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Atualidades

Fascículo 02
Cinília Tadeu Gisondi Omaki
Maria Odette Simão Brancatelli
Índice

China desperta para o Ocidente....................................................................................................1


Exercícios............................................................................................................................................2
Gabarito.............................................................................................................................................3

Anistia comemora 20 anos ............................................................................................................4


Exercícios............................................................................................................................................5
Gabarito.............................................................................................................................................6
China desperta para o Ocidente

Em 1.o de outubro de 1999, os chineses comemoraram o cinqüentenário da revolução


que criou a República Popular da China, com sua via independente do socialismo. O desfile exibiu o
gigantismo do país e reforçou a imagem nunca esquecida do líder Mao Tse-tung.
Mais de 1,2 bilhão de habitantes, expectativa de vida de 71 anos, analfabetismo de 17%,
superávit na balança comercial, PIB de US$ 960,9 milhões, inflação de - 0,8% e taxa de crescimento
de 7,8% em 1998. Os números impressionam, embora os índices econômicos apresentem uma queda
em relação aos anos anteriores.
Como explicar o êxito de um país que, dividido em áreas de influência no século 19, foi
explorado e invadido, rebelou-se, viveu guerras internas, fez a segunda revolução socialista da história
e reavaliou a própria opção?
Com a morte de Mao em 76, iniciou-se a abertura da China ao Ocidente. Sob a liderança
de Deng Xiaoping, o programa das “Quatro Modernizações” visou superar o fracasso do “Grande
Salto para a Frente”, buscando maior eficiência sem abandonar o socialismo.
As reformas liberalizantes atingiram a agricultura, a indústria, a defesa e a área
científico-tecnológica. Apesar da forte participação do Estado, os chineses puderam desenvolver a
produção rural familiar e abrir negócios, inseridos numa economia de mercado.
Nos anos 80, criaram-se portos livres e zonas econômicas especiais na região litorânea,
como Xangai e Xiamen. A isenção de impostos e a oferta abundante de mão-de-obra atraíram
investimentos estrangeiros nos setores secundário e terciário.
Produtos, modismos e idéias do exterior começaram a mudar a sociedade chinesa,
principalmente nas cidades e entre as novas gerações. Permaneceram, contudo, valores tradicionais
baseados no confucionismo, como o respeito à autoridade e à disciplina.
O avanço da economia não foi acompanhado de abertura política. Em 89, manifestações
populares, estimuladas pelos estudantes, reivindicaram a democratização do país e denunciaram a
corrupção e burocratização do Partido Comunista.
Estudantes, operários, funcionários públicos, intelectuais e até soldados ocuparam a
Praça da Paz Celestial (Tiananmen), em Pequim. A lei marcial foi decretada, o Exército mobilizado e,
após semanas de resistência, terminava a “Primavera de Pequim”. Uma violenta repressão se seguiu,
com um número incerto de mortes, fugas, prisões e execuções.
Se internamente as tensões têm sido sufocadas com o uso da força, os acordos para a
reintegração de territórios ocorreram sem derramamento de sangue. A devolução de Hong Kong pela
Grã-Bretanha, em julho de 97, foi o primeiro passo para a reunificação dos chineses, ampliada com
Macau em dezembro de 99.
Macau, concessão imperial a Portugal em 1557, representa o primeiro e último bastião
da presença européia no sudeste asiático. Por um período de transição de 50 anos, Portugal manterá
influência na região, preservando os princípios liberais.
A incorporação pacífica dessas sociedades baseia-se na teoria de Deng Xiaoping: “Um só
país, dois sistemas”. Em outras palavras, uma só China, em grande parte socialista, com dois enclaves
capitalistas e democráticos.
Para Taiwan, fundada na ilha de Formosa pelos nacionalistas, em 49, após a derrota na
guerra civil, a China oferece a mesma fórmula. Considerada “província rebelde”, Taiwan – ou
República Nacionalista da China – ainda rejeita a reunificação, apesar da pressão militar continental.
Os índices de crescimento, o promissor mercado consumidor, a mão-de-obra barata, a
proximidade aos Tigres Asiáticos em crise, o poderio nuclear e o sucesso da integração territorial
sugerem que a China poderá vir a ser a potência do próximo milênio.

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No entanto, a disparidade entre o litoral e o interior, o êxodo rural, a concentração de
renda, o desemprego, a corrupção, as dissidências, a ausência de liberdades, os movimentos
nacionalistas e religiosos no Tibete e em Xinjiang e a questão de Taiwan mostram que o “gigante”
tem sérios desafios a enfrentar...
Maria Odette Simão Brancatelli e Cinília T. Gisondi Omaki são professoras de História do Colégio
Bandeirantes.
Texto publicado no Caderno Fovest, Folha de São Paulo, 15/10/1999.

Exercícios

01. (PUC-MG) A 1.o de outubro de 1949 foi proclamada a República Popular da China, após a derrota
definitiva das tropas do Kuomintang, pelo Exército Vermelho, que passava a controlar inteiramente o
país. Depois da tomada do poder, Mao Tse-tung concentrou seus esforços na tarefa de edificar o
Estado socialista chinês, impondo à população um amplo programa de reformas, baseado nas
seguintes diretrizes essenciais, exceto:
a. expropriação dos grandes latifúndios e distribuição das terras para os pequenos camponeses, que
foram agrupados em cooperativas agrícolas, mais tarde fundidas, formando comunas populares;
b. perseguição sistemática das tradicionais elites dominantes, promovendo inúmeras execuções e
submetendo vários de seus principais membros a um processo forçado de “reeducação”;
c. nacionalização de todas as indústrias, que passaram a ser geridas pelo Estado ou por cooperativas
de trabalhadores, com o objetivo de reconstruir as bases da economia;
d. modernização da agricultura por meio de intensiva mecanização e difusão de técnicas poupadoras
de mão-de-obra, aumentando a produção e assegurando o abastecimento dos populosos centros
urbanos;
e. diante do sério problema da explosão demográfica, o governo se viu forçado a adotar medidas de
controle populacional, que visavam basicamente à limitação da natalidade.

02. (Mackenzie-SP) “O drama foi tão vasto quanto a própria China. Encorajados pelos ventos da libertação
vindos de Moscou e da Europa do Leste, quase um milhão de manifestantes foram se juntando na
Praça da Paz Celestial, em Pequim, para pedir reformas. Após sete semanas, sobrou um núcleo de três
mil estudantes que pediam a democracia.”
Revista Veja, Editora Abril.
O trecho acima refere-se à:
a. Revolução Cultural, na qual grupos políticos antagônicos assumiram posições marcadas pelo
radicalismo;
b. proclamação da República Popular da China, após o vitorioso movimento liderado por Mao
Tse-tung;
c. cisão entre a China e a União Soviética, devido a divergências relativas à tese de coexistência
pacífica;
d. manifestação que obrigou os seguidores de Chiang Kai-shek a fundar a China Nacionalista em
Taiwan (ilha de Formosa);
e. repressão comunista contra o movimento por abertura política e contra a corrupção e privilégios de
altos funcionários do Partido Comunista Chinês.

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03. (Fatec-SP) Em 1842, Hong Kong foi cedida para o Reino Unido pelo Tratado de Nanquim. No ano de
1984, após inúmeras negociações, um comunicado conjunto (China - Reino Unido) aceita a
reintegração de Hong Kong à China a partir de 1997.
A reincorporação:
a. gerou forte oposição da Rússia, que se sentiu ameaçada pela economia chinesa;
b. ocasionou o boicote, pelo Japão, aos produtos vindos de Hong Kong, por temor da concorrência;
c. ocasionou um acordo recusado pela população de Hong Kong, que se declarou anexada à
Formosa;
d. fez com que Hong Kong, após anos de domínio imperialista americano, finalmente voltasse a fazer
parte do território chinês;
e. gerou apreensão nos habitantes de Hong Kong, receosos de medidas chinesas de restrição aos
direitos democráticos e à economia capitalista.

Gabarito

01. d
02. e
03. e

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Anistia comemora 20 anos

“...Meu Brasil
Que sonha
com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
num rabo de foguete
Chora
A nossa pátria-mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil...”
João Bosco e Aldir Blanc

Por que se sonhava com a volta do irmão do Henfil? Por que muita gente partiu “num
rabo de foguete”? Por que Marias e Clarisses choravam?
Todas essas questões nos remetem a um período recente de nossa história, os Governos
Militares (1964-85).
Nos anos 60, assistia-se à crise do Populismo e às radicalizações ideológicas. A política
deixara de ser privilégio de alguns e alcançara “a fábrica, o campo, o quartel”. Em 64, um golpe
militar punha fim à presidência de João Goulart.
No poder, as Forças Armadas passaram a combater o “perigo comunista”, apoiadas por
grupos conservadores. O Ato Institucional n.o 5, em 68, no governo Costa e Silva, reforçou o
autoritarismo ao impor o recesso do Congresso, estado de sítio, limites a garantias constitucionais,
cassações, censura e repressão às resistências.
Enquanto se construía a imagem do “Brasil, grande potência” e vivia-se a euforia do
tricampeonato na Copa de 70, o Estado suspendia mandatos e direitos políticos; exilava, prendia e
torturava; aniquilava guerrilhas urbanas e rurais e até fazia “desaparecer” cidadãos... Era o auge da
ditadura sob Médici.
Geisel iniciou o processo de distensão “lenta e gradual”, combinado a medidas
autoritárias. De um lado, coibiu os excessos da “linha dura”, após as mortes do jornalista Wladimir
Herzog e do operário Manuel Fiel Filho no DOI-Codi de São Paulo, e revogou o AI-5 (78). Por outro,
com a Lei Falcão (76) e o Pacote de Abril (77), tentou manter a hegemonia do partido governista,
Arena, diante do crescimento da oposição consentida, o MDB.
A crise do “milagre” econômico aumentou a insatisfação e, apesar dos controles
institucionais, organizaram-se movimentos por anistia e abertura envolvendo estudantes, intelectuais,
políticos, parte da Igreja, imprensa e várias entidades, além de greves operárias contra o arrocho
salarial.
Aliada às pressões sociais, a nova política externa dos EUA, no governo Carter, criou uma
conjuntura favorável ao fim das ditaduras militares na América e ao respeito aos direitos humanos.
Nesse contexto, em 79, foi sancionada a Lei de Anistia, a partir de um projeto enviado ao
Congresso pelo presidente Figueiredo. Esperava-se uma anistia “ampla, geral e irrestrita”; veio outra,
parcial e recíproca. A lei excluiu envolvidos em atos terroristas, anistiados posteriormente, mas
beneficiou os agentes da repressão.
A anistia resgatou a cidadania de cassados, clandestinos e exilados como Betinho, o
irmão do Henfil, fortalecendo a redemocratização, ampliada com a volta do pluripartidarismo.
Em 84, uma grande mobilização nacional clamou por “Diretas-Já” para presidente.
Grandes comícios suprapartidários tentaram, em vão, convencer o Congresso a aprovar a emenda
Dante de Oliveira. A eleição do civil Tancredo Neves em 85, ainda que indireta, e a Constituição de 88
completaram a transição democrática.

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Ulysses Guimarães, o “senhor Diretas”, proferiu um emocionado discurso na
promulgação da nova Carta, descrevendo bem os “anos de chumbo”: “Conhecemos o caminho
maldito: rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar
patriotas para a cadeia, o exílio, o cemitério. (...) O Estado autoritário prendeu e exilou; a sociedade,
com Teotônio Vilela, pela anistia, libertou e repatriou. A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras
que o mataram.”
Sem dúvida, o engajamento da sociedade civil foi decisivo para a volta das liberdades no
país. Coube à geração “cara-pintada” pedir o impeachment do presidente Collor em 92; caberá às
próximas fortalecer as conquistas democráticas.

Maria Odette Simão Brancatelli e Cinília T. Gisondi Omaki são professoras de História do Colégio
Bandeirantes.
Texto publicado no Caderno Fovest, Folha de São Paulo, 22/10/1999.

Exercícios

01. (Mackenzie-SP) O ano de 1968 foi crucial. O movimento estudantil se espalhou por todo o país,
sofrendo violenta repressão do governo. Diante das pressões da sociedade, o governo militar reagiu,
decretando:
a. a deposição do presidente João Goulart, cujo modelo populista de governo dava sinais de
esgotamento;
b. o Ato Institucional n.o 5, que conferia ao presidente Costa e Silva poderes totais para reprimir as
oposições;
c. a Abertura Democrática, lenta e gradual, que reconduzia o país à democratização;
d. a Anistia, que embora não fosse irrestrita, permitiu o retorno de muitos exilados políticos;
e. a solução parlamentarista, que possibilitou controlar a grave crise institucional em que vivia o país.

02. (Cesgranrio-RJ) O processo de redemocratização brasileiro, no final da década de 1970, combinou


pressões da sociedade civil e a estratégia de distensão/abertura do próprio regime militar, como pode
ser observado na (no):
a. vitória do movimento popular das “Diretas-Já”, permitindo eleições gerais diretas em 1982;
b. concessão de anistia “ampla, geral e irrestrita”, por lei de iniciativa do governo, mas que excluía as
principais lideranças ligadas ao governo derrubado em 1964;
c. total autonomia do movimento sindical, forçada pelas greves do ABCD paulista;
d. revogação dos Atos Institucionais, por iniciativa do governo, após negociação com setores
representativos da sociedade civil;
e. “pacote de abril” de 1977, que transformou o Congresso Nacional em Assembléia Constituinte.

03. (PUC-PR) Grandes nomes da MPB utilizaram a história contemporânea do país como tema. Algumas
músicas ficaram associadas a determinados momentos políticos ou sociais da vida brasileira. A que
fatos da vida brasileira ficaram associadas ou fazem referência estas três composições:
– Prá não dizer que não falei de flores (Geraldo Vandré)
– O bêbado e a equilibrista (Elis Regina - Letra: João Bosco / Aldir Blanc)
– Coração de Estudante (Milton Nascimento - Letra: Milton / Wagner Tiso)
a. A primeira trata do período militar, as outras duas da década de 50 - período desenvolvimentista;
b. As três são composições da década de 80 e marcam o fim do período militar;
c. A ditadura militar, questão racial, movimento estudantil;
d. A ditadura militar, movimento pela Anistia, “Diretas-Já”;
e. Movimento estudantil, movimento dos sem-terra, violência policial.

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04. (Fuvest-SP) Sobre o fim do período militar no Brasil (1964-1985), pode-se afirmar que ocorreu de
forma:
a. conflituosa, resultando em um rompimento entre as Forças Armadas e os partidos políticos;
b. abrupta e inesperada, como na Argentina do General Galtieri;
c. negociada, como no Chile, entre o ditador e os partidos na ilegalidade;
d. lenta e gradual, como desejavam setores das Forças Armadas;
e. sigilosa, entre o presidente Geisel e Tancredo Neves, à revelia do Exército e dos partidos.

Gabarito

01. b
02. d
03. d
04. d

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