ‘Sendo a redugio de custos a intengdo das empresas, 6 6bvio que as conquistas. dos trabalhadores diretos, se ainda existirem, através de convengdes ou acordos coletivos, ndo se estenderd0 aos terceirizados, causando assim a disparidade entr 0s trabalhadores diretos e os terceirzados, sem contar sentimento de menos valla, De mais a mals, por forca do que dispde 0 art. 464, da CLT, e a Simulan® 6 do TST, 08 que exercem as mesmas fungBes dentro da empresa, com a mesma prod Vidade e perfeigao técnica, ficam impossibilitados de relvindicar equiparagao salarial, J@ que 0 empregador nao € o mesmo. ‘A terceirizagdo exacerbada coloca em risco a existéncia das categorias profi sionais, j4 que 0 trabaihador estaré subordinado as regras dos contratos firmados. entre prestadora e tomadora de servicos, perdendo sua identidade, sendo visto ape- ‘nas como “algo” que despende forca laboral em prol da lucratividade. Logo, caso o PL nn? 4330/04 seja aprovado, os sindicatos sero esvaziados, perdendo assim repre. ‘sentatividade perante 0 capitalismo e 0 consequente desmonte da legislacdo obreira. Portanto, pouco importa a mencdo & negociagao coletiva ou instrumento de nor ‘matizagao coletiva no substitutvo, pois 0 desmonte 6 natural e velado, pela propria ‘auséncla de uma categoria especifica, porque exatamente @ logica é que, ndo haven: do empregado vinculado & atividade econémica do empregador, de forma direta, os dh reitos, se por ventura ainda existiram enquanto conquista dos poucos sindicatos que. sobreviverem, ngo se aplicardo ao grupo de terceirizados que, entéo, serd a maioria. As instituigdes estdo reagindo a esse propésito macabro. Documento subscrita or 49 ministros do TST (73% da Corte), por todos os presidentes e corregedores dos. 24 TRTS, apoiado pela Associago Nacional de Jutzes do Trabalho, especifica 0s mo- tivos pelos quals o Projeto de Lei n* 4.330/04 no pode ser aprovado. Tal documento {ol encaminhado aos presidentes da Comissao de Constituigo, Justiga e Cidadania (CC) da Camara, € da Cémara Federal. Na sesso 281.3.54, 0 Ministro Mauricio Godinho Delgado faz um pronunciamento explicativo sobre o contetido do documen- to supracitado, pontuando as repercusses negativas da aprovacao do Projeto de Let 1# 4,330/04 tanto para classe trabaihadora, quanto para o pals, dentre as quais, 0 Ministro destacou: 3 "DELGADO, Mauricio Gosinho. Debate do Projeto de Lei? 4,320, de 2004, sobre 8 egulamentagio de swig: ‘erceidzados. Cimare dos Deputados. Disporivel er: . AveSSO em: 3 nov. 2014, 280 Foran ge De, Snes ~ RFD | Belo More, no 3. 1, p 26:83, ee. 2088 f fim De £5s is os. = PL re a oF. ‘a FOB SCUEES eg — Redugdo de 20% a 30% da renda do trabalhador, acarretando diminuig&o do oder aquisitiv e consequentemente influenciando na redugéo do mercado interno, j& que o consumo familiar representa 60% do PIB. — Piora na sade, pois o ministro relata que na sua vasta experiéncia, “Nao ha um Gnico exemplo de terceirizago benéfica com relago @ sadde”, repercutindo entéo no sistem Gnico de satide do pais.. ~ Repercussao fiscal de forma negativa, tendo em vista que com a aprovacdo do projeto, a tendéncia é que grandes empresas se transformem em pequenas € médias, em funco do esvaziamento dos trabalhadores diretos, passando @ ‘ser entdo beneficiérias de incentivos fiscais. ‘As principais centrais sindicais, Associago Brasilelra de Advogados Trabalhistas ~ ABRAT, ANPT, ANAMATRA e OAB esto se manifestando contrérias & aprovagao do projeto. ‘A-esse propésito, vale trazer & colago parte do oportuno € atuall produzido pelo jusfilésofo Jorge Luis Souto Meior? * Traduzindo em palavras mais diretas, & como se o capital dissesse 2 classe trabalnadora: “Bom, cu te explorel durante anos e com isso ‘acumulei riquezas, enquanto voc sobreviveu com limitagBes. Agora, ‘quando meu lucro tende @ diminuir, eu preciso te impor mais limitagdes, para manter 0 meu padrao de vida, sendo que se nao for assim no terel mais interesse em continuar te explorando..." Pois muito bem, quando 0 setor econdmico (com 0 apoio de politicos) ver 2 piblico reivindicar, abertamente, a legalizacdo da terceirizagéo, com ampliacao inestita, 0 que esté dizendo é exatamente isso, contendo, ainda, a mensagem subliminar de que no quer que os trabaihadores ‘se perceam como classe e que tenham condigbes coneretas de se orgenizar para a luta sindical. De fato, uma vez fragmentado o grupo de trabalhadores, a consequéncia é a perda da organizacdo, da forca, da legitimagao em categorias, 0 desmentelamento sindical e, consequentemente, a perda da soberania do capital, como ocorreu no periodo neoliberal, que continua por tras dos interesses. 6 Conclusao O sindicalismo brasileiro, a despeito de continuar sustentando as conquistas de melhores condigdes de trabalho da classe trabalhadora, j4 se encontra enfraquecido pela fragmentacao, atingindo o patamar de quase 20.000 sindicatos atualmente. = WRIOR Jor Lula Terceiznéo, compe « Npociia. Grupo de PesauzaTrabate o Capa. Sto Polo, 10 ‘mer. 2015. Disponve emt: . Acesso em: 20 out. 2014, 0 direitos socials. io de Janeiro, Ru: Destaque, 1997. , Mauricio Godino. Curso de aireito do trabalho, 12. ed. So Paulo: Ty, 2013. >, Mauricio Godinho. Debate do Projeto de Lein# 4.330, de 2004, sobre a regulamentacéo de teroeiizados. Cmara dos Deputados. Disponivel em:

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