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Atualidades

Fascículo 04
Cinília Tadeu Gisondi Omaki
Maria Odette Simão Brancatelli
Índice

Revolução dos Cravos completou 25 anos em 1999 ...................................................................1


Exercício .............................................................................................................................................2
Gabarito.............................................................................................................................................2

Timor Leste: um outro Kosovo?.....................................................................................................3


Exercício .............................................................................................................................................4
Gabarito.............................................................................................................................................4
Revolução dos Cravos completou 25 anos em 1999

25 de Abril de 1974: militares do exército português ocuparam as ruas, embalados pelas


canções-senha: “E depois do Adeus” e “Grândola, Vila Morena”. Muitos usavam cravos vermelhos nas
fardas ou nos fuzis. Começava a Revolução dos Cravos, que punha fim à longa ditadura salazarista – o
“Estado Novo”.
Portugal vivia sob um regime autoritário, estava isolado e economicamente atrasado.
Teimava em manter o outrora glorioso império, explorando as colônias africanas – então chamadas de
províncias ultramarinas – que organizavam lutas de libertação.
Desde os anos 60, o exército português travava guerras contra as incipientes guerrilhas
separatistas na África. Se, de um lado, isso prolongou a ditadura, alimentando o nacionalismo, por
outro, desgastou e frustrou o braço armado do regime, levando-o à contestação.
Internamente, cresciam as dissidências e movimentos por liberdades. Nesse contexto, um
decreto do governo descontentou os militares de carreira, que formaram o Movimento das Forças
Armadas. Três princípios orientavam seu programa: democratizar, desenvolver e descolonizar.
A ação militar em 25 de abril levou à queda de Marcello Caetano, que substituíra Salazar
em 68. No vazio de poder, socialistas e comunistas ganharam espaço. Os primeiros, com propostas
mais moderadas; os segundos, com ideais de revolução social.
Organizaram-se governos provisórios, restabelecendo as instituições democráticas. Nas
eleições de 75, socialistas despontaram como a principal força, seguidos de liberais e conservadores. A
nova Constituição assegurou as liberdades individuais e os direitos sociais.
Portugal superou problemas econômicos, conseguindo ingressar na Comunidade
Européia em 86. Quanto às colônias africanas, prevaleceu o radicalismo em lutas armadas, ocorrendo
o reconhecimento das independências no final de 75.
Os cravos não trouxeram a revolução social que alguns almejavam, mas favoreceram a
modernização de Portugal. Apresentando altos índices de crescimento e investimento, o país tem se
transformado na última década do milênio. Foi centro das comemorações dos 500 anos da chegada
de Vasco da Gama à Índia e da EXPO-98 e esteve à frente da presidência rotativa da União Européia
até 1.o de julho de 2000.

Maria Odette Simão Brancatelli e Cinília T. Gisondi Omaki são professoras de História do Colégio
Bandeirantes.
Texto publicado no Caderno Fovest, Folha de São Paulo, 01/10/1999, e atualizado no início de
setembro de 2000 para o Portal.

1
Exercício

01. Com a ascensão de Antonio Salazar em 1932, implantou-se em Portugal um regime direitista
caracterizado por:
a. aliança com a Igreja Católica, nacionalismo e corporativismo.
b. apoio ao comunismo, antiparlamentarismo e censura.
c. estímulo à emigração, arianismo e liberdade de expressão.
d. apoio dos latifundiários, culto ao líder e pluripartidarismo.
e. partido único, industrialismo e expansionismo na Ásia.

Gabarito

01. Alternativa a.

2
Timor Leste: um outro Kosovo?

O bispo católico Carlos Belo e o porta-voz da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor


Leste Independente), Ramos-Horta, Nobel da Paz em 1996, buscavam uma solução justa e pacífica
para a autodeterminação do Timor Leste, ex-colônia portuguesa anexada à Indonésia em 1976.
Em certa ocasião, o bispo Belo afirmara que seu país era “... terra queimada. Na cultura,
na identidade étnica, no direito a ser povo.” Os acontecimentos de agosto de 1999 até setembro
último só confirmaram essas trágicas palavras.
Após o resultado do plebiscito de 30 de agosto de 1999, a favor da independência,
desencadeou-se um massacre organizado por milícias armadas pró-Indonésia. A capital, Dili, foi
destruída, forçando a população ao êxodo. Sob pressões, a Indonésia aceitou o envio de uma força
multinacional, sob comando da Austrália.
A causa timorense explodiu com a queda do ditador Suharto em 1998, vinculada à crise
asiática de 97. Seu sucessor, Habibie, por razões políticas, anunciou um plebiscito para definir o
destino do Timor Leste, sem consultar o Legislativo e as Forças Armadas. O arquipélago indonésio
corre o risco de outras secessões, devido às centenas de etnias e aos problemas econômicos.
Os timorenses têm uma história marcada pelo domínio e resistência. No século 16 a ilha
do Timor foi colonizada por Portugal, e, no 19, portugueses e holandeses dividiram-na. Após a
Segunda Guerra, a Indonésia libertou-se da Holanda e ficou com a parte oeste.
A independência das colônias portuguesas só aconteceu após a Revolução dos Cravos
(1974), que derrubou o salazarismo. No Timor Leste, tal processo confrontou a conservadora União
Democrática Timorense com a esquerdista Fretilin.
Diante da vitória da Fretilin, em 1975, autoridades lusas abandonaram a ilha e, dias
depois, a Indonésia invadiu e anexou a parte leste no ano seguinte. Repressão militar e fixação de
muçulmanos garantiram o domínio por mais de 20 anos, pouco questionado pela comunidade
internacional durante a Guerra Fria mas intensamente combatido pela população local.
Libertado no início de setembro de 1999, o principal líder rebelde, Xanana Gusmão,
planejava organizar um governo no exílio, enquanto a força da ONU (os “capacetes azuis”) tentava
garantir a sobrevivência de um povo e a vontade das urnas.
Com a difícil missão de “construir um país”, a Untaet (administração transitória das
Nações Unidas em Timor Leste), chefiada pelo brasileiro Sérgio Vieira de Mello, vem organizando o
poder público, o Judiciário e todas as demais instituições e infra-estrutura básica, destruídas por anos
de dominação indonésia e ações violentas das milícias anti-separatistas.
Formar um país, definir sua identidade (são várias etnias) e fortalecer as bases
democráticas são alguns dos desafios que a ONU decidiu enfrentar, em um prazo de,
aproximadamente, três anos. Os primeiros resultados já podem ser vistos: elaboração de um novo
Código Penal; criação de um Conselho Consultivo, com a participação de representantes de diversos
setores da sociedade; organização de um plebiscito para a escolha do idioma oficial (teto, português
ou bahasa) e a proteção e repatriamento de refugiados, principalmente no Timor Oeste.
O dilema timorense está longe do final, pois as milícias pró-Jacarta, forçadas a ficar no
lado ocidental da ilha, desde a chegada da ONU, continuam atacando e matando a população civil.
Segundo o Alto Comissariado da Nações Unidas para os Refugiados em Timor Leste (Acnur), morreram
mais de vinte pessoas em Betun, perto de Atambua, em Timor Oeste, no início de setembro.
O clima de tensão levou a ONU a retirar todo seu pessoal da parte ocidental do Timor,
interrompendo o trabalho de proteção e repatriamento de refugiados. A ameaça de “guerra total”
existe, e é proclamada pelos milicianos que exigem o direito de retornarem ao Timor Leste.
Enquanto isso, em Nova York, durante a Cúpula do Milênio, o presidente indonésio
Abdurrahman Wahid garantiu que a ordem estava restabelecida na ilha do Timor. A barbaridade sobre
os refugiados emocionou os demais chefes de Estado, mas não promoveu maiores ações,
demonstrando que continuamos a aprender muito pouco com o passado e com o presente. Fica a
questão: como será o futuro de tantos inocentes da ilha do Timor?

3
Maria Odette Simão Brancatelli e Cinília T. Gisondi Omaki são professoras de história do Colégio
Bandeirantes.
Texto publicado no Caderno Fovest, Folha de São Paulo, 24/09/1999, e atualizado no início de
setembro de 2000 para o Portal.

Exercício

01. Sobre a história da Indonésia no século XX, assinale a alternativa incorreta:


a. Empreendeu uma guerra de libertação contra os Países Baixos, tendo alcançado a independência
em 1949.
b. Sediou em 1955 a Conferência de Bandung, que debateu os principais problemas do
terceiromundismo e a questão do não-alinhamento.
c. Foi governada de forma autoritária por Sukarno, principal líder da independência, até o final dos
anos 60.
d. Invadiu o Timor Leste, transformando-o em uma nova província e respeitando suas tradições
ocidentais e a língua portuguesa.
e. Aliou-se aos EUA na Guerra Fria, combatendo o comunismo, e tornou-se local de investimentos
capitalistas.

Gabarito

01. Alternativa d.

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