Vous êtes sur la page 1sur 4

SANTIDADE NO MUNDO

– Chamada universal à santidade.

– Devemos ser santos no lugar onde nos encontramos. A mística do oxalá.

– Todas as circunstâncias são boas para crescer em santidade e realizar um apostolado


fecundo.

I. TODA A SAGRADA ESCRITURA é uma chamada à santidade, à


plenitude da caridade, mas Jesus nos diz hoje explicitamente no Evangelho
da Missa: Sede perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito1. E Cristo não se
dirige aos Apóstolos ou a uns poucos, mas a todos. São Mateus faz-nos notar
que, ao terminar este discurso, as multidões admiravam-se da sua doutrina2.
Jesus não pede a santidade unicamente ao grupo reduzido de discípulos que
o acompanham por toda a parte, mas a todos os que se aproximam d’Ele, às
multidões, entre as quais havia trabalhadores do campo e artesãos, que se
deteriam para ouvi-lo ao voltarem do trabalho, mães de família, crianças,
publicanos, mendigos, doentes...

A cada um de nós em particular, aos nossos vizinhos, aos colegas de


trabalho ou de Faculdade, a essas pessoas que caminham pela rua..., Cristo
nos diz: Sede perfeitos..., e nos dá as graças convenientes para isso. Não é
um conselho do Mestre, mas um preceito. “Todos na Igreja, tanto os que
pertencem à hierarquia como os que são apascentados por ela, estão
chamados à santidade, conforme o que diz o Apóstolo: Porque esta é a
vontade de Deus, a vossa santificação (1 Tess 4, 3)”3. “Todos os fiéis, de
qualquer estado ou condição, estão chamados à plenitude da vida cristã e à
perfeição da caridade”4. Não existe na doutrina de Cristo uma chamada à
mediocridade, mas ao heroísmo, ao amor, ao sacrifício alegre.

O amor está ao alcance da criança, do doente que jaz há meses no leito de


um hospital, do empresário, do trabalhador braçal, do médico que não tem um
minuto livre..., porque a santidade é questão de amor, de empenho por
chegar, com a ajuda da graça, até o Mestre. Trata-se de dar um novo sentido
à vida. A santidade implica exigência, combate ao comodismo, à tibieza, ao
aburguesamento, e pede que sejamos heróicos, não apenas em situações
extraordinárias, que poucos iremos encontrar, mas na contínua fidelidade aos
deveres de todos os dias.

A liturgia relembra hoje umas palavras de São Cipriano que exortam assim
os cristãos do século III: “Irmãos muito amados, devemos recordar e saber
que, já que chamamos Pai a Deus, temos que comportar-nos como filhos, a
fim de que Ele se compraza em nós [...]. Seja a nossa conduta tal qual
convém à nossa condição de templos de Deus [...]. E como Ele disse: Sede
santos porque eu sou santo, pedimos e rogamos que nós, que fomos
santificados no baptismo, perseveremos nessa santificação inicial. E pedimo-
lo cada dia”5. É o que fazemos agora nestes minutos de oração: Concedei-
nos, Senhor, um vivo desejo de santidade, que sejamos exemplares nos
nossos afazeres, que Vos amemos cada dia mais.

II. O SENHOR NÃO SE CONTENTA com uma vida interior tíbia e com uma
entrega pela metade. E a todo aquele que der fruto, Ele o podará para que dê
mais fruto6. É por isso que o Mestre purifica os seus, permitindo provas e
contradições. “Se o ourives martela repetidamente o ouro, é para tirar dele a
escória; se passa a lima uma e outra vez pelo metal, é para aumentar o seu
brilho. O forno prova o vasilhame do oleiro, o homem prova-se na tribulação”7.
Toda a dor – física ou moral – que Deus permite, serve para purificar a alma e
para que dê mais fruto. Devemos vê-la sempre assim, como uma graça do
Céu.

Todas as épocas são boas para entrar por caminhos profundos de


santidade, todas as circunstâncias são oportunas para amar mais a Deus,
porque a vida interior se alimenta, com a ajuda do Espírito Santo, de tudo o
que acontece à nossa volta, à semelhança do que se passa com as plantas.
Elas não escolhem o lugar nem o meio, mas é o semeador que deixa cair as
sementes neste ou naquele terreno, e ali se desenvolvem, convertendo em
substância própria, com a ajuda da água que vem do céu, os elementos úteis
que encontram na terra. Assim deitam raízes e se desenvolvem.

Com muito maior razão devemos nós crescer na vida cristã, pois foi o
nosso Pai-Deus quem escolheu o terreno e nos concede as graças para que
demos fruto. A terra em que o Senhor nos colocou é a família de que fazemos
parte e não outra, com as virtudes, os defeitos e o modo de ser das pessoas
que a integram. A terra em que devemos crescer e desenvolver-nos é o
trabalho, que temos de amar para que nos santifique; são os colegas de
profissão, os vizinhos... A terra em que devemos dar frutos de santidade é o
país, a região, o sistema social ou político vigente, a nossa própria maneira de
ser... e não outra. É aí, nesse ambiente no meio do mundo, que o Senhor nos
diz que podemos e devemos viver todas as virtudes cristãs, com todas as
suas exigências, sem reduzi-las. Deus chama-nos à santidade em todas as
circunstâncias: na guerra e na paz, na doença e na saúde, quando parece
que triunfamos e quando chocamos com o fracasso inesperado, quando
temos muito tempo livre e quando andamos com a língua de fora de tanto
correr de uma coisa para outra. O Senhor nos quer santos em todos os
momentos. Mas os que não contam com a graça e encaram as coisas com
uma visão puramente humana, estão dizendo constantemente: este tempo de
agora não é tempo de santidade.

Não pensemos que em outro lugar e em outra situação seguiríamos a Deus


mais de perto e desenvolveríamos um apostolado mais fecundo. Deixemos de
lado a mística do oxalá. Os frutos de santidade que o Senhor espera de nós
são os que a terra em que estamos plantados produz aqui e agora: cansaço,
doença, família, trabalho, colegas de trabalho ou de estudo. “Portanto,
deixem-se de sonhos, de falsos idealismos, de fantasias, disso que costumo
chamar mística do oxalá: oxalá não me tivesse casado, oxalá não tivesse esta
profissão, oxalá tivesse mais saúde, oxalá fosse jovem, oxalá fosse velho...; e
atenham-se, pelo contrário, sobriamente à realidade mais material e imediata,
que é onde o Senhor está”8. Esse é o ambiente em que deve crescer e
desenvolver-se o nosso amor a Deus, servindo-se precisamente dessas
oportunidades. Não as deixemos passar; Jesus espera-nos aí.

III. SE CONTEMPLÁSSEMOS A VIDA com olhos puramente humanos,


poderia realmente parecer-nos que há momentos e situações menos
propícias para crescer em santidade ou para levar a cabo um apostolado
fecundo: viagens, exames, excesso de trabalho, cansaço, falta de ânimo...; ou
então: ambientes duros, encargos profissionais delicados, campanhas
difamatórias... Esses são, no entanto, os momentos que acompanham toda a
vida normal: pequenos triunfos e pequenas dificuldades, saúde e doença,
alegrias e tristezas, preocupações, depressões; momentos de situação
económica folgada e outros de muita dificuldade... Quem não passa por eles?
Se os fôssemos deixar de lado, e sonhássemos apenas com dias de paz
absoluta para escutar a voz de Deus e pô-la em prática, a santidade não seria
para nós, mas para alguns privilegiados. Deus espera que saibamos
converter essas oportunidades em motivos de santidade e de apostolado.

Poremos nesses momentos mais atenção e empenho na oração diária


(sempre arranjaremos tempo, porque o amor é engenhoso), no trato com a
Santíssima Trindade, com Jesus sacramentado, com a Virgem Maria..., pois
são ocasiões em que necessitamos de mais ajuda e só a conseguimos na
oração e nos sacramentos. Então as virtudes firmam-se e toda a vida interior
amadurece.

Também não devemos esperar por circunstâncias especiais para


desenvolver uma acção apostólica eficaz. Todos os dias são bons. Qualquer
ocasião é boa. Se os primeiros cristãos tivessem esperado uma conjuntura
mais favorável para começarem a fermentar o ambiente em que viveram,
provavelmente o mundo continuaria hoje a ser pagão na sua imensa maioria.

A tarefa apostólica nunca deixará de exigir audácia e espírito de sacrifício.


O lavrador deve fatigar-se antes de colher os frutos9. É necessário esforço, é
necessário pôr em jogo as virtudes humanas. O apostolado requer sobretudo
constância: Perseverai, pois, com paciência, irmãos, até à vinda do Senhor.
Bem vedes como o lavrador, na esperança de colher o precioso fruto da terra,
espera pacientemente que venham as chuvas temporãs e serôdias. Aguardai
vós também com paciência e fortalecei os vossos corações10. E com a
constância, a generosidade para semear muito, em todas as direcções, ainda
que não vejamos o fruto.

Peçamos à Santíssima Virgem um desejo de santidade efectivo nas


circunstâncias em que nos encontramos agora. Não esperemos por um tempo
mais oportuno; este é o momento propício para amarmos a Deus com todo o
nosso coração, com todo o nosso ser...

(1) Mt 5, 48; (2) cfr. Mt 7, 28; (3) Conc. Vat. II, Const. Lumen gentium, 39; (4) ib., 40; (5)
Liturgia das Horas, Segunda leitura da terça-feira da décima primeira semana do Tempo
Comum; (6) Jo 15, 2; (7) São Pedro Damião, Cartas, 8, 6; (8) São Josemaría Escrivá,
Questões actuais do cristianismo, n. 116; (9) 2 Tim 2, 6; (10) Ti 5, 7-8.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

Vous aimerez peut-être aussi